domingo, 30 de novembro de 2014

O Museu (Susan Verde e Peter H. Reynolds)

Entrar num museu e descobrir que reacções nos despertam as obras de arte que lá se encontram pode ser uma aventura. E é essa aventura, vivida pela protagonista deste livro, a história deste muito breve, mas muito belo livro. Dirigido aos mais novos, mas igualmente cativante a outros olhos, consegue, de forma simples, mas muito bem conseguida, realçar a forma como uma obra de arte pode influenciar as emoções de quem a observa.
Ora, sendo este um livro sobre arte e as emoções que esta desperta, é inevitável que o aspecto visual seja de especial importância. E, tendo isto em conta, importa, desde logo, realçar a forma como as ilustrações de Peter H. Reynolds se adaptam e complementam o texto, tornando mais completa uma história em que as imagens são tão ou mais importantes que as palavras. Além disso, há uma particularidade interessante, na forma como o ilustrador cria a sua própria versão de algumas obras de arte sobejamente conhecidas, acrescentando quadros concretos à viagem da protagonista através da arte.
Quanto ao texto, bastante breve, é tão simples e acessível quanto seria de esperar, sem cair no erro de se tornar demasiado simplista. Leve e divertido quanto baste, nunca se torna óbvio demais, sendo também esta uma das características que fazem com que este livro não seja apenas cativante para os mais novos.
Trata-se, portanto, de um livro bonito, com uma muito boa conjugação entre texto e imagem e com uma bela visão do que a arte desperta em quem a vê. E, por tudo isto, uma boa sugestão de leitura para crianças... e não só.

Para mais informações sobre o livro O Museu, clique aqui.

sábado, 29 de novembro de 2014

O Solar da Torre (Ana Margarida Valente)

Com uma suposta tragédia como base da sua lenda, o solar sempre despertou a curiosidade dos habitantes da vila. E agora, com a chegada dos seus novos habitantes, a vontade de saber mais é ainda maior. Andrash e Ashena, com as suas sobrinhas Maria-Luísa e Dolores, despertam a curiosidade de todos, em primeiro lugar, por serem caras novas num lugar pequeno, e depois pelo empenho que põem em trazer de volta a antiga glória do solar. Mas o que poucos sabem é que eles são uma família com um segredo. Vivos há bem mais tempo que o de uma normal vida humana, fazem parte de um mundo para lá do conhecimento da maioria dos humanos. Mas o que ninguém espera, nem eles, é que essa diferença não chegue para criar barreiras à amizade... ou a algo mais.
Bastante cativante e com uma história que pega nos elementos mais conhecidos do sobrenatural, para lhe acrescentar algo de diferente, este é um livro com bastantes pontos fortes e algumas fragilidades. Os pontos fortes estão na história e no contexto que lhe serve de base. Os fracos no que é deixado por dizer e nos problemas que sobressaem em termos de escrita. Mas vamos por partes.
Em termos de contexto, o mais interessante é que, tendo uma família de vampiros como ponto central, há uma interessante evolução na forma como a sua presença é desenvolvida. Primeiro, há o mistério, associado a uma certa impressão de perigo, mas cedo as personagens revelam uma natureza bastante diferente, já que as suas capacidades sobrenaturais estão associadas a uma consciência bastante definida. Assim, é interessante notar que, entre vampiros e outros sobrenaturais, simples humanos e até uns quantos animais da zona, as ligações que se estabelecem não se fundamentam na natureza das personagens, mas na sua individualidade.
Ora, tendo isto em conta, o outro ponto forte está nas relações que resultam deste equilíbrio. Há um lado sobrenatural bem definido, e disso é prova o desenvolvimento do passado de Maria-Luísa, mas as ligações e os acontecimentos prendem-se tanto com o real e o quotidiano como com os acontecimentos invulgares. E assim, mais que de poderes inexplicáveis ou mistérios a desvendar, a história faz-se da consolidação de afectos e de amizades e da resolução de um problema com origens bem mais mundanas.
Quanto às fragilidades, a primeira prende-se com alguns pontos que são deixados por explorar, nomeadamente no que diz respeito a Thomas, mas também relativamente às possibilidades deixadas pelas revelações finais. Não é que falte alguma informação essencial à linha central da história, mas ficam, ainda assim, muitas perguntas em aberto, para as quais teria sido interessante obter algumas respostas.
O outro ponto fraco - e mais difícil de ignorar -  prende-se com algumas evidentes falhas a nível ortográfico. Há um ritmo agradável na forma como as ideias são apresentadas, mas o que, normalmente, seria uma narrativa fluída, sofre, inevitavelmente, com os frequentes erros ortográficos. O que é pena, porque uma revisão atenta facilmente resolveria a questão.
O que fica, portanto, desta leitura, é a impressão de uma história cativante, com muitas e boas ideias e um bom equilíbrio entre humano e sobrenatural. Características que, felizmente, compensam a quebra de ritmo causada pelas fragilidades de escrita, e que deixam antever bastante potencial para futuras obras. Tudo somado, uma leitura interessante.

Vencedor do passatempo Gata Branca

Terminado mais um passatempo, desta vez com 98 participações, no total, é chegada a altura de anunciar quem vai receber um exemplar do livro Gata Branca.

E o vencedor é...

46. Elisabete Marques (Sintra)

Parabéns e boas leituras!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Prova do Ferro (Holly Black e Cassandra Clare)

Passar na Prova do Ferro e entrar no Magisterium como aprendiz de mago é o sonho de quase todos os miúdos chamados a realizar o teste. Mas, para Callum Hunt, o objectivo a cumprir é precisamente o oposto. Desde sempre que o pai lhe ensinou os perigos da magia e a necessidade de se manter longe do Magisterium. E é por isso que Callum tudo faz para fracassar na prova, mas o facto é que, apesar disso, não consegue. Contra a vontade do pai - e contra a sua própria - Call vê-se obrigado a partir para o Magisterium, onde o espera um mundo completamente novo, a descoberta de um potencial que nunca julgou ter e o início de um caminho em direcção à verdade sobre quem é.
Com um ambiente a fazer lembrar, em certa medida, o mundo das séries Harry Potter, de J.K. Rowling ou Círculo de Magia, de Debra Doyle e James D. Macdonald, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela forma como equilibra a sensação de familiaridade (causada pelas semelhanças com este mundo) com a sua própria identidade, gradualmente afirmada com cada novo desenvolvimento. Em comum, surge o ambiente de escola de magia, bem como a forte amizade que se estabelece entre os protagonistas, e são precisamente estas características que primeiro cativam para a leitura. Mas cedo surgem também as diferenças, com especial destaque para a personagem de Call que, tudo menos heróico, mas com uma vulnerabilidade especialmente cativante, facilmente desperta empatia.
Mas nem só dessa empatia vive a personalidade de Call e o seu percurso virá a revelar novas e cativantes características. Além disso, há em seu redor todo um mistério, cujas primeiras pistas surgem logo no início, mas com contornos que estarão na base de muitas e boas surpresas. O primeiro ano de Call enquanto aprendiz de mago é uma viagem de descoberta da magia, mas também de conhecimento de si mesmo. E este percurso, cheio de surpresas e de bons momentos, é parte do que mantém viva a vontade de saber sempre mais.
Também muito interessante neste livro é o desenvolvimento do próprio ambiente. Da história e funcionamento do Magisterium às origens do Inimigo da Morte, há toda uma base que, desenvolvida de forma gradual e ainda com muitas possibilidades em aberto, faz deste primeiro volume um muito interessante início para uma história com muito potencial. Claro que ficam muitas perguntas no ar, tendo em conta a forma como tudo termina, mas sendo este apenas o início de uma história maior, é apenas natural que isso aconteça.
Por último, mas não menos importante, falta falar do ritmo da narrativa. Também neste aspecto o que sobressai é o equilíbrio, já que as autoras conseguem apresentar toda a informação relevante em termos de contextualização sem que nada se perca em termos de evolução do enredo. Há sempre alguma coisa a acontecer, seja uma grande revelação, seja um breve momento de humor, seja ainda um episódio mais emotivo. E assim, há sempre uma boa razão para continuar a ler um pouco mais.
O que fica, então, deste A Prova do Ferro é, acima de tudo, a ideia de um início muito promissor. Com personagens fortes, um sistema interessante e um bom equilíbrio entre acção, emoção e um muito agradável sentido de humor, cativa do início ao fim e promete muito de bom para o que se seguirá. Vale a pena ler, portanto. Sem dúvida.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Novidades Planeta

Guarde sempre uma linha para o amor: afinal todos os dias são dias para amar. Na correria dos dias, essa linha fará toda a diferença, a si e à pessoa amada. 
Não precisa de o marcar aqui – só na agenda do coração -, mas, pelo que ler nestas páginas, perceberá como o amor é indispensável aos 365 dias de cada ano. 
Em cada semana há uma citação literária sobre o amor. E no final de cada mês há um separador com uma ilustração e um pensamento. 
A fechar esta agenda um espaço para registar os aniversários, mês a mês, e um calendário até 2020.

Este é o livro que as verdadeiras fãs vão querer ler antes de assistir ao concerto da banda, a 4 de Maio do próximo ano, na maior sala de espectáculos do País, o Meo Arena, em Lisboa. 
Se ainda não ouviu falar deste quarteto australiano, prepare-se. Chegaram há pouco mais de um ano ao site de vídeos do YouTube e já somam mais de 88 milhões de visualizações.
O futuro parece risonho para Luke Hemmings, Michael Clifford, Calum Hood e Ashton Irwin, que vão fazer a sua primeira grande digressão pela Europa, e Portugal é a primeira paragem.
O homónimo e primeiro álbum da banda foi o n.o 1 do top iTunes em mais de 70 países, incluindo Portugal. 
O quarteto australiano já havia conquistado o mundo com o lançamento do único single editado She Looks so Perfect, o qual já tem mais de 1 milhão de unidades vendidas e as visualizações do vídeo no You Tube já ultrapassaram os 24 milhões.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um Anjo da Guarda (James Patterson e Gabrielle Charbonnet)

Michael é um amigo imaginário e, como tal, deve ser um apoio para as crianças que precisam de ajuda. E dizem as regras que, quando a criança atinge os nove anos, o amigo imaginário deve desaparecer e ser esquecido, passando para uma nova missão. Mas não foi isso que aconteceu com Jane Margaux, a criança solitária e magoada que, além de permanecer nos pensamentos de Michael, o guardou também nos seus. E agora, vinte e três anos passados, quando os caminhos de ambos se voltam a cruzar, ambos sentem que algo de estranho pode estar para acontecer. Jane continua a não ser feliz, apesar do sucesso e do suposto namorado atraente. E Michael, numa pausa entre missões, dá por si perdido em memórias do que foi. Ambos parados num ponto em que nada é como deveria ser, Michael e Jane reencontram-se para que tudo mude. Mas será possível que, da imaginação, possa nascer um verdadeiro amor?
Num registo bastante diferente dos habituais policiais de ritmo intenso e acção constante, este é um livro que tem, ainda assim, alguns pontos em comum com outros de James Patterson. Mantêm-se os capítulos curtos, a escrita directa e pouco descritiva, o desenvolvimento do contexto à medida que a informação vai sendo necessária. Mas, bem distante das histórias de perigo e tensão que caracterizam muitas das séries de Patterson, este é também um livro que surpreende pelo que tem de diferente.
Também uma boa surpresa é a forma como as tais características familiares se adaptam também a este registo. Os capítulos curtos e a escrita directa mantêm a história focada nos acontecimentos principais, alimentando a vontade de saber um pouco mais sobre o que vem a seguir. Além disso, uma boa parte da história é narrada pela voz de Jane, o que cria uma sensação de proximidade, enquanto os restantes capítulos, narrados na terceira pessoa, permitem conhecer o ponto de vista de Michael, permitindo ver o outro lado da história. E claro, a simplicidade da escrita acrescenta uma certa leveza, algo que, tendo em conta o lado emocional da história, é também especialmente cativante.
Mas o lado mais interessante de toda esta história é precisamente a premissa invulgar e a forma como esta é desenvolvida. A ideia de uma relação real entre Jane e o seu amigo imaginário surpreende, em primeiro lugar, pelo que tem de improvável, mas rapidamente se torna cativante, na forma quase inocente como reflecte o afecto e a ternura que definem a relação entre os protagonistas. Além disso, tendo em conta as outras figuras centrais na vida de Jane, o papel de Michael enquanto refúgio na sua vida proporciona momentos especialmente marcantes.
Quanto a Michael e às suas circunstâncias peculiares, ficam algumas perguntas em aberto no que diz respeito àquilo que o humaniza. Neste aspecto, fica, talvez, a impressão de que mais poderia ser dito. Ainda assim, e tendo em conta o rumo da história, contam mais os sentimentos que as explicações e, nesse aspecto, não falta nada de essencial. Desde os primeiros momentos ao final comovente, não ficam na memória as coisas que ficam por contar, mas o afecto que é, no fundo, o cerne de toda esta história.
Enternecedora e envolvente, esta pode ser, no essencial, uma história simples. Mas, repleta de emoção e de afecto, com um casal protagonista que facilmente cativa e vários momentos de surpreendente ternura, é também uma viagem que fica na memória. Uma boa leitura, portanto.

sábado, 22 de novembro de 2014

O Meu Nome É... (Alastair Campbell)

Com uma infância conturbada e uma personalidade sempre menos empática que a da irmã, Hannah nunca se sentiu completamente feliz com a sua vida. Mas estava longe de imaginar que o álcool, o amigo que procurava para a fazer sentir-se bem, seria o caminho para uma infelicidade maior, para si e para todos o que tinha por próximos. É através dos olhos destes que a sua história é contada, desde os primeiros dias de vida e até ao ponto de viragem final, numa luta que nunca é fácil para nenhum dos intervenientes... mas que pode ser, a cada novo desenvolvimento, uma grande lição.
Um dos primeiros elementos a chamar a atenção para este livro é a forma como a narrativa está estruturada. Em termos de escrita, o registo é o habitual no autor, pausado e relativamente introspectivo, com tanta atenção ao que se passa na cabeça das personagens como ao que está a acontecer. Mas o elemento surpreendente é que, apesar de esta ser a história de Hannah, não é a sua voz que conta a história e, na verdade, só chegamos a ouvir Hannah no momento final. Tudo é narrado na primeira pessoa, sim, mas das perspectivas das diferentes pessoas que, de alguma forma, interagiram com a protagonista: pais, amigos, profissionais de saúde, autoridades... Todos têm algo a dizer sobre Hannah e é através dos olhos dele que a sua história toma forma. Uma forma que, curiosamente, em nada distancia a caracterização da protagonista, mas antes reforça a sua complexidade, já que é vista de todas as perspectivas possíveis.
Outro grande ponto forte dos vários que tornam esta leitura marcante é a forma como o autor transmite a sua mensagem - e é uma mensagem importantíssima - sem nunca cair num registo moralista ou em tons de dissertação. O problema do álcool, bem como mais umas quantas questões que, no caso de Hannah, lhe estão associadas, é sempre o grande tema no centro da narrativa, mas, e apesar da necessidade de desenvolver as grandes questões - o que alimenta o vício, as consequências, a necessidade de procurar ajuda - , a mensagem é sempre transmitida mais pelo exemplo do que por palavras. O percurso de Hannah fala, melhor que qualquer sermão, de todas as questões relevantes. E a forma como esta jornada afecta os vários narradores da história reforça bem a relevância de todo o assunto.
Ainda um outro aspecto que importa referir é que, das perspectivas das múltiplas personagens, surge uma percepção mais ampla, não só do carácter de Hannah, mas também das suas relações. Isto é particularmente interessante quando temos personagens em aparente desacordo, ou com ideias bastante diferentes, porque permite ver mudanças para lá de Hannah. No caso dos Harper, em particular, há toda uma série de ideias e alguns preconceitos que são abalados pela entrada de Hannah nas suas vidas. E, também por isso, mas, acima de tudo, pelos elos que se vão estabelecendo, há um lado emocional que surge de forma ténue, mas que se intensifica ao longo da narrativa, criando laços de proximidade que culminam num final impressionante.
Com um tema complexo e um lado muito sombrio, esta não é propriamente uma leitura fácil. Mas, sempre interessante, muito bem conseguido na sua abordagem à questão do alcoolismo e com uma protagonista complexa e empática, é, sim, um livro que chama a atenção, que marca sempre um pouco mais e que, no fim, fica na memória. Muito bom.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Novidade Bertrand

Duas famílias em luta contra o destino – uma família judaica que foge da Rússia do século XIX trava amizade com família palestiniana.
São Petersburgo, Jerusalém, Varsóvia, Paris, Madrid, Toledo servem de cenário a esta saga familiar.
Um romance extraordinário sobre o conflito israelo-árabe com personagens inesquecíveis, cujas vidas se entrelaçam com os momentos-chave da história, a partir do final do século XIX a meados do século XX, recriando a vida em cidades emblemáticas como São Petersburgo, Paris e Jerusalém. Aqui, Julia Navarro conduz o leitor através de relações duras entre homens e mulheres que lutam por um pedaço de terra onde possam viver em paz.

Julia Navarro nasceu em 1953 e é jornalista há mais de trinta anos, tendo trabalhado nos principais meios de comunicação espanhóis. É autora de diversos livros de actualidade política, mas foram os romances que a tornaram conhecida internacionalmente. Está publicada em mais de trinta países e conta com mais de três milhões de exemplares de livros vendidos. É detentora de diversos prémios literários, como o Premio Qué Leer, o VIII Premio de los Lectores de Crisol, o Premio Ciudad de Cartagena, o Pluma de Plata de la Feria del libro de Bilbao, o Protagonistas de Literatura e o Premio Más que Música de los Libros.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Maze Runner - A Cura Mortal (James Dashner)

Depois do que viveu no Labirinto e na Terra Queimada, Thomas sabe que não pode acreditar naquilo que a CRUEL lhe diz. E agora que lhe dizem que as Experiências estão perto do fim e que acabaram as mentiras, Thomas só tem mais razões para desconfiar. Nas mãos da CRUEL mais uma vez, ele sabe que não basta voltar costas e fugir. A única escolha possível é procurar uma oportunidade e construir um plano a partir do pouco que sabe. Mas é possível que a fuga seja apenas o início de uma nova sequência de provações, num cenário em que, com o Fulgor a ganhar terreno, as circunstâncias parecem cada vez mais desesperadas.
Retomando os acontecimentos basicamente no ponto onde foram deixados no volume anterior, este é um livro que segue, em grande medida, as mesmas características dos anteriores. Mais uma vez, o ritmo de constante acção e as frequentes reviravoltas fazem deste livro uma leitura viciante, ao mesmo tempo que o percurso das personagens através de um caminho cada vez mais complicado mantém acesa a curiosidade em saber mais. Não surpreende, por isso, que, tal como os anteriores, também este último volume seja de leitura compulsiva.
O que surpreende, sim, é o caminho das personagens e a forma como, ao longo do percurso, as suas interacções se alteram. Traições passadas e relações de confiança surgem agora de uma perspectiva diferente, à medida que certos factos e intenções são revelados. E, neste aspecto, importa referir que, ainda que nada de essencial seja deixado por dizer, ficam, de facto, algumas perguntas sem resposta, principalmente no que diz respeito às memórias de Thomas.
E é também uma surpresa a forma como, apesar do que é deixado por explicar, o impacto do caminho das personagens em nada é diminuído. Há sempre alguma coisa a acontecer e o perigo é uma constante no percurso de Thomas. Mas, apesar de todos os acontecimentos marcantes no passado das personagens e de toda a manipulação associada à CRUEL, há uma construção de ligações genuínas - de amizade, acima de tudo - que acrescentam ao enredo um lado emocional especialmente cativante. E tão mais surpreendente por ser neste livro que acontecem as situações de maior impacto.
Por último, importa também referir um elemento que, apesar de discreto, tem também um grande papel na forma como torna cativante a jornada das personagens. É que, num cenário cada vez mais sombrio e em que há perigo e morte à espera em cada passo, há laivos de humor e de cumplicidade que, além de acrescentarem um muito agradável toque de leveza, reforçam também a relação entre as personagens e a empatia que despertam.
Viciante e surpreendente, mesmo sem dar todas as respostas, Maze Runner - A Cura Mortal apresenta uma conclusão à altura das expectativas criadas pelos volumes anteriores. Uma boa história, com personagens fortes e alguns momentos realmente brilhantes. Muito bom, em suma.

Para mais informações sobre o livro Maze Runner - A Cura Mortal, clique aqui.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Última Palavra: Mãe (José Jorge Letria)

Olhando todos os caminhos do amor e da perda, não há afecto que mais marque que o de uma mãe. Ou, pelo menos, é isso o que se reflecte nas palavras deste livro. Um livro que, breve, mas imensamente pessoal, não é nem uma biografia detalhada nem a narração completa de um percurso, mas antes uma evocação e uma homenagem. Homenagem que, escrita ao ritmo da memória e com evidente força de sentimentos, cativa e comove, apesar de - ou devido a - tudo o que tem de pessoal e de próprio ao autor.
E, tendo isto em vista, seguramente não surpreenderá que aquilo que mais marca nesta leitura seja a óbvia presença do amor. Há afecto em todas as palavras e até na mais pequena das memórias, boa ou má. E, sem intenções de traçar um percurso de vida, mas, ainda assim, construindo uma imagem através dos momentos, há também uma história de amor familiar, contada com naturalidade e emoção. Por isso, e ainda que as memórias sejam pessoais e intransmissíveis, o essencial é algo com que qualquer leitor se poderá identificar. Amor, acima de tudo, mas também determinação. Nostalgia, ao olhar para o que foi e ao pensar no que poderia ter sido, mas também a coragem de continuar, apesar da perda e com mais força.
Talvez por serem as emoções o que importa, também a simplicidade acaba por contribuir para o impacto deste livro. Não sendo uma narrativa biográfica, não há uma linha temporal definida, mas antes uma viagem através da recordação. Mas este divagar entre memórias, associado, como sempre, ao infalível afecto, faz com que, apesar de uma vaga curiosidade em saber mais, nada falte de essencial nesta viagem. As histórias pertencem a quem as viveu, mas a emoção, essa, qualquer um a compreenderá.
E se a memória é vasta e marcantes são as emoções que lhe estão associadas, para lhes dar uma voz cativante contribui ainda a fluidez da escrita, sem elaborações desnecessárias, mas com laivos poéticos belíssimos, numa obra que, considerando a vida e o que nela importa, marca tanto pelo que diz como pelo que recorda a quem lê.
O que fica, então, terminada esta leitura, é, acima de tudo, uma imagem de amor. Cativante pelos momentos recordados, mas marcante pelas emoções associadas, acaba por ser tanto uma homenagem singular como uma recordação do amor de todas as mães.E é essa a verdadeira magia deste livro.

Passatempo Gata Branca

O blogue As Leituras do Corvo, em parceria com a Editorial Presença, tem para oferecer um exemplar do livro Gata Branca, de Holly Black. Para participar basta responder às seguintes questões:

1. Que idade tem Cassel Sharpe, o protagonista deste livro?
2. Que capacidade é uma forte tradição na família de Cassel?
3. Que outras duas séries de Holly Black foram publicadas pela Presença?

Regras do Passatempo:
- O passatempo decorrerá até às 23:59 do dia 28 de Novembro. Respostas posteriores não serão consideradas.
- Para participar deverão enviar as respostas para carianmoonlight@gmail.com, juntamente com os dados pessoais (nome e morada);
- O vencedor será sorteado aleatoriamente entre as participações válidas;
- Os vencedores serão contactados por email e o resultado será anunciado no blogue;
- O blogue não se responsabiliza pelo possível extravio do livro nos correios;
- Só se aceitarão participações de residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Vencedor do passatempo Maze Runner - A Cura Mortal

Chegados ao fim de mais um passatempo, desta vez com um total de 122 participações, é altura de anunciar quem vai receber um exemplar do livro Maze Runner - A Cura Mortal.

E o vencedor é...

5. Artur Afonso (Santa Iria da Azóia)

Parabéns e boas leituras!

domingo, 16 de novembro de 2014

O Demónio na Cidade Branca (Erik Larson)

Corre o ano de 1893. Depois de inúmeros desafios e tribulações, a Feira Mundial de Chicago está pronta a abrir às multidões que espera receber. Ao seu público, promete maravilhas nunca antes vistas, num cenário de esplendor arquitectónico nascido das mentes dos melhores e orientada pelo génio e pela determinação de Daniel Burnham. Bem perto, uma outra mente usa todos os seus recursos para um fim bem diferente. Carismático e misterioso, o doutor H.H. Holmes dispôs de todos os seus meios, incluindo uma abundante falta de escrúpulos, para construir um hotel à altura dos seus desígnios sombrios. Por entre o caos e a euforia, poucos se apercebem dos desaparecimentos. Até ao dia em que, por fim, tudo termina...
Se há um ponto forte que sobressai, em particular, da leitura deste livro - que tem, de facto, qualidades em abundância - é que, não sendo, de forma alguma ficção, lê-se, ainda assim, como um romance. O autor tem o cuidado de alertar os seus leitores para o facto de este livro ser, efectivamente, não-ficção, e as sólidas bases com que constrói a obra, com fontes minuciosamente enumeradas, confirmam bem esse facto, mas, ainda assim, a forma como o autor narra os acontecimentos confere à leitura a fluidez e a envolvência de um thriller. E de um dos bons.
Tendo isto em vista, a estrutura do livro e a voz com que o autor expõe o seu conhecimento são, inevitavelmente, aspectos que se destacam. A estrutura, porque, ao alternar entre o sonho de Burnham (e o seu percurso até o tornar real), o pesadelo de Holmes (com o seu meticuloso plano) e ainda a breve mas estranha história do angustiado Prendergast, o autor cria uma perspectiva mais vasta de tudo o que se passa, ao mesmo tempo que mantém viva a curiosidade em saber mais sobre cada uma das partes. A voz do autor, porque com a sua cativante fluidez, apresenta os factos com a envolvência de quem conta uma história. Tudo é real e os detalhes são mais que muitos e, ainda assim, nunca se perde o fascínio que prende a atenção do leitor.
E, falando nos detalhes, importa referir o também grande ponto forte que, ao longo de toda a leitura, nos lembra de que este livro não é um romance. Trata-se, claro, da vastíssima quantidade de informação que vai sendo apresentada, quer sobre os muitos elementos envolvidos na construção da Feira, quer do contexto económico e social, quer ainda, mais tarde, do percurso dos protagonistas através do tempo. Há todo um mundo de conhecimento para assimilar neste livro e isso exige tempo e concentração. Mas a envolvência da escrita torna a viagem agradável e o muito que o tema tem de fascinante faz com que o percurso seja amplamente compensador.
Muitíssimo interessante e de leitura cativante, este é, portanto, um livro que, bem longe da ficção, traça, com a mesma envolvência de um romance, o retrato de dois mundos contidos na mesma cidade. Fascinante no conteúdo e brilhantemente escrito... Muito bom.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Novidade Topseller

Será o nosso coração capaz de amar para além do mundo real?
Michael era o amigo imaginário de Jane, que a acompanhava, guiava e protegia quando ela, ainda criança, se sentia sozinha. Apesar de a mãe ser uma bem-sucedida produtora da Broadway e do ambiente glamoroso que a rodeava, Jane não era uma menina feliz. Michael e Jane eram os melhores amigos mas, quando ela fez 9 anos, o seu amigo imaginário teve de partir…
Vinte e três anos mais tarde, Jane é uma dramaturga de sucesso, trabalha na produtora da mãe e tem um namorado atraente e encantador. No entanto, ela continua infeliz e sem conseguir esquecer Michael. Até que, inesperadamente, volta a vê-lo. Teria Michael afinal sido sempre real?
 Uma história de amor mágica e comovente, com uma reviravolta emocionante, que nos faz acreditar no poder do amor verdadeiro.

James Patterson já criou mais personagens inesquecíveis do que qualquer outro escritor da actualidade. É o autor dos policiais Alex Cross, os mais populares dos últimos vinte e cinco anos dentro do género. Entre os seus maiores bestsellers estão também as colecções Private: Agência Internacional de Investigação, The Women’s Murder Club (O Clube das Investigadoras) e Michael Bennett.
Patterson é também o autor que teve mais livros até hoje no topo da lista de bestsellers do New York Times, segundo o Guinness World Records. Desde que o seu primeiro romance venceu o Edgar Award, em 1977, os seus livros já venderam mais de 300 milhões de exemplares. Patterson escreveu também diversos livros de grande êxito para leitores jovens, entre os quais estão as séries Confissões, Maximum Ride, Escola e Eu Cómico. São mais de 3,9 milhões os que seguem o autor no Facebook.
Gabrielle Charbonnet é escritora de livros para jovens adultos. Vive na Carolina do Norte com o marido, as duas filhas, dois enteados, um caniche e uma quantidade incrível de gatos.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O Exército Furioso (Fred Vargas)

Ao receber a visita de uma mulher amedrontada e hesitante, o comissário Adamsberg está longe de imaginar que será atraído para o cenário de uma antiga lenda. Mas diz a sua enigmática visitante que pessoas vão morrer em Ordebec e que, por isso, também a vida dos seus filhos ficará em perigo. É que por lá passa o Exército Furioso, uma horda de mortos sob as ordens do suserano Hellequin. E diz-se que os vivos apanhados na marcha desse estranho exército têm crimes a expiar - e que, por isso, estão destinados a morrer.Ora, apesar dos seus estranhos métodos, Adamsberg está longe de acreditar nesta lenda. Ainda assim, algo o atrai a Ordebec. E quando um outro caso o leva a agir à margem da sua autoridade, enfrentar o Exército Furioso e descobrir a verdade pode ser também a melhor forma de lidar com a sua situação.
Um dos aspectos mais interessantes neste livro é que, apesar de tudo o que há de improvável nas personagens e do enredo, o registo da narrativa consegue manter uma linha sóbria e até algo nostálgica, surpreendendo na forma como esta se adequa ao carácter do seu protagonista. Aliás, basta o episódio inicial, com o que tem de surreal a contrastar com a naturalidade com que é narrado, para realçar este curioso contraste entre a peculiaridade dos casos, a quase leveza dos momentos mais estranhos e uma quase melancolia associada aos pensamentos de Adamsberg.
Outro grande ponto forte está no desenvolvimento das personagens e, neste aspecto, importa realçar que, apesar de ser Adamsberg o protagonista, está longe de ser o único elemento fundamental. Em primeiro lugar, a sua muito disfuncional equipa surpreende - e surpreende tanto o leitor como alguns intervenientes externos do enredo - pela capacidade de obtenção de resultados. Além disso, do conhecimento enciclopédico de Danglard à imensa capacidade de acção de Retancourt, só para destacar alguns, há todo um espectro de personagens peculiares, mas muitíssimo cativantes, a dar vida a um mistério que é, por si só, cheio de surpresas.
E passando aos casos propriamente ditos, escusado será dizer que é a situação do Exército Furioso o elemento dominante e, neste aspecto, sobressai, por um lado, o muito bom desenvolvimento do elemento sobrenatural, com a forma como a lenda condiciona as vidas de todos, acreditando ou não no que é narrado, a levantar muitas e boas questões, e, por outro, a forma como as pistas - ou falta de - abrem caminho a uma conclusão surpreendente. Mas há ainda um segundo caso, mais discreto, mas também muito interessante. A delicada situação de Mo, com a sua posição de fragilidade antes os interesses dos poderosos, torna especialmente cativante o envolvimento pessoal de Adamsberg, ao mesmo tempo que coloca em evidência a sempre pertinente questão da acção da justiça para com fracos e fortes.
Peculiar nas personagens e no enredo a que estas dão forma, este é, pois, um livro que surpreende em muitos aspectos. Cativante no seu registo muito próprio, quase confere leveza a questões complicadas. Surpreendente nos grandes momentos, mas também nas pequenas coisas, chama a atenção desde cedo e nunca deixa de cativar. E, assim sendo, o que fica é a mais positiva das impressões, bem como a vontade de conhecer mais sobre estas personagens. Muito bom.

Novidade Presença

Gata Branca
Holly Black
Título Original: White Cat – The Curse Workers
Tradução: Marta Mendonça
Páginas: 268
Colecção: Diversos Literatura No 73
PREÇO SEM IVA: 14,06€ / PREÇO COM IVA: 14,90€
ISBN: 978-972-23-5415-8
Data de Publicação: 18 Novembro 2014

Cassel Sharpe é um jovem de dezassete anos que deseja ter uma vida normal. Mas quando se nasce numa família com uma forte tradição em manipulação de maldições a normalidade não é algo fácil de alcançar. Cassel vive ensombrado pela ameaça de, a qualquer momento, os poderes maléficos que correm na sua família se manifestarem também em si. Por diversas vezes, a sua vida é posta em risco quando, em sucessivos episódios de sonambulismo, passeia pelos telhados do colégio interno que frequenta. 
De volta a casa, torna-se cada vez mais claro para Cassel que um tenebroso segredo familiar ameaça destruí-lo. Desejoso de perceber quem realmente é, o jovem inicia uma cruzada de autodescoberta que o leva a enfrentar perigos cada vez maiores. 
Holly Black traz-nos uma narrativa fascinante que abre um novo capítulo neste género literário, o thriller noire.

Holly Black é a autora de As Crónicas de Spiderwick e As Novas Crónicas de Spiderwick, duas séries publicadas pela Presença, que foram muito aclamadas pelo público e se tornaram bestsellers do New York Times. Gata Branca foi nomeado para Best Hero Category no Indigo Teen Read Awards, em 2010, e para o 2011 Andre Norton Award. O leitor pode visitar a autora em blackholly.com

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Novidade Topseller

Abigail Campano chega a casa e entra num cenário de pesadelo. Uma janela partida, uma pegada de sangue na escada e, a visão mais devastadora de todas, a sua filha adolescente morta no chão. Sobre ela está um homem com uma faca ensanguentada na mão. A luta que se segue vai mudar a vida de Abigail para sempre.
Quando a polícia local comete um erro que não só ameaça a investigação mas também coloca em perigo a vida de uma jovem, o caso é entregue ao agente especial Will Trent do Georgia Bureau of Investigation. Will terá como parceira a detective Faith Mitchell, do Departamento de Polícia de Atlanta, que logo no primeiro encontro lhe mostra que não é a sua maior fã.
Sob o calor implacável do verão de Atlanta, Will e Faith percebem que só trabalhando juntos conseguirão travar o homicida brutal que tem como alvo uma das comunidades mais ricas e privilegiadas da cidade. Antes que seja tarde demais.

Karin Slaughter é uma autora americana de ficção policial, nascida em Janeiro de 1971. O seu primeiro thriller, Blindsighted, publicado em 2001, tornou-se um êxito imediato. Desde então, já publicou cerca de vinte livros, que atingiram consecutivamente o top dos mais vendidos no Reino Unido, nos EUA, na Holanda, na Alemanha, na Irlanda, na Dinamarca e na Austrália.
Karin Slaughter já vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo e é publicada em 32 línguas. Em 2015 será publicado o terceiro volume da série Will Trent, intitulado Génesis.

Novidade Guerra e Paz

Este é o livro que nos leva de volta a casa, aos braços da nossa Mãe.
A Mãe está sentada com o mar diante dos olhos… É a Mãe de José Jorge Letria quem tem o mar diante dos olhos, mas podia ser a nossa Mãe. Este é o livro que cada um de nós queria ter escrito à sua própria Mãe. Um livro confessional, um livro de amor, o amor que, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, podemos negar a outros, mas não negamos a essa figura, à Mãe que, generosa, nos deu o sopro da vida.
José Jorge Letria escreveu uma obra intensa sobre a sua Mãe, com episódios reais fortemente emotivos. Este é um livro comovente, tão verdadeiro como os momentos únicos, de choro ou de riso que, entre mãe e filho, tecem o laço mais forte das nossas vidas. 

José Jorge Letria é ficcionista, mas também jornalista, poeta, dramaturgo, nasceu em Cascais, em 1951. Tem livros traduzidos em mais de uma dezena de idiomas e foi premiado em Portugal e no estrangeiro, destacando-se dois Grandes Prémios da APE, o Prémio Aula de Poesia de Barcelona, o Prémio Internacional UNESCO, o Prémio Eça de Queirós-Município de Lisboa e o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte.
O essencial da sua obra poética encontra-se condensado nos dois volumes da antologia O Fantasma da Obra. Ao lado de nomes como José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, foi um dos mais destacados cantores políticos portugueses, tendo sido agraciado em 1997 com a Ordem da Liberdade. Mestre em Relações Internacionais e doutorando em Ciências da Comunicação, é presidente da Sociedade Portuguesa de Autores e do Comité Europeu de Sociedades de Autores.
Em 2014, publicou, com a chancela da Guerra e Paz, o seu mais recente romance, A Volta ao Medo em 80 Dias.

domingo, 9 de novembro de 2014

Tempo Limite (Janet Evanovich e Lee Goldberg)

Nick Fox é o décimo da lista dos mais procurados do FBI. Kate O'Hare é uma gente com uma obsessão em persegui-lo. Mas, juntos, formam a melhor das equipas. Foi isso, aliás, que os uniu na missão secreta de agir, sempre que necessário, para alcançar os que o poder tornou intocáveis. Desta vez, o que se passa é que um artefacto valioso, supostamente pertença do Smithsonian, deve ser devolvido ao governo chinês como um gesto de boa vontade. Mas o problema é que o verdadeiro artefacto não está no museu, tendo sido substituído por uma falsificação após um roubo que nunca foi divulgado. Agora, cabe a Nick e Kate conceber o golpe que lhes permitirá recuperar o galo de bronze. Mas, tendo em conta que quem o tem na sua posse é um indivíduo poderoso e sem escrúpulos, as coisas podem tornar-se complicadas...
Se compararmos este livro (e o anterior O Golpe) com os de outras séries da autora, há, desde logo, um elemento que sobressai e que é, aliás, um dos seus grandes pontos fortes. Mais sóbrio, ainda que com humor quanto baste, e com um enredo em que os acontecimentos têm menos de improvável, este é um livro bastante mais equilibrado, menos centrado no humor e mais na acção e, por isso mesmo, mais cativante. Além disso, ao deixar aos acontecimentos um maior protagonismo, não só a história se torna mais plausível, como o ritmo da acção, com todos os perigos envolvidos e a forma como estes moldam a interacção entre as personagens, se torna bem mais viciante.
Para isso contribuem também as próprias personagens. De naturezas diferentes, mas, apesar disso, com muito em comum, Nick e Kate formam, de facto, uma boa equipa. As suas personalidades complementam-se e, por isso, a forma como interagem surge como algo de natural. Seja nos momentos de tensão, seja nos episódios mais divertidos, e sem esquecer ainda o ocasional - mas muito bem conseguido - toque de emoção, a interacção entre os protagonistas nunca deixa de cativar. Além disso, as restantes personagens, quer aliados, quer inimigos, contribuem também com as suas peculiaridades para tornar o enredo mais interessante. 
E se tudo isto contribui para a intensidade do enredo, é claro que os acontecimentos em si são, ainda e sempre, a base essencial. Planos arriscados que resultam em situações caricatas, perigos e ameaças contornados - ou enfrentados - da melhor forma possível, dúvidas de consciência que moldam o rumo dos acontecimentos e planos brilhantes para conseguir o (aparentemente) impossível dão forma a uma história em que a acção é constante, a diversão é garantida e tudo é equilibrado nas medidas certas.
O resultado é um livro que não desilude. Leve quanto baste, mas intenso e surpreendente, repleto de acção, mas com o toque perfeito de humor e de emoção, cativa desde as primeiras páginas e nunca deixa de surpreender. Com uma boa história e personagens carismáticas, a soma de tudo é, claro, um livro muito bom.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Caldeira do Diabo (Ângelo de Carvalho)

Bastou um código aparentemente simples, mas ao alcance de poucos, para despertar reacções em diferentes partes do mundo. Um físico nuclear iraniano passou informações para o exterior e são muitos, desde os mais poderosos aos intervenientes aparentemente inócuos, os interessados em desvendar o mistério. Mas, na corrida às respostas, há um homem que, sem querer, está prestes a tornar-se no centro de uma aventura. Para salvar a família do irmão, Alessandro Ferratti precisa de viajar para o Irão, acompanhado apenas de algumas escassas pistas e de uma agente que lhe mexe com os nervos, e de encontrar o caminho para a solução do mistério. Mas nem as respostas serão as que espera nem os que o rodeiam são quem dizem ser...
Com uma história que se dispersa entre diferentes lugares e múltiplas personagens, este é um livro que dificilmente se tornará de leitura compulsiva, mas que, apesar disso, consegue ser bastante interessante. Isto deve-se essencialmente a um conjunto de pontos fortes: a escrita agradável, apesar de algo elaborada, a vastidão de conhecimentos que está na base do enredo e a capacidade de construir momentos intensos, mesmo com personagens que nunca se tornam próximas. 
Esse vasto conhecimento é, aliás, o traço mais característico de algumas personagens e particularmente do protagonista.E, ainda que nem seja um elemento particularmente abonatório da personalidade de Alessandro, já que este consegue ser de um exibicionismo cansativo, é um bom ponto de partida para a muita informação relevante que vai sendo apresentada ao longo da história. A situação política e a ponderação sobre a influência dos interesses dos poderosos, bem como o ocasional tom de teoria da conspiração, aliam-se a um interessante desenvolvimento do contexto histórico e de algumas ideologias a ele associadas. Assim, pode ser que nem sempre o percurso das personagens seja marcante, mas o lado informativo nunca deixa de cativar.
Quanto ao impacto dos tais momentos mais intensos, é particularmente relevante devido à impressão de distância que, a princípio, se sente. A história particular das personagens é secundária relativamente ao cenário global e, por isso, não se sente grande empatia. Mas há situações pontuais, grandes revelações ou simples situações de medo, que, subitamente, humanizam as personagens. Também isto contribui para tornar a história mais interessante.
Em termos de escrita, fica a impressão de que a vontade de conferir mais realismo à expressão das personagens (usando os seus respectivos idiomas) quebra um pouco o ritmo da narrativa. Ainda assim, uma vez assimiladas as particularidades, a leitura torna-se mais fluída, permitindo uma maior concentração no enredo. Enredo esse que deixa umas quantas pontas soltas, mas também várias respostas interessantes.
A soma de tudo isto é uma história que, apesar da distância e do ritmo pausado, se entranha, aos poucos, com os seus momentos surpreendentes e a muita informação interessante. Uma leitura cativante, portanto.

Novidades Planeta

Quando Henrique Tudor conquista a coroa de Inglaterra após a batalha de Bosworth sabe que tem de se casar com a princesa da casa inimiga, Isabel de York, para unificar um país dividido pela guerra há duas décadas. 
Mas a noiva ainda está apaixonada pelo seu inimigo morto, Ricardo III. A mãe de Isabel e metade de Inglaterra sonham com o herdeiro ausente, que a Rainha Branca enviou para o desconhecido. 
Embora a nova monarquia tome o poder, não consegue ganhar o coração de uma Inglaterra que espera o regresso triunfante da Casa de York.
O maior receio de Henrique é que um príncipe esteja escondido à espreita para reclamar o trono. Quando um jovem que quer ser rei conduz o seu exército e invade Inglaterra, Isabel tem de escolher entre o novo marido, por quem se começa a apaixonar, e o rapaz que afirma ser o seu amado e perdido irmão: a Rosa de York volta para casa finalmente.

Clary e os amigos enfrentam a mais terrível expressão do Mal que alguma vez tiveram de combater: o irmão de Clary. Sebastian Morgenstern está ao ataque e volta Caçador de Sombras contra Caçador de Sombras. Com a ajuda da Taça Infernal, transforma Nefelins em criaturas saídas de um pesadelo, separando famílias e amantes enquanto engrossa as fileiras dos seus Ensombrados. 
Acossados, os Caçadores de Sombras refugiam-se em Idris... mas nem os poderes demoníacos de Alicante conseguem manter Sebastian à distância. 
E com os Nefelins encurralados em Idris, quem protegerá o mundo contra os demónios? 
Quando é desmascarada uma das maiores traições de toda a história dos Caçadores de Sombras, Clary, Jace, Isabelle, Simon e Alec são obrigados a fugir – ainda que a sua viagem os leve até ao coração dos reinos demoníacos, onde nunca nenhum Caçador de Sombras fora e de onde nenhum ser humano alguma vez regressara.

Um livro narrado por Francisco d’Ollanda, ou melhor pelo seu espírito, já que o narrador está morto, num tom cheio de humor, que nos relata as peripécias que o seu ser imaterial vai acompanhando. 
Francisco d’Ollanda foi o primeiro arquitecto e visionário a quem D. João III pediu estudos para a construção de um aqueduto que abastecesse de água a cidade de Lisboa e aqui conta, quase dois séculos depois, como se processou todo o estudo, adjudicação e construção do Aqueduto das Águas Livres, já no reinado de D. João V. 
Ficamos a saber tudo sobre os seus construtores e as tramóias, as intrigas, as traições, os golpes de génio que vão fazendo andar de um para outro dos arquitectos e engenheiros que ficaram com o seu nome ligado ao fabuloso monumento. 
Entre a Inquisição e a Maçonaria, as forças vão-se digladiando, fazendo andar e desandar as obras – e os gastos – até finalmente, poucos dias após a morte do próprio monarca, a água chegar finalmente a Lisboa.

Após ter suportado o que há de pior em Vaughn, Rhine encontra um improvável aliado no seu irmão, um inventor excêntrico chamado Reed. 
Obtém refúgio na sua casa em ruínas, apesar de as pessoas que deixou para trás se recusarem a permanecer no passado. 
Enquanto Gabriel assombra as memórias de Rhine, Cecily está determinada a continuar ao lado de Rhine, embora os sentimentos de Linden estejam ainda divididos entre ambas. 
Entretanto, o crescente envolvimento de Rowan na resistência clandestina obriga Rhine a procurá-lo antes que faça algo de irremediável. Mas o que descobre pelo caminho tem implicações alarmantes no seu futuro e no passado que os pais nunca tiveram oportunidade de lhe explicar.

Este romance conta a história de um homem - um branco, português, de uma família de retornados a Portugal com a descolonização - que regressa à cidade onde viveu a sua infância e juventude. 
A cidade é a mesma, e é outra – chama-se Maputo. Na alterada geografia poucos marcos se mantêm: uma amizade, os fantasmas que lhe povoam a solidão, e a Vila Algarve. 
Procurando um lugar incerto na vastíssima cidade, entre o bar do Esperança e a morada do seu desespero, só o amigo de infância, tornado professor e poeta – o narrador desta história – e a sua doce Fathma surgem a Dória como refúgio, família e ninho. De resto, todas as memórias de quem ainda luta pela verdade – como Mavuze – o velho inspector da polícia, convergem para a Vila Algarve, a sede da PIDE naentão Lourenço Marques, onde foram interrogados, torturados e mortos muitos opositores ao regime e muitos intelectuais e artistas moçambicanos. 
É tempo de confrontar os fantasmas: os próprios e os alheios.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Passatempo Maze Runner - A Cura Mortal

O blogue As Leituras do Corvo, em parceria com a Editorial Presença, tem para oferecer um exemplar do livro Maze Runner - A Cura Mortal, de James Dashner. Para participar basta responder às seguintes questões:

1. Como se chama o protagonista deste livro?
2. Em que estado norte-americano nasceu James Dashner?
3. Quais são os títulos dos volumes anteriores da série?

Regras do Passatempo:
- O passatempo decorrerá até às 23:59 do dia 16 de Novembro. Respostas posteriores não serão consideradas.
- Para participar deverão enviar as respostas para carianmoonlight@gmail.com, juntamente com os dados pessoais (nome e morada);
- O vencedor será sorteado aleatoriamente entre as participações válidas;
- Os vencedores serão contactados por email e o resultado será anunciado no blogue;
- O blogue não se responsabiliza pelo possível extravio do livro nos correios;
- Só se aceitarão participações de residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Novidades Marcador

Ferido no cumprimento do dever, o detective de homicídios John Corey, da Polícia de Nova Iorque, está a convalescer na região leste de Long Island quando um casal jovem e atraente é encontrado assassinado a tiro no terraço da casa onde habitava. As vítimas eram biólogas na Ilha de Plum Island, um local de pesquisas que os rumores dizem ser uma incubadora de armas biológicas. Subitamente o duplo assassinato adquire terríveis implicações globais – e lança Corey e duas mulheres extraordinárias numa investigação perigosa aos segredos mais profundos da Ilha.

NELSON DeMILLE nasceu em Nova Iorque em 1943. Construiu uma carreira literária marcada por enormes sucessos mundiais. Todos os seus livros chegaram ao primeiro lugar do The New York Times e da Publishers Weekly, tendo totalizado, em conjunto, 380 semanas na lista dos mais vendidos.
É um dos três escritores que mais vendem em todo o mundo, com mais de 100 milhões de livros vendidos. Os seus romances têm sido amplamente aclamados pelo público e pela crítica. 
Na Marcador publicou os livros Quando a Noite Cai, O Jogo do Leão, O Leão e o Jogo do Leopardo.

Os Grandes Ditadores da História apresenta-nos uma visão muito abrangente das ideias, das vidas, e dos actos desses homens que influenciaram enormemente os seus países e o mundo.
Os ditadores, com personalidades invulgares e especiais, mais ou menos convictos das suas ideias, com menor ou maior empatia com o seu povo, subiram ao poder, em geral, graças a enormes doses de astúcia, de força de vontade e de outros talentos formidáveis, infelizmente combinados com a falta de escrúpulos e de compaixão.

Pedro Rabaçal é licenciado em Engenharia Agronómica, ramo de Economia Agrária e Recursos Naturais, pelo Instituto Superior de Agronomia, e tem uma pós-graduação em Estudos Avançados de Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Desde muito novo que desenvolveu um amor inato pela leitura, interessando-se por livros das mais diversas temáticas.
O interesse, que continuou até hoje sem nunca perder fulgor, fê-lo descobrir e usufruir dos prazeres da imaginação e aprender também a pertinência da informação e da pesquisa para o conhecimento e a emissão de opinião a respeito de qualquer assunto.
É autor das obras 100 Datas que Fizeram a História de Portugal e As Vidas de 30 Césares, ambas editadas pela Marcador.

Novidade Bertrand

O lendário restaurador de arte e espião ocasional Gabriel Allon está em Veneza a restaurar um altar de Veronese quando recebe uma chamada urgente da polícia italiana. Julian Isherwood, o excêntrico negociante de arte londrino, deparou com o cenário de um homicídio brutal e agora é suspeito do crime. Para salvar o amigo, Gabriel tem não só de descobrir os verdadeiros assassinos, como também de encontrar a mais famosa das obras de arte desaparecidas: a Natividade com São Francisco e São Lourenço, de Caravaggio.
A sua missão levará Allon de Paris e Londres aos submundos do crime em Marselha e na Córsega e, finalmente, a um pequeno banco privado na Áustria, onde um homem perigoso guarda a fortuna suja de um cruel ditador. Ao seu lado, o espião tem uma jovem corajosa que sobreviveu a um dos piores massacres do século XX e que tem agora a possibilidade de se vingar da dinastia que lhe destruiu a família. 
Um livro elegante, sofisticado e de leitura compulsiva que deixará os fãs de Gabriel Allon cativados desde as primeiras páginas.

Daniel Silva foi jornalista e trabalhou para a UPI, primeiro em Washington e depois no Cairo, como correspondente para o Médio Oriente. Nesse período cobriu diversos conflitos políticos e a guerra Irão-Iraque. Conheceu a sua mulher, correspondente da NBC, e regressaram aos Estados Unidos, onde Daniel Silva foi produtor da CNN durante vários anos, tendo sido responsável por alguns programas muito populares, como Crossfire, The International Hour e The World Today, entre outros. 
Em 1997, logo após o êxito do seu primeiro livro, O Espião Improvável, Daniel Silva resolveu dedicar-se por completo à escrita, tendo entretanto publicado diversos best-sellersmundiais. 
O Washington Post coloca-o «entre os melhores jovens autores norte-americanos de literatura de espionagem» e é com frequência comparado a Graham Greene e a John le Carré. Vive em Washington D.C., com a mulher e os dois filhos.
Em 2009, foi nomeado para o Conselho do Museu do Holocausto dos Estados Unidos.

Novidade Bertrand

Quando o seu amigo lhe propõe que atravesse uma porta do tempo para regressar ao passado com uma missão especial, Jake fica completamente arrebatado. A ideia é impedir que Lee Harvey Oswald mate o presidente Kennedy. Jake regressa a uma América apaixonante e começa uma nova vida no tempo de Elvis, dos grandes automóveis americanos e de gente a fumar. O curso da História está prestes a mudar...

22/11/63 é a 54a obra de ficção de Stephen King, um dos autores mais lidos em todo o mundo. Uma vez mais, o autor recorre às bases da literatura popular (neste caso, a ideia das viagens no tempo) para construir um romance que vai muito além do simples entretenimento. King aproveita para revisitar a América do final da década de 1950, a América da sua infância, marcada pelo crescimento económico e pelo bem-estar das famílias mas também, de forma negativa, pelo racismo e pelos temores de um conflito nuclear. Ao mesmo tempo, o livro coloca questões profundas sobre a natureza das nossas sociedades democráticas constituindo, nas palavras do autor, um «alerta contra os perigos do extremismo ideológico.»

Stephen King, é um dos mais populares autores contemporâneos. 
Escreveu mais de quarenta livros, incluindo Carrie, A História de Lisey e Cell, Chamada para a Morte. Vencedor do prestigiado National Book Award e nomeado Grande Mestre nos prémios Edgar Allan Poe de 2007, conta hoje com mais de trezentos milhões de exemplares vendidos em cerca de trinta e cinco países. 
Números e um currículo impressionantes a fazerem jus ao seu estatuto de escritor mais bem pago do mundo.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ao Encontro do Destino (Amy Hatvany)

Ao perder a filha de doze anos num acidente, Hannah perdeu uma grande parte do que a fazia viver. Mas, ainda que pouco conforto pudesse retirar da sua decisão, soube que a doação dos órgãos de Emily poderia salvar muitas vidas e, por isso, não poderia escolher de outra forma. Um ano depois, e ainda a aprender a viver com a dor, Hannah acaba de inaugurar o seu novo salão de cabeleireiro quando a entrada de uma mulher com a sua filha adolescente começam a ligação que vai abalar a sua vida. É que Maddie, agora com dezasseis anos, foi a receptora do fígado de Emily e, ao perceber que todas as pistas lhe indicam essa ligação, Hannah não se consegue afastar. Mas as vidas de Maddie e da mãe, Olivia, estão longe de ser serenas e perfeitas. Presas a uma relação abusiva, ambas estão habituadas a fingir que nada se passa. Mas talvez esteja próximo o ponto em que fingir já não chega...
Dividido entre dois grandes temas, e abordando-os a ambos com a mesma intensidade, este é um livro que tem como grande ponto forte - e como causa essencial do impacto que provoca - a forma como retrata, por um lado, as reacções à perda de um filho e, por outro, a questão da violência doméstica. A história divide-se entre as três protagonistas, Maddie, Olivia e Hannah, contando as histórias sob os seus pontos de vista (e, no caso de Maddie, pela sua voz). E é através dos seus olhos que as questões são abordadas, o que, além de criar uma maior proximidade para com as personagens, torna mais clara a verdadeira complexidade das situações em que vivem. No caso de Hannah e da sua perda, as questões prendem-se com a sua forma de fazer o luto, mas também com o comportamento dela para com o mundo em redor e dos que lhe são próximos em relação a ela. Para Olivia e Maddie, são as razões para ficar em oposição às razões para partir, as dúvidas e o julgamento dos outros, a ténue linha que separa o que é fraqueza do que é verdadeira coragem.
As tribulações na história destas personagens, mais até que as ligações que estabelecem (ainda que estas sejam também muito importantes) estão na base de um enredo que, cativante desde as primeiras páginas, está, todo ele, repleto de tensão e de emoção. É fácil sentir empatia para com as protagonistas. E é a forma como lidam com os seus problemas, nem sempre fazendo a escolha certa, mas revelando tanto as forças como as vulnerabilidades, que torna Maddie, Hannah e Olivia personagens humanas e completas.
Ainda que haja uma forte relação entre as três protagonistas, há também, para cada uma delas, uma história particular e pessoal, mas, com tanto a acontecer na perspectiva global, há elementos que acabam por ficar para segundo plano e algumas pontas soltas das quais seria interessante saber mais. O passado de James, por um exemplo, é um aspecto do qual teria sido bom ver um maior desenvolvimento, já que, ainda que não o pudesse justificar, tornaria mais completa a sua caracterização. E quanto a personagens como Dirk, Noah, Sophie e Seth, há uma relação discreta e com muito potencial, mas para a qual muito é deixado em aberto. Ainda assim, e apesar da curiosidade que fica relativamente a estes aspectos, nada de essencial é deixado por dizer e o impacto da história é mais que suficiente para compensar a falta destes elementos.
Grandes temas e personagens fortes, numa história intensa e repleta de emoção, fazem deste Ao Encontro do Destino uma leitura cativante, comovente e com muito de memorável. Vale a pena ler, portanto.

Novidade Topseller

Gwyn Huntington sabe como organizar uma boa festa. Mas na manhã do 35.º aniversário do seu casamento, ela está a tratar dos preparativos finais para uma festa muito particular: a festa do seu divórcio.
A quase 200 km dali, a futura nora de Gwyn, Maggie Mackenzie, encontra-se no seu apartamento de Brooklyn a tentar organizar a sua nova vida. Maggie está apaixonada por Nate, um homem maravilhoso, e nesse dia vai conhecer os pais dele. Mas o dia em que os conhecerá será o dia em que se vão separar. E porque é que Nate lhe escondeu tanta coisa do seu passado, que só agora lhe revela?
A Festa do Adeus leva-nos até às vidas de duas mulheres que, apesar de todas as diferenças que as separam, se confrontam com a mesma dúvida: até onde podemos ir para ficar com a pessoa que amamos?

Laura Dave é autora bestseller de vários livros, incluindo O Primeiro Marido e A Festa do Adeus, este último em vias de ser adaptado ao cinema. Escreve para o New York Times, o New York Observer e o Huffington Post e participa em programas da Fox News e da National Public Radio.
A sua escrita aborda, em especial, as relações amorosas e familiares, e os laços afectivos. Nascida em Nova Iorque, vive atualmente com o marido em Los Angeles.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A Seleção (Kiera Cass)

America Singer sabe que ser uma das Seleccionadas poderia resolver muito dos problemas da sua vida, mas entrar na competição é tudo o que ela não quer. Primeiro, porque não tem propriamente a melhor das imagens do príncipe Maxon, aquele por quem as trinta e cinco Seleccionadas competirão. Mas, mais do que isso, o seu coração tem outro dono e é com Aspen que quer ficar, ainda que o facto de pertencerem a castas diferentes levante inúmeros problemas. Mas as dúvidas quanto ao que poderia ser - e alguns mal-entendidos entre ambos - acabam por fazer com que America preencha o formulário. E, a partir do momento em que o seu nome é escolhido, tudo muda. Para trás terão de ficar a família e a forma de vida do passado. No palácio, espera-a o desafio de uma vida... e a descoberta de que o que tinha como certo não é necessariamente verdade.
Um dos aspectos mais interessantes neste livro é que, apesar de ser bastante simples, tanto em termos de história como de escrita, consegue, apesar disso, cativar desde o início. Narrado na primeira pessoa pela protagonista, cria uma agradável sensação de proximidade e uma perspectiva mais próxima do funcionamento do sistema. E se, por outro lado, esta perspectiva acaba por ser um pouco restritiva, já que o conhecimento de America tem os seus limites, aquilo que é revelado é mais que suficiente para despertar curiosidade, criando uma certa expectativa para o que se seguirá. Além disso, há bastante potencial em toda a questão do sistema de castas e nos misteriosos motivos dos rebeldes.
Apesar do que há de interessante no cenário, é nas personagens que se centra a história. E, no que a elas diz respeito, sobressaem principalmente alguns momentos divertidos e uma emotividade envolvente. Tendo em conta a situação em que se movem, fica a impressão de que haveria espaço para um pouco mais de conflito, especialmente considerando o ambiente de competição, mas, apesar disso, as interacções de America e Maxon conseguem ser realmente cativantes. 
Quanto à questão dos sentimentos divididos da protagonista, há claramente ainda muitas possibilidades por explorar. Ainda assim, e tendo em conta a evolução das coisas, é particularmente positivo notar que, apesar do evidente triângulo amoroso, há uma certa naturalidade no desenvolvimento das relações, principalmente no que diz respeito a Maxon.
Trata-se, portanto, de uma história que, apesar do muito potencial ainda por explorar, consegue despertar curiosidade para as suas personagens e o universo em que se movem. Envolvente, de leitura agradável e com alguns momentos especialmente bem conseguidos, um início promissor.

Novidade Presença

Maze Runner – A Cura Mortal – Livro 3
James Dashner
Título Original: The Death Cure
Tradução: Marta Mendonça
Páginas: 344
Colecção: Via Láctea No 119

Thomas atravessou o Labirinto; sobreviveu à Terra Queimada. A CRUEL roubou-lhe avida, as memórias, e até mesmo os amigos. Mas agora as Experiências acabaram, e a CRUEL planeia devolver as memórias aos sobreviventes e completar assim a cura para o Fulgor. Só que Thomas recuperou ao longo do tempo muito mais memórias do que os membros da CRUEL julgam, o suficiente para saber que não pode confiar numa única palavra do que dizem. Conseguirá ele sobreviver à cura? 

James Dashner nasceu no estado norte-americano da Georgia em 1972. Concluiu a sua licenciatura na Bringham Young University e em 2003 publicou o seu primeiro livro, A Door in the Woods. É também autor, entre outros títulos, da série The 13th Reality, publicada entre 2008 e 2010. Correr ou Morrer, o primeiro livro da série Maze Runner, foi considerado pela revista Kirkus um dos melhores livros juvenis de 2009, tendo sido recentemente adaptado ao grande ecrã. O segundo livro da série, intitulado Provas de Fogo, também se encontra publicado nesta colecção.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.