sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Palavras de Um Sonho (Tiago Pereira)

O mundo como o vemos e como o sentimos. Sombras e anseios, conquistas e derrotas, sonhos deixados por concretizar e passos em direcção a um coração mais aberto. De tudo isto, e talvez um pouco mais, falam os poemas deste livro que, numa voz simples, da qual emergem pontuais laivos de brilhantismo, tem tanto de pessoal como de universal.
Olhando a vida de uma perspectiva que é, ao mesmo tempo, de inocência e melancolia, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pelos contrastes. Em termos de estrutura, os poemas são bastante simples, limitados, por vezes, pelas imposições da rima, e centrados nas ideias essenciais. Por outro lado, as frases que surgem entre alguns dos poemas conseguem expressar, em poucas palavras, ideias surpreendentemente complexas. O contraste entre as duas partes é, por isso, memorável, como que havendo uma voz que mergulha nas profundezas da natureza humana, e que acrescenta algo mais à perspectiva mais pessoal e sucinta dos poemas.
Este lado pessoal é outro dos aspectos interessantes. Mesmo nos poemas mais breves e nos que deixam a impressão de algo mais deixado por dizer, há um sujeito poético comum que é facilmente reconhecível. Sujeito esse que tem pontos de vista bastante definidos sobre a vida e o que dela deseja. Este registo pessoal, de um indivíduo único perante o mundo, confere ao conjunto uma sensação de unidade, de um mesmo olhar sobre o todo, mesmo quando há diferenças bem evidentes entre as formas de expressão. 
E assim, entre dualidade e unidade, entre o simples e o complexo, entre interior e exterior, cria-se um agradável equilíbrio de elementos, conjugados numa voz que, entre o que diz e o que deixa por dizer, apela a um conhecimento mais profundo. Fica, por isso, a curiosidade em ver o vasto potencial dos temas mais desenvolvido e, apesar disso, a certeza de que o essencial está presente.
Simples, agradável e muitas vezes surpreendente, este é, portanto, um livro que, em tom pessoal, mas com elementos com que qualquer leitor se poderá identificar, conjuga elementos contrastantes para proporcionar uma boa leitura. Gostei, portanto.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

As Instruções da Pitonisa (Erik Axl Sund)

Um carro em chamas, onde se encontram os corpos das principais suspeitas de uma série de homicídios. Uma teia de ligações no centro da qual se encontra um furtivo advogado, cujas acções estão na base de uma série de crimes onde as crianças são as principais vítimas. Duas mulheres que seguem caminhos diferentes em busca de uma forma de superar o passado. E um mistério onde cada resposta dá origem a muitas novas perguntas e a resolução final pode chegar demasiado tarde. Já não é o princípio, mas o princípio do fim. E o fim nunca será o que todos esperam.
Dando continuidade aos acontecimentos anteriores, e abrindo caminho para a sua conclusão, este é um livro que parte dos mesmos pontos fortes de A Rapariga-Corvo e Fome de Fogo, para os desenvolver numa forma mais intensa e mais surpreendente a cada nova revelação. 
É uma história sombria, que divaga pelos mais negros meandros da mente humana, e que, apesar disso, se torna incrivelmente fascinante. Talvez pela forma como a mente de cada uma das personagens é o seu próprio labirinto ou pela forma como supostas certezas acabam por se revelar erradas. Nesta história, nada nem ninguém é o que parece e essa é uma das grandes razões que tornam este livro viciante.
Também impressionante é o desenvolvimento da componente psicológica, principalmente no que diz respeito à mente de Victoria Bergman, mas também no que toca às restantes personagens. A vida pessoal e a vida profissional não estão propriamente separadas, e tudo tem influência nas escolhas que irão abrir caminho para a derradeira conclusão. Além disso, ao acompanhar as diferentes personagens, nas suas acções e revelações, os autores reforçam a ideia que pretendem passar: a de que a mente humana é infinitamente complexa e capaz de se perder nos mais temíveis labirintos.
Este ambiente sombrio acaba também por sair reforçado pela forma como a situação evolui. Nenhum dos mistérios se conclui da forma esperada e nem todas as perguntas encontram resposta. E, ainda assim, tudo faz sentido, num percurso em que é tudo tão complexo - no mundo, como na mente das personagens - que nunca poderia haver respostas fáceis.
Trata-se, portanto, de uma conclusão capaz de surpreender em todos os aspecto e que, precisamente por isso, atinge e supera as expectativas. Intenso e cativante, As Instruções da Pitonisa traça um retrato perturbador dos abismos da mente humana. E, através dele, cativa e surpreende a cada passo. Muito bom.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Novidades Planeta

Esta é a única dieta que lhe permite emagrecer sem esforço, sem stress e sem morrer de culpa. 
Sim, leu bem. O reconhecido nutricionista Alexandre Fernandes explica-lhe de forma clara e fundamentada como é possível emagrecer sem renunciar ao chocolate, em apenas 21 dias. 
O chocolate é um dos alimentos mais apreciados no mundo, mas o seu consumo excessivo leva ao aumento do peso. 
Contudo, o chocolate tem propriedades antioxidantes únicas, que ajudam a melhorar a circulação sanguínea, a prevenir problemas cardiovasculares e o envelhecimento, a manter a beleza e a saúde da pele, e que actuam como anti-inflamatórios. 
Além disso, o consumo de chocolate diminui o stress e, pasme-se, reduz o apetite.
Dieta do Chocolate apresenta um esquema alimentar completo,diferenciado para homens e mulheres, para 21 dias. 
Inclui ainda conselhos úteis e essenciais para cumprir o programa e receitas fáceis para todas as refeições, sem esquecer a sobremesa... sim, claro, conte com as mais deliciosas receitas de chocolate!

Com mais de 50 milhões de jogadores registados, o Minecraft converteu-se num autêntico fenómeno de massas. 
É, sem dúvida, o videojogo do momento. 
Este guia, escrito por um guru do Minecraft, explica todos os truques e técnicas que os jogadores devem conhecer para descobrir todas as possibilidades que oferece o videojogo. 
Com este guia o jogador aumenta os seus conhecimentos em: 
- Mineração: incluindo diamantes e minerais raros. 
- Agricultura: truques de crescimento da agricultura, hacks de sementes, as melhores técnicas de árvores, plantio, entre outras. 
- Combate: para as melhores armas e armaduras. 
- Magia: elaboração de truques e poções.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Novidade Porto Editora

Pelos quatro cantos do mundo, marcas de mãos negras começam a aparecer nas portas, gravadas a fogo por estranhos seres alados, saídos de uma fenda no céu.
Numa loja escura e empoeirada, o abastecimento de dentes humanos de um demónio começa a ficar perigosamente reduzido. E nas ruelas labirínticas de Praga, uma jovem está prestes a embarcar numa jornada sem retorno.
O seu nome é Karou. Karou não sabe quem é, nem porque vive dividida entre o mundo humano e a sua família de demónios, mas crê que as respostas podem estar para lá de uma porta nos recantos sombrios de uma loja, ou no confronto com um completo desconhecido, de olhar abrasador e aparência divina – o anjo que queimou as entradas para o seu mundo, deixando-a só.

Laini Taylor é autora de livros de fantasia, tendo publicado anteriormente a série Dreamdark e o romance finalista do National Book Award Lips Touch: Three Times. Considerado por muitos livreiros e meios de comunicação como o melhor livro do ano de 2011/2012, A Quimera de Praga é o primeiro volume de uma trilogia, com direitos de tradução vendidos para mais de 30 países e cuja adaptação cinematográfica está a cargo dos estúdios da Universal Pictures.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A Educação de Felicity (Marion Chesney)

Com mais de cinquenta anos e bastante mal de finanças, as irmãs Tribble depositam todas as suas esperanças na morte iminente de uma velha tia. Mas, quando descobrem que a herança com que contavam foi, afinal, deixada a um oportunista, vêem-se sem outra alternativa que não a de encontrarem um trabalho. Por isso, decidem lançar-se como educadoras de jovens rebeldes. E o seu primeiro caso não é nada fácil. Felicity Vane foi educada como uma maria-rapaz e o seu temperamento rebelde afasta dela qualquer potencial marido. Nem mesmo o marquês de Ravenswood, para quem o casamento com Felicity poderia ser uma união conveniente, a consegue suportar. A orientação das irmãs Tribble parece ser a última esperança da mãe de Felicity. Mas ninguém imagina as dificuldades que as esperam.
Escrito com uma leveza cativante e com várias personagens e episódios caricatos, este é um livro que cativa, acima de tudo, pelo tom de descontracção. Tudo é peculiar, desde as circunstâncias e ambições das irmãs Tribble à muito atribulada relação entre Felicity e Ravenswood, sem esquecer, entre outros, o oportunista que ficou com a herança das irmãs e os não muito eficientes planos de fuga de Felicity. E se, numa fase inicial, tantas situações caricatas criam uma sensação de estranheza, com o evoluir dos acontecimentos, a história torna-se quase irresistível, com o emergir de um interessante equilíbrio entre humor e emoção.
No que diz respeito às personagens, sobressaem alguns temperamentos bastante vincados, o que, por vezes, cria algumas situações um pouco estranhas. Mas também neste aspecto a estranheza se desvanece passada a fase inicial, quando as aparentes contradições de Felicity e Ravenswood acabam por se desvanecer com a revelação das suas verdadeiras naturezas. Além disso, a evolução do ódio ao amor nunca deixa de ser interessante enquanto base para uma história.
Se, no que diz respeito ao casal protagonista, a história encontra uma conclusão perfeitamente satisfatória, no que toca às irmãs Tribble fica ainda muito por dizer, o que, sendo este o primeiro volume de uma série, cria boas expectativas e desperta curiosidade para os volumes seguintes. Claro que teria sido interessante saber já um pouco mais sobre certos aspectos - e, mais uma vez, o possível papel do oportunista volta a sobressair - mas o prolongar do mistério promete também muito de bom para o que se seguirá.
Divertido e surpreendente, trata-se, pois, de um livro leve e cativante, com personagens tão peculiares como os episódios em que se vêem envolvidas e algumas pontas soltas que prometem também outras histórias igualmente interessantes. Uma boa leitura, portanto. 

Novidade Porto Editora

A trilogia Divergente, de Veronica Roth, vendeu milhões em todo o mundo e conquistou milhares de fãs em Portugal, que há vários meses anseiam por um novo livro. E eis que, a 6 de Março, a Porto Editora publica Quatro – Histórias da Série Divergente, o novo livro desta jovem e talentosa autora. 
Esta obra inclui quatro novas histórias anteriores à narrativa principal e três cenas exclusivas de Divergente – todas contadas do ponto de vista de Tobias Eaton, um dos protagonistas. Lidas em conjunto, estas histórias iluminam segredos obscuros da vida de Tobias e acompanham o seu processo de integração na facção Intrépidos. Finalmente, fornecem em primeira mão momentos privilegiados da convivência entre os protagonistas da saga. 
Acompanha a publicação desta novidade a estreia, a 19 de Março, da segunda adaptação cinematográfica da série – intitulada, tal como o livro, Insurgente – produzida pela Summit Entertainment/Lionsgate, estúdio conhecido pela saga Crepúsculo. 
Quatro, bem como as três obras anteriores (Divergente, Insurgente e Convergente), garantiram a uma muito jovem autora (tinha 23 anos aquando da publicação do primeiro livro) um espantoso sucesso à escala global. 
As aventuras desta saga desenrolam-se em cenário futurista, verosímil e sem figuras sobrenaturais. Figuraram em várias listas de melhores do ano – Amazon, Publishers Weekly, Goodreads, Barnes & Nobles – e chegaram a número um do top do The New York Times.

Veronica Roth estudou Escrita Criativa na Northwestern University. Nos seus tempos de faculdade, preferiu dedicar-se a escrever o que viria a ser a sua primeira obra, Divergente, e deixar de lado os trabalhos de casa – uma escolha que acabou por transformar totalmente a sua vida. 
Veronica Roth foi considerada a melhor autora pelo GoodReads Choice Awards em 2012. Divergente foi eleito o melhor livro de 2011, Insurgente o melhor livro de fantasia para jovens-adultos em 2012 e Convergente em 2013, pela mesma entidade, a única cujas distinções são atribuídas exclusivamente pelos leitores.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O Endurance (Caroline Alexander)

O objectivo era protagonizar o único feito que faltava na história da exploração: atravessar a Antárctida. E foi com esse objectivo em vista que Ernest Shackleton escolheu a dedo a equipa que o deveria acompanhar na viagem do Endurance e, depois, na travessia a pé. Mas, como muitas outras, também essa missão estava destinada ao fracasso. E, ainda assim, pela inimaginável luta pela sobrevivência e pelos feitos que esta envolveu, era uma missão destinada a ficar para a história. 
Conjugando as fotografias da época com um relato baseado nos dos próprios envolvidos, este é um livro que tem como principal ponto forte a ampla perspectiva que traça da jornada do Endurance e dos seus tripulantes. Citando os diários de vários dos tripulantes, e complementando o relato com os pontos essenciais do contexto da época, a autora cria uma narrativa que, detalhada e precisa em todos os aspectos, consegue transmitir uma imagem muitíssimo clara dos acontecimentos.
São, é claro, os factos que se destacam nesta narrativa e, por isso, é inevitável um registo mais distante. Ainda assim, as citações dos diários e a narração das duras condições a que a tripulação do Endurance teve de sobreviver contribuem para atenuar essa distância. É fácil reconhecer o medo, o impacto das perdas, a incerteza, mesmo quando não têm expressão clara. E assim, o percurso da expedição torna-se mais interessante por associar as dificuldades aos rostos e às vidas que as atravessaram.
Também as fotografias reforçam esse impacto. Tiradas por Hurley, um dos envolvidos na expedição, transportam para a imagem a verdadeira dimensão das circunstâncias vividas. E, neste caso, uma imagem vale mesmo mais que mil palavras, já que muitas delas acabam por ter tanto ou mais impacto que o texto que as acompanha.
Ainda uma última nota para referir o desenvolvimento do contexto global e das vidas dos exploradores depois do Endurance. Tanto um como o outro tornam a narrativa mais completa, o primeiro porque permite conhecer melhor as circunstâncias da expedição, desde a partida ao turbulento final, e o segundo porque cria uma impressão de continuidade, do que veio depois do fim da luta - e do início de outras lutas.
Trata-se, portanto, de uma leitura envolvente e interessante, muitíssimo detalhada na forma como traça o percurso da expedição e o contexto em que esta decorre, e sempre cativante, ainda que, necessariamente, de ritmo pausado. Uma boa leitura, em suma.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Pirata do Rei na Terra do Sol (Clóvis Bulcão)

Apesar de subordinada ao reino, São Sebastião é uma terra com regras particulares, onde os negócios de poucos produzem grandes benefícios enquanto que os restantes sobrevivem com a luta de cada dia. Mas, enquanto se fazem os últimos preparativos para a celebração de uma vitória passada, uma nova ameaça surge para perturbar a paz. Escondida pelo nevoeiro, uma frota de barcos franceses prepara-se para tomar a cidade. E poucos são os meios - e menos ainda a coragem - para os combater. Liderados por René Duguay-Trouin, os franceses esperam uma grande vitória e um resgate satisfatório. O que não esperam é que os piores inimigos da cidade que vêm invadir estejam na elite dessa mesma cidade.
Centrado num acontecimento histórico, mas, acima de tudo, no contexto em que este decorre, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela conjugação entre uma vasta quantidade de informação e uma narrativa que, sem ser de leitura compulsiva, se revela, ainda assim, bastante cativante. Para isso, contribuem os capítulos curtos, que fazem com que a forte componente descritiva seja apresentada ao leitor de forma gradual, mas também a escrita fluída e agradável que apresenta todos os detalhes sem os tornar demasiado intrincados.
Outro aspecto interessante é que, apesar das várias figuras relevantes, não há propriamente uma personagem que se destaque, mas antes um conjunto de personalidades que, mais ou menos caricatas, dão um rosto aos acontecimentos, ao mesmo tempo que servem de exemplo na contextualização dos problemas existentes. Ora, por um lado, isto cria uma certa distância, já que nenhuma das personagens desperta especial empatia. Mas, por outro lado, abre caminho a uma perspectiva mais vasta, o que é particularmente interessante tendo em conta que, independentemente do cenário e da época, há problemas na vida dos habitantes de São Sebastião que facilmente podem ser transpostos para a actualidade.
Importa referir ainda que, apesar de ser a invasão da cidade o acontecimento central, há ainda, para cada personagem, uma história pessoal. Mais ou menos discretas, mas sempre interessantes, também as peculiaridades dos episódios associados a cada uma das personagens contribuem para reforçar a envolvência do enredo, mesmo que, nalguns casos, fiquem perguntas sem resposta.
Trata-se, pois, de um livro cativante, em que um grande acontecimento serve de base para uma bastante precisa análise de vários problemas sociais, feita sempre num tom agradável, mas sem minimizar as questões pertinentes. Uma boa leitura, portanto, e uma boa surpresa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Novidade Marcador

Felismino, a quem alcunharam de Jardins, vive uma vida feliz até encontrar a mulher, morta, na horta de casa. Amava-a muito. A sua perda aprisiona-o, passando a habitar num mundo de sonho e imaginação.
O seu filho Edmundo é um simples operário. Mas tem um segredo que esconde às pessoas da sua aldeia: gosta de ler livros. E ama o seu pai, mesmo doente e ausente de tudo. 
Um dia, Edmundo tem um terrível acidente. 
Preocupada com a sua ausência, a mulher sai com a filha, ainda pequena, à sua procura. Mas o dia estava frio e tempestuoso e a menina apanha uma pneumonia. Morre dias mais tarde. O mundo de Edmundo entra em colapso. Sente-se culpado da morte da filha, que tanto amava. 
No lugar mais inesperado de todos, vislumbra o sentido de todas as coisas e compreende o verdadeiro valor do amor, da vida e da amizade.

RUI CONCEIÇÃO SILVA nasceu em 1963 em Figueiró dos Vinhos, onde reside. É casado e tem dois filhos. 
Apesar de ter vivido em Coimbra, Tavira e Lisboa, é na sua terra que se sente completo, convivendo com os afectos e com os rostos de sempre.
Este seu primeiro romance é fruto da necessidade de falar da saudade triste da perda de alguém que se ama, mas também da reconciliação necessária com a vida e com toda a sua beleza.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Amar Não é Pecado (Flávio Capuleto)

A descoberta de um manuscrito antigo, que parece pôr em causa as regras da Igreja, desperta a polémica entre os poderosos. Para os que defendem o fim do celibato e um papel mais activo da mulher na Igreja, o manuscrito pode ser a arma que faltava. Para os mais conservadores, é um perigo a eliminar a todo o custo. No centro de tudo, Valéria Del Bosque e Luís Borges contam com aliados poderosos para desempenhar a sua missão de recuperar o manuscrito. Mas também com poderosos inimigos... 
Com as mesmas características do anterior Inferno no Vaticano, este é um livro que, tal como o anterior, deixa sentimentos ambíguos, já que apresenta vários pontos fortes e também algumas fragilidades. E também estes são, em grande medida, os mesmos do anterior, ainda que, nalguns casos, se note uma clara evolução.
Começando pelos pontos fortes. Mais uma vez, a escrita leve e directa faz com que a leitura nunca deixe de ser agradável. Juntem-se a isto alguns momentos particularmente bem conseguidos e uma premissa bastante interessante, e temos o suficiente para que a leitura não deixe de ser cativante, apesar dos pontos fracos. E, falando na ideia que serve de base à história, sobressaem dois elementos: primeiro, a presença do manuscrito perdido como forma de veicular uma mensagem inegavelmente positiva, e, segundo, a conjugação de diferentes forças em conflito como base para um enredo em que são os acontecimentos o centro de tudo.
É precisamente deste foco na acção que emerge a principal fragilidade. Se o facto de haver sempre alguma coisa a acontecer contribui em muito para conferir ao enredo um ritmo intenso, fica, ainda assim, a impressão de outros aspectos que ficam por desenvolver. Acima de tudo, há a questão das personagens, que nunca chegam a dar-se verdadeiramente a conhecer, e cujas circunstâncias, nalguns casos, são deixadas por explicar. Claro que a história pessoal dos protagonistas é secundária relativamente ao contexto global, mas, apesar disso, teria sido interessante saber mais, não só para conhecer melhor as personagens, mas também para que as suas interacções parecessem um pouco menos forçadas.
A impressão que fica, portanto, é a de uma história que poderia ter sido algo de muito mais vasto, mas que, apesar disso, proporciona uma leitura agradável e interessante. Sobressaem, portanto, a acção e a mensagem, numa leitura que, apesar das muitas perguntas sem resposta, consegue, ainda assim, cativar.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Escravos da Luxúria (Kate Pearce)

Um acontecimento traumático no passado, bem como os seus demónios interiores, levaram a que Anthony Sokorvsky não pudesse encontrar satisfação senão nas experiências mais extremas. Mas passou o tempo em que a submissão era a melhor forma de esquecer e agora a situação começa a criar-lhe mais constrangimentos que prazer. Anthony precisa de se afastar do que conhece e descobrir um novo caminho. Mas está longe de imaginar que esse caminho está na bela e cativante Marguerite Lockwood. Também ela com assuntos por resolver, Marguerite parece precisar tanto de Anthony como ele precisa dela. Mas bastará a atracção - ou o início de algo mais - para deixar para trás a sombra do passado?
Centrado na sensualidade, mas com uma história mais vasta a complementar o envolvimento entre os protagonistas, este é um livro que cativa, antes de mais, pela forma como conjuga uma história própria e relativamente independente com as relações com personagens de volumes anteriores. Há um contexto para as histórias de Anthony e Marguerite, e conhecer os livros anteriores ajuda a compreendê-lo. Mas o essencial do seu percurso está neste livro e, por isso, é facilmente compreensível sem se ter lido qualquer dos outros volumes.
Também interessante é a forma como o passado dos protagonistas condiciona não só as suas escolhas mais importantes como os mais simples dos comportamentos. Marguerite, presa às perguntas sem resposta e a uma família que a despreza, precisa de encontrar a segurança para fazer as suas escolhas, enquanto que Anthony tem também de deixar para trás as inseguranças, mas, acima de tudo, de manter a sua recém-adquirida determinação. Ambos têm alguma sombra no passado e, por isso, as suas posições têm tanto de contraditório como de complementar, o que faz com que, apesar de alguns momentos um pouco forçados, a sua relação acabe por resultar bastante bem.
E depois há a questão do erotismo, com cenas bastante elaboradas e com umas quantas peculiaridades. Cenas que, principalmente na fase inicial, parecem surgir de forma demasiado rápida, mas que, com o evoluir do enredo, acabam por adquirir um maior equilíbrio, surgindo na medida em que são necessárias ao enredo e permitindo que o restante da história ganhe protagonismo.
Tudo somado, Escravos da Luxúria apresenta uma história em que dominam o romance e o erotismo, mas em que, de forma mais ou menos discreta, outras relações e circunstâncias contribuem para tornar a história mais complexa e, por isso, mais interessante. Cativante e com algumas boas surpresas, uma boa leitura.

Novidades Topseller

Quatro homens são misteriosamente assassinados numa praia de Malibu, junto a um bairro de multimilionários. Jack Morgan, líder da Private, a conceituada agência internacional de investigação criada para proteger os mais poderosos, chega ao local do crime com o objetivo de ilibar um dos seus clientes e descobrir o verdadeiro assassino.
Mas eis que, a meio da investigação, Jack recebe um telefonema inesperado: Thom e Jennifer Harlow, o casal mais famoso de Hollywood, desapareceram sem deixar rasto, juntamente com os seus três filhos. Por entre revelações incríveis e descobertas chocantes, é missão da Private encontrar a família desaparecida, antes que a notícia chegue aos media e aterrorize o público.
Com dois casos tenebrosos para resolver, perseguições, assassínios, explosões mortíferas e alta velocidade, Jack, Justine e os restantes elementos da Private não terão mãos a medir para provar, mais uma vez, que são os melhores, os mais rápidos e os mais inteligentes.

James Patterson é desde há vários anos o autor n.º 1 absoluto em todo o mundo, segundo a revista Forbes. Patterson já criou mais personagens inesquecíveis do que qualquer outro escritor da atualidade. É o autor dos policiais Alex Cross, os mais populares dos últimos vinte e cinco anos dentro do género. Entre os seus maiores bestsellers estão também Invisível, Private: Agência Internacional de Investigação, The Women’s Murder Club (O Clube das Investigadoras), NYPD Red e A Amante.
Patterson é o autor que teve mais livros até hoje no topo da lista de bestsellers do New York Times, segundo o Guinness World Records. Desde que o seu primeiro romance venceu o Edgar Award, em 1977, os seus livros já venderam mais de 305 milhões de exemplares.
Em Portugal, James Patterson é publicado pela Topseller (Alex Cross, Private, NYPD Red, Confissões, Maximum Ride, Primeiro Amor, Invisível, A Amante, Um Anjo da Guarda) e pela Booksmile (séries juvenis Escola e Eu Cómico).

Há dez anos, Nicole Hunter tomou a difícil decisão de abandonar o seu lar problemático em Seattle. Deixou para trás a sua querida irmã Jenny, possuidora de um distúrbio neurológico que a colocara dependente de uma cadeira de rodas e lhe retirara a capacidade da fala. Após uma década em São Francisco, Nicole tenta convencer-se de que tudo está bem, mas nem a sua vida sentimental nem a profissional são as que ambicionava.
Quando um violento e trágico acontecimento envolve a sua irmã, Nicole é forçada a regressar à casa de infância onde deixou memórias impossíveis de resolver e perdoar. Ali acabará por tomar a decisão mais acertada da sua vida: cuidar da irmã e resolver os conflitos com a mãe e as memórias dolorosas deixadas pelo pai. Só assim conseguirá redimir-se da culpa que a acompanha e tornar-se a irmã que gostaria de ter sido.

Amy Hatvany: Escritora norte-americana formada em Sociologia, a sua experiência académica possibilitou-lhe um grande conhecimento da natureza humana. Nos seus livros aborda diversos temas controversos, incluindo doenças mentais, violência doméstica e alcoolismo.
 É autora bestseller de O Jardim das Memórias e Ao Encontro do Destino, ambos publicados pela Topseller, e ainda de Best Kept Secret e Heart Like Mine. Amy vive em Seattle com o marido (o segundo e o último, pois se este não der certo, kaput, acabou-se, não há mais maridos) os filhos e dois cães.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

A Segunda Vinda de Cristo à Terra (João Cerqueira)

De regresso a um mundo muito diferente do que viu da última vez, Jesus conhece Madalena, activista ecológica, e dá por si a tomar parte na luta em prol das suas convicções. Mas, seja no combate ao milho transgénico, à construção de um resort numa área protegida ou ao perpetuar de um conflito racial, o idealismo de Madalena está bastante longe da realidade. E, num mundo onde quem ganha são os que se sabem desenrascar, talvez as consequências de lutar pelo que se julga estar certo não sejam as mais agradáveis...
Essencialmente satírico na forma como traça o retrato do cenário e das personagens que o povoam, este é um livro que tem tanto de improvável como de familiar. Improvável devido a um certo exagero, a uma conjugação de circunstâncias peculiares que, por serem bastante vincadas, se tornam, talvez, demasiado específicas. Familiar, porque, por detrás deste premeditado exagero, há uma base muito real que, em ideias e mentalidades, está bastante próxima de um lado não muito agradável da realidade.
Assim, o equilíbrio entre estas duas facetas é uma parte fundamental do que torna esta leitura interessante. Mas, para isso, contribui também o próprio registo. Leve quanto baste, mas acutilante nas verdades que tem para dizer, a escrita adapta-se na perfeição ao conteúdo, realçando o que tem de ser realçado e insinuando o caminho do que deixa à imaginação do leitor. Isto é particularmente interessante, já que, numa história em que Jesus desempenha, acima de tudo, um papel de observador privilegiado, a forma como os acontecimentos ganham forma acaba por ter um maior impacto.
Quanto ao enredo propriamente dito, sobressai também um certo equilíbrio, já que, ainda que cada um dos três episódios principais seja, em grande medida, independente, existe, ainda assim, a impressão de uma jornada em direcção a algo de definitivo. Algo que abre caminho para um final marcante, ainda que algo amargo, e que fica na memória.
Escrito num registo envolvente e com uma história que, de uma forma peculiar - e talvez um pouco exagerada - olha para o mundo no que este tem de mais complicado, trata-se, portanto, de um livro cativante e surpreendente, tanto pelo que tem de caricato como pelo que, nele, apela à reflexão. Uma boa leitura, em suma.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Novidades Planeta

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Novidade Esfera dos Livros

Aqueles que eram presos pela Inquisição deixavam para trás família, bens e liberdade. No cárcere, as condições, aparentemente melhores do que as das prisões régias e episcopais, nem por isso deixavam de ser más. Imperava a humidade, a falta de luz, de ventilação e de salubridade. Os detritos acumulavam-se durante vários dias, enquanto ratos, pulgas, piolhos e percevejos circulavam pelas instalações e pelos corpos dos detidos, condicionando a saúde física e mental dos presos. O cárcere era também local de doença e de morte, apesar dos cuidados por parte de médicos, cirurgiões, barbeiros e até de parteiras que assistiam as mulheres cujos partos eram difíceis. Perante este cenário, o stress, as depressões e o desespero eram
frequentes e, em alguns casos, chegavam a levar à loucura ou ao suicídio. Mas no interior do cárcere a vida continuava: dormir, descansar, andar, comer, bordar, coser, fiar, rezar, conversar, meditar, ler e escrever, no caso de alguns, eram atividades que preenchiam os dias passados em reclusão. A historiadora Isabel Drumond Braga apresenta-nos uma investigação original que nos transporta para o universo sombrio do Santo Ofício, dando-nos a conhecer o dia-a-dia daqueles que eram presos pela Inquisição. Homens e mulheres, gentes do litoral e do interior, pobres e abastados, arrependidos ou pertinazes, mas sempre em busca de um objetivo, muitas vezes não alcançado: a saída rápida do cárcere e o recomeço de uma nova vida.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Cavalo de Fogo - Gaza (Florencia Bonelli)

Novamente separados, Eliah e Matilde estão determinados a esquecer o que viveram juntos e a seguir cada um o seu caminho. Ainda a recuperar do que aconteceu no Congo, Matilde sabe que magoou Eliah, mas não consegue engolir o orgulho que se ergue entre ambos. O mesmo acontece com Eliah que se tenta convencer de que a sua obsessão por Matilde só lhe fará mal. Mas o amor fala mais alto e, por mais que tentem seguir caminhos diferentes, os seus pensamentos continuam presos um no outro. E, sem que saibam bem como, os perigos e as ameaças que os rondam conspiram também para voltar a unir aquilo que o orgulho separou.
Volume final da longa e tortuosa jornada de Eliah e de Matilde, este é um livro em que, tal como nos anteriores, o amor é a força dominante, mas o enredo é algo muito mais complexo que a simples história de uma relação conturbada. Há um cenário de mudanças iminentes em redor dos protagonistas, um contexto em que as grandes questões condicionam e completam a história pessoal das personagens. E em que, desde o conflito israelo-palestiniano ao potencial de destruição de um ataque nuclear, passando ainda por outras circunstâncias de conflito já abordadas nos volumes anteriores, mas cujas repercussões se estendem a este terceiro livro, evoca - nas personagens e no leitor - um conjunto de questões relevantes.
É do equilíbrio entre as circunstâncias delicadas que caracterizam o contexto global e a também delicada e conturbada relação entre os protagonistas que surge a intensidade que torna esta história tão cativante. A vida de Matilde é tanto a de mulher de Al-Saud como da médica capaz de mudar o rumo de um conflito. E a de Eliah é tanto a do homem obsessivamente apaixonado como a do antigo soldado de volta a uma missão quase suicida.
Há todo um vastíssimo conjunto de elementos - acontecimentos, acções, personalidades - que se conjugam numa história intensa e equilibrada, em que a intensidade das situações de perigo se associa aos episódios mais comoventes ou aos momentos mais sensuais. Tudo nas medidas certas, com situações de levar às lágrimas ou ao riso e personagens que, com um papel mais ou menos discreto, mas sempre relevante, expandem e completam a história dos protagonistas.
Sendo este livro a conclusão da trilogia, é também aqui que tudo se encaminha para as respostas finais. E tudo tem, de facto, uma resposta, seja na história de Eliah e Matilde, seja nas dos que os rodeiam. Para todos há um final e alguns deles são inesperados, mas todos, de uma forma ou de outra, acabam por ser os mais adequados. E é também por isso que esta história fica na memória. Porque, no fim da aventura, fica a sensação de um capítulo que se encerra na vida das personagens, e a ideia de que algo de melhor os espera a seguir.
Intenso e emocionante, este é, portanto, o livro que dá às personagens carismáticas a que a autora já nos habituou a conclusão perfeita para as suas longas e fascinantes aventuras. Marcante e memorável, uma conclusão mais que satisfatória. Brilhante.

Novidades Marcador

O Excêntrico Mortdecai é o primeiro volume de uma saga hilariante e bem-humorada de thrillers, em que a estrela é Charlie Mortdecai, um experiente negociante de arte e um epicurista inspirado.
Com o seu homem de confiança – o incomparável Jock -, Mortdecai empreende todo o género de aventuras que envolvem pinturas roubadas, um Rolls-Royce vintage, polícia secreta, uma viagem para os Estados Unidos, um cliente morto e uma jovem viúva rica e deliciosa…
Tudo isto apenas para poder ganhar a vida de forma…desonesta.
Mortdecai não é daqueles que recusam tomar uma bebida – ou muitas –, e é com orgulho que se apresenta sempre elegantemente vestido para qualquer ocasião, não importa o quão debochado e imprevisível se possa tornar. 

KYRIL BONFIGLIOLI nasceu em Eastbourne em 1928, filho de mãe inglesa e de pai ítalo-esloveno. Estudou na Universidade de Oxford e, depois de passar cinco anos no exército, enveredou por uma comerciante de arte, a mesma da sua excêntrica criação, Charles Mortdecai. Viveu na Irlanda e em Jersey, onde viria a morrer em 1985.
Esgrimista consumado, bom no manejo de quase todas as armas de fogo e «marido em série» de belas mulheres, Bonfiglioli afirmava ser «abstémio em tudo exceto na bebida, na comida, no tabaco e na conversa», e era «amado e respeitado por todos os que o conheciam superficialmente».

A Vida Secreta de E L James desvenda, como é que uma britânica de meia-idade e mãe de dois filhos criou uma série de romances eróticos e se tornou o maior fenómeno literário de sempre em todos os países onde foi publicada e já vendeu mais exemplares do que Harry Potter. 
O autor, Marc Shapiro, revela a inspiração e os segredos por trás deste fenómeno, através de entrevistas exclusivas com os primeiros editores e fãs E L James.
«E, pronto, aqui está. Uma história clássica de alguém que enriqueceu vindo do nada. Do anonimato para a ribalta. Aconteceu tudo tão depressa. Parece que foi ontem. Você não perdeu nada. Você percebeu tudo. E. L. James é, literalmente, um subproduto de um momento no tempo.»
Marc Shapiro

Marc Shapiro é o autor de vários livros bestseller do New York Times. Escreveu livros como JK Rowling: The Wizard Behind Harry Potter, Justin Bieber: The Fever! e muitas outras biografias de celebridades. Jornalista freelancer para a área do entretenimento há mais de 25 anos, escreve sobre cinema, televisão e música para vários jornais e revistas nacionais e internacionais.

Novidade Bertrand

Evert Bäckström, um inspector «atarracado e primitivo», faz a sua estreia no primeiro livro da trilogia com o seu nome.
Durante um verão invulgarmente quente na Suécia, em que a grande notícia são mesmo as temperaturas, uma jovem é assassinada. Os principais efectivos da polícia de Estocolmo estão de férias e o caso é entregue a Evert Bäckström, um homem que dá mais trabalho do que cem delinquentes, se não mais.
Enquanto o homicídio de Linda ocupa as primeiras páginas dos jornais sensacionalistas e os noticiários televisivos, Bäckström lidera uma investigação que quase lhe escapa das mãos, não fosse o esforço extraordinário da sua equipa.
Uma magnífica intriga policial, onde brilha sobretudo a sátira através do seu protagonista, o anti-herói e politicamente incorrecto Evert Bäckström.

Leif G. W. Persson é o mais célebre dos criminologistas escandinavos e especialista em perfis psicológicos. Foi conselheiro do Ministério da Justiça sueco e é professor da Academia de Polícia sueca, sendo regularmente consultado na qualidade de maior especialista em crime do seu país natal. A par destas suas actividades, há mais de três décadas que vem escrevendo policiais que, com a sua capacidade de observação, o seu saber profissional e o seu desarmante sarcasmo, têm conquistado legiões de leitores em todo o mundo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Estranhos Traços Abraçados por Mãos Quentes (Maria Fontes)

Amor e melancolia, desilusão e perseverança, perda e reencontro. É dos sentimentos universais, ainda que vistos de uma perspectiva inevitavelmente pessoal, que tratam os poemas que compõem este livro. Poemas que, dos mais simples aos mais elaborados, dão forma a um conjunto harmonioso, em que há sempre casos que se destacam, mas em que a voz comum faz transparecer, acima de tudo, um sentido de unidade.
Esta impressão de unidade é, aliás, o principal ponto forte deste livro, já que é fácil reconhecer em todos os poemas uma mesma voz. E isto é particularmente interessante porque, apesar dos evidentes pontos em comum, a leitura nunca parece repetitiva. Talvez porque os sentimentos são facilmente reconhecíveis por qualquer leitor, mas também porque a voz da autora lhe confere um cunho pessoal.
Há também uma certa diversidade a complementar esta ligação. Se o registo é, no geral, relativamente simples, há, ainda assim, poemas que surpreendem por serem especialmente complexos, enquanto outros se resumem ao essencial. E, em todos eles, imagens que, ainda que vistas de uma mesma perspectiva, se referem a diferentes facetas da vista. Assim, o conjunto pode representar o mundo da autora, mas é um mundo suficientemente vasto para nunca se tornar monótono.
Em termos de escrita, são os poemas mais elaborados aqueles que se destacam, principalmente por ficar a impressão, relativamente a alguns dos mais simples, que a estrutura - e, principalmente, as opções a nível de rima - impõem algumas limitações. Ainda assim, há uma agradável fluidez em todos os poemas, e isso contribui em muito para manter a envolvência da leitura.
Trata-se, pois, de um conjunto envolvente, que, num registo que é bastante pessoal, abre, ainda assim, portas a sentimentos e vivências que serão também familiares a quem lê. Uma boa leitura, portanto.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Cada Dia (David Levithan)

Todos os dias, A acorda num novo corpo. Pode ser o de qualquer um dos rapazes ou raparigas da sua idade que vivam relativamente perto. Durante esse dia, A vive a vida do seu hospedeiro, tem acesso às suas recordações e encaixa-se, tanto quanto possível, no seu quotidiano. Mas tudo termina à meia-noite e, no dia seguinte, espera-o outro corpo. Outra vida. A já deixou de questionar como ou porque é que isso lhe acontece. Está habituado. Mas tudo muda no dia em que acorda no corpo do namorado de Rhiannon. Com ela, vive um dia inesquecível. E não pode aceitar que esse tenha sido o único...
Narrado pela voz do protagonista e centrado essencialmente no seu percurso, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela aparente simplicidade. Apesar da sua natureza inexplicável, A surge como uma personagem comum, com hábitos e necessidades bastante semelhantes à de qualquer rapaz ou rapariga da sua idade. É por isso que uma das primeiras coisas a cativar para esta história é o equilíbrio entre o muito que diferencia A dos restantes e o muito mais que tem em comum com aqueles com quem se cruza. Não fosse a mudança de corpo que ocorre a cada dia, e A seria um indivíduo perfeitamente normal.
E é no âmbito da relativa normalidade que surge outro dos grandes pontos fortes neste livro: a diversidade. A percorre corpos de rapazes e raparigas, cada um com os seus problemas e particularidades, mas todos com o seu valor no mundo. Daqui sobressai, é claro, uma grande mensagem: que a diferença não é motivo de exclusão e que temer o que não compreendemos pode ser a reacção normal, mas isso não significa que seja a mais correcta. A habita corpos de diferentes géneros, raças e orientações sexuais. E, através dos seus olhos, percebe-se o valor da diferença.
Tudo isto surge ao longo de uma história cheia de surpresas. Desde a relação entre A e Rhiannon - com tudo o que tem de impossível de superar - à convicção de Nathan de uma possessão demoníaca, e sem esquecer, é claro, as particularidades das várias vidas por onde A passa, há toda uma jornada a acompanhar, repleta de momentos surpreendentes, enternecedores, intrigantes ou comoventes, que, no conjunto, se encaminham para um final especialmente marcante. Final que não dá todas as respostas, mas que dá todas as que realmente interessam e que, por isso, fica na memória.
Trata-se, portanto, de um livro cativante e surpreendente, com personagens fortes e uma história que, juntando o desejo do impossível às batalhas pessoais de cada um, facilmente se torna memorável. Muito bom.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Gramática Descomplicada (Sandra Duarte Tavares e Sara de Almeida Leite)

Nomes, verbos e adjectivos, tipos de palavras e de orações, tempos verbais e formas de construção frásica... A gramática pode parecer algo bastante complicado de se assimilar em todos os aspectos, mas a compreensão do essencial pode também processar-se de forma muito simples. E é precisamente este o objectivo deste livro que, de forma clara e sintética, apresenta de forma acessível e organizada os fundamentos da gramática portuguesa.
Com pouco mais de cento e trinta páginas, este nunca será um livro exaustivo nas explicações que apresenta. Mas essa é, na verdade, um dos aspectos que faz com que este livro seja útil tanto de alunos ainda a desenvolver conhecimentos na área como para o esclarecimento de uma ou outra dúvida. Claro que não se debruça em profundidade sobre os detalhes e as particularidades, mas, no que diz respeito à compreensão - ou recordação - do essencial, é um livro bastante completo.
Para facilitar a compreensão contribui também a abundância de exemplos que surgem ao longo do texto, já que, mesmo nas classificações mais complicadas, a compreensão através dos exemplos permite perceber - em vez de decorar. Além disso, esta explicação pelo exemplo, associada a uma organização bastante meticulosa, facilita também a memorização, nos casos em que esta é necessária.
O resultado é uma explicação simples, mas não simplista, organizada e de fácil compreensão. E, por isso, um livro bastante útil, tanto para fases de aprendizagem como para, simplesmente, refrescar conhecimentos prévios. Um bom livro, em suma.

Novidade Esfera dos Livros

Uma rapariga encontrada morta na floresta de Monsanto. Um delicado vestido azul a cobrir o corpo. O cabelo cuidadosamente penteado. Uma máscara de papel branco com um poema de Florbela Espanca sobre o rosto. É este o cenário que Isabel Lage, inspectora da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária, encontra no local do crime. A primeira vítima de um serial killer que não deixa pistas, que habilmente se move pela floresta e que parece conhecer todos os passos da polícia. Isabel está apostada em resolver este mistério e fazer justiça em nome das mulheres que morrem às mãos de um assassino frio e calculista. Mas todas as pistas levam a João, o seu antigo companheiro de patrulha, e com quem partilhou mais do que aventuras profissionais.
Pedro Jardim, chefe de polícia com experiência em investigação criminal, traz-nos no seu romance de estreia um thriller empolgante e arrebatador que nos prende até à última página. Pode haver um monstro em qualquer um de nós...

Novidade Guerra e Paz

Uma pergunta abala os alicerces do Vaticano: os padres podem ou não podem casar?
Há congregações em luta. Cada uma escolhe as suas armas, nem sempre as mais honestas. O inspector português Luís Borges e a ardente simbologista Valéria Del Bosque têm nas mãos um argumento de choque, um manuscrito que vai ser um terramoto na Santa Sé. 
Contra bispos, cardeais e a máfia russa, de Roma a Moscovo, passando por Paris, Jerusalém e Damasco, Luís e Valéria vivem aventuras cheias de perigos e pecados, todos mortais. Entre prostitutas e criminosos, Luís e Valéria estão à beira de encontrar o verdadeiro Jesus Cristo. Se o manuscrito que descobriram for verdadeiro, então, definitivamente, AMAR NÃOÉ PECADO. Nem mesmo na Santa Sé. 
Depois do êxito de Inferno no Vaticano, Amar não É Pecado é o romance em que Flávio Capuleto vai até à mais recôndita intimidade de Jesus, o Deus que se fez Homem. Um escândalo? Não, não é, porque Amar não É Pecado. 
Se Jesus amou, porque não podem os padres amar?

Flávio Capuleto tem 72 anos e já provou que a idade é só um número. Nunca desistindo de perseguir o seu sonho, tornou-se, em 2014, um romancista bem-sucedido: Inferno no Vaticano foi um dos best-sellers do ano editorial português. 
Autodidacta convicto, o autor leu Romeu e Julieta aos 11 anos, o que explica a mudança do apelido para Capuleto. Leu muito, viveu mais: de um escritório de advogados a soldado em Angola, passando por uma fábrica de malas de viagem, fez tudo até ser dono de um aviário de frangos. Fartou-se. Não queria frangos, queria livros. Começou por vendê-los, como distribuidor, às livrarias. Agora, porque a sua paixão não abrandou e o número de leitores do seu primeiro livro continua a crescer, Flávio Capuleto publica a continuação da saga de Valéria Del Bosque e Luís Borges, num romance que promete seguir o trilho de êxito já inaugurado.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Pensar com os Pés (Gabriel García de Oro)

O futebol enquanto metáfora para a vida: eis o ponto de partida para este livro, que, a partir de um conjunto de frases proferidas por figuras proeminentes do mundo do futebol, transpõe para a realidade quotidiana as melhores ideias aplicadas em campo. O resultado é uma leitura tão interessante pelas comparações que estabelece como pela forma simples e cativante como apresenta as suas ideias.
É esta conjugação que faz com que esta seja uma leitura agradável mesmo para quem não gosta de futebol. É que, independentemente do contexto em que as ideias foram aplicadas, e há também uma breve, mas interessante, contextualização para cada frase, é fácil compreender de que forma essas ideias poderão ser aplicadas a qualquer aspecto da vida. Além disso, fica-se também com uma boa ideia da força das motivações subjacentes ao que se vê de um jogo de futebol, o que permite também ficar com uma perspectiva diferente relativamente ao jogo.
Claro que, ao desenvolver cada uma das ideias em muito poucas páginas, fica sempre a impressão de que mais haveria a dizer sobre o assunto, tanto no contexto futebolístico, como na aplicação para lá dele. Ainda assim, no que diz respeito ao que parece ser o objectivo - definir uma orientação e passar a mensagem - toda a informação necessária está presente e, por mais sintética que seja a exposição, o fundamental de cada ponto é facilmente compreensível.
Ainda um outro ponto interessante é a forma como, de ideias tão diferentes, e associadas a figuras tão diferentes, surge um conjunto bastante coeso. Claro que há ideias mais fáceis de pôr em prática em determinada circunstância e outras que parecem demasiado fáceis, mas o que fica do todo é uma mensagem bastante positiva e acaba por ser precisamente isso a ficar na memória.
Trata-se, portanto, de um livro agradável e cativante, que transporta umas quantas ideias do mundo futebolístico para um âmbito mais vasto. Interessante, com uma mensagem positiva e algumas ideias particularmente relevantes, uma boa leitura.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A Casa das Rosas (Andréa Zamorano)

Uma mulher que deixa para trás uma relação de contornos tenebrosos. A filha que conquista do pai um afecto que está longe de ser o desejado. A fuga da casa do monstro para um mundo em processo de mudança. E o regresso, as respostas e as novas perguntas. Eis o percurso de uma história em que o improvável e o muito real se confundem, num enredo em que tudo é mistério e, por isso mesmo, tudo é fascinante.
De todos os elementos que chamam a atenção neste livro, o primeiro a destacar-se é a escrita. E em vários aspectos. Primeiro, pela fluidez com que, de forma aparentemente simples, mas com um registo que se revela bastante peculiar, a história vai sendo narrada, percorrendo diferentes perspectivas e insinuando novos mistérios a partir de cada resposta. Depois, pela forma como esta mesma escrita se adapta a uma estrutura que, alternando entre vários pontos de vista e dando uma voz própria ao dono de cada um desses pontos de vista, introduz gradualmente a percepção de uma complexidade que, à primeira vista, parecia não existir.
O que acontece é que, ao mesmo tempo que parece ser uma versão deliberadamente sucinta do que talvez pudesse ser um percurso muito mais vasto, a história acaba por se mostrar como tendo precisamente o equilíbrio perfeito entre o que é revelado e o que fica por dizer. Há muito que é deixado à imaginação do leitor e, contudo, todas as questões essenciais estão lá. E, por isso, a impressão que fica é a de um mistério que se perpetua e que, ainda assim, se conclui de uma forma mais que satisfatória.
No fundo, tudo se conjuga num equilíbrio delicado, que se torna ainda mais fascinante pela multiplicidade de elementos que conjuga. As mudanças políticas e sociais têm um papel tão importante na história como a descoberta que a protagonista faz sobre si mesma ou o lado sombrio que se esconde na sua disfuncional vida familiar. E o mais interessante sendo todos eles importantes para a história, a sua conjugação forma um todo maior que a soma das partes, numa história em que, seja qual for o ponto marcante que se aponte, fica a impressão de que há ainda mais para descobrir.
Misterioso e fascinante, eis, pois, um livro tão cativante no que conta como no que insinua, como ainda no que deixa para o leitor imaginar. Com uma história enigmática e uma escrita belíssima, é, sem dúvida alguma, um livro que fica na memória. Muito bom.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Novidade Porto Editora

No Sudão, ele foi inspector-chefe até ter visto a sua família ser assassinada às mãos dos islamitas. Agora, exilado no Cairo, Makana procura sobreviver prestando serviços como detective privado. Por sorte, o seu novo cliente tem dinheiro, muito dinheiro: dono de um clube de futebol, Saad Hanafi recorre aos préstimos de Makana justamente para que este encontre a estrela maior da sua equipa, Adil Romario, desaparecido em condições misteriosas. Empurrado para um mundo perigoso, a investigação de Makana conduzi-lo-á ao traiçoeiro submundo do seu país adoptivo, cruzando-se com radicais islâmicos, gangsters russos, mulheres vingativas e uma mãe desesperada por encontrar a filha – trilhos que irão remexer com memórias pessoais dolorosas, acordando o passado e forçando a um encontro nada desejável...

Parker Bilal é o pseudónimo de Jamal Mahjoub, escritor anglo-sudanês nascido em Londres, em 1960, mas educado em Cartum, no Sudão, onde a família permaneceu até 1990. Licenciado em Geologia, a sua paixão pela escrita fê-lo optar pela carreira literária. 
Com o seu verdadeiro nome, tem sete romances publicados, todos eles aclamados pela crítica e galardoados com diversos prémios. Sombras sobre o Cairo é o primeiro livro de uma série policial que decidiu assinar com pseudónimo. Vive actualmente em Espanha.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O Homem do Puzzle (Fausta Cardoso Pereira)

Num passatempo com laivos de obsessão, um homem dedica todo o seu tempo livre a completar puzzles por serem esses os únicos momentos em que se sente estável e concentrado. Mas, a uma peça de completar o que é, supostamente, o puzzle mais difícil do mundo, toda essa estabilidade é abalada. Falta uma peça e ele tem a certeza de que não a perdeu. Certo de ter a razão do seu lado, o Homem do Puzzle - como passará a ser conhecido - lança-se na missão de obter a peça que falta, custe o que custar. Mas o que ele não sabe é que o seu caso, o da peça desaparecida, não tardará a deixar de ser apenas seu.
Bastante introspectivo e, ainda assim, intrigante ao ponto de se tornar um vício, este é um livro com muitos pontos fortes. E o primeiro prende-se, desde logo, com o registo em que a história é contada. Ao narrar os acontecimentos em parte pela voz do Homem do Puzzle, mas não só, a autora consegue estabelecer, ao mesmo tempo, uma relação de proximidade relativamente às personagens principais, e uma multiplicidade de perspectivas que se completam. O que, tendo em conta que o mistério da peça envolve mais elementos do que, à primeira vista, seria de esperar, acaba por conferir uma maior profundidade ao enredo.
Também interessante nesta história contada a várias vozes é a forma como a escrita se adequa à voz das diferentes personagens. Claro que é o Homem do Puzzle a figura dominante e, por isso, aquela que se torna mais familiar. Mas é possível reconhecer o Mestre, a secretária do Advogado e até outras personagens de menor destaque, não só pela forma como intervêm na história, mas, nalguns casos, pela voz com que a sua parte é contada.
Tudo isto conduz a um equilíbrio delicado, em que várias linhas convergem no sentido de uma resolução final. Mas, se a caracterização e a forma como esta é feita contribuem em muito para a harmonia final, também o rumo dos acontecimentos é um elemento a destacar. É que, entre a luta do Homem do Puzzle, as memórias e o segredo do Mestre e a sempre misteriosa influência da secretária no que poderá vir ou não a acontecer, há toda uma teia de acontecimentos interessantes e surpreendentes que, além de proporcionarem uma intrigante viagem, culminam num final particularmente marcante.
E de toda esta história, erguida, aparentemente, em torno do simples desaparecimento de uma peça de puzzle, há ainda um conjunto de questões que, de alguma forma, ficam na memória. Questões que vão desde o valor e as consequências do progresso à forma como um caso isolado pode desencadear uma reacção mais vasta, e que, no meio de uma história em que é o mistério um dos factores dominantes, apelam, ainda assim, à ponderação.
Intrigante e surpreendente, eis, portanto, um livro equilibrado, com personagens interessantes e uma história envolvente, em que o mais simples dos acontecimentos acaba por ter consequências imprevistas. Recomendo.

Novidades Planeta

1539, a corte de Henrique VII teme cada vez mais as constantes mudanças de humor do rei envelhecido e doente. 
Apenas com um bebé, como herdeiro, o rei tem de encontrar outra esposa e o perigoso prémio da coroa de Inglaterra é ganho por Ana de Cléves.
Apesar de se mudar para um país onde os costumes e a língua são estranhos, Ana tem as suas razões para aceitar o casamento com um homem com idade para ser seu pai. 
Apesar de se sentir deslumbrada por tudo o que a rodeia, sente que uma armadilha está a ser entretecida à sua volta. 
A sua aia Catarina tem a certeza de que conseguirá seguir os passos da prima Ana Bolena até ao trono, mas Joana Bolena, cunhada de Ana, ensombrada pelo passado, sabe que o caminho de Ana Bolena a levou à Torre e à morte.

Se não gosta de futebol, este livro irá mudar a sua opinião sobre o desporto mais amado do mundo.
Se já gosta, prepare-se para aumentar ainda mais a sua paixão. 
O futebol mobiliza multidões e exalta os ânimos. 
O que poucos percebem é a sua semelhança com a vida nos momentos de sofrimento, determinação e êxito. 
Pensar Com os Pés é um manual de auto-ajuda e um convite para andarmos menos às voltas e atirarmos certeiros à baliza para conseguir o que queremos. 
Com inteligência, perspicácia e humor, este livro reúne 50 máximas do mundo do futebol sobre assuntos essenciais, como: auto-estima, desenvolvimento pessoal, carreira, relacionamentos, gestão de tempo, liderança e até alimentação. 
Cada capítulo de Pensar com os Pés é aberto com um aforismo de um craque ou de um grande treinador, que é analisado e aplicado ao nosso dia-a-dia, fazendo desta obra um manual para vencer as vicissitudes do quotidiano. 
Com a sabedoria e lucidez de grandes jogadores e técnicos, o autor demonstra que o mundo do futebol é uma fonte riquíssima de ensinamentos para nossa vida. 

Um livro destinado perceber a gramática, não a memorizá-la. 
Um livro prático, muito fácil de consultar, que não só ajuda a tirar as dúvidas referentes ao uso correcto da língua portuguesa no dia-a-dia como também explica, de uma maneira didáctica e simples, as principais regras gramaticais. 
Quantas vezes não teve dificuldade em ajudar o seu filho a estudar para um teste de Português ou a resolver um exercício de gramática? Quantas vezes não ficou confuso ao tentar compreender a diferença entre um quantificador e um determinante indefinido, ou entre um complemento indirecto e um oblíquo? 
Provavelmente muitas... mas decerto não é o único! 
Escrito numa linguagem clara e acessível por duas autoras que, além de grandes especialistas, são apaixonadas pela língua portuguesa. 
Este guia procura desmistificar a complexidade da terminologia linguística actual, facilitando a compreensão de conceitos, sem descurar o necessário rigor científico. Não há termo linguístico que não possa ser explicado de forma simples.

Divulgação: Reminiscências do Tempo, de Marta Ferreira

"Num misto de contos e de histórias de encantar, este é um livro que nos leva da infância à idade adulta, do sonho à realidade e nos deixa um legado de lembranças e memórias pinceladas de imaginação, fantasia e emoção.
Fantasia e Emoção são as duas palavras que melhor resumem este livro composto por um pequeno conjunto de quatro contos, quatro histórias sobre quatro meninas.
A minha nostalgia crónica levou à sua criação.
Com o reescrever de episódios da minha vivência — ao qual adiciono uma dose de imaginação —, pretendo registar e partilhar com o mundo momentos, experiências e valores que fizeram de mim  a pessoa que hoje sou.
Sou uma saudosista por natureza (confesso) e o meu maior medo é esquecer o que vivi, esquecer  quem sou. 
Através da escrita desejo garantir que isso nunca acontecerá."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Viagem ao Coração dos Pássaros (Possidónio Cachapa)

Invulgar desde antes do nascimento, Kika está destinada a receber em si um dom e, na companhia dos que deixaram a vida, mas ficaram presos a ela, a influir na vida dos que a rodeiam. Mas, no meio isolado onde vive, e filha de um pai que partiu e de uma mãe pouco afectuosa, Kika tem de aprender sozinha a comandar a sua diferença. E, dos primeiros anos de vida até à descoberta do seu próprio destino, Kika será a voz do inexplicável, para os outros e para si, numa existência que tem tanto de improvável como de estranhamente familiar.
Sendo este um livro relativamente breve, mas, ainda assim, vastíssimo nas surpresas que apresenta ao longo do caminho, um dos aspectos que mais surpreende é a forma como, inesperado no rumo da história e surpreendentemente complexo nas teias que unem personagens e acontecimentos, lê-se, ainda assim, de uma forma incrivelmente simples. É fácil compreender Kika, e, contudo, a sua natureza e indefinível. E, quanto ao seu percurso, há uma estranha naturalidade na forma como é descrito, apesar de tudo o que tem de sobrenatural. 
No fundo, mais que o mistério de Kika e dos seus dons, sente-se a presença de algo de impalpável, como que uma inocência que, nem sempre sendo a mais ajustada aos comportamentos de Kika, acaba por ser, ainda assim, o traço que mais se destaca. Uma inocência que, por mais perturbadores que possam ser, para a protagonista, os acontecimentos, parece ser, ainda assim, a base que fundamenta o seu papel. De criança ou de mulher capaz de ver para lá do mundo visível, e de viver uma história que, nem sempre sendo a sua, acaba por sempre convergir em si.
Este retrato de uma vida complexa, contada de forma aparentemente simples, adquire este tom tão próprio também devido à escrita. Cativante e agradável, sem elaborações desnecessárias e, contudo, de uma harmonia belíssima, também a escrita reflecte os contrastes e o fascinante equilíbrio que definem a história, adaptando-se quer à aparente inocência da protagonista, quer à forma como a sua caminhada a vai moldando em algo mais que uma criança com um dom invulgar.
Cativante e surpreendente, este é, pois, um livro que esconde, por detrás da aparente simplicidade, um percurso de complexidades insuspeitas. Misterioso, fascinante e, apesar disso, de uma inocência enternecedora, proporciona, sem dúvida, uma leitura memorável. Muito bom.

Novidade Clube do Autor

O mundo está sob ameaça de um inimigo poderoso. Existe a possibilidade de o eliminar de uma vez por todas. Mas trata-se de uma missão de alto risco; se for bem-sucedida, o mundo será um lugar melhor. Mas se falhar, estaremos perante um Armagedão.
Um ataque à Coreia do Norte, país que possui armas nucleares, colocaria os Estados Unidos debaixo de fogo e o mundo em risco. A conspiração para eliminar o líder do país está em curso e não há margem para erros. Will Robie e Jessica Reel são os únicos agentes capazes de executar a missão. 
Chung-Cha foi criada num campo de trabalhos forçados na Coreia do Norte. Nesse local de terror, não existe honra, sentimentos ou compaixão e a jovem foi treinada desde cedo para matar. É esta assassina fria que é incumbida de aniquilar, a todo o custo, a dupla Robie e Reel.
Numa luta feroz entre o Ocidente e o Oriente, quem é o caçador e quem é a presa quando o verdadeiro alvo é revelado?

David Baldacci é autor de um impressionante número de bestsellers, entrando frequentemente no primeiro lugar da lista dos mais vendidos do New York Times. As suas obras estão traduzidas em mais de 45 idiomas e presentes em cerca de 90 países, sendo Baldacci um dos mais populares escritores em todo o mundo.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A Magia do Baralho Cigano (Patrícia Jarimba)

Com origem no Petit Lenormand, o baralho cigano é apresentado como um método acessível e de fácil compreensão de leitura das cartas. O que este livro apresenta, aliás, mais que a teoria ou a história, é precisamente uma orientação prática nesse sentido. Organizada, bastante acessível e sucinta, mas não demasiado, nas orientações, pode funcionar como um bom guia prático para quem queira aprender mais sobre o baralho cigano.
A organização é, aliás, o principal ponto forte deste livro. Começando pelos conselhos iniciais para apenas depois se lançar no significado das cartas e nas formas de a lançar, a autora segue um percurso que facilmente poderá ser acompanhado por alguém sem qualquer conhecimento prévio sobre a matéria. Além disso, a forma simples e concisa com que a autora expõe as coisas - seja nos significados, seja nas formas de tiragem, seja ainda no muito breve resumo das origens do baralho cigano - torna a leitura acessível e cativante, não desmoralizando, assim, com elaborações desnecessárias um potencial interessado.
É na brevidade relativamente à história e ao contexto que fica a impressão de que bastante mais haveria a dizer. Tendo, como parece ter, o objectivo de ensinar, acima de tudo, o método, não há dúvidas de que o livro serve o seu objectivo. Ainda assim, se o contexto histórico e a evolução ao longo dos tempos tivessem sido mais desenvolvidos, o livro poderia ser mais apelativo aos simples curiosos.
Claro que, tratando essencialmente de um método de previsão, poderá ser menos apelativo a um leitor mais céptico. Ainda assim, e apesar da brevidade associada aos aspectos mais teóricos, não deixa de ser interessante, independentemente de se acreditar ou não, conhecer os métodos e os simbolismos associados a uma leitura.
A soma das partes é um livro agradável de ler e bem organizado, de fácil compreensão mesmo para quem não conhecer grande coisa sobre o assunto e que, apesar da brevidade com que aborda a questão das origens, deixa a curiosidade em saber mais. Interessante, em suma.