domingo, 11 de julho de 2010

Os Pés do Cordeiro (Leonel Brim)

Este é um livro estranho. Pretendendo ser um retrato irónico de Portugal, contendo em cada momento um reflexo exagerado de uma qualquer situação quotidiana, a verdade é que, se os diálogos e situações surreais que compõem este livro têm algo de arrancado à realidade, também não deixa de ser um facto que esses elementos são de muito difícil percepção.
Citações literárias e históricas, expressões de diversos idiomas, referências mitológicas e nomes extremamente invulgares confundem-se num sem fim de trocadilhos que vão da mais vasta erudição ao calão mais vulgar. E, numa escrita que parece divagar entre uma imensidade de temas em simultâneo, encontrar uma linha de enredo que se possa seguir é extremamente difícil ao longo destas mais de 500 páginas.
Interessante, por vezes, surpreendente nalguns momentos curiosos, elaborado na vastidão de conteúdos que contempla e, por vezes, divertido, mas tão caótico no aglomerado de assuntos, personagens e situações que contém que é difícil guardar pouco mais que o esforço que é avançar ao longo destas páginas. Um livro complexo e difícil de assimilar e que, apesar dos inúmeros elementos que o constituem, não deixou muito para guardar da sua leitura.

2 comentários:

  1. Mais uma vez se prova que a internet e em particular a blogosfera estão cheias de gente que não se topa. Pelo que me é dado a ver, pelo que escreveu, nem terá lido o livro todo: referências mitológicas? quais? Olhe é pena que não tenha guardado nada da sua leitura. É a ler os grandes autores que se aprende alguma coisa. A escrever pelo menos.

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  2. Por acaso, li o livro todo, do princípio ao fim, ainda que me tenha passado pela cabeça desistir. Referências mitológicas como por exemplo "Neptuno devora os filhos?". Retirada directamente do livro. Podem não se enquadrar no contexto mitológico, mas são, ainda assim, referências aos mitos.
    Li o livro completo, sim. E não gostei. E se acha que a blogosfera está cheia de gente que não se topa, porque é que se dá ao trabalho de ler o que nela se escreve?

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