quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Os Mágicos (Lev Grossman)

Uma entrevista de admissão à faculdade era tudo o que ocupava os pensamentos de Quentin Coldwater naquele dia. Mas, quando entraram na casa, o homem estava morto e havia uma estranha carta à espera do rapaz. Alguns passos, a perseguição a uma nota e Quentin dá consigo em Brakebills, escola de magia. Mas um sonho realizado nem sempre significa felicidade. Às vezes, representa apenas o início dos problemas.
Há um certo desequilíbrio ao longo do enredo deste livro, como se o autor tivesse várias ideias, algumas delas bastante interessantes, e fosse imperioso que todas fossem, de alguma forma, misturadas numa mesma narrativa. O resultado é que, durante uma boa parte do livro, os acontecimentos que se sucedem não parecem seguir uma linha de enredo principal, mas espalhar-se através do cenário como situações confusas e cujas ligações parecem difíceis de compreender.
Alguns momentos são realmente muito bons. A história do irmão de Alice, o método de ensino do professor Mayakovsky, a mudança de Martin Chatwin e alguns outros momentos espalhados ao longo do livro são, de facto, bastante cativantes. O problema é que, entre estas, outras situações são apresentadas que, ou tornam o enredo confuso, ou parecem não contribuir para a história ou não chegam a ver explicada a sua verdadeira importância (como no caso do teste facultativo da Antárctida). Assim, por mais interessantes que sejam os melhores momentos do livro, o resultado é uma distância inevitável face a história e personagens que, com as suas acções por vezes inexplicáveis, raramente chegam a permitir grande empatia para com o leitor.
Ainda de referir toda a parte da história construída em volta de Fillory. É, na verdade, nas partes dedicadas a este mundo que se encontram alguns dos aspectos mais curiosos do livro, principalmente na ligação entre o que os protagonistas realmente encontram e aquilo que a sua imaginação lhes permitira retirar dos livros. Há, nesta fase, um ritmo um pouco mais constante e bastantes mais pontos relevantes, em comparação à fase de aprendizagem em Brakebills.
Dificilmente poderei dizer que este livro correspondeu às minhas expectativas. Existem, ainda assim, alguns pontos de interesse, principalmente nalguns momentos mais dedicados à reflexão sobre o valor dos sonhos e do poder. Pena que não tenham sido o suficiente para cativar por completo.

2 comentários:

  1. Se não fosse a 2ªparte do livro(Fillory), tinha-lhe dado um 2 de 5!
    Concordo plenamente contigo.

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  2. Andei a terminar este livro também por estes dias. Confesso que faltou mais para levar o livro à livraria e pedir para trocar por um qualquer motivo que arranjasse nem que fosse à pressão.
    Não consegui gostar do livro, confesso. Achei o Quentin o maior Gary Stue de que alguma vez tive conhecimento e a escrita do autor tende a deixar bastante a desejar, principalmente no que a descrições diz respeito.
    Foi um livro que, sem dúvida, não correspondeu às expectativas (tem tão boas críticas ditas profissionais, ainda estou para perceber porquê)e é fruto da mais descarada publicidade enganosa dos últimos tempos. Compararem este livro a obras de C.S.Lewis, T.H.White e J.K.Rowling é, na minha opinião, do mais descabido que tenho visto.
    Enfim, isto tudo para dizer que é um livro que não me ficará na memória (a menos que me venha a recordar dos pontos negativos) e que, muito sinceramente, não tenciono voltar a ler, de todo.

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