É, sem dúvida, uma obra luminosa este primeiro livro que Catarina Coelho nos apresenta. Luminosa pelo ambiente que inicia a história, calmo e pacífico, cheio de uma harmonia capaz de invadir os corações, mas também pela forma de escrita, que nos agarra e envolve como se também nós pudéssemos ser um desses pequenos seres, tão mágicos e harmoniosos, que partem em busca de Sulti.
Capaz de nos cativar desde a primeira página, esta aventura apresenta-nos, de uma forma profundamente viciante, o eterno duelo entre a luz e as trevas, mas este duelo, mais do que entre dois grupos de contendores, passa-se no coração dos pequenos anões de quem tão avidamente seguimos o percurso. Encontramo-nos, a cada passo, com paisagens diferentes, na sua mágica beleza, com criaturas poderosas e, por vezes, ameaçadoras, mas o mundo que a Catarina criou ensina-nos uma grande lição. Existe sempre uma luz capaz de superar as trevas.
E são esses os dilemas com que nos encontramos, como se fôssemos as personagens. O poder seduz-nos, arrastando-nos para uma luta interior. Quanto estaremos dispostos a perder para conquistar a vitória? E a coragem das personagens embala-nos como num sonho, enquanto, por vezes, o sucesso se assemelha a uma miragem, mas, ainda assim, os pequenos seres que lutam contra o tempo, contra a tentação, contra as suas próprias fraquezas, e ainda contra os inimigos exteriores, conseguem encontrar a força pelo meio do desânimo.
Trata-se, sem dúvida, de uma história mágica, capaz de apelar aos corações dos mais jovens, pela magia e pelas lições importantes que contém, mas também capaz de fascinar os mais velhos, pelo fantástico enredo da história, pelo realismo dos sentimentos e contradições que tocam a alma das personagens e pela magnífica forma de escrita da Catarina.
Sem dúvida alguma que recomendo o livro a todos os apreciadores de uma história fantástica bem escrita, cativante e capaz de nos ensinar um pouco. Porque os anões da luz e todas as outras criaturas que nos são apresentadas cativam-nos a alma e fazem-nos sonhar, como se desse mundo fizéssemos parte.
Muitos parabéns, Catarina, por este livro lindíssimo. Vou ficar à espera de mais!
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