Um livro perturbador, onde as relações humanas se confundem na fina linha onde amor e ódio se dividem. Uma visão do oriente, soturno e silencioso sob o manto da neve invernal. Esta é a história de Shimamura, o homem que, ao longo dos anos, se desloca à Terra de Neve para ver Komako, a gueisha que o atrai para um labirinto de sentimentos.
Escrito de uma forma profunda e quase poética, este livro mostra-nos a passagem das estações pelo coração dos protagonistas. Mais que uma simples história, Terra de Neve fala-nos das relações humanas, da tradição oriental, da confusão que se esconde nas ligações que cada um estabelece.
E não é uma leitura fácil. A perturbada relação que se estabelece entre Komako e Shimamura, as suas decisões constantemente contraditórias e uma extensa divagação descritiva pelos aspectos de locais e de sentimentos tornam Terra de Neve num livro potencialmente confuso e um pouco cansativo.
Um soberbo exemplo de escrita, este é um livro que se pode apreciar pela sua profundidade emocional e pela excelência da sua arte. Ainda assim, não o recomendaria a quem procure uma história linear, um livro onde a narração se sobreponha a tudo o mais. Terra de Neve é, no seu estilo perturbador, uma obra imprevisível do início ao fim, e é isso que o torna num livro único.
Gostei muito do seu texto e de lembrar o grande escritor Kawabata. Se tiver interesse em ver o que eu já escrevi sobre ele pode ver no meu blog
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nos dias 23 e 28 de Agosto 2009.
Um abraço e parabéns pelo blog!
o falcão