Foi ontem revelado como vencedor do Prémio Leya o escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.
O autor conta já com sete obras publicadas na Caminho e recebeu em 2004, com o romance As Visitas do Dr. Valdez, o Prémio José Craveirinha da Literatura, a maior distinção literária em Moçambique.
João Paulo Borges Coelho afirmou no momento do anúncio «que continuaria a escrever. Este prémio dá alento (…) Para mim, escrever não é uma profissão, mas uma diversão».
Zeferino Coelho, editor da Caminho, que se encontrava em Frankfurt no momento do anúncio, declarou «que este é um prémio inteiramente justo e que confirma a qualidade da escrita de João Paulo Borges Coelho, um dos maiores prosadores moçambicanos de hoje.»
Sobre a obra de João Paulo Borges Coelho:
As Duas Sombras do Rio - Junho 2003
Esta é uma história feita de histórias entretecidas. Histórias de guerra e de sobrevivência, de pequenos sinais de humanidade rompendo da violência como as plantas rompem das pedras.
É também uma história de divisões: divisões entre a memória e o presente, entre os deuses e os homens, entre os homens eles próprios. Divisões que crescem no espaço da grande divisão que o majestoso rio Zambeze cavou, erigindo uma fronteira entre o Norte e o Sul.
As Visitas do Dr. Valdez - Setembro 2004
Tendo como pano de fundo o final de um império e o nascimento de um país, esta é a história do ocaso de duas velhas senhoras e do crescimento de um rapaz. Fechados numa pequena casa, esforçam-se os três — cada um à sua maneira — por construir uma família fora do tempo e das convenções.
Entre um passado denso e um futuro que é uma incógnita, surge um Dr. Valdez tocando a campainha para lhes estruturar os diálogos.
Índicos Indícios I. Setentrião - Abril 2005
Neste primeiro volume dos Índicos Indícios são visitados cinco lugares do Setentrião moçambicano, e em cada lugar sucede uma estória.
Índicos Indícios II. Meridião - Novembro 2005
Este segundo volume dos Índicos Indícios abre com uma aventura passada no extremo sul, onde se acaba a terra conhecida.
Crónica da Rua 513.2 - Março 2006
Umas vezes deserto inóspito, outras um mar revolto, a Rua 513.2 oscila de um extremo ao outro sem encontrar serenidade. Todavia, se fosse tirada uma média a esses dois estados ela não passaria de uma rua normalíssima.
Na Rua 513.2, o Inspector Monteiro, o Doutor Pestana e dona Aurora, o mecânico Marques, a velha prostituta Arminda de Sousa e alguns outros, emergem do passado para interferir nos dias dos vivos.
Até que um dia chegam novos fantasmas para ocupar o lugar dos antigos, e as coisas começam a mudar.
Campo de Trânsito - Abril 2007
J. Mungau é detido e levado para o Campo de Trânsito, onde fica a aguardar transferência para um lugar definitivo.
Afastado do futuro por incontornáveis circunstâncias, também no passado Mungau tem dificuldade em achar o seu lugar. Enquanto aguarda, esforça-se por descobrir as relações que os que o cercam estabelecem entre si – o Professor e a sua esquiva mulher, o Chefe da Aldeia, a Desengonçada Garça, o enigmático Vendedor de Chá e o cortejo de feirantes e artistas que ali chega uma vez por mês anunciando os seus produtos e atirando ao ar as suas bolas coloridas – uma complexa teia gerida com mestria por um incansável Director.
Hinyambaan - Fevereiro 2008
Para as famílias Odendaal e du Plessis aproxima-se a costumada e conjunta viagem de férias. Mas, este ano, à última da hora, os du Plessis, sabe-se lá por que motivo, decidiram não viajar...
Nada que impeça o casal Odendaal e os seus dois filhos de partir para Hinyambaan, com toda a bagagem necessária, no seu velho Corolla.
A viagem da África do Sul para Moçambique, na companhia de Djika-Djika, um jovem da comunidade local, expedito e arguto, a quem dão boleia a meio do percurso, promete ser atribulada e emocionante...
Fonte: Caminho
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