quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Chave do Degredo (António Fortuna)

O soneto sempre foi uma das minhas formas poéticas preferidas. Foi, por isso, com grande expectativa que peguei neste pequeno livro. E devo dizer que não saí, de forma alguma, desapontada da leitura destes poemas.
Primeiro que tudo, há a emoção. Apesar das rígidas normas do soneto, nestes poemas não se perde, nem por momentos, o sentimento essencial e, através da diversidade de temas e momentos abordados, há uma unidade omnipresente: a do coração que sente abertamente aquilo que as palavras cantam.
Depois, há as imagens. Não só as ilustrações que percorrem as páginas deste livro (que, são também elas, uma harmonia completa com as palavras), mas as imagens que cada poema evoca na mente do leitor. Simples, mas quase palpáveis, as metáforas que dão voz a cada instante e a cada emoção, são sonho e melancolia, riso e lágrimas, pedra e vento. E, na sua totalidade, formam um conjunto de harmonias suaves e incontestavelmente belas.
Não esperem uma poesia complexa e rebuscada, se pegarem neste livro. Não é esse o seu ponto principal. Mas, em cada palavra de cada um destes sonetos, há uma presença que não pode ser negada e é isso que, para mim, tornou tão agradável esta leitura. Onde quer que se procure, o coração está lá.

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