Quando Ronnie Miller se vê obrigada a passar o Verão com o pai com quem há três anos está de relações cortadas, julga que essas serão as piores férias de sempre. Não sabe, contudo, que vai ser nesse mesmo Verão que, além de descobrir um lado completamente desconhecido do seu pai, vai conhecer Will, o rapaz por quem se vai apaixonar.
Simples, envolvente, e centrado essencialmente na emoção. São estes os aspectos essenciais das obras de Nicholas Sparks e este livro não é uma excepção. De capítulo em capítulo, a autor apresenta-nos, através das suas reacções a cada situação (mais ou menos relevante), o traçado emotivo de cada personagem. Neste caso, temos Ronnie, a adolescente que esconde atrás da máscara de rebeldia um instinto inerente para a ternura. Com um passado marcado por vários erros, não deixa de revelar um claro sentido do que é certo ou errado.
Muitas vezes, nos livros deste autor, verifica-se que o amor, enquanto tema central, é também uma forma de abordar, de um modo mais leve e, talvez, mais fácil de assimilar, outros temas mais profundos. Neste caso, mais que o amor de Verão entre Ronnie e Will, temos a redescoberta dos sentimentos de Ronnie pelo seu pai, a expressão da verdadeira ligação no amor paternal e a força com que a emoção se expressa perante a perda iminente.
É esta forte componente emotiva o que mais me chama a atenção nos livros deste autor. Nem tudo é perfeito, contudo, e a impressão com que fiquei neste livro é que o autor se dispersa demasiado em situações menores, criando histórias secundárias que acabam por não ficar devidamente explicadas e que, por vezes, parecem desnecessárias ao contexto dos acontecimentos.
O que dizer, pois, deste A Melodia do Adeus? Um livro leve e, em alguns momentos, comovente. Não uma obra perfeita, mas que cumpre os seus objectivos de envolver o leitor na sua história, transmitindo a sua mensagem, e que, na sua fase final, consegue criar alguns momentos marcantes. Gostei.
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