Orgulho e Preconceito (Jane Austen)

Quando o senhor Bingley chega a Netherfield, acompanhado do seu amigo, o senhor Darcy, a impressão que este último causa em Elizabeth Bennett não é, de todo, a melhor. À medida que o tempo se sucede, contudo, e situações imprevistas levam a que os seus caminhos se cruzem, o orgulho que tanta repulsa causara no espírito de Lizzy vai dar lugar a emoções bem diferentes.

Dificilmente um clássico como este livro necessitará de apresentações. Uma obra que sobreviveu ao teste do tempo sem perder qualquer do seu impacto, que continua a fascinar leitores com o retrato preciso das conveniências da sua época e que, apesar desta descrição completa e clara dos costumes, não perde, em circunstância alguma, o seu fascínio.

Desde os principais aspectos dos locais onde a história se concentra, aos gestos e atitudes protocolares e a uma definição muito clara do que seria, naquela época, certo ou errado, nenhum aspecto é esquecido e é surpreendentemente fácil imaginar, por completo, o cenário que nos é apresentado. O mais fascinante, ainda assim, é a variedade de temperamentos que caracterizam cada uma das personagens. Desde a estranha futilidade de Lydia ao austero orgulho do senhor Darcy e à constante persistência de Elizabeth, temos um reflexo de múltiplas personalidades e da sua adaptação aos costumes e preconceitos da época.

Uma história de afectos, mas muito mais que isso, este livro descreve-nos as circunstâncias de toda uma sociedade sem por isso perder o seu poder de envolvência. E, apesar de ser já uma história sobejamente conhecida, existem sempre pequenos aspectos da história e do cenário que nos podem surpreender. Uma leitura excelente, portanto, e absolutamente recomendada.