Quando Ellen conheceu Marsh, a sua experiência em relações anteriores dizia-lhe que estivesse preparada para o pior e, por isso, decidiu manter uma lista das coisas más que acontecessem entre eles, para que não fosse dando desculpas na tentativa de prolongar a relação. O que aconteceu, contudo, foi que essa lista nunca chegou a ser necessária, sendo com o tempo substituída por uma lista das mais doces memórias de uma vida em comum com Marsh. E é a história dessa relação que este livro nos conta.
O que mais transparece ao longo de todo este livro é, sem margem para dúvidas, uma forte presença de amor e ternura. À medida que Ellen partilha as suas memórias mais queridas, quer com as entradas da lista de Doces Recordações, quer na forma como narra o seu percurso em comum com Marsh, é claramente notória na forma como a autora se expressa a força dos seus sentimentos pelo companheiro. Além disso, o próprio percurso do casal e todo ele interessante, reflectindo nas suas múltiplas viagens e aventuras um espírito jovem, ao mesmo tempo que dá também a conhecer pequenos aspectos das culturas que visitaram.
Sendo uma história de vida, mas acima de tudo de uma relação, há momentos em que a história se torna um pouco menos cativante, particularmente na descrição do percurso de barco. Ainda assim, o lado emocional deste livro está sempre presente e a forma terna como a autora fala de Marsh, principalmente nos capítulos onde as maiores dificuldades se revelam não deixa de ser muito comovente.
Talvez não seja uma leitura compulsiva ou uma obra literária muito elaborada. Mas, na sua simplicidade genuína e emotiva, este livro tem em si algo de muito especial. Recorda-nos a força do verdadeiro amor.
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