Carlos e Marta. Sílvia e Paulo. Ricardo e Henrique. São estes três casais os protagonistas desta comédia de traições e relações esgotadas, de amizades de fachada e casamentos que já nada representam. Porque no ponto onde o amor termina começa o tédio e a procura de algo novo no seu lugar.
Se há ponto onde este livro é bem-sucedido é no humor. As situações improváveis e, por vezes, surreais que passam pela vida destes casais proporcionam alguns momentos bastante divertidos ao longo do enredo. São estas situações, na verdade, as partes mais interessantes do livro, capazes de provocar umas boas gargalhadas.
É, contudo, essa mesma improbabilidade, fruto de um certo exagero intencional - afinal, este é um livro que pretende ser uma comédia - que acaba por resultar numa leitura talvez demasiado leve. Com uma escrita acessível e uma estrutura algo fragmentária, mudando de cena quase de página em página, a história dos personagens acaba por se resumir a quem trai quem e como, surgindo como uma leitura leve e até, em certa medida, viciante, mas que acaba por se concluir demasiado cedo e sem grande profundidade.
Doces Tormentas é, em suma, uma leitura agradável e divertida, desde que não se procure nada de muito profundo. É impossível evitar, ainda assim, a sensação de que, ainda que os objectivos de surgir como uma comédia romântica tenham sido cumpridos, um pouco mais de desenvolvimento teria tornado esta história bastante mais interessante.
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