sexta-feira, 30 de julho de 2010

Viver o Sonho (Josephine Cox)

Luke Hammond é um empresário de sucesso, com uma vida destroçada. O amante da mulher espancou-a violentamente e desde então ela tem momentos de loucura que a tornam um perigo e um fardo. Amy, por sua vez, é uma jovem simpática e generosa, mas marcada pelo abandono de Don Carson, poucos dias antes da data do seu casamento. E eles não se conhecem, mas há entre eles uma força de sentimentos irrecusável e um percurso que nem eles podem imaginar.
Esta é uma história centrada fundamentalmente nos desencontros e dúvidas do amor, não só na impossibilidade da paixão que Luke sente por Amy (bloqueada pelo seu casamento com uma mulher instável e perturbada), mas também na história de Amy e da sua descoberta de Jack, de Daisy e do seu confuso conhecimento de Roy, e até de Maureen e da revelação da verdadeira natureza do seu marido. Cada uma destas histórias, entretecidas num todo onde as ligações são inúmeras, contribui de uma forma muito própria para reflectir os vários finais possíveis de uma história de amor, mas também de obsessão e de amizade, e, ainda que a diversidade de histórias a decorrer em simultâneo resulte inicialmente numa leitura um pouco confusa, a partir do momento em que se assimila o ritmo e a identidade de cada personagens, é muito fácil encontrar algo com que simpatizar.
Algumas das situações, principalmente no início, são um pouco improváveis, o que resulta numa certa demora em criar laços com as personagens. Mais tarde, contudo, quando conhecemos as suas verdadeiras naturezas, é quase inevitável odiar as atitudes de Georgina, admirar a paciência de Amy e sentir uma certa perturbação ante as crises de Sylvia, entre outros aspectos.
Uma última referência para o final que foge aos moldes clássicos deste género, não terminando nem numa tragédia completa nem no total "felizes para sempre" de muitas das histórias mais centradas no aspecto romântico. Aqui, há momentos de felicidade, de dor e de nostalgia na medida certa e, se nem só dos protagonistas vive esta história, Luke é, por si só, um facto de mistério nos desenvolvimentos desta história.
Emotivo e cativante, ainda que um pouco confuso na fase inicial, para quem procura uma história romântica, mas com um rumo um pouco diferente do habitual, acredito que este livro não desiludirá.

Novidades Saída de Emergência para Agosto

O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará.
O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad’Dib.
Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império…

As boas notícias: Zoey conquistou os seus amigos de volta e a nova Stevie Ray já não é apenas um segredo de Neferet. As más notícias: um mal antigo com rosto de anjo foi libertado, com outras criaturas não tão angélicas. A avó Redbird está em apuros. Heath está em apuros. A Casa da Noite está em apuros. Na verdade, o mundo inteiro de Zoey está a ruir!
Mas quando os problemas são desencadeados por um ser que aparenta personificar a própria beleza, em quem irá o mundo acreditar? Especialmente quando uma adolescente vampyra à frente de um grupo de marginalizados é a única a compreender o perigo que ele representa. Terá Zoey a força e a sabedoria para revelar a verdade?

A Senhorita Perspicácia Carraça, bruxa de algum renome, preocupa-se com um ondular nas paredes do mundo, uma perturbação centrada em terras de cré, onde não é costume nascerem bruxas de mérito. Mas a pequena Tiffany Dores decide contrariar a tradição porque o seu irritante irmãozinho foi raptado pela rainha das fadas. Ajudada por um sapo falante e por um exército de Homenzinhos Livres ladrões, bêbados e arruaceiros (os Nac Mac Feegles), Tiffany deita mãos à obra.

Novidade Chá das Cinco para Agosto

Eve Benedict é a última das grandes deusas do cinema, uma sex symbol de voz sensual premiada com dois Óscares, quatro maridos e uma legião de amantes. Não há segredo ou escândalo que desconheça. Agora, Eve decidiu escrever as suas memórias – revelando tudo e expondo todos.
Julia Summers é a biógrafa que Eve escolheu pessoalmente para relatar a sua história. Julia detesta o glamour de Beverly Hills, mas adora o seu trabalho – e o lar que construiu com o seu filho de dez anos que cria sozinha.
Como poderia recusar esta oportunidade única? Mas o enteado de Eve, Paul Winthrop, desafiará a determinação de Eve em contar a sua história e a de Julia em preservar o seu coração. E à medida que Julia se apercebe até onde os inimigos de Eve estão dispostos a ir para que as suas memórias não sejam publicadas, também descobre que a deusa do cinema esconde um segredo terrível. Tão terrível que, mais do que mudar a vida de Julia, também lhe pode colocar um ponto final.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Jasmyn (Alex Bell)

A vida de Jasmyn Gracey desmoronou quando o marido morreu. Mas, mais que o luto e a dor da perda, Jasmyn terá de lidar com uma série de situações estranhas, que começam desde logo com a queda de cinco cisnes negros no dia do funeral de Liam. E é quando Jasmyn recebe a visita de um estranho que as revelações começam a surgir, fazendo com que ela dê início a uma viagem estranha e cheia de aventuras, passando pelo castelo de Neuschwanstein e pelas catacumbas de Paris, para cessar apenas perante a verdade.
Uma leitura deliciosa. É isso que este livro proporciona. Com um capítulo de abertura intenso e emotivo e uma escrita fluída e envolvente ao longo de toda a história, é incrivelmente fácil entrar desde o início na confusa vida de Jasmyn. Desde o início que a jovem albina parece estar contra o mundo. A família do marido parece odiá-la e, mais que isso, a visão que todos eles têm de Liam é diametralmente oposta à sua, o que resulta numa poderosa sensação de solidão que, desde muito cedo desperta a solidariedade do leitor.
Mas é quando a magia se manifesta mais claramente que as coisas se tornam irresistíveis. O mito é um elemento constante ao longo de toda esta história, centrada em grande parte na lenda de Ludwig da Baviera, o rei-cisne. E a lenda reflecte-se na realidade da história, com o aparecimento dos cavaleiros-cisne, o misterioso Kini e o roubo da voz da princesa-cisne. Mas há outras criaturas mitológicas e também as fadas têm o seu papel a desempenhar nesta história.
Com um equilíbrio perfeito entre acção e emoção, a história desenrola-se sem momentos parados, mas permitindo um conhecimento bastante claro das personagens. Entre situações e reviravoltas imprevistas, é possível ficar a conhecer a verdadeira natureza de Liam, os sentimentos tão cuidadosamente escondidos de Ben, a tocante relação de Jasmyn com a sua música (e este foi um elemento que me marcou de forma muito pessoal) e até a nobreza por detrás do enigma que é Lukas. E estas personalidades tão intensas e tão diversas, aliadas à presença mitológica e à diversidade de locais, inserem neste livro toda uma série de pormenores maravilhosos de descobrir.
Desde a pureza frágil de Jasmyn à força por vezes incompreendida de Ben, há toda uma diversidade de mundos e de pessoas para descobrir nesta história simplesmente mágica. Emotivo, viciante e cheio de aventuras para percorrer, este é um livro que recomendo sem reservas.

Novidades Civilização

Allersmead é uma enorme e velha casa vitoriana, nos subúrbios. O lugar perfeito para a elegante Sandra, a difícil Gina, o autodestruidor Paul, a sensata Katie, o inteligente Roger e a volúvel Clare crescerem. Mas terá sido? Já adultos, regressam todos a Allersmead, um por um. À mãe, uma dona de casa dedicada, ao pai, um escritor alheado de tudo, e à casa que durante anos foi testemunha silenciosa dos segredos familiares. E de um segredo devastador de que ninguém fala…

Penelope Lively cresceu no Egipto mas instalou-se na Inglaterra depois da II Guerra Mundial onde se licenciou em História no St Anne’s College, Oxford. Pertence ao corpo directivo da Royal Society of Literature e é membro da PEN e da Society of Authors.
Casou-se com o professor Jack Lively, já falecido, tem uma filha, um filho e quatro netos. Vive em Londres. É autora de muitos romances premiados e colectâneas de contos para adultos e crianças.
Foi nomeada duas vezes para o Booker Prize: em 1977 com o seu primeiro romance The Road to Lichfield e novamente em 1984 com According to Mark. Ganhou mais tarde o Booker Prize de 1987 com o seu muito aclamado romance Anel de Areia já publicado pela Civilização Editora.
Escreveu também guiões para rádio e televisão e foi apresentadora de um programa de literatura infantil na BBC Radio 4. É uma escritora popular de livros infantis e ganhou a Carnegie Medal e o Whitbread Award. Foi nomeada CBE na lista New Year’s Honours de 2001.

Max Tivoli está a escrever a história da sua vida. Tem quase setenta anos, mas parece ter apenas sete – porque está a envelhecer ao contrário. A tragédia da vida de Max foi ter-se apaixonado, aos dezassete anos, por Alice, uma rapariga da sua idade – mas, para ela, Max parece um muito pouco atraente homem de meia-idade. Contudo, quando Max chega aos trinta e cinco anos, com um aspecto condizente, tem a sua segunda oportunidade no amor. No entanto, a felicidade foge a este casal perseguido pelo azar, e são necessárias medidas desesperadas.

Andrew Sean Greer é autor do bestseller “As Confissões de Max Tivoli”, assim como de uma colecção de histórias, How It Was for Me, e de um anterior romance, The Path of Minor Planets. As suas histórias apareceram no The New Yorker, no Esquire e no The Paris Review. Recebeu um NEA Fellowship, um California Book Award e o New York Public Library Young Lions Fiction Award. Vive em São Francisco.

Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.
15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão?
Vinte anos, duas pessoas, um DIA.

David Nicholls nasceu em 1966 em Eastleigh, Hampshire. Estudou teatro antes de se dedicar a escrita. De entre os seus êxitos televisivos destacam-se a terceira série de Cold Feet, Rescue Me e I Saw You, bem como uma muito elogiada versão moderna de Much Ado About Nothing e uma adaptação de Tess of the D’Ubervilles, ambas para a BBC.
Para além de romances, David Nicholls escreve guiões para cinema e televisão, e já foi duas vezes nomeado para os prémios BAFTA. O seu primeiro romance e best-seller, Starter for Ten, foi seleccionado para o Richard and Judy Book Club em 2004 e adaptado para o cinema em 2006 (em Portugal com o nome Concurso Viciado). O argumento do filme foi escrito pelo próprio David Nicholls e a personagem principal foi interpretada por James McAvoy.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Novidades Bertrand

A Juíza Machore Lola está prestes a enfrentar a experiência mais terrível da sua carreira: são encontrados dois corpos, brutalmente assassinados, numa ermida remota; os corpos estão rodeados por uma grande quantidade de dinheiro e por um velho Lignum Crucis (madeira da cruz). Pouco depois, o arcebispo de Pamplona recebe no seu palácio um pacote estranho: um dedo humano dentro de um pequeno caixão. A Juíza Lola Machore inicia uma investigação com Juan Iturri, um inspector da Interpol e velho amigo, e com a ajuda inesperada do padre Chocarro, um matemático que se tornou místico.
Mas rapidamente descobrem que fazem parte de um plano muito mais amplo, onde as vozes do passado ecoam vingança, e que as suas próprias vidas estão em perigo.
Numa corrida contra o tempo, com apenas uma pista para localizar o autor dos crimes: um número primo.

Conduzida apenas por um punhado de imagens, a investigação do Inspector Daniel Vartanian leva-o até ao passado sombrio da sua própria família, e para o reino duma mente mais sinistra do que ele jamais poderia imaginar. Mas a sua busca também o conduz até Alex Fallon, uma bela enfermeira, cujo conturbado passado remete para o seu próprio. Enquanto Daniel se apaixona por Alex, descobre que também ela é objecto do assassino obcecado. Deste modo, vê-se confrontado com a descoberta da identidade de um crime macabro, mas também com a salvação da vida da mulher que começou a amar.

Corsários e Piratas Portugueses (Alexandra Pelúcia)

Qual o papel do corso nos descobrimentos portugueses, quem esteve envolvido, que regras os guiavam e que conflitos provocaram. Estas são só algumas das questões explicadas neste breve mas muito interessante livro sobre a presença dos portugueses na Ásia e suas actividades de corso e pirataria. Desde nomes conhecidos como Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, cujas actividades de corso são pouco conhecidas, a outros menos presentes na História dos descobrimentos, este livro apresenta, sem
grande complexidade, mas de forma bastante completa, o percurso e a natureza das acções dos navegadores portugueses.
Orientado de forma simples, mas com uma longa e completa lista de referências para quem quiser aprofundar conhecimentos, esta obra, que teve por base o trabalho académico da autora, é bastante esclarecedor, principalmente no que respeita aos costumes e regras, bem como às razões que poderiam levar alguém a passar de corsário admitido pela autoridade do rei a pirata. As vantagens políticas e económicas, a divisão das presas e os conflitos que envolviam o sistema da época são também referidos e, ainda que fique a sensação de que o tema podia ser bastante mais aprofundado, para quem procura uma ideia geral sobre o assunto, este é um livro bastante esclarecedor.
Interessante e preciso, Corsários e Piratas Portugueses surge como uma visão abrangente, ainda que não muito desenvolvida, de um lado menos conhecido dos descobrimentos. Para quem conhecer pouco do assunto, este é provavelmente um bom livro para começar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Em Território Pirata (Michael Crichton)

Charles Hunter, corsário inglês, decide, com o apoio do governador de Port Royal, embarcar na mais perigosa das suas aventuras. O alvo é Matanceros e diz-se que é inexpugnável, mas há um galeão do tesouro espanhol como promessa de riqueza e um inimigo de longa data que é necessário enfrentar. E o assalto à fortaleza acabará por revelar-se a mais fácil das aventuras vividas por Hunter e pela sua tripulação.
De um livro de Michael Crichton, nunca espero menos que uma boa leitura. E sem dúvida que este livro está à altura das expectativas. Com uma escrita envolvente, um enredo cheio de acção e um protagonista bastante interessante, Em Território Pirata é, da primeira à última página, uma leitura compulsiva.
Inimigos temíveis, tempestades imprevistas, situações de adversidade e até o mítico kraken. Todos os elementos da clássica história de piratas estão presentes neste livro. E, de aventura em aventura, à medida que o autor nos leva a acreditar que, entre tantos imprevistos, Hunter nunca poderá sair bem da sua situação, novos elementos e novas personagens são introduzidas, e todas as situações são permitidas, da atracção à traição.
Hunter é um protagonista intrigante. Ainda que, em várias das suas acções, pareça frio e quase insensível, existe na sua natureza algo de nobre que resulta num carácter extremamente cativante e nalgumas situações particularmente marcantes (principalmente na fase final). Mas não é ele o único elemento interessante entre as personagens deste livro. A estranha Lazue, o ambicioso Sanson e até a surpreendentemente capaz Lady Sarah, todos têm mistérios pessoais bastante intrigantes. E é neste ponto que se nota, ainda que este factor não prejudique a leitura, que este livro foi um trabalho recuperado dos ficheiros do autor. Existem algumas pontas soltas, principalmente no que toca a Sarah e aos seus rituais, que nunca chegam a ser desenvolvidos.
Intrigante e de leitura compulsiva, Em Território Pirata é, sem dúvida, um bom livro. E, mesmo com os elementos que poderiam ter sido mais explicados, há uma vastidão de situações e mistérios que fazem com que valha a pena a leitura. Gostei.

Vencedor do passatempo Laços de Sangue

Terminado mais um passatempo, desta vez com 190 participações, é altura de divulgar o vencedor. As respostas correctas às perguntas colocadas eram as seguintes:

1.Como se chamam os três principais intervenientes na acção deste livro?
Saker, Bramble e Ash
2. Qual o título (em inglês) do segundo volume desta trilogia?
Deep Water
3. Qual a nacionalidade de Pamela Freeman?
Australiana

E o vencedor é...

11. Paula Teorgas

Obrigada a todos os que participaram e boas leituras!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desaparecidos (Michael Grant)

E, subitamente, todos os adultos desaparecem, sem qualquer explicação. Em Perdido Beach, agora denominada ZRJ, apenas aqueles com menos de 15 anos permanecem, destinados a desaparecer assim que atinjam a fatídica idade. E, sem uma base lógica para explicar o sucedido e livres de todas as regras, os conflitos começarão a surgir e serão os mais fortes a dominar.
Não há introduções nem contextualizações para o que é o evento principal deste livro. O desaparecimento em massa dos adultos acontece nas primeiras linhas. Sem explicações iniciais, os acontecimentos são basicamente dominados pela confusão que invade os que ficaram, sem ninguém a quem recorrer e sem a mínima noção do que fazer a seguir. E é aqui que encontramos Sam, um dos protagonistas desta história, desorientado como todos os outros, mas com capacidades que nem ele compreende por completo.
Com uma escrita bastante acessível, passados os primeiros momentos onde o caos parece dar origem a algumas atitudes não tão convincentes de algumas personagens, a leitura torna-se fluída e viciante. À medida que novos elementos são introduzidos, desde as mutações sofridas pelas espécies animais à barreira inexplicável que delimita a ZRJ, passando pela diversidade de poderes que alguns dos adolescentes parecem dominar, os acontecimentos parecem ganhar sentido e, entre as lutas pelo poder, a procura de uma explicação para o sucedido e a iminência do momento em que também Sam irá desaparecer, a história torna-se seriamente cativante.
O ponto mais interessante de toda esta história, principalmente a partir do momento em que os principais intervenientes parecem ter estabelecido um rumo para os seus actos, é a falibilidade das personagens. Sam, por exemplo, é visto por muitos como o herói e o líder natural que desejam seguir, mas há sombras no seu passado que lhe dizem que se deve afastar. Já o seu antagonista, Caine, parece ter um carisma irresistível, mas a sua natureza revelar-se-á bem diferente. E Quinn, amigo de longa data de Sam, parece perder o controlo face à confusão e os seus actos acabam por ser, por vezes, cobardes e censuráveis.
Talvez um pouco confuso, inicialmente, este é um livro que ganha interesse e intensidade com o decorrer dos eventos e o surgir de novas revelações. Agradável e intrigante, deixa muita curiosidade para o que sucederá no próximo volume.

Novidades Objectiva para Julho

No universo dos Sete Reinos. Katsa é uma Graceling, um ser raro com um dom extraordinário: desde os oito anos que é capaz de matar sem recurso a qualquer arma. O rei de Middluns, tio de Katsa, força a sobrinha órfã a usar o dom ao seu serviço, encarregando-a de matar todos os que lhe criem obstáculos.
Quando conhece um estranho príncipe cujo misterioso dom poderá estar à altura do dela, enfrenta pela primeira vez a perigosa sedução dos corrompidos pelo poder, mas aprende também a ter a coragem de confiar nos outros – e em si própria.
A oportunidade de empregar o seu talento ao serviço do Bem surge quando Katsa descobre que os Sete Reinos se encontram sob a ameaça de uma força sombria, que só um acto de heroísmo poderá vencer.
Com uma escrita elegante e envolvente, e um elenco de personagens inesquecíveis, Kristin Cashore cria um universo enfeitiçante, uma aventura que desafia a própria morte, e uma belíssima história de amor.
Quem entra nos Sete Reinos já não consegue sair…

Doug Parker. 29 anos. Viúvo.
Quando casou com Hailey – linda, inteligente e dez anos mais velha – Doug prescindiu de uma vida despreocupada em Manhattan para ir viver numa pacata cidadezinha do estado de Nova Iorque com a mulher e o enteado. O idílio do casal termina tragicamente com a morte inesperada de Hailey, que deixa Doug afogado em sofrimento e Jack Daniels.
Doug sente-se incapaz de ultrapassar a morte da mulher e olhar para o futuro com esperança. Mas os problemas da sua família excêntrica não lhe deixam espaço para muitas lamentações. Claire, a irmã-gémea de espírito autoritário, muda-se de armas e bagagens, e um bebé na barriga, para casa de Doug, determinada a dar um novo rumo à vida do irmão.
Debbie, a irmã mais nova, anda obcecada com os preparativos de um casamento de princesa com o ex-melhor amigo do irmão. Mas a grande preocupação de Doug é o enteado, Russ, que se transformou de criança doce em adolescente problemático.

A paixão é apenas um dos temas explorados neste livro. Além de grande poeta, Fernando Pessoa foi também filósofo, interessado por assuntos tão diversos como religião, astrologia, história e política.
Um ficcionista que se desdobrava em múltiplas identidades, à procura, quem sabe, de se conhecer e de se esquecer.
Nesta antologia, que reúne uma selecção fascinante de poemas, ensaios, anotações e fragmentos de cartas de amor, os heterónimos escondem-se para permitirem ao leitor vislumbrar Fernando Pessoa, o poeta e o homem, na espantosa unidade que espreita por trás da sua multiplicidade.
O leitor contemporâneo encontrará nestas páginas múltiplas razões para se emocionar, perturbar e questionar, caminhando de braço dado com o maior poeta moderno português.

Novidade Bertrand

Um druida profetizou no momento do nascimento de Deirdre que ela seria a mais bela mulher depois de Helena de Tróia e que, devido a essa maldição de beleza, os homens lutariam por ela e o reino seria dividido. Criada na floresta, em reclusão, Deirde não recebe qualquer visita a não ser a do rei cujo desejo em que ela se torne sua mulher tornar-se-á numa obsessão.
Baseado num célebre mito irlandês, A Lenda do Cisne recria a história de amor de Maeve - a rainha guerreira - e os seus desamores.

Jules Watson nasceu em Perth, Austrália.
Após ter terminado o curso em Arqueologia, na Universidade de Perth, viajou durante algum tempo por todo o Reino Unido, seguindo-se Alemanha, França, Turquia, Jordânia e Peru. Ao regressar, licenciou-se em Relações Públicas, tendo trabalhado como escritora freelance. Os seus primeiros trabalhos consistem maioritariamente em poemas e pequenos contos, tendo sido vencedora de um concurso literário aos 15 anos de idade. Reside, actualmente, na Escócia.

Novidades ASA para Setembro

Título: O Fim de Semana
Autor: Bernhard Schlink

Num mundo pós-11 de Setembro e Guerra do Iraque, O Fim de Semana debate a validade dos objectivos políticos e a sua actualidade, mas é também um exame psicológico das neuroses, paixões e receios das suas personagens.
Até onde iria para proteger os seus ideais?
Após mais de vinte anos de afastamento, um grupo de velhos amigos e amantes reúne-se durante um fim-de-semana. Numa casa de campo isolada desenterram memórias e comentam os diferentes rumos que as suas vidas tomaram. Mas esta não é uma simples reunião de amigos, nem as suas conversas sobre os velhos tempos constituem as típicas reminiscências de juventude. A verdade é que se juntaram para celebrar a libertação de um dos membros do grupo: após vinte e três anos de prisão, Jörg, condenado por terrorismo e homicídio, acaba de ser libertado.
No passado, este amigos partilhavam ideais revolucionários. Agora, todos eles asseguraram o seu lugar na sociedade: Henner é jornalista, Ulrich é um homem de negócios, Karin é pastora de uma pequena igreja e Ilse professora. Para trás parecem ter definitivamente ficado os dias de luta e idealismo…

Título: O Rapaz de Olhos Azuis
Autora: Joanne Harris
Da autora do bestseller Chocolate
mais de 450 mil exemplares vendidos na ASA
Ele conhece-a há uma eternidade e, contudo, ela nunca o viu. É como se fosse invisível para a mulher que ama. Mas ele vê-a a ela: o cabelo; a boca; o rosto pequeno e pálido; o casaco vermelho-vivo na neblina matinal, como algo saído de um conto de fadas.
Até agora, ele nunca se apaixonou. Assusta-o um pouco: a intensidade dessa emoção, a maneira como o rosto dela se intromete nos seus pensamentos, a maneira como os seus dedos traçam o nome dela, a maneira como tudo, de algum modo, conspira para que ela nunca lhe saia da cabeça…
Ela não sabe de nada, claro. Tem um ar muito inocente, com o seu casaco vermelho e o seu cesto. Mas por vezes os maus não se vestem de preto e por vezes uma menina perdida na floresta é bem capaz de fazer frente ao lobo mau…

Título: Sono Crepuscular
Autora: Edith Wharton
Sono Crepuscular poderia ter sido escrito no século XXI. Mas, na verdade, a grande senhora das letras americanas, Edith Wharton, escreveu-o no início do século passado e retratou os loucos anos vinte em toda a sua duplicidade.
A primeira mulher a ser distinguida com o Prémio Pulitzer de Ficção e a ser eleita para a Academia Americana de Artes e Letras
Um grande clássico sobre a alta sociedade do início do século XX e a derrocada dos seus valores tradicionais
Com a cosmopolita cidade de Nova Iorque como pano de fundo, a família Manford refugia-se nas mais variadas formas de evasão para fugir ao tédio e ao vazio das suas vidas privilegiadas. No mundo da alta-sociedade a que pertencem, abundam o sexo, as drogas, a ânsia por dinheiro e poder, a atracção pelo oculto e pela espiritualidade new age. Nona é a filha mais nova e com apenas 19 anos ambiciona mais do que a busca de prazer imediato adoptada pela maioria dos jovens da sua idade. Numa época cuja prioridade é dada a relacionamentos superficiais, ela procura uma existência com sentido, algo que partilha com o meio-irmão, Jim. Mas a mãe de ambos, Pauline, tem da vida uma visão bastante mais utilitária e hedonista. A sua obsessão com as aparências vai forçá-los a assumir posições extremas e ditar irremediavelmente o futuro de todos.

Título: Clara A menina que sobreviveu ao Holocausto
Autora: Clara Kramer
Uma história tão tocante quanto O Diário de Anne Frank e A Lista de Schindler
A história de uma menina judia que sobreviveu ao Holocausto, escondida num bunker
O diário de Clara encontra-se exposto no Museu Memorial do Holocausto em Washington
Uma obra em adaptação para o cinema
Recebi uma carta da minha amiga Sonia. Terminava dizendo: “Quando esta guerra acabar, apenas as valas comuns testemunharão que em tempos houve aqui um povo.”
Tínhamos os corações partidos. Era o fim. O fim do mundo.
Na nossa tradição, uma morte rasga o tecido do mundo. Estamos todos ligados. Por casamento. Por amizade. Por trabalho.
Um dia, do nada, a mamã olhou para mim e disse: “Clara, vais escrever um diário.”
Seria um registo. Um objectivo. Era uma forma de contra-atacar.
Uma história tão tocante quanto O Diário de Anne Frank e A Lista de Schindler. É assim que a imprensa internacional define este livro, baseado no diário que a judia Clara Kramer escreveu em plena Segunda Guerra Mundial, quando tinha apenas 15 anos.

Título: A festa das Bruxas
Autora: Agatha Christie
A famosa escritora de policiais Ariadne Oliver prepara-se para celebrar a Noite das Bruxas em casa de uma amiga. Outra das convidadas é Joyce, uma jovem fã de livros policiais, que confessa ter já assistido a um assassinato. Mas a sua fama de contadora de histórias mirabolantes faz com que ninguém lhe preste atenção. Ou talvez não seja bem assim. Quando Joyce é encontrada morta nessa mesma noite, Mrs. Oliver questiona se esta última história seria mesmo fruto da sua imaginação. Quem de entre os convidados quereria silenciá-la? Mrs. Oliver não conhece ninguém melhor do que o seu amigo Hercule Poirot para responder a esta questão. Mas nem mesmo para o grande detective será fácil desmascarar o assassino.

domingo, 25 de julho de 2010

A Breve Segunda Vida de Bree Tanner (Stephenie Meyer)

Bree é apenas mais uma entre os novos vampiros criados por Victoria para o seu plano de ataque. Mas ela não sabe quem é e, na sua difícil convivência com os outros recém-criados, a sua aprendizagem é feita de mentiras. Até que conhece Diego e descobre que Riley não é quem finge ser e que o que lhe foi dito sobre a sua natureza é maioritariamente falso.
Breve, contada do ponto de vista de Bree e com uma escrita simples, esta é uma história de um modo geral envolvente e com algumas situações interessantes. A comparação entre as características do vampiro clássico marca aqui uma curiosa presença, já que os novos vampiros são ensinados a crer nesses mitos e a temer o Sol. Por outro lado, na inevitável comparação entre Bree e Bella, a jovem vampira sai em muito beneficiada. Talvez devido à brevidade da sua história, Bree surge como uma protagonista que, apesar de vulnerável e por vezes demasiado inocente, está bastante segura das suas emoções relativamente a Diego e, ainda que revele uma certa ingenuidade, não apresenta as constantes indecisões de Bella. Além disso, quando se torna necessário agir, Bree não se remete, apesar da sua debilidade, à protecção dos que o rodeiam, a não ser quando nada há que possa fazer por si própria.
Menos positiva é a descrição de alguns pormenores já conhecidos da saga (como a caracterização do brilho dos vampiros) ou a revelação detalhada de elementos não muito relevantes para os acontecimentos (como o som resultante de um beijo entre vampiros), em oposição à brevidade com que situações mais importantes são tratadas (principalmente no que respeita a Diego). Ainda assim, há nesta novela alguns momentos marcantes e o final, apesar de previamente conhecido, não deixa de ser um pouco comovente.
Uma leitura agradável, em suma, ainda que com alguns elementos menos cativantes. Com um pouco mais de acção e menos tempos mortos, para quem apreciou os livros da saga, será provavelmente uma boa leitura.

sábado, 24 de julho de 2010

Traição de Sangue (Charlaine Harris)

Quando tudo o que poderia acontecer em termos de situações sobrenaturais parece já ter passado pela vida de Sookie Stackhouse, novas circunstâncias e novas revelações vão abalar ainda um pouco mais o seu mundo. A morte de Hadley, favorita da rainha Sophie-Anne, faz com que Sookie tenha de se deslocar a Nova Orleães para recolher as coisas da prima, mas existem mistérios escondidos na vida de Hadley e Sookie será arrastada para os meandros da política vampírica. E esta é apenas a mais problemática das situações a envolver a vida pouco normal da telepata.
Há elementos que nunca faltam num livro desta autora. O sentido de humor cativante e delicioso continua em plena forma e o ritmo incessante de novas revelações e acontecimentos, aliado à escrita sempre acessível e de leitura agradável, fazem com que Traição de Sangue se torne, a partir de um certo ponto, uma leitura impossível de largar. Ainda assim, o ritmo da história parece demorar algum tempo a estabelecer-se, começando por acontecimentos menores, como a intervenção numa investigação criminal ou a sessão fotográfica com uma fada.
Desta vez, o pretendente com maior sucesso junto de Sookie é Quinn, um tigre no sentido literal da palavra. E se a atracção criada entre telepata e metamorfo desempenha um papel importante nas aventuras em que ambos se verão envolvidos, também outras circunstâncias, algumas referentes aos livros anteriores da série, terão uma relevância considerável na história. Afinal, a família de Debbie Pelt persiste na sua busca da verdade e, mais uma vez, o segredo de Sookie ameaça ser revelado.
Falta, talvez, algum contexto na história de Hadley, uma vez que temos muitas referências à sua morte e à forma como sucedeu, mas parece faltar uma explicação completa da situação. Essa história é desenvolvida em "One Word Answer", um conto da autora publicado na antologia Bite, e a sensação com que fiquei ao ler o livro é que a leitura desse conto provavelmente teria esclarecido alguns pontos do enredo.
Ainda uma nota para a forma como, mais uma vez, os horizontes do mundo sobrenatural se alargam, ao revelar a natureza de personagens como Cataliades, bem como uma possível explicação para os dons de Sookie. A introdução destes novos elementos, conjugada com os desenvolvimentos relativos à política vampírica e com a presença de personagens já muito conhecidas (apesar do seu papel secundário, os momentos em que Eric aparece nunca deixam de ser marcantes) resultam numa história que, ainda que deixe alguns pontos por esclarecer e que pareça começar de uma forma mais lenta que o habitual, não deixa de manter a envolvência e a capacidade de entretenimento habituais.
Agradável, divertido e viciante, um livro que não desilude. Gostei.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

As Filhas do Assassino (Randy Susan Meyers)

Tudo mudou naquele dia em que o pai lhes bateu à porta, completamente descontrolado, e Lulu lhe abriu a porta. Como resultado, a mãe morreu e Merry, a mais nova das duas crianças, esteve algum tempo hospitalizada, ficando com cicatrizes que nunca desapareceriam. Mas, mais que as marcas físicas, a dor da perda e um longo percurso de dificuldades acabariam por deixar nas duas irmãs, tão diferentes apesar de marcadas pelo mesmo acontecimento, as marcas de uma história longa e difícil.
Cativante desde as primeiras linhas, este é um livro onde a essência está na dor e nas marcas do passado. Desde o momento em que o crime é cometido até à construção da vida independente de ambas as crianças, esta história é a de um percurso doloroso, de dúvidas e de incompreensão, de crueldade e de abandono inesperados e de como cada palavra e cada gesto podem marcar toda uma vida. A emoção é, portanto, uma presença constante, e é muito fácil sentir com Lulu e Merry, principalmente porque a história é contada pelas vozes de ambas.
Cenários dolorosos e situações de conflito servem de base para caracterizar a personalidade de cada uma das irmãs. Lulu, a mais velha, vive com a sombra de um certo sentimento de culpa e a necessidade de desde sempre compensar as fragilidades da irmã, aliada à vontade de construir uma vida estável longe do passado transformam-na na mulher bem sucedida, mas por vezes incapaz de compreender a posição dos outros, firme na opinião que criou do pai e, por isso, determinada a esquecer a sua existência. Merry, por outro lado, vive com as suas fragilidades e, de alguma forma, a ligação que manteve com o pai fez com que nunca crescesse por completo, vivendo uma existência instável. E a diferença entre ambas resulta numa relação por vezes conflituosa e até contraditória, na afirmação de que são tudo o que têm, enquanto se provocam e atacam mutuamente.
E é provavelmente esta oscilação de relações, nunca seguras, nunca inabaláveis, que torna esta história tão envolvente. É possível ver traços de realidade ao longo dos acontecimentos, já que ninguém nesta história é perfeito. Lulu é, por vezes, demasiado insensível. Merry tem laivos de irresponsabilidade. A própria mãe não é apresentada como uma vítima inocente e perfeita, reflectindo antes os seus pequenos defeitos e futilidades. O pai, por sua vez, não é o monstro assassino que Lulu idealiza, e mantém um interesse quase obsessivo em preservar o que resta da família. E os familiares mais afastados, com a sua repulsa e a sua falta de interesse, acabam por reflectir também situações demasiado reais.
Uma leitura envolvente, por vezes perturbadora, comovente nalguns momentos. Com uma escrita clara e competente na transmissão das situações e emoções, Randy Susan Meyers cria neste livro uma história intensa, feita de mágoa e de dor, mas também de vida e de resistência. Muito bom.

O Ano dos Desaparecimentos: sequela de A Sociedade de Sangue chega a 3 de Agosto

O Ano dos Desaparecimentos
Susan Hubbard
Título Original: The Year of Disappearances
Tradução: Marta Mendonça
Páginas: 320
Colecção: Via Láctea Nº 88
PREÇO COM IVA: 17,50€
Código de Barras: 9789722344012
Data de Publicação: 3 Agosto 2010

Este título dá sequência ao sensacional A Sociedade de Sangue, romance decididamente inovador em relação às obras do género. No volume anterior, Ariella descobre que a sua mãe afinal está viva e vai viver com ela numa pequena cidade da Florida. Mas então, uma a uma, as pessoas e as coisas que lhe são queridas começam a desaparecer...
Entretanto, nas interacções com as sociedades dos vampiros e dos humanos, os dons inerentes à hereditariedade de Ariella vão sendo despertados... O facto de a jovem heroína ser meio vampira meio humana permite à autora explorar pontos de vista muito interessantes.

«Fantástico e emocionante.»
Charlaine Harris autora da saga Sangue Fresco

Susan Hubbard, nascida no estado de Nova Iorque, é autora de sete livros de ficção. Já com vários prémios nos EUA, o conjunto da sua obra encontra-se publicado em cerca de 15 países. Como professora de Inglês na University of Central Florida, dedica-se à realização de cursos de escrita criativa. É uma activista entusiasta de causas ambientais e sociais.
Mais informações em: http://www.susanhubbard.com.

Novidade Planeta (26 de Julho)

Com Damon, o Regresso, L. J. Smith, cujas obras são uma combinação do género de terror, ficção científica, fantasia e romance, retoma o triângulo amoroso entre Stefan, Damon e Elena.

Para encontrar Stefan, capturado e preso pelos espíritos demoníacos responsáveis pelo rasto de destruição deixado na igreja de Fell, Elena tem de confiar a sua vida a outro vampiro, Damon, irmão de Stefan, que a deseja de corpo e alma.
Porém, decidida a encontrar o vampiro por quem se apaixonou, Elena está disposta a tudo. E tudo significa ter de escolher entre Stefan e Damon, que entretanto despoletou em si um sentimento inesperado…

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Espada de Avalon (Marion Zimmer Bradley)

Com poucos meses de vida, Mikantor é salvo da morte pela Senhora de Avalon. Galid tomou o poder e não descansará enquanto não remover do seu caminho todos os obstáculos. Mas, escondido e protegido do inimigo, Mikantor cresce e aprende, apenas parcialmente ciente do grande destino que o espera, numa história em constante mudança, onde os deuses acompanham de perto a evolução e as dificuldades do jovem, da Senhora de Avalon e de todos os que cruzam os seus caminhos e planos.
Voltar ao imaginário criado por Marion Zimmer Bradley nunca deixa de ser agradável. A complexidade de teias que se cruzam no seu mundo, entre humanos e entidades divinas, e a magia que sempre percorre as várias situações de história nunca perdem a envolvência e o fascínio. Neste livro, o tempo é bem anterior a As Brumas de Avalon e o enredo decorre em plena Idade do Bronze. Os paralelismos com as histórias cronologicamente posteriores, contudo, são claros e muito bem conseguidos. Afinal, é aqui que nasce a mítica Excalibur, e também aqui se encontram, consumados em Mikantor, muitos dos rituais e profecias que mais tarde se aplicaram a Arthur Pendragon.
Estas similaridades entre obras, que se aplicam não só aos rituais mas como a alguns pontos das relações, - e aqui é interessante comparar a ligação de Mikantor e Tirilan com a de Arthur e Morgana - não se tornam excessivas, estabelecendo um elo claro e lógico na linha cronológica dos livros, mas sem passar a sensação de se estar a ler uma história repetida. E as diferenças são também claras. Anderle, a Senhora de Avalon, não tem, apesar de alguns dos seus actos, a imponência e a capacidade de manipulação das sacerdotisas de outros livros. Também Mikantor surge, na minha opinião, como uma personagem mais independente das manipulações que o rodeiam, quando comparado a Arthur.
O ritmo dos acontecimentos nem sempre resulta numa leitura compulsiva, principalmente na fase inicial em que pouco se sabe das personagens e onde, devido às várias mudanças de cenário, a componente descritiva é bastante desenvolvida. Ainda assim, depois de descoberto o ritmo da história, a vida e os planos das personagens - e não só dos protagonistas - conquistam a atenção do leitor, principalmente nos vários momentos mais emotivos espalhados pelo texto.
Cativante, com uma escrita muito agradável e personagens marcantes, este é um livro que não desiludirá os fãs de Marion Zimmer Bradley. E, ainda que não seja o melhor do seu mundo (a minha predilecção continua com As Brumas de Avalon e com os livros da série O Poder Supremo), não deixa de ser muito bom.

Novidade Bertrand

27 de Julho de 1970. «Morreu hoje às 9 e 15 o Prof. Oliveira Salazar», anuncia a toda a largura da primeira página O Século, em 2ª edição, vespertina, citando o comunicado oficial da Secretaria de Estado da Informação e Turismo. «De súbito», escreve-se na mesma primeira página, «na sexta-feira, 17 do corrente, os portugueses foram brusca e dolorosamente surpreendidos por uma comunicação assinada pelo prof. Eduardo Coelho, médico assistente do prof. Oliveira Salazar: fora acometido de doença infecciosa e o prognóstico era reservado. (…) Efectivamente, o estado do Presidente Salazar piorou rapidamente e sem remédio. Todos os órgãos vitais foram afectados. O coração não resistiu. As crises sucederam-se, cada vez mais graves. A ciência nada pôde contra a morte.» Tinha 81 anos, entrara para o Governo como ministro das Finanças em Abril de 1928, Governo a que presidiu durante 36 anos, entre 1932 e 1968.

António Simões do Paço é jornalista, editor e historiador. Nasceu em Lisboa em 1957. É autor de uma biografia de Salazar (2006), da biografia de Francisco Louçã (2009) e foi o editor-coordenador (e co-autor) de Os Anos de Salazar, um retrato da sociedade portuguesa durante o Estado Novo em 30 volumes (2008).
Foi editor da revista História (2001) e coordenou a edição de mais de uma dezena de colecção e obras de História.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Novidade Civilização

Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.

15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão?

Vinte anos, duas pessoas, um DIA.

David Nicholls nasceu em 1966 em Eastleigh, Hampshire. Estudou teatro antes de se dedicar à escrita.
De entre os seus êxitos televisivos, destacam-se a terceira série de Cold Feet, Rescue Me e I Saw
You, bem como uma muito elogiada versão moderna de Much Ado About Nothing e uma adaptação de Tess of the D’Ubervilles, ambas para a BBC. Para além de romances, David Nicholls escreve guiões para cinema e televisão e já foi duas vezes nomeado para os prémios BAFTA. O seu primeiro romance e bestseller, Starter for Ten, foi seleccionado para o Richard and Judy Book Club em 2004 e adaptado para o cinema em 2006 (em Portugal com o nome Concurso Viciado). O argumento do filme foi escrito pelo próprio David Nicholls e a personagem principal foi interpretada por James McAvoy.
Site oficial do autor: http://www.davidnichollswriter.com/.

Passatempo Laços de Sangue

O blogue As Leituras do Corvo, em parceria com a Planeta, tem para oferecer 1 exemplar do livro "Laços de Sangue", de Pamela Freeman. Para participar basta responder correctamente às perguntas apresentadas a seguir:

1.Como se chamam os três principais intervenientes na acção deste livro?
2. Qual o título (em inglês) do segundo volume desta trilogia?
3. Qual a nacionalidade de Pamela Freeman?

Regras do Passatempo:
- O passatempo decorrerá até às 23:59 do dia 26 de Julho. Respostas posteriores não serão consideradas.
- Para participar deverão enviar as respostas para carianmoonlight@gmail.com, juntamente com os dados pessoais (nome e morada completos);
- Os vencedores serão sorteados aleatoriamente entre os participantes com as respostas correctas;
- Os vencedores serão contactados por email e o resultado será anunciado no blogue;
- Só se aceitarão participações de residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Segredo dos seus Olhos (Eduardo Sacheri)

Finalmente reformado, trinta anos depois da investigação que lhe mudou a vida, Benjamín Chaparro decide escrever um livro sobre essa história que o marcou: a de uma mulher assassinada e de como o marido desta mulher o convenceu a embrenhar-se na investigação mais do que teria feito em circunstâncias normais.
Existem duas linhas de enredo neste livro. A primeira, contada na terceira pessoa, mostra o processo de escrita de Benjamín Chaparro, bem como as razões que o movem, que dúvidas o assaltam e que secretos sentimentos escondeu durante tantos anos. Dentro desta, contudo, surge a outra história e esta é contada pela voz do próprio Benjamín. A história de como viu pela primeira vez o cadáver de Liliana e de como ao conhecer o seu marido, Ricardo Morales, descobriu o empenho em envolver-se na investigação, interferindo em assuntos de uma tal importância que acabariam por o colocar em perigo de vida.
Estas duas histórias coexistem numa harmonia fluída, proporcionada pela escrita envolvente do autor, capaz de nos transportar para a mente de Benjamín através da forma como representa os seus pensamentos e palavras. As ideias surgem como se captadas directamente da mente do protagonista, o que faz com que seja, na verdade, bastante simples pensar e sentir como estando no papel dele. E quando a história parece ter atingindo um ponto marcante e o final parece estar já definido, o autor transporta-nos por momento para a situação do Benjamín escritor e, ao voltar para a sua história, a dúvida que se instalou reflecte já que há ainda muito que contar. Porque a história é muito mais que a de uma simples investigação e, como tal, só bem depois de fechado o caso e esquecido o tribunal se reflecte em pleno o sucedido com vítima e assassino.
Intrigante e cativante na intensidade dos seus mistérios, ainda que gostasse de ver um pouco mais de desenvolvimento no que à emoção diz respeito, este é um livro de leitura agradável, mas que, nalguns momentos, perturba e pede alguma reflexão. Um mistério e uma investigação, mas mais que isso, o reflexo das vidas por detrás do caso. Gostei.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Roubo do Elefante Branco e Outras Histórias (Mark Twain)

Um sentido de humor fascinante e uma série de situações onde é impossível não ver os traços, ainda que exagerados, da realidade da época do autor são os elementos que unem os contos incluídos neste pequeno, mas divertido livro, onde cada história é uma nova e envolvente surpresa. Com uma escrita simples e fluída, sem pretensiosismos, cada conto reflecte o objectivo do autor de levar a leitura às massas e a verdade é que as situações mais ou menos improváveis destas histórias são uma boa leitura para animar o dia.
O livro abre com o conto que lhe dá título, O Roubo do Elefante Branco. A história é a de um elefante que deveria ser oferecido à rainha de Inglaterra, mas que desaparece misteriosamente. Numa deliciosa sátira às investigações policiais, é-nos apresentado todo um improvável processo de investigação onde, ainda que o final seja relativamente previsível, o processo que a ele conduz é muitíssimo divertido. Segue-se Encontro com um "Intervistador", uma entrevista (ou "intervista") completamente surreal, que começa com um erro de ortografia e culmina com um morto a erguer-se do caixão, resultando num conto interessante, ainda que pouco desenvolvido.
Já em A História do Inválido apresenta-se o papel que, numa viagem para entregar aos familiares os restos mortais de um homem, um queijo e alguma imaginação podem desempenhar para causa de um delírio quase mortal. Seguem-se Notas de Paris, reflexões um tanto sarcásticas sobre os costumes dos franceses, nomeadamente no que toca à celebração de efemérides.
Outro conto bastante divertido é Arca de Noé, onde, numa narrativa curiosa e interessante, o autor imagina como seria a inspecção da arca, caso esta fosse construída na sua época. Mas a sátira ao sistema continua e, em A Grande Revolução de Pitcairn, a tranquilidade de uma comunidade que habita uma ilha deserta é abalada pela chegada de um americano com ideias revolucionárias. Uma deliciosa caricatura ao sistema político, num conto que, apesar do seu tom divertido, apela a uma certa reflexão.
Seguem-se Discurso sobre as Crianças, terna e interessante (ainda que um pouco estranha) reflexão sobre o papel das crianças no futuro e Cristóvão Colombo e a Múmia, a história de um grupo de turistas capazes de exasperar o mais paciente dos guias. Dois contos muito breves, mas ambos cativantes.
Um dos melhores contos do livro, na minha opinião, é Furai, Irmãos, Furai!. Neste texto, que nos conta como uns simples versos se entranham na mente de quem os lê para desaparecer apenas quando passados a uma nova vítima, o ritmo da história é completamente viciante e as situações constrangedoras provocadas pela obsessão pelos versos tornam este conto verdadeiramente delicioso.
Faço de Agente de Turismo conta as desventuras de um homem que decide servir de agente de turismo ao seu próprio grupo, numa viagem em que tudo corre mal. Um conto, de modo geral, bastante divertido, mas em que as constantes deslocações do protagonista, causam alguma confusão. Os Amores de Alonso Fritz Clarence e Rosana Ethelton, por sua vez, é um conto de vingança, mas também uma história de amor entre dois personagens peculiares. Agradável, ainda que o final pareça ser demasiado rápido, apresenta todos os elementos de crime e desencontro que neste tipo de história são característicos.
Mais uma referência satírica aos costumes dos franceses, em O Grande Duelo Francês. Aqui, o narrador conta como ficou ferido ao ser padrinho num duelo, numa brilhante sátira à pompa e formalismos associados a este tipo de confronto. Excursão Nocturna, por sua vez, mostra como a presença de um roedor e seus ruídos nocturnos age sobre a tranquilidade de um hóspede de hotel. Mais um conto agradável, mas que parece terminar demasiado depressa. Segue-se ainda Conselhos às Meninas Pequenas, uma série de irónicas sugestões de conduta.
E, para terminar em beleza, o livro fecha com o conto A Nota de Um Milhão de Libras. Intrigante, envolvente e muito interessante, esta é a história de um estrangeiro que, ao chegar a Londres sem um único cêntimo, se vê subitamente como alvo de uma aposta que o coloca ao nível dos poderosos.
Um livro agradável, que, na sua escrita fluída e sem grandes elaborações, proporciona momentos de diversão, mas também, pela sua componente satírica, de reflexão. Muito bom.

Novidade Difel

Percorrendo, além das obras literárias e ensaísticas, sobretudo o extenso registo diarístico do autor, Maria Almira Soares, neste seu ensaio premiado, liga estas duas forças e ajuda a conhecer Vergílio Ferreira um pouco mais além, fundeando a sua base por defeito e revelando-o como um pensador e educador dominado pela Arte e pela sede do Saber, com que se liberta e com que propõe ao outro um caminho de libertação. Ferreira um pouco mais além, fundeando a sua base por defeito e revelando-o como um pensador e educador dominado pela Arte e pela sede do Saber, com que se liberta e com que propõe ao outro um caminho de libertação.

Novidade Bertrand

Pode ser que os porcos não voem, mas estão completamente alterados. O mesmo se passa com os lobos e outros animais. Um homem, que em tempos se chamou Jimmy, vive numa árvore, embrulhado no seu lençol e diz chamar-se Homem das Neves. A voz de Órix, a mulher que ele amava, provoca-o e persegue-o. E os Filhos de Crex são agora responsabilidade sua.
Como é que o mundo inteiro se desmoronou tão depressa? Com a sua habitual agudeza de espírito e o seu humor negro, Margaret Atwood apresenta-nos um mundo novo, habitado por personagens que não nos deixarão acabado o último capítulo.

Margaret Atwood nasceu em Otava em 1939. É a mais celebrada autora canadiana e publicou mais de quarenta livros, de ficção, poesia e ensaio. Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Arthur C. Clarke, o Booker Prize, o Governor General’s Award e o Giller Prize, bem como o prémio para Excelência Literária do Sunday Times (Reino Unido), a Medalha de Honra para Literatura do National Arts Clube (EUA), o título de Chevalier de l’ Ordre des Artes e des Lettres (França) e foi a primeira vencedora do Prémio Literário de Londres.
Está traduzida para trinta e cinco línguas. Vive em Toronto com o escritor Graeme Gibson.

http://www.oryxandcrake.co.uk

domingo, 18 de julho de 2010

Os Olhos de Ezequiel Estão Abertos (Raymond Abellio)

Feito de mistérios e de fugas, mas também de aprendizagens e profundas reflexões, este romance surge não só como narrativa dos anos da guerra, mas também como visão abrangente dos sistemas políticos e religiosos, da natureza humana e divina, da lógica, da paixão e da destruição. Através de situações intensas e surpreendentes, que se cruzam com momentos de aparentemente tranquila reflexão, conhecemos Pedro Dupastre, o narrador e protagonista deste livro, nas diversas vertentes do seu percurso e da descoberta da sua própria natureza. Amor e atracção, pela influência das duas mulheres que marcam o seu caminho. Admiração, mas alguma tensão para com o monge que se tornou numa espécie de mestre. Uma quase obsessão pelo que foi Patrick antes e depois da queda... Todo um conjunto de personagens que, na sua interacção com Dupastre e o mundo criam uma história longa, complexa, mas incrivelmente envolvente.
Desde o desenvolvimento das personagens às explicações da situação política (que condiciona, afinal, uma boa parte das posições do narrador) e ao desenvolvimento das discussões filosóficas e, por vezes, teológicas, tudo é apresentado com uma escrita fluída e envolvente que resulta, apesar da vastidão e complexidade dos conteúdos, numa leitura constantemente interessante e, por vezes, viciante. Porque o desenvolvimento do pensamento e as mudanças de sistema político misturam-se com momentos de genuína tensão, fugas necessárias, mortes inevitáveis e sentimentos por vezes inexplicáveis. E é por isso que, ainda que a temática seja por vezes complexa, este livro não se torna maçador.
Uma obra notável, vasta e complexa, mas envolvente e de leitura agradável, e que culmina numa série de momentos marcantes que, mais que responder a todas as perguntas, deixam à mente do leitor a necessidade de desvendar o que fica por dizer. Impressionante.

sábado, 17 de julho de 2010

Issa: A Maior História Nunca Antes Contada (Lois Drake)

Passaram catorze anos desde que estranhos prodígios anunciaram a chegada de um salvador. Agora é tempo de Jesus iniciar a sua aprendizagem, para que possa realizar o trabalho do Pai. E é junto dos Kushans, e na companhia do seu príncipe, que Issa iniciará a sua viagem em busca do conhecimento e da iluminação.
Esta é uma história que, fortemente baseada na bibliografia que aponta que os anos desconhecidos da vida de Cristo (ausentes dos textos bíblicos) tenham sido passados no Oriente, tenta recriar, de certa forma, o percurso da sua aprendizagem espiritual. Mais que uma abordagem à época e aos seus costumes, é a espiritualidade a desempenhar o papel predominante neste livro, e não só em Jesus (conhecido por Issa, no Oriente), como nos seus companheiros de viagem: no príncipe desapontado por ter sido afastado do pai, na jovem que decide abandonar tudo para encontrar a espiritualidade, em Awa, outrora punido por querer aprender as coisas sagradas, e no próprio Maitreyajna, o guia de todos eles.
A escrita é simples, sem grandes descrições. Os cenários e os costumes apresentados limitam-se ao estritamente necessário para passar a mensagem, sendo que o que é realmente aprofundado são as diferentes manifestações da fé com que o grupo de viajantes se depara. Isto leva a que, por vezes, fique a sensação de que falta algum desenvolvimento na história, a curiosidade em saber mais sobre o ambiente envolvente, mas não deixa de resultar num reflexo claro e preciso do essencial neste livro: as ligações que existem entre os vários tipos de fé.
Não é o final o mais marcante neste livro. Na verdade, a forma como a história termina acaba por deixar a sensação de que haveria mais a dizer, ainda que faça sentido, tendo em conta que a partir daí o caminho seria na direcção do narrado nos textos bíblicos. O mais interessante, ainda sim, é a forma como determinados momentos e determinadas lições estabelecem paralelismos com o que mais tarde será apresentado na narrativa bíblica.
Interessante e envolvente, ainda que breve, este é um livro que prima essencialmente pela mensagem espiritual. Ainda assim, para os interessados pela temática das religiões - e não apenas da cristã - este é um livro que, apesar do pouco desenvolvimento de alguns temas, tem muito para ensinar. Gostei.