Isabel, Maria e Leonor. Três mulheres que, segundo a necessidade de responder às responsabilidades do seu estatuto, se viram obrigadas a sacrificar a sua própria vontade aos interesses da sua linhagem. Todas foram, a seu tempo, rainhas de Portugal, e todas tiveram as suas provações e dificuldades. Este livro traça, em linhas gerais, a sua história durante o tempo que passaram lado a lado com a régia figura de D. Manuel I.
Escrito de uma forma bastante envolvente, ainda que não muito desenvolvida, este livro percorre os principais acontecimentos na história das três esposas de D. Manuel I, não apenas enquanto rainhas, mas também enquanto mulheres. E, ainda que bastante breves, centradas nos acontecimentos de maior relevo e, por isso, deixando a sensação de que mais haveria para contar, as três partes que constituem este romance conseguem criar, apesar de tudo, envolvência e empatia para com as mulheres desta história.
Nenhuma delas teve uma vida fácil e as dúvidas e relutâncias a obedecer a necessidades superiores são bem evidentes, sendo particularmente intensas nas partes do enredo que são apresentadas sob a forma de cartas trocadas entre as rainhas e as personalidades relevantes da sua família. E é também nestas cartas (ainda que não só) que o cenário se completa, sendo apresentados elementos relativos a outras figuras de outras cortes, como a tão conhecida Catarina de Aragão, primeira mulher de Henrique VIII, ou a infeliz Joana, a Louca, viúva de Filipe, o Belo.
Com uma escrita agradável, sem grandes elaborações, mas que prima pela capacidade de dar intensidade às situações mais emotivas, este livro surge, em suma, como uma forma leve e cativante, ainda que não muito aprofundada, de conhecer um pouco mais da história destas três mulheres que tão importantes foram na vida do soberano. E ainda que, a espaços, pareça que mais poderia ser dito, a história fica na memória, não só pela força emocional, mas pela evidente coragem que marcou a vida de Isabel, Maria e Leonor.
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