Esta é a história de Moisés Maimónides, médico judeu do século XII, cuja estátua ainda hoje pode ser vista em Córdova. Os seus escritos prevaleceriam bem para lá da sua morte. A sua história foi também a de um viajante, que, face aos conflitos religiosos que surgiam em ameaça à à sua vida, viria a instalar-se (para depois abandonar) em diferentes lugares para terminar a sua vida no Cairo, onde viria a ser o médico de Saladino.
Escrito como uma longa epístola do médico a um seu discípulo, este é um livro onde, mais que a história do crescimento e do percurso de vida de Moisés Maimónides, o grande desenvolvimento está na forma de pensar do protagonista e em como terá evoluído no decorrer das suas experiências. Assim, o que mais se destaca neste livro são as reflexões e as teorias que Moisés vai formulando, à medida que produz os seus escritos.
O texto é todo ele bastante denso, com longos momentos descritivos e de reflexão filosófica, o que, aliado ao pouco diálogo, faz com que seja necessário algum esforço e bastante concentração para acompanhar uma linha de enredo que, por vezes, quase se torna secundária ante o desenvolvimento das teorias fundamentais do protagonista. Ainda assim, há ao longo do livro vários momentos marcantes, principalmente quando o autor se centra nas questões de conflito religioso (nomeadamente na conversão forçada de alguns judeus), bem como nas principais situações de perda.
Bastante filosófico e, por isso, um pouco cansativo, um livro com uma história bastante interessante e alguns momentos intensos, mas que, devido ao maior desenvolvimento das teorias e reflexões do que dos acontecimentos propriamente ditos, acaba por exigir algum esforço na sua leitura.
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