Os problemas parecem ter ficado para trás. Ever e Damen estão juntos e aparentemente felizes e as grandes preocupações de Ever parecem resumir-se a explicar à tia Sabine a razão porque não precisa de se alimentar e a contornar o seu problema com o facto de Damen ter um passado bastante mais vasto que o seu. Mas tudo muda com a chegada de Roman à escola e, subitamente, Damen parece não só ter mudado por completo como arrepender-se severamente de a ter conhecido. Surgem então as perguntas inevitáveis? Quem é Roman? O que aconteceu com Damen? E que pode Ever fazer para o trazer de volta à sua antiga forma de ser?
Depois de um primeiro volume em que, apesar de alguns aspectos interessantes, a leitura não me cativou por completo, Lua Azul surge com algumas melhorias em comparação com Eternidade. E se as revelações que vão surgindo acerca de um Damen bastante menos perfeito do que seria de prever inicialmente dão um novo interesse à história, o grande aspecto positivo está na caracterização da Summerland e do funcionamento dos sistemas e poderes mágicos tanto dos imortais como dos habitantes de Summerland e até mesmo daqueles que passaram a ponte. Neste livro, a autora desenvolve bastante mais a forma como surgiram os imortais e os elementos místicos e alquímicos associados a esse processo servem de base para algumas situações intrigantes.
Também o aumento de acção é uma melhoria considerável, já que, no primeiro livro, o tempo dedicado a Ever e aos seus dilemas existenciais de adolescente era, em parte, razão para que os acontecimentos mais intensos tivessem sido explorados de forma algo apressada numa fase final. Neste livro, o ritmo é mais constante e há mais para descobrir para lá dos problemas e conflitos interiores da protagonista.
Como pontos negativos, estão, como não podia deixar de ser, algumas semelhanças com o enredo de Crepúsculo (nomeadamente no interesse que Damen e Roman parecem ter por Ever, ainda que motivados por causas bastante diferentes das do triângulo Edward-Bella-Jacob), mas principalmente a personalidade da própria protagonista. Também aqui há algumas melhorias e Ever parece ser agora um pouco mais consciente, mas a sua indecisão e a constante tendência para tomar as decisões erradas, mesmo quando é bastante evidente que aquela opção é tudo menos certa, tende a ser um pouco cansativa.
Em suma... Com algumas melhorias relativamente ao primeiro volume, Lua Azul será um livro capaz de cativar aqueles que leram e gostaram de Eternidade. Com um ritmo bastante envolvente e uma escrita acessível, foi, de forma geral, uma leitura leve e agradável. Ainda que as fragilidades já referidas o tornem, por vezes, menos cativante do que poderia ser.
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