Alexandre acaba de vir ao mundo quando a sua mãe recebe a notícia da morte de Jacinto, o suposto pai da criança. Este infeliz acontecimento serve, então, como justificativa para abandonar o recém-nascido, já que Mariana não parece estar disposta a aceitar a responsabilidade de criar a criança. E assim começa uma história de interesses e mal-entendidos, onde Alexandre é a base dos acontecimentos.
Simples e directa, esta é uma história onde, apesar de várias personagens se cruzarem numa série de linhas de interesses em conflitos, a narrativa acaba por se resumir num livro relativamente pequeno. O autor diz-nos o essencial, que são os acontecimentos, sem grandes descrições ou situações de emoção. E é por isso que, apesar das múltiplas confusões e equívocos que definem, afinal, esta história, a experiência de leitura acaba por ser bastante breve.
Não há muito que dizer sobre as personagens, já que a caracterização acaba por ser feita pelas relações que se vão estabelecendo. A situação de Mariana, com os seus vários laços amorosos (que são, na verdade, a base de muitas das dúvidas sobre a paternidade do bebé) é, no fundo, o elo que liga todas as personagens, desde o falecido Jacinto à perturbada Leonor, passando, como não podia deixar de ser, pelo mestre de música que dá título ao livro.
Mas, se a escrita directa e sem grandes elaborações propicia a uma leitura mais leve e agradável, há, por outro lado, e principalmente na fase final, a sensação de que mais poderia ser dito. A narrativa encerra com um momento de grande intensidade, mas que deixa a impressão de terminar demasiado depressa.
Com uma história bastante interessante e uma escrita muitíssimo agradável, um livro cativante, mas que parece acabar demasiado cedo. Ainda assim, gostei.
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