sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Labirinto da Rosa (Titania Hardie)

Há um segredo na família Stafford, uma herança de família que tem passado de geração em geração e que remonta aos tempos do doutor John Dee. Mas o segredo escondido por detrás da chave acabará por se tornar na obsessão de Will que, depois de várias viagens e investigações, acaba por encontrar um fim inesperado. É então que o mistério passa para as mãos de Alex Stafford, bem como para as de Lucy King. E enquanto a relação entre estes dois se afasta da típica relação médico-paciente para se tornar em algo mais forte, também o enigma da chave se torna mais perigoso. Porque há outros que a procuram e a fé destes homens pode ser uma ameaça.
Há duas linhas principais ao longo do enredo deste livro: a história de Lucy e de como, após o seu transplante de coração, a sua relação com Alex começa a florescer; e a de Will e do enigma que se tornou causa da sua morte. E se os elos entre estas duas histórias são relativamente evidentes, tornando-se progressivamente mais claros com o avançar da narrativa, há alguns aspectos que, por si só, tornam interessante cada uma da história. Na de Lucy, todos os efeitos invulgares que nela se manifestam após o transplante, situações que poderiam ser justificadas pela teoria da memória celular e que aqui desempenham um papel relevante para o desvendar do mistério. Na de Will, que, se tornará, depois, a história associada a todo o mistério da chave e do legado de John Dee, são os múltiplos significados de cada nova descoberta, as teorias, as representações numerológicas e as associações a locais e obras literárias.
Tudo isto proporciona uma leitura que, de modo geral, é bastante envolvente, marcada por alguns momentos bastante emotivos, bem como pelas diversas teorias e descobertas que vão surgindo. Ainda assim, é na história de Alex e Lucy que se encontram os melhores momentos do livro: as recordações, as ligações a Will, a descoberta gradual dos sentimentos que unem o casal e até o aprofundar da personalidade do reservado doutor Alex Stafford.
O que me leva à fase final do livro. Se toda a história evolui a um ritmo relativamente pausado, em grande parte devido à interligação entre o mistério propriamente dito e o desenvolvimento das relações entre personagens, o final acaba por deixar a sensação de ser demasiado simples, tendo em conta todo o percurso envolvido até o atingir. E isto deixa uma certa sensação de faltar alguma coisa na fase final.
Com uma escrita envolvente, uma história interessante e alguns momentos de grande intensidade, este é um livro que, não sendo de leitura compulsiva, é na generalidade cativante. E, ainda que a conclusão não seja completamente satisfatória, não deixa de ser interessante o percurso de descoberta apresentado ao longo da história. Uma mudança não só para os protagonistas, mas também para aqueles que os rodeiam.

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