Comentado, há alguns meses, o segundo volume da poesia inglesa desse nome incontornável que é Fernando Pessoa, faltava-me, até agora, a oportunidade de ler e comentar o primeiro volume. Corrigido este lapso, impõe-se dizer, antes de mais, que a leitura se revelou à altura das altas expectativas criadas.
Com uma organização mais meticulosa que a dos poemas do segundo volume, transparecem de forma mais evidente as temáticas comuns aos diferentes conjuntos de poemas. E, ainda que a minha predilecção vá para o lado mais introspectivo dos 35 Sonnets, há algo de grandioso e de complexo que marca em trabalhos como o Antínoo e, em particular, The Mad Fiddler, com a dualidade infância/experiência que me traz à memória ecos da poesia de Blake.
Tudo o que eu pudesse dizer sobre este livro seria, no fim de contas, insuficiente. Há demasiado a descobrir em cada poema, quer nos mais introspectivos e pessoais, quer nos que criam imagens e simbolismos de maior complexidade. Fica, por isso, em jeito de conclusão, apenas a certeza de que vale a pena descobrir estes poemas, marcantes tanto pelas divergências estabelecidas com a restante obra do autor como pela força do seu conteúdo por si só. Muito bom.
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