Durante anos, Michael desejou ter um cão, mas o seu pedido sempre foi recusado pelos pais. Mas, quando Janet descobre que tem cancro da mama e que se segue um duro ciclo de tratamentos, ocorre-lhe que a presença de um animal de estimação pode ser, de certa forma, o refúgio de que o filho precisa. E é assim que Huck, um pequeno poodle, entra nas suas vidas. O problema é quando, durante umas férias, o cãozinho foge da casa dos familiares com quem ficara...
Apesar de ser a força de mudança na vida de Janet e da sua família, não é, na verdade, a história de Huck o ponto central desta narrativa. Claro que grande parte dos acontecimentos se prendem com os planos de busca e os passos dados na direcção do reencontro, mas não há propriamente uma grande caracterização da relação entre o cão e os seus donos. Entre as dificuldades da luta contra o cancro, na fase inicial do livro, seguidas da longa (e, por vezes, frustrante) busca do lugar onde poderá estar o cãozinho desaparecido, o centro da história acaba por estar nas pessoas que se unem e agem para responder ao apelo da família, e não propriamente em Huck.
Escrito de forma agradável e sem grandes elaborações, é no aspecto emocional que se encontra a grande força deste livro. Quer no confronto entre Janet e a doença, quer na relação com o marido e o filho e até mesmo na descoberta da bondade das pessoas ao longo das buscas, é a empatia que se vai criando que realmente cativa nesta leitura. A capacidade de mobilização das pessoas (principalmente em meios pequenos) para prestar auxílio a alguém com quem não têm qualquer relação é aqui apresentada de forma clara e enternecedora.
Trata-se, portanto, de uma história interessante, onde um cão é a razão de muitas mudanças, mas onde são as pessoas, na sua capacidade de ajudar, o que realmente importa. E o que realmente marca neste livro.
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