segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Novidades Leya para Março

Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí.
Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. Através de episódios aparentemente autónomos – e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 –, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial. Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde.

Trinta anos depois da morte do pai, o filho, que teve sempre uma relação conturbada com ele, acerta contas com o passado de ambos. Inspira-se na «Carta ao Pai», de Franz Kafka, um escritor por quem nutre uma doentia, mas fértil, obsessão.
Uma canção de embalar, «Cala a boca», – a mesma que o pai lhe cantava para o adormecer – serve-lhe de bússola. É também sobre essa canção que assenta a estrutura do livro. Ribamar é um romance que se expõe. Um romance sobre a dor de escrever um romance.

Para escrever este romance, Sem-Sandberg, que com ele conquistou o Prémio August, inspirou-se no arquivo do gueto de Lodz. Nele encontrou muitos factos oficiais relativos ao gueto, mas também informações interditas, escondidas pelos resistentes, como boletins de guerra de aliados, cartas das frentes e diários íntimos. Ao mostrar o que o romance pode explicar do Holocausto, o autor apresenta-se como herdeiro de outra forma de cumprir o dever de lembrar: ele não é uma testemunha, mas um passador. Sem testemunhas a história perde o seu sentido; sem passadores, ela apaga-se.

A Zona de Desconforto é a memória íntima que Franzen guarda do seu crescimento dentro de uma pele hipersensível, de “uma pessoa pequena e fundamentalmente ridícula”, passando por uma adolescência estranhamente feliz, até um adulto de paixões fortes e inconvenientes. Nas suas próprias palavras, Jonathan Franzen era o tipo de rapaz que tinha medo de aranhas, bailes de liceu, urinóis, professores de música, bumerangues, de raparigas populares – e dos pais. Não tinha nada contra os miúdos totós, a não ser o pânico de que o tomassem por um deles, destino que resultaria para ele na imediata morte social.

O Livro 1 revelou a existência do mundo de 1Q84. Algumas perguntas encontraram resposta.
Outras permanecem em aberto: Quem é o Povo Pequeno? Como farão esses seres para abrir caminho até ao mundo real? Existirão mesmo?, como sugere Fuka-Eri. Chegarão Aomame e Tengo a reencontrar-se? «Há coisas neste mundo que é melhor nem saber», como diz o sinistro Ushikawa. Em todo o caso, o destino dos heróis de 1Q84 está em marcha. No céu, distinguem-se nitidamente duas luas. Não é uma ilusão.
Murakami descreve aqui um universo singular, que absorve, que imita a realidade, e a faz sua. A narrativa decorre em dois mundos que se cruzam, qual deles o mais real e o mais fascinante – o de 1984 e o de 1Q84. A perturbante história de um amor adiado, recortada num cenário marcado pelo desencanto e pela violência. Uma fábula sobre os dilemas do mundo contemporâneo.

No dia 6 de junho de 1944, a invasão da França pelos Aliados marcou o fim do do­mínio nazi na Europa. Este livro é um teste­munho verídico sobre esta batalha que fi­cou conhecida como o «dia mais longo» do século XX. Uma apresentação magistral de uma página da História e, como o general Sir Frederick Morgan, autor do plano ini­cial do desembarque, não temeu afirmar: «uma obra-prima».
Cornelius Ryan pesquisou, durante mais de dez anos, todos os dados relacionados com o desembarque de 6 de junho de 1944, incluindo uma verdadeira mina de docu­mentos confiscados pelos Aliados.
O Dia Mais Longo foi adaptado ao cinema, em 1962, por Ken Annakin e Andrew Mar­ton e interpretado por John Wayne, Robert Mitchum, Henry Fonda, Richard Burton, Sean Connery e Paul Anka.

Nunca ninguém viu o primeiro golo de sempre exibido pela SIC. Ou pelo menos, nunca ninguém o viu na televisão. Foi um petardo de Balakov a Silvino, aos 12 segundos. E o canal privado, que se estreava naquele dia nos jogos televisivos, só mostrou a nuvem de fumo dos petardos que a claque benfiquista tinha lançado. Balakov é um dos 101 CROMOS DA BOLA deste livro. Outro é Sousa Cintra, que o foi buscar ao desconhecido Etar da Bulgária. O mesmo dirigente que anos antes, no Cairo, “roubara” Amunike aos concorrentes do Duisburgo – numa história caricata que só se resolveu no aeroporto, com sportinguistas a puxarem o jogador por um braço e alemães pelo outro. São Histórias do futebol, dentro e fora das quatro linhas, todas de chorar a rir.

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