quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Highlander Indomável (Monica McCarty)

Parece impossível pôr fim à inimizade entre os MacDonald e os MacLeod, mas o rei está disposto a tentar e é por sua vontade que um noivado entre figuras dos dois clãs é celebrado. Mas nem Isabel MacDonald nem Rory MacLeod entram no compromisso sem segundas intenções. Rory espera cumprir o seu dever para com o rei aceitando o noivado de um ano, mas está determinado a repudiar a noiva e a assumir uma aliança mais vantajosa assim que o noivado terminar. Já Isabel pretende tomar posse de um dos objectos mais sagrados dos MacLeod e entregá-lo ao seu tio, para que este auxilie o seu pai contra os Mackenzie. O problema nos planos de ambos é que nenhum é tão indiferente ao outro como poderiam desejar.
Um dos aspectos mais interessantes deste livro é a contextualização da época em que decorre. A autora não entra em grandes pormenores ou em descrições extensas, mas a informação que apresenta é completa quanto baste para compreender o que está a acontecer e, ainda que a história se centre, em grande medida, no casal protagonista, compreender as suas acções no contexto da época - ainda que explicado de forma sucinta - ajuda a assimilar os dilemas das personagens. E dilemas não faltam ao casal.
Grande parte da história diz respeito à forma como a convivência quase forçada entre os protagonistas põe em causa os planos inicialmente traçados. A relação parte de um noivado imposto para um primeiro contacto em que o que liga Rory e Isabel é principalmente atracção física. Assim, não é de surpreender que seja esta a ditar os momentos mais sensuais da história, já que o aprofundar do afecto surge de forma mais gradual, a partir do momento em que as personagens deixam o papel que quiseram assumir e passam a ouvir-se verdadeiramente um ao outro. Também aqui se nota uma evolução interessante, já que a tensão do contacto baseado numa atracção indesejada parece criar situações um pouco forçadas, mas o revelar da verdadeira personalidade dos protagonistas dá fluidez à história e abre espaço para momentos realmente marcantes.
Tendo em conta toda a situação que serve de base ao enredo, não se pode dizer que a conclusão global seja particularmente imprevisível. É nos pequenos momentos que estão as situações mais surpreendentes e, curiosamente, algumas delas não dizem respeito à relação entre os protagonistas, mas entre um destes e alguma das muitas personagens secundárias sobre as quais fica uma certa curiosidade em saber mais. Aqui, destaca-se a influência de Isabel sobre Margaret e a forma como a amizade entre ambas muda as suas percepções da vida, entre outros pequenos momentos que expandem, de forma discreta, a visão da vida dos protagonistas, revelando-a para lá do romance e da atracção que os liga.
Trata-se, portanto, de uma história relativamente simples, sem grandes surpresas a nível do romance entre os protagonistas, mas cativante na forma como este é desenvolvido, bem como pelas pequenas histórias secundárias que, explorando outras personagens e outros afectos, o completam. Uma leitura agradável e um bom livro para descontrair.

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