Ainda a assimilar as potencialidades da sua nova vida de vampiro, Stefan Salvatore vê-se dominado pela sua obsessão por sangue. Para o irmão, Damon, Stefan transformou-se num monstro, mas as suas próprias fragilidades levam-no a seguir o irmão para longe de Mystic Falls. Mas tudo muda quando ambos chegam a Nova Orleães. Ante a crescente sede de sangue de Stefan, Damon decide que os caminhos de ambos devem separar-se, pois já só o ódio os liga. Mas, enquanto os passos de Stefan o levam a cruzar-se com um grupo de vampiros capaz de o ensinar a lidar com a sua natureza e a controlar, de uma vez por todas, a sede de sangue que o domina, Damon vê-se arrastado para uma situação de perigo. É preciso que Stefan salve o irmão... mas talvez Damon não queira ser salvo.
Iniciando a narrativa pouco depois dos acontecimentos relatados em Origens, este segundo volume mantém, em grande medida, as características do anterior. A escrita é bastante simples, mas envolvente, a narrativa centra-se essencialmente na acção e a caracterização das personagens centra-se também nos protagonistas, sendo feita de forma gradual, e na medida em que é relevante para os acontecimentos. Há, ainda assim, novos elementos que tornam a história mais cativante que a do primeiro volume e que a conduzem no sentido de um final particularmente intenso.
Ainda que os acontecimentos digam essencialmente respeito a Stefan e Damon, até porque o narrador é o próprio Stefan, há, neste livro, o desenvolvimento de algumas personagens interessantes, quer pelas suas próprias naturezas (e aqui a autoridade sedutora de Lexi é particularmente cativante), quer pela forma como intervêm nas mudanças operadas sobre os protagonistas. Além disso, há grandes mudanças a ocorrer para os irmãos Salvatore e a forma como os acontecimentos mudam as percepções de ambos, abrindo caminho para o que será a sua relação na série televisiva e nos livros originais, aproximam-nos da história já conhecidas e das personalidades que lhes são atribuídas. Se, no primeiro livro, era evidente que a história se distanciava dos livros para seguir as bases da série, em Sede de Sangue estas divergências não são tão claras. É possível, principalmente na fase final, reconhecer o Stefan dos livros originais, quer pela personalidade, quer pelas acções.
Há, ainda, um melhor equilíbrio no desenvolvimento da acção, pois, ainda que o ritmo seja intenso e centrado na acção, não há já a sensação de que tudo decorre demasiado depressa, como nalguns momentos do primeiro livro. A história continua a ser relativamente simples, mas a forma como é desenvolvida parece ter agora um melhor equilíbrio entre a acção e a emoção, bem como uma visão mais clara dos elementos que criam empatia para com as personagens. Além disso, há uma intensidade emocional no percurso de aprendizagem de Stefan e na forma como este molda as suas acções, principalmente na fase final.
Esta é, em suma, uma história simples, tal como a do primeiro volume, mas envolvente. Apresenta, também, uma interessante evolução, quer a nível de enredo, quer na caracterização das personagens e no ritmo a que a acção é desenvolvida. O resultado é um livro viciante e surpreendente, que vale a pena ler.
Boa tarde,
ResponderEliminarnão conhecia este livro, nem o primeiro que referiste. Como fã assídua desta magnifica série, vou comprar.
Obrigada,
carolina