De amor e de sentimento são feitos os poemas que constituem este livro, onde cada poema é uma incursão mais ou menos elaborada a um mundo pessoal e onde a emoção domina. É o lado emocional a presença maior em todos os poemas, construídos, na maioria, em relação com a natureza do "eu" poético e das suas relações. O resultado é uma poesia muito pessoal, evocando sentimentos fáceis de reconhecer e com uma fluidez cativante no seu estilo livre e com muito de emotivo.
Ao ter muitas vezes a primeira pessoa como voz, a visão e o sentimento do sujeito poético acabam por ser o foco deste poema. E, dentro deste sentimento, sobressai o amor, nas suas múltiplas expressões, na forma como as palavras se dirigem a um segundo sujeito, na percepção do afecto que liga o sujeito poético ao outro a quem se dirige. Ainda assim, há mais para lá do amor, e é essa diversidade de sentimentos, quase sempre pessoais, mas ora dirigidos a um outro ser, ora em tom mais introspectivo, que dão a cada poema algo de familiar a quem lê, pois evocam emoções comuns e universais.
Alguns dos poemas são relativamente simples, mas nunca demasiado. Outros expandem-se numa estrutura mais extensa, com imagens mais elaboradas. Em comum, todos têm uma agradável fluidez e a forma como a simplicidade das emoções se conjuga com a evocação de imagens surpreendentes, na evocação de um ambiente com tanto de familiar como de inesperado. Com um bom equilíbrio entre a simples emoção pessoal e as complexidades de um mundo interior.
Relativamente breve, mas com muito de interessante, O Eco do Silêncio cativa pela forma como as características particulares e os sentimentos evocados por cada poema se conjugam para dar forma a uma obra sólida, na linha comum que liga todos os poemas, e envolvente pela perspectiva pessoal das emoções que evoca. Trata-se, portanto, de uma boa leitura. Gostei.
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