quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Adrenalina (Jeff Abbott)

Casado com a mulher que ama, a poucos meses de ser pai e com um futuro profissional promissor, Sam Capra tem tudo o que podia desejar. Mas basta um momento e tudo muda. Durante uma reunião com os seus colegas da CIA, Lucy telefona-lhe e convence-o a sair. Poucos momentos depois, uma bomba explode, matando todos os que estavam no edifício. Por momentos, Sam vê Lucy, mas esta desaparece no caos e Sam não a consegue seguir. Fica para trás, como único sobrevivente do ataque. E inevitável suspeito de traição. Ninguém parece disposto a acreditar na sua inocência, mas Sam não quebra e a verdade é que, fechado numa prisão, nunca fará com que - aliados ou inimigos - os responsáveis pelo atentado se revelem. Sam é, pois, libertado... sob algumas condições. Mas, certo de que Lucy tem de ser inocente e que precisa de a encontrar, ficar quieto não é uma escolha tolerável. Sam tem de encontrar os responsáveis pelo que aconteceu, tanto para provar a sua inocência, como para chegar à mulher e ao filho.
Envolvente desde o início, intenso nos seus melhores momentos e com um protagonista carismático, mas falível, este é um livro que tem o seu melhor no equilíbrio entre a acção intensa do enredo e os momentos emocionais que despertam empatia. Esta surge, aliás, desde o início, quer por a história ser contada, maioritariamente, do ponto de vista do protagonista, quer pelos valores e necessidades que definem os seus actos. Sam Capra é uma personagem cativante, já que as suas motivações são fáceis de compreender. Mas as suas características marcantes não se resumem à determinação em lutar até ao fim para encontrar Lucy e o seu filho. Tudo na sua história reflecte os seus valores: a escolha de uma carreira na CIA, motivada pelo que aconteceu ao irmão; a forma como pondera as suas acções, questionando os meios que usa para atingir os seus fins; até a reacção que demonstra ante as circunstâncias mais negras. Tudo em Sam revela a sua natureza, e isto aplica-se tanto às forças como às vulnerabilidades. Em pleno ambiente de acção e corrida contra o tempo, a falibilidade dos planos de Sam torna a história mais intensa e mais credível.
Também a forma como o enredo é construído contribui para tornar a leitura viciante. Capítulos curtos, escrita directa e um enredo cheio de acção tornam a leitura cativante, desde as primeiras páginas, e a evolução da história, com todas as reviravoltas inesperadas e o equilíbrio entre acção e emoção a manter viva a vontade de ler mais. Além disso, apesar da narração na primeira pessoa, há outras personagens interessantes e figuras como August e a misteriosa Mila cativam tanto pela personalidade como pelo papel que têm a desempenhar no enredo e que insinua já algumas das interessantes possibilidades  que serão exploradas em O Último Minuto, segundo volume desta série.
Com um protagonista carismático e vários momentos intensos, Adrenalina abre da melhor forma uma série que, quer pelas personagens quer pela evolução do enredo, tem ainda muito potencial para explorar. Empolgante e surpreendente, este é um livro que vale a pena ler. Muito bom.

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