Mais uma vez, Max e o seu bando deixaram o Instituto e estão, novamente, em fuga. O plano continua a ser o mesmo. Por mais que lhe digam que o seu destino é salvar o mundo, Max preocupa-se mais com os seus e, por isso, sabe que tem de seguir a vontade de todos e continuar na busca das suas famílias. Mas o inimigo está atento e, num confronto com os Erasers, Fang é ferido, o que coloca o bando numa posição difícil. Sem grandes alternativas, têm de aceitar viver com uma agente do FBI, pelo menos por algum tempo. O que ela lhes oferece é uma vida quase normal, com uma cama confortável, comida e até uma escola. Mas será Anne assim tão fiável? Como se explica, então, que os tenha recebido com naturalidade, tendo em conta o que são? Mais uma vez, a tão ansiada normalidade pode vir a revelar-se uma ilusão. E a missão de salvar o mundo, não se sabe ao certo de quê, continua pendente.
Retomando os acontecimentos praticamente no ponto em que terminaram no primeiro volume, este livro tem, além de uma continuidade nos rumos da narrativa, um conjunto de pontos fortes em comum. Tal como no primeiro livro, a escrita e directa, a descrição é pouca e desenvolvida apenas na medida em que é necessária ao enredo e os capítulos curtos contribuem para tornar mais viciante uma história cheia de acção e com muitas revelações interessantes. Bastam alguns capítulos para entrar no ritmo da história e, a partir daí, torna-se difícil parar.
A estes pontos fortes junta-se ainda um outro: a familiaridade. Quase todas as personagens são já conhecidas do primeiro livro, tanto a nível de personalidade como das suas características invulgares, e também os elementos essenciais do sistema - a Escola, os traços essenciais das mutações, as características do inimigo - são comuns, em muitos aspectos, ao primeiro livro. Assim, a falta de descrições mais elaboradas já não se sente, porque o essencial é já conhecido. Não há momentos de estranheza, nem a sensação de que falte assimilar qualquer coisa. Há a história, simplesmente, e a forma como ela decorre, entre momentos intensos e revelações surpreendentes. E há, ainda, a equilibrar a acção e o mistério constantes, vários momentos de emoção e um sentido de humor muito cativante, conferindo à história alguma leveza, mesmo nos momentos mais complicados.
De referir, por último, que, ainda que os elementos essenciais do sistema já sejam conhecidos, há também bastantes revelações novas neste aspecto. Quer nas capacidades do bando, quer nos planos e alianças dos seus criadores, há novos pormenores a ser acrescentados e uma evolução a acontecer, tanto nos planos de Jeb e companhia como no bando. Claro que continua a haver também muitas perguntas, mas este é apenas o segundo livro da série. Há ainda muito para explorar.
Entre episódios divertidos e momentos emotivos, lutas difíceis e umas quantas revelações inesperadas, Maximum Ride - Adeus à Escola corresponde - e supera - as expectativas criadas pelo primeiro volume da série. De ritmo intenso e com uma história cheia de surpresas, este é um livro difícil de largar.
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