Sebastian, lorde St. Vincent é o mais infame dos libertinos. Recentemente, raptou a futura esposa de um amigo, numa tentativa de a forçar a casar-se com ele. A sua situação financeira periclitante a isso o obrigou. Mas claro que não foi bem sucedido e isso só tornou as circunstâncias ainda mais difíceis. Por isso, quando a tímida e hesitante Evangeline Jenner lhe propõe um casamento de conveniência, Sebastian sabe que não pode recusar. O problema é que o acordo entre ambos - um casamento distante, sem contacto físico, e destinado apenas a atenuar a gravidade das suas circunstâncias - cedo deixará de ser satisfatório. E tanto Evie como Sebastian terão de considerar mudanças no que são e no que pretendem ser.
Tendo em conta o papel desempenhado por St. Vincent no livro anterior desta série, o que primeiro desperta curiosidade para este livro será, naturalmente, uma questão inevitável. Como poderá a autora redimir uma personagem que, anteriormente, se destacou por actos e atitudes detestáveis? Este é, desde logo, o primeiro aspecto a tornar a leitura intrigante e é também um dos pontos fortes deste livro. É que, assumidamente infame nas suas acções passadas, Sebastian é agora apresentado como uma personagem bem mais complexa, e com um percurso de redenção bastante mais interessante. Claro que parte do que define a sua má reputação continua presente, mas a autora consegue, além de revelar as suas vulnerabilidades ocultas, criar para St. Vincent uma evolução notável, em comportamentos e em valores.
Esta mudança envolve, naturalmente, a outra protagonista. E é na interacção entre Evie e Sebastian, com todos os contrastes e diferenças que os opõem, que reside outro dos pontos fortes desta história. É que, diferentes como são em muitos aspectos, os protagonistas conseguem, entre momentos de atracção e confusões e mal-entendidos que os afastam, criar momentos divertidos, situações verdadeiramente comoventes e um caminho comum que, de peripécia em peripécia, nunca deixa de ser emocionante.
Tendo em conta tudo isto, não surpreenderá, seguramente, que o romance entre os protagonistas será o foco de toda a história. Mas há mais. E também estes elementos complementares, alguns de presença mais discreta (como a questão da família de Evie), outros de importância determinante para a conclusão do enredo, contribuem para tornar a história interessante, já que acrescentam um elemento de tensão e de intriga que torna as coisas bastante mais intensas.
Envolvente e surpreendente, com um casal de protagonistas que se completa da melhor forma e uma história que é tanto de paixão como de redenção, Paixão Sublime proporciona, no fundo, uma leitura que cativa desde a primeira página e que, agradável ao longo de todo o enredo, diverte e comove nos momentos certos. Muito bom, em suma.
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