Grandes momentos de perda ou os simples dramas da vida quotidiana. Qualquer destas situações pode servir de base a uma boa história. E é o drama o tema deste pequeno livro, o elo comum entre três contos bem diferentes. Todos eles com o seu quê de cativante, é certo, à sua maneira, mas com estilos e ambientes diferentes, formam um conjunto interessante. Mas talvez não com a ligação que seria de esperar.
A Porta, de E.B. White, apresenta o que parece ser uma experiência do ponto de vista do seu objecto. Relativamente breve e com uma escrita agradável, este é um conto com ideias bastante interessantes, mas em que muito se perde pela impressão geral de confusão que fica de um fluxo de ideias difícil de seguir.
Em Depois, de Guy de Maupassant, um abade recorda as razões que o levaram à sua vocação. Pausado, um pouco introspectivo, este conto marca principalmente pela impressão de melancolia que transmite, bem como pela capacidade - ou falta de - de reacção ante as perdas inevitáveis da vida.
Os Outros Dois, de Edith Wharton, conta a história de um casal cuja tranquilidade é perturbada quando o primeiro marido da mulher exige ver a filha doente de ambos. Mais centrada na história do casal - e dos seus segredos - do que em qualquer grande acontecimento, este é um conto interessante quanto baste, e bastante bem escrito, como seria de esperar, mas que não tem grande coisa de dramático, sendo, aliás, bastante distante e um tanto ambíguo.
O ponto em comum que acaba por sobressair destes contos é, afinal, que não há propriamente o drama que o título do livro faria esperar. Todos os contos têm os seus bons momentos, mas com a excepção do de Maupassant, em todos fica a sensação de algo em falta, quer pela confusão do primeiro, quer pela distância e ambiguidade do último. Não deixam de ser leituras agradáveis, entenda-se, mas ficam um pouco aquém das expectativas.
Boom
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