quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sangue Final (Charlaine Harris)

De volta à casa depois de uma noite de acontecimentos devastadores e de uma decisão quase involuntária que lhe retirou das mãos muitas questões complicadas, Sookie apenas quer paz e sossego. Mas não os terá, ainda. Desde o momento em que conheceu o seu primeiro vampiro, Sookie percorreu um longo caminho e fez muitos inimigos, alguns dos quais estão dispostos a fazer seja o que for para conseguir a sua vingança. Felizmente, Sookie conta também com bons amigos e alguns aliados. Mas, como se não bastassem os que conspiram contra ela, a jovem telepata tem ainda de lidar com mudanças nas suas relações e descobrir o que a espera, se sobreviver às intenções dos seus inimigos.
Volume final de uma série bastante longa, este é um livro que, com os pontos fortes de sempre, mas com algumas mudanças inesperadas, deixa, em alguns aspectos, sentimentos ambíguos. O ritmo do enredo continua a ser cativante, o mesmo acontecendo com a escrita, e continuam a surgir bons momentos de humor e de emoção ao longo do enredo. Mas, nesta conclusão de um longo percurso, há pontos que surpreendem pela positiva e também opções que ficam um pouco aquém do esperado.
Sendo este o décimo terceiro volume de uma série, é natural que ao longo do caminho tenham sido apresentadas muitas personagens. Até aqui, todas elas tiveram histórias interessantes e também neste volume final há alguns bons desenvolvimentos. Mas o facto de haver todas estas personagens torna difícil encontrar respostas satisfatórias para todas perguntas. Assim, e apesar de haver realmente momentos bons no caminho das personagens, fica, por vezes, a impressão de algumas situações resolvidas de forma um pouco apressada e, principalmente em relação aos vampiros, de muitas perguntas deixadas sem resposta.
Quanto ao enredo propriamente dito, continua a haver bastante acção e vários acontecimentos intensos, o que contribui para manter a envolvência da leitura. O mistério em torno dos novos - ou não tão novos - inimigos de Sookie é sustentado por uma revelação gradual das suas intenções e a presença dos seus aliados torna as coisas bastante mais interessantes, quer pela conjugação de capacidades, quer pelos afectos que isso revela. Acaba por ser, no fundo, este lado mais intenso do enredo o que mais marca ao longo de toda a leitura.
Relativamente ao romance, tornam-se mais evidentes os tais sentimentos ambíguos. Ao longo da série, Sookie envolveu-se em vários relacionamentos, daí que uma das grandes questões para este último livro era, inevitavelmente, com quem ficaria a protagonista. E, neste aspecto, o percurso em direcção à escolha final acaba por ser um pouco forçado, já que poucas pistas havia nesse sentido ao longo do restante da série. As ligações propriamente ditas são, no geral, bastante bem conseguidas - há empatia mais que suficiente entre as personagens - mas algumas escolhas quebram com o rumo dos livros anteriores e isso nem sempre acontece de forma natural.
O que fica, então, deste último volume é a impressão global de uma história que, perdendo um pouco pela conclusão apressada - e por algumas questões sem resposta - de alguns pontos importantes da série, acaba por ser, ainda assim, uma leitura envolvente e agradável. Não é o final perfeito, mas não deixa de ser uma conclusão cativante. Gostei.

2 comentários:

  1. Estou ansiosa por ler o final da série. é pena ainda não ter chegado à biblioteca...
    Beijinho

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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