Passaram dois anos desde que os caminhos de Summer e Dominik se separaram. Mas o tempo não foi suficiente para apagar a memória do que viveram e os seus pensamentos continuam a fugir-lhes para o que têm em comum. Summer partilha a vida com um homem carinhoso, mas sente-se a cair no tédio. E Dominik procura a inspiração que só Summer lhe pode dar. É inevitável que voltem a cruzar-se, principalmente a partir do momento em que Summer decide voltar a Londres. Mas será o sentimento que teimam em esconder, mais forte que os medos e as mágoas do passado que partilharam?
Volume final de uma trilogia em que o erótico e o romântico se conjugam, 80 Dias - A Cor do Prazer apresenta essencialmente as mesmas características dos livros anteriores. A escrita simples, mas cativante, mantém a envolvência do enredo, e a relação entre as personagens define-se tanto pelo seu carisma individual como pela disposição para novas experiências. Mais uma vez, o erotismo continua a ser o elemento dominante, com as personagens a atravessaram experiências invulgares - mas também ligações complicadas - e uma forte ênfase no desenvolvimento da sensualidade, quer em situações, quer em personagens.
Mas há também novos elementos, que vêm complementar parte do que tinha ficado por desenvolver nos livros anteriores. A relação entre os protagonistas surge, agora, enquadrada, numa experiência mais vasta, definida tanto pelas relações que tiveram como por aquilo em que se tornaram, Dominik enquanto escritor, e Summer na sua carreira de violinista. Há, por isso, um contexto mais vasto em torno da história de ambos e, mesmo ficando ainda a impressão de que mais haveria a dizer sobre os seus passados, a história é agora mais completa. Já não se trata de uma relação fundamentalmente física, mas de uma afeição que cresceu. E de um toque de romance que, necessariamente atribulado, mas também muito cativante, acaba por tornar esta fase final da história muito mais intensa.
Este maior desenvolvimento surge também relativamente a outras personagens, com destaque, é claro, para Chris, mas não só, e até ao sempre presente violino. A forma como a história do violino de Summer se cruza com a história da própria protagonista, expande ainda um pouco mais o ambiente geral, acrescentando ainda um elemento de mistério que, ainda que discreto, é também muito interessante.
Sempre cativante e, por vezes, surpreendente, 80 Dias - A Cor do Prazer mantém os pontos fortes dos volumes anteriores, ao mesmo tempo que, com um maior desenvolvimento dos elementos para lá do erotismo, e uma evolução interessante no enredo, em geral, consegue, também, superar as expectativas. Um bom final, portanto, para a história de Summer e Dominik. Gostei.
Sabes se há o pdf?
ResponderEliminar