terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Golpe (Janet Evanovich e Lee Goldberg)

Kate O'Hare, agente do FBI, sempre teve como missão perseguir e capturar Nick Fox, um conhecido e astuto vigarista. E, depois de algumas tentativas falhadas, parece ser agora o seu momento. Mas, quando a captura finalmente acontece, os seus planos sofrem uma reviravolta inesperada. Depois de um caso brilhante, Kate esperava um outro tão ou mais promissor, mas, enquanto se vê com uma situação pouco relevante - e algo caricata - para resolver, Nick Fox foge do tribunal. E com ajuda do próprio FBI. Ao tomar conhecimento desse facto, Kate vê-se envolvida numa missão completamente diferente. Com a ajuda de uma equipa de vigaristas novatos e acompanhada pelo próprio Nick Fox, Kate terá de capturar um outro vigarista e recuperar o dinheiro que ele roubou. E por vias que não são exactamente legais...
Um dos aspectos que primeiro chamam a atenção neste livro é que, se o compararmos com os de outras séries da autora, sobressai uma grande diferença, associada a um ponto comum. É que este é um livro com um registo bastante mais sério, com menos ênfase no caricato e mais na acção, mas que tem ainda o mesmo humor - e peculiaridades mais que suficientes - dos outros livros. Isto cria, desde logo, a impressão geral de um enredo bastante mais intenso e mais focado nos acontecimentos, mas sem perder a leveza que um muito agradável sentido de humor lhe confere. Mais equilibrado, em suma.
Este equilíbrio contribui em muito para tornar a leitura viciante. Mas há mais. O desenvolvimento das personagens tem também bastante bons momentos, e isto aplica-se tanto às situações mais divertidas, como à interacção que se estabelece para criar o plano. A forma como Nick escolhe a sua equipa, a intervenção de Kate e a evolução do plano propriamente dito servem de base a todo um percurso de acção intensa, humor quanto baste e um toque de atracção que, além de tornar a interacção entre as personagens mais interessante, coloca algumas boas possibilidades quanto ao que se seguirá na série.
Ainda um outro aspecto interessante é a ocasional ambiguidade na linha que separa os bons dos maus. Toda a missão de Kate, Nick e companhia, com a bênção - mas não necessariamente com a protecção - do FBI coloca às personagens algumas questões de ordem moral. É interessante a forma como a autora explora este aspecto, sempre de forma descontraída, mas com alguns momentos particularmente bem conseguidos.
Cativante e agradável, com um ritmo viciante e um bom equilíbrio entre acção e humor, O Golpe abre da melhor forma uma série com muito potencial. Divertido, envolvente, e surpreendente... Muito bom.

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