E assim termina mais um ano. Com um pouco menos de leitura - mas, mesmo assim, 295 é um bom número, não é? - mas com muito boas leituras. E, como habitual, é tempo de olhar para trás, fazer um balanço de tudo e recordar o que de mais memorável surgiu nestes doze meses. No que me diz respeito - e em leituras, claro - foram estes dez.
Complexo, mas sempre cativante, este livro correspondeu inteiramente às altas expectativas que me criou a leitura de A Passagem. Impressionante, tanto no percurso individual de cada personagem como na perspectiva global, é um livro volumoso, que exige o seu tempo, mas que é amplamente compensador.
A conclusão perfeita para uma saga maravilhosa - já que, deste mundo, há ainda outros livros para descobrir. É neste mundo que vivem algumas das minhas personagens favoritas, a história é absolutamente impressionante e a escrita tem momentos verdadeiramente belos. Jacqueline Carey já é uma das minhas autoras preferidas e, por isso, este livro tinha de estar aqui.
Sequela do Wolf Hall, tem exactamente os mesmos pontos fortes e a vantagem de história, personagens e estilo de escrita serem já familiares. Muitíssimo bem escrito, com uma voz memorável e uma história sempre interessante, correspondeu plenamente ao que esperava e acabou por ser, também, uma das melhores leituras do ano
Perturbador no mundo que apresenta e na facilidade com que este é instituído, este foi um livro que me impressionou tanto pela história da protagonista como pelo sistema em que se enquadra. E impressiona também pela fluidez - na escrita e na forma como tudo é narrado - com que a história é desenvolvida, transmitindo com toda a clareza o sentimento de opressão, mas sem que a narrativa se torne densa ou cansativa.
Depois da surpresa que foi, no passado, ler Pequena Abelha, este foi o ano de descobrir os outros livros de Chris Cleave. E o primeiro a surgir é este Menina de Ouro, história comovente, emocionalmente impressionante e com a maravilhosa forma de contar histórias que parece ser característica do autor. Um livro de deixar o coração apertado, mas um sorriso nos lábios. E uma história belíssima.
Um mistério a resolver, e uma forma inesperada de lhe dar voz, conjugados com uma visão de afecto familiar e dos sacrifícios que esse amor inspira. É esta a base deste livro, também ele contado numa voz muito própria, com um enredo cheio de surpresas e momentos de uma intensidade impressionante. Também de uma autora que pretendo seguir, tinha de estar aqui.
Mais um livro do Chris Cleave, não tão impressionante como Menina de Ouro, talvez porque as circunstâncias da protagonista não facilitam tanto a empatia, mas, ainda assim, com os mesmos pontos fortes a tornar a leitura marcante. Maravilhosamente escrito, mas num registo mais sombrio e perturbador, é um livro que marca de forma diferente. Mas que marca, mesmo assim.
Primeiro livro de uma série com um potencial riquíssimo, este livro surpreendeu-me pela forma como conjuga elementos de diferentes géneros numa mistura complexa, mas simplesmente viciante. As personagens são cativantes, a construção do mundo também e a forma como a autora desenvolve os diferentes elementos mantém sempre viva a curiosidade em saber mais. Uma bela surpresa e um início impressionante.
Surpresa! Ou... não. Afinal, estranho seria não haver um livro desta senhora na minha lista. A Casa de Gaian, último livro da trilogia Os Pilares do Mundo, pode não ter o impacto de um livro das Jóias Negras, mas tem, apesar disso, tudo o que procuro. Boas personagens, um sistema interessante, emoção, acção e humor nas medidas certas e momentos que ficam na memória. Tinha mesmo de aparecer nesta lista.
E, para terminar em beleza, um livro de histórias de terror para os mais novos... e não só. Uma edição apelativa, com histórias muito cativantes e um elo de ligação muito bem conseguido, é um livro que conjuga leveza, mistério e uma certa melancolia nas medidas certas. E que recomendo, pois claro.
Houve muitas outras boas leituras, para além destas, mas foram estes, sem dúvida, os que mais marcaram. Quanto ao ano que se segue, não vou definir objectivos muito estritos. Apenas a meta de ler o mais possível e a esperança de descobrir ainda mais boas leituras. Ah, e claro, de continuar por aqui para partilhar as minhas impressões.
Até muito em breve e um feliz 2014!
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