quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Invernos Dourados (Andrea Higgs)

Eowyn, princesa do deserto, cresceu a ouvir histórias de um lugar bem longe do seu mundo, de uma terra repleta de magia, onde a natureza e as gentes são completamente diferentes de tudo quanto conhece. Mas, enquanto filha do sultão, sabe que a sua realidade está no oásis onde vive e, mesmo que o pai se tenha mostrado tolerante relativamente às suas escolhas, a pressão para que aceite um pretendente tem vindo a crescer. Antes, contudo, Eowyn quer conhecer aquele mundo diferente, onde o irmão já foi e onde encontrou o amor. Parte, pois, para Erin, sem saber que, depois das dificuldades, também ela está destinada a encontrar um afecto sem limites... e novas batalhas para travar.
Sendo essencialmente uma história de amor nascido entre mundos diferentes, este é um livro que tem nas emoções o seu grande ponto forte. Narrado na primeira pessoa, cativa principalmente nos momentos em que a protagonista desperta empatia, sobressaindo, neste aspecto, a fase final, em que os acontecimentos atingem um pico de intensidade. Mas há também pequenos momentos de emoção e também eles contribuem para que se sinta uma certa proximidade com a protagonista.
Também no contexto há alguns elementos interessantes. As diferenças entre o mundo de Eowyn e o de Howan colocam em destaque algumas diferenças culturais que, ainda que abordadas de forma muito sucinta, não deixam de ser pertinentes. Além disso, há uma considerável componente descritiva na forma como o enredo é desenvolvido, o que, apesar de tornar o ritmo da história bastante mais pausado, surpreende também pela beleza de alguns dos cenários descritos. Cenários estes que, conjugados com os elementos mágicos, conferem à história uma nova envolvência.
Ao ser Eowyn a narrar a sua história, ficam, inevitavelmente, aspectos por explorar, já que há um conjunto de circunstâncias, principalmente relativamente à família de Eowyn, que ficam em suspenso com a sua partida. Haveria, talvez, mais a dizer sobre estes aspectos, ainda que não sejam essenciais à história da protagonista.
E, por último, importa referir, como ponto fraco, algum descuido a nível de revisão, já que, não sendo frequentes ao ponto de tornar a leitura penosa, surgem alguns erros ao longo do texto, o que, inevitavelmente, e por mais interessante que seja a história, acaba por quebrar o ritmo da leitura.
Envolvente e emotivo, este é, pois, um livro que, podendo ser mais desenvolvido nalguns aspectos, apresenta, apesar de tudo, uma história cativante, com bons momentos que compensam as fragilidades. Uma leitura agradável e com um final interessante. Gostei.

1 comentário:

  1. Olá Carla. Fico fascinada com todos os comentários sobre o meu livro. Acredite que tomo muita atenção a todos os vossos comentários de forma a poder crescer e nunca desiludir o meu leitor. Em relação aos aspectos a que se refere de ficarem por explorar, ainda não sei, mas talvez exista um "Invernos Dourados 2", neste momento já estou a trabalhar noutro livro mas nunca me esquecerei que a história de Eowyn ainda pode continuar. Um grande beijinho Andrea Higgs

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