quarta-feira, 21 de maio de 2014

The Palace Job (Patrick Weekes)

Loch tem como máxima ambição vingar-se do homem que matou a sua família. Mas isso não é propriamente um objectivo fácil, principalmente estando presa. Ainda assim, Loch é uma mulher de recursos e, com a ajuda de Kail, o único a quem confiaria a vida sem hesitar, ela define um plano de evasão. Mas fugir é apenas o primeiro passo. O plano é regressar ao centro da República, o mesmo lugar de onde fugiu, e recuperar um objecto que é, por direito, parte da sua herança. E, para fazer isso, Loch precisa de uma boa equipa. Então, com os seus diversos talentos e personalidades invulgares, o grupo poderá entrar em Heaven’s Spire, não apenas para recuperar o manuscrito, mas também para se encontrar no centro de uma profecia que lhes exige que intervenham no destino da República.
Um dos aspectos mais cativantes deste livro é o facto de ser bastante intenso, com muita acção e sempre muita coisa a acontecer, mas sem nunca perder a leveza. A diversidade de elementos na equipa é, por si só, razão para muitos momentos divertidos. E, à medida que a relação - e o conhecimento que têm uns dos outros - evolui do ligeiro desconforto ao verdadeiro companheirismo, as coisas tornam-se sempre mais e mais divertidas. Ainda que também mais perigosas para os protagonistas.
Também interessante é o desenvolvimento a nível de contexto e caracterização. Este está muito longe de ser um livro descritivo e, por isso, os elementos de contextualização – quer do mundo quer das personagens – surgem explicados gradualmente e ao ritmo do decorrer da acção. Disto resulta um ritmo mais rápido e, ao mesmo tempo, uma impressão de mistério relativamente a Loch e aos restantes membros da equipa, bem como à forma como se enquadram no sistema.
Apesar de ser, no essencial, uma leitura leve, há, neste livro, algumas questões relevantes. A primeira é, claro, a do racismo, com os Urujar e os Imperiais a serem olhados de cima pelos elementos da República.  Ainda assim, a forma como Loch – e, em menor grau, outras personagens – lidam com isso tem um encanto especial. Além disso, o resultado das suas acções para com a República acabam por resultar na resposta perfeita.
A outra questão prende-se com as consequências de ter um líder disposto a tudo para preservar ou aumentar o seu poder. Silestin é um muito bom exemplo das consequências de cruzar certos limites, com o acordo que estabelece a provar bem esse facto. Por outro lado, a inocência de Dairy mostra o outro lado dessa forma de estar. Este equilíbrio de opostos acaba por contribuir em muito para que o final se torne mais impressionante.
Somados todos estes elementos, o que fica deste livro é, essencialmente, a impressão de uma leitura leve e envolvente, repleta de acção e com a medida certa de humor. E também a de uma história de inocência e de coragem, de poder e justiça, de ambição e de sacrifício. Muito bom, em suma.


Tive a oportunidade de ler este livro graças à organização dos David Gemmell Legend Awards. Obrigada!

Sem comentários:

Enviar um comentário