Rafe Bowman aprendeu da maneira mais difícil que tentar conquistar a aprovação do pai seria sempre um esforço vão. Mas, interessado em conquistar um lugar na empresa, Rafe sabe que tem de aceder à vontade do pai e aceitar um casamento indesejado. É essa a razão que o leva a Inglaterra para conhecer a encantadora Lady Natalie, destinada a ser a sua futura esposa. O que Rafe não sabe é que ele, que nunca amou, pode ver as suas atenções dirigidas noutro sentido. E rodeado das sempre criativas atenções das Encalhadas, poderá descobrir que, mais que um casamento vantajoso, a vontade do seu coração pode ser o seu verdadeiro sucesso.
Mais breve que os volumes anteriores e com uma forte presença dos seus protagonistas, este livro funciona, em certa medida, como um epílogo para a série, até porque apresenta, de forma relativamente sucinta, mas cativante, a vida dessas personagens depois da conclusão das suas histórias. Além disso, a convergência de todas estas figuras para um mesmo lugar para celebrar o Natal cria um muito agradável ambiente de harmonia, ambiente esse que é, por si só, motivo mais que suficiente para apreciar a leitura.
Mas também este livro tem um casal protagonista e uma história que vale por si mesma. Uma história que tem também os pontos fortes das anteriores e que, por isso, não pode deixar de surpreender. Rafe e Hannah surgem de meios completamente diferentes e têm também perspectivas diferentes acerca da vida e do amor, ao que acresce, no caso de Rafe, há já conhecido o passado complicado que tem em comum com as irmãs. E o que acontece é que, como é, à partida, de esperar, destas diferenças surgem os traços complementares e o já expectável caminho da aversão ao afecto. Isto de forma relativamente sucinta, mas com uma fluidez e uma elegância que tornam tudo natural.
É, claramente, o romance o elemento dominante. E, apesar disso, não há exageros na expressão dos afectos nem nos momentos de sensualidade. Aliás, há algo de genuíno na relação entre os protagonistas, o que complementa de forma particularmente interessante o lado não muito simpático da família de Rafe.
Por último, quanto à conclusão, sobressai o facto de que, apesar da forma muitíssimo sucinta como são apresentados alguns dos acontecimentos (principalmente no que diz respeito a Natalie, mas também relativamente aos pais de Rafe), não parece que nada tenha sido deixado em falta. Tudo o que é essencial está lá e as coisas têm precisamente a importância de que precisam, num final que, simples, mas emotivo nas medidas certas, acaba por ser a melhor forma de encerrar a história.
Marcante nos afectos e surpreendente na forma como estabelece ligações com as restantes personagens da série, acrescentando também para elas algo mais, eis, pois, mais uma leitura cativante, com personagens fortes e uma relação que flui com naturalidade. Com belos momentos de afecto e, claro, a medida certa de emoção, um muito bom final.
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