A felicidade - esse elemento aparentemente inatingível que serve de tema central a tantos e tantos livros de auto-ajuda. Mas o que é a felicidade, afinal? E será que há uma fórmula mágica para a atingir e que aqueles de nós que não a conhecem redondamente estão a falhar nalguma coisa? Talvez não. Este livro não é propriamente o livro de auto-ajuda habitual. Mas, com a sua perspectiva particular e a muita criatividade envolvida, pode, talvez, ser o que de mais perto se arranja para ajudar o leitor a ser mais feliz - ou, pelo menos, menos triste.
A primeira coisa a cativar para este livro é a postura do autor, expressa desde as primeiras páginas e bem patente na forma como todo o livro está construído. Não sendo um especialista nem tendo as tais respostas mágicas, o autor baseia-se acima de tudo naquilo que viveu para, da mesma forma que mudou a sua perspectiva, mudar a de quem lê. E isto não promete soluções milagrosas - até porque essas não são propriamente reais, mas antes um esforço constante que, num exercício de introspecção que nos leva a ver a vida de outra forma, se resume na questão que o próprio autor levanta numa das primeiras páginas: Já Tentaste Ser Menos Triste?
Ora, este é um muito bom ponto de partida para uma reflexão sobre a felicidade e o que realmente nos torna feliz. E uma boa passagem para o segundo ponto que se destaca deste livro. É que, sendo acima de tudo, um conjunto de exercícios e tarefas criativas, deixa grande parte do percurso na mão do leitor, mas sem deixar de dar as indicações correctas. O que este livro apresenta é, acima de tudo, um desafio e um desafio que, feito do início ao fim ou apenas em pequenas partes, nos leva a ver a vida de outra forma.
O que me leva a ainda um outro ponto que importa referir. Este livro é-nos apresentado como O Caderno Criativo da Felicidade. E é exactamente isso: criativo. Tanto nas ideias como nos desafios que lança o leitor como, ainda, no aspecto que toma, fazendo lembrar - e, talvez, pretendendo ser precisamente isso - um diário pessoal, mas com um objectivo maior associado. E este aspecto, visualmente apelativo e muito adequado ao objectivo, faz também parte do que chama a atenção para este livro/diário.
Surpreendente será, portanto, uma boa palavra para descrever este livro que, além de muito apelativo enquanto objecto físico, resulta num exercício de introspecção fascinante. E que, sem respostas universais nem imposições filosóficas, consegue ser um bom ponto de partida para se ser menos triste. Ou mais feliz.
Título: Como Ser Feliz
Autor: Lee Crutchley
Origem: Recebido para crítica
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