Diamantina tem apenas treze anos quando o pai, um marinheiro holandês que deu à costa na ilha de Porto Santo, a abandona para ir em busca de diamantes no Novo Mundo.
Pouco depois, a mãe, uma feiticeira e curandeira africana, adoece e morre, deixando a filha a lutar sozinha pela sobrevivência no pequeno casebre da praia onde viviam.
Por baptizar, marcada pela feitiçaria da mãe e pelo sangue estrangeiro que lhe corre nas veias, essa luta parece condenada ao fracasso. Durante algum tempo, a segurança de Diamantina parece encontrar-se em Abílio, que partilha o sonho de partir daquela ilha.
Contudo, Abílio é um homem sem escrúpulos, que a usa a seu bel-prazer. Se Diamantina fosse uma jovem respeitável, ele tê-la-ia desonrado. Mas ela não é respeitável e não consentirá que a desonrem.
Orquestra a fuga da ilha mediante um casamento de conveniência com um ex-padre, Bonifácio, que se encontra mergulhado num terrível ciclo de culpa, tentação e redenção, e que aceita esta marginal como esposa e penitência, levando-a para casa do pai, num vinhedo rodeado por montanhas, na ilha da Madeira, onde ela se sente ainda mais enclausurada.
Independentemente dos obstáculos que estes homens ponham no seu caminho, Diamantina recusa-se a aceitar o seu destino e determina-se a criar a vida que deseja para si.
A consciencialização de gostar e tratar bem os animais ganhou impacto nos últimos anos e este livro segue esta tendência, através de uma narrativa muito bem imaginada e de heróis corajosos.
A narrativa é colmatada com uma atmosfera portentosa e a descoberta do jovem herói Cau da sua habilidade como Feral. Um Feral é alguém com capacidade de falar com animais, neste caso com os corvos.
A história passa-se em Blackstone que foi, em tempos, uma próspera metrópole. Mas tudo se desfez com a chegada do Verão Negro – uma vaga de crimes e violência que assolou a cidade oito anos antes, orquestrada pelo temível Tecedor.
Cau tem o poder de comandar os corvos e irá descobrir que para a vida voltar ao normal, terá de utilizar as suas capacidades de Feral para derrotar o Tecedor.
Tony Ferrasa é um compositor porto-riquenho, lindo, rico e com êxito. Não há mulher que lhe resista e que esqueça com facilidade o seu fascinante olhar verde.
Ruth é uma jovem que com apenas vinte e dois anos teve de tomar conta da irmã recém-nascida e de um irmão delinquente. Quando parece que por fim consegue orientar a vida, as coisas descambam de novo e foge, sem saber que está grávida.
Para sustentar a família, aceita qualquer trabalho digno que se apresente e, assim, Tony e Ruth acabam por se conhecer numa festa onde ela trabalha a servir. A partir daí, como o destino é caprichoso, tornam a encontrar-se em várias ocasiões e, apesar do interesse que ele demonstra, ela mantém-se fria e indiferente.
Pouco a pouco ambos vão entrando numa relação que acaba por desvendar que o que sentem um pelo outro é muito mais intenso do que estão dispostos a admitir. Tentam distanciar-se, mas quanto mais empenho põem na distância menos o conseguem e a atracção torna-se ainda mais forte.
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