Sob o olhar maravilhado e infantil do filho, um casal dança o Mr. Bojangles de Nina Simone. O seu amor é mágico, vertiginoso, uma festa perpétua. Em casa deles só há lugar para o prazer, para a fantasia, para os amigos. Quem dá o tom, quem conduz o baile é a mãe, chama tremeluzente, fugidia e extravagante. Foi ela que adoptou o quarto membro da família, a Menina Sem Préstimo, uma grande ave exótica que deambula no apartamento da família. É ela que não pára de os arrastar, a todos, para um turbilhão de poesia e de quimeras. Mas um dia ela vai longe demais. O pai e o filho farão tudo para evitar o inelutável. Eles querem que a festa continue, custe o que custar. Nunca a expressão «amor louco» foi usada com tanta propriedade. O optimismo das comédias de Frank Capra, aliado à fantasia da Espuma dos Dias, de Boris Vian.
Olivier Bourdeaut nasceu à beira do Oceano Atlântico, em 1980. Recusando compreender o que ele queria aprender, o Sistema de Ensino depressa o devolveu à liberdade. Nessa altura, graças à ausência de televisão em sua casa, pode ler com abundância e vaguear sonhadoramente quanto quis. Durante dez anos trabalhou no imobiliário, indo de falhanços a fiascos com um entusiasmo crescente. Depois, durante dois anos, transformou-se no responsável de uma agência de experts em chumbo, responsável por uma assistente mais diplomada do que ele e responsável de caçadores de térmitas, mas os insectos encarregaram-se de minar e roer a sua responsabilidade. Foi ainda abridor de torneiras num hospital e factótum de uma editora de livros escolares – na mouche – e apanhador de flor do sal de Guérande a Croisic, entre outras coisas. Sempre quis escrever. À Espera de Bojangles é disso a primeira prova disponível.
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