Stuart Little, segundo filho do Sr. e da Sra. Little, nasceu com duas grandes peculiaridades: tem apenas cerca de cinco centímetros de altura e um conjunto de características físicas que o tornam muito semelhante a um rato. Mas a história do pequeno Stuart não se resume a estes dois traços vincados: tem também um grande espírito de aventura, muita coragem e o coração no sítio certo. São, aliás, estas características que o levam sempre a novas aventuras, dentro de casa e fora dela. Mas é quando uma amiga recente, mas muito querida, a ave Margalo, deixa a sua casa que Stuart se lança na viagem da sua vida. Quer encontrar a amiga - mesmo que tenha de ir longe, mesmo que demore muito tempo. E, pelo caminho, mais aventuras o esperam.
Um dos primeiros aspectos a sobressair neste livro (como, aliás, também em A Teia de Carlota) é a inocência da história. Inocência pela natureza do protagonista, que não parece ter em si nem um vestígio de maldade, mas, principalmente, pela forma como o mundo se lhe adapta com a mesma inocência. Claro que, se olharmos para o mundo real, grande parte desta história parece improvável - e não só por causa dos cinco centímetros de Stuart. Mas não deixa de ser refrescante mergulhar na história, imaginar que tudo é possível e acompanhar o corajoso Stuart Little ao longo das suas aventuras.
E, acontecimentos improváveis à parte, a verdade é que, uma vez apanhado o ritmo da leitura, tudo flui com uma naturalidade cativante, ao ponto de ser perfeitamente possível imaginar as conversas de Stuart com a amiga Margalo, a sua aventura pelo cano abaixo ou ainda a descoberta de um carro potencialmente invisível. É tudo estranho, mas tudo parece normal, tal é a simplicidade da história e a inocência das personagens. E acaba por ser isso precisamente o que fica na memória - a possibilidade de um mundo sem impossíveis.
A história de Stuart é feita de várias aventuras, todas elas de resolução mais ou menos simples. Mas a grande aventura, a principal, é a da sua longa viagem. E é aqui que importa fazer uma referência ao final, pois, deixando algo em aberto e, em consequência, uma certa curiosidade insatisfeita, não deixa ainda assim de parecer algo adequado, tendo em conta as muitas aventuras vividas por Stuart... e a possibilidade de fica de se poder imaginar mais.
Simples, inocente e cativante. Assim se poderá, pois, definir este pequeno livro em que um humano de ar ratiforme - ou um rato com uma família humana? - encontra nas suas aventuras a capacidade de ir sempre um pouco mais longe. Uma boa história, portanto, que vale a pena conhecer.
Título: A História de Stuart Little
Autor: E. B. White
Origem: Recebido para crítica
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