sábado, 20 de fevereiro de 2021

Pretérito Imperfeito (Nieves Concostrina)

A história do mundo é um assunto sério, até porque é vastíssima. Mas só porque é longa e cheia de... bem, histórias... não quer dizer que tenha de ser maçadora. Podem ser muitos os nomes, as datas e os acontecimentos, mas a melhor forma de os conhecer é explorando o muito que têm de interessante. E é exactamente isso que este livro faz: de forma concisa quanto baste, mas muito cativante e, sobretudo, divertida, explora vários momentos marcantes da história, desde o início dos tempos até ao passado recente.
Algo que logo à partida se torna evidente nesta leitura é que não é, nem pretende ser, um registo exaustivo. Em poucas páginas, traça as linhas essenciais de cada um dos episódios abordados, delineando os seus desenvolvimentos básicos, as suas figuras centrais e acrescentando algumas observações certeiras. Não é, pois, o livro certo para quem procura muitos pormenores. Mas é, sim, um belo ponto de partida para descobrir as bases destes episódios e despertar a curiosidade em saber mais.
Mais do que a relativa abundância  de informação, contudo, e é abundante porque são múltiplos e diversos os episódios abordados, a grande qualidade deste livro está no registo. Leva a história a sério, no sentido em que tenta transmitir a importância e os desenvolvimentos de cada episódio, mas explora-a num tomleve e muito divertido. Além disso, traça também alguns paralelismos com a actualidade que são particularmente certeiros e mostram que o mundo vai mudando, mas que há muita coisa que fica na mesma.
Podia provavelmente ser mais longo... porque, lá está, a história é longa. Ainda assim, fica a impressão de que houve um certo cuidado na escolha dos episódios abordados, não só para reflectir diversos períodos, mas também diversos âmbitos da vida. E há um pouco de tudo, desde grandes batalhas e generais megalomaníacos a descobertas arqueológicas, revoluções religiosas e... bem, os hábitos peculiares de um deus. É breve, mas abrange um pouco de tudo, e isso é também uma grande qualidade.
Conciso quanto baste, mas repleto de informação interessante e transmitida num tom deliciosamente descontraído, trata-se, pois, de uma boa leitura para recomendar àqueles que acham que a história é chata. Porque, contada no tom certo, é tudo menos isso. E não faltam episódios para o provar - como é aqui demonstrado.

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