segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novidade Porto Editora

Maria Barroso vai apresentar amanhã, 1 de Junho (Dia Mundial da Criança), pelas 21:00, no Belém Bar Café (BBC), em Lisboa, o livro que reúne 40 histórias que outros tantos jornalistas escreveram a partir de conhecidos contos infantis. Os direitos de autor da obra Histórias sem aquele Era uma vez revertem na sua totalidade para a SOS – Crianças Talibés, uma organização não governamental que actua em território guineense, e vai permitir a reconstrução (em Bafatá, na Guiné-Bissau) de um centro de acolhimento que recebe crianças vítima de tráfico humano.

“De novo, um grupo de jornalistas uniu-se em torno de uma boa causa. Desta vez, contribuindo para uma ONG que, na Guiné, tem como missão combater as garras e as intenções cruéis de exploradores de crianças.
De novo, um grupo de jornalistas ateou uma chama para alertar as consciências para esse mundo que não tem nada de cetim.
Nada de tão novo nem de tão velho que não exija acções concretas e quotidianas, tenham elas a dimensão que tiverem.
Naturalmente convencidos que este pequeno exemplo não resolverá as necessidades totais dessa Organização, cada um de nós reescreveu histórias conhecidas, pondo nas linhas e nas entrelinhas a sua mensagem contemporânea, obedecendo a uma clara vontade de, às velhas e maléficas práticas, contribuir para esperanças novas dos que, no terreno, lutam honorificamente e cheios de dificuldades para atenuar terríveis sofrimentos.”

Inveja: mal secreto (Zuenir Ventura)

O mais inconfessável dos sete pecados mortais, aquele que, de entre todos, mais vergonha inspira. Mas também o mais comum, o que se manifesta desde pequenas coisas a comportamentos verdadeiramente destrutivos. É a inveja o tema deste livro e, através de uma série de pesquisas e situações, o autor cria uma reflexão interessante e detalhada acerca deste pecado.
Através de pesquisas junto de padres, psicanalistas e mães-de-santo, o autor pretendeu traçar uma espécie de perfil relativo à inveja. Como se manifesta, onde, quem são os mais invejados, o que será possível fazer por inveja... E é interessante que, neste que é o livro sobre a inveja, uma boa parte do seu conteúdo é o percurso do autor enquanto pesquisa para este mesmo livro.
Mas o livro não se limita às investigações (e respectivos resultados) levados a cabo pelo autor. Este elemento é complementado não só por aspectos da sua história pessoal, mas também pela particularmente intrigante história de Kátia, a mulher que se vê envolvida num estranho caso de dois amigos entre os quais a inveja é flagrante.
Sendo em parte reflexão e em parte pesquisa, este é um livro que dificilmente será de leitura compulsiva. Na verdade, nos momentos em que o autor se prende mais com divagações "técnicas" - principalmente na abordagem da inveja do ponto de vista psicanalítico - a leitura perde um pouco de ritmo. Ainda assim, estes momentos menos cativantes são compensados pela história de Kátia, bem como pelo aspecto pessoal que o autor imprime ao livro, ao apresentar partes da sua própria vida.
Uma leitura interessante, de uma forma geral agradável e que apresenta um panorama bastante claro - e talvez um pouco preocupante! - no que à inveja diz respeito. Porque a conclusão desta leitura é, de certa forma, inevitável: poucos admitem a inveja, mas, em maior ou menor grau, serão muito poucos os que nunca a sentiram.

Novidades Planeta para Junho

Em O Livro Inacabado de Dickens, Matthew Pearl parte deste acontecimento inesperado para recriar a Londres vitoriana, com capas e bengalas e candeeiros a gás, para mergulhar nos antros de ópio da cidade londrina, para desmontar a pirataria e a rivalidade literária entre Boston e Londres e para rever toda a obra do grande romancista inglês. Tudo isto ganha vida no romance de Matthew Pearl.
Fazendo uso de flashbacks, o autor vai intercalando figuras históricas, como Osgoog, editor da Fields & Osgood, com personagens ficcionadas, factos reais com situações imaginadas, muita intriga, homicídios, reviravoltas inesperadas e até um louco que diz que se chama Dick Datchery, uma personagem do romance incompleto de Dickens.
Quando a notícia da morte inesperada de Dickens chega aos escritórios da sua editora em Boston, Osgoog decide partir para Londres na esperança de encontrar o manuscrito de Dickens. Para ele, não se trata apenas de resolver um mistério mas também de uma tentativa de salvar a sua editora da ruína financeira em que se encontra.
Mas localizar a continuação do romance de Dickens revela-se mais difícil e perigoso do que Osgood inicialmente previra. E, afinal, haverá conclusão para a história iniciada por Dickens?
Charles Dickens é um nome incontornável da literatura anglo-saxónica. Os títulos dos seus livros formam uma enorme lista de êxitos, Oliver Twist, David Copperfield e Grandes Esperanças, entre outros.

A Abadia Profanada, tal como o anterior livro da autora, é um romance baseado em factos reais. A história parte de um acontecimento histórico, a visita de Heinrich Himmler, um dos homens mais poderosos da Alemanha Nazi, em Outubro de 1940, à abadia de Montserrat (em Barcelona) e desenrola-se em torno da demanda do Santo Graal. Diz a lenda que o Cálice Sagrado foi levado para o Mosteiro de Montserrat pelos últimos templários e que aí foi escondido numa das grutas da montanha.
Partindo deste acontecimento, que supostamente fazia parte das investigações acerca da localização do Santo Graal, algo que há muito fazia parte dos planos do regime Nazi, Montserrat investigou a obsessão de Himmler em torno do Santo Graal, chegou à fala com um monge que o conheceu e teceu uma história onde se vislumbram as tendências esotéricas do regime chefiado por Hitler.
Numa entrevista da autora concedida a Europa Press, Rico Góngora assegurou que o Nazismo «procurava um talismã que o ajudasse a vencer a guerra e a prolongar o Reich» e, por ele, lançou-se numa busca em diferentes pontos da Europa.
A história tem início na violenta discussão entre Himmler e o monge Ripoll, em Montserrat, cuja visita a Barcelona acabou eclipsada devido ao facto de ter tido lugar no mesmo dia em que se deu o encontro entre Franco e Hitler, em Hendaya, e prossegue com Montserrat Rico Góngora a reconstruir toda uma época determinante para um novo rumo mundial.

Neste livro, Clary tem de ir até à Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, para tentar salvar a mãe. Mesmo ciente de que não pode entrar sem autorização, e que infringir a lei pode significar a morte, Clary não hesita. Para piorar as coisas, Clary descobre que Jace não a quer lá e que Simon foi preso pelos Caçadores que, de resto, continuam bastante desconfiados do facto de um vampiro poder suportar a luz do dia.
Mas nem tudo é mau. À medida que descobre novidades acerca do passado da sua família, Clary encontra um aliado (Sebastian) no misterioso mundo das sombras. Conseguirão eles destruir os seus inimigos de sempre? Até onde está Jace disposto a arriscar? E Valentine, suportará abrir mão de todas as suas conquistas anteriores?

domingo, 30 de maio de 2010

História dos Papas (Juan María Laboa Gallego)

Dois mil anos de fé... mas não só. Neste livro que percorre a história da igreja católica desde S. Pedro a Bento XVI, não são só os princípios e os dogmas da religião que são abordados, mas também os conflitos e os jogos de poder.
Mais centrado nas diferentes épocas marcantes na história da Igreja, este livro é, mais que a história de cada papa, o percurso do pontificado enquanto instituição através dos principais acontecimentos da história. Desde a forma como a fé e o ritual evoluíram ao longo dos séculos aos múltiplos conflitos de poder entre os eclesiásticos e os reis e figuras de poder, cada período histórico traça as suas marcas e é neste contexto que a figura de cada um dos papas é apresentada: fundamentalmente quanto ao seu papel nessa evolução.
Completo e detalhado, mas sem se prender demasiado nos pormenores irrelevantes - os elementos pessoais e característicos da personalidade de cada figura papal só são apresentados quando são relevantes para o curso dos acontecimentos - este é uma obra esclarecedora no que toca à criação dos principais dogmas da fé católica, bem como aos conflitos fundamentais que a envolveram ao longo do tempo. É uma leitura de peso, vasta em informação e extensa em dimensão. Mas para os interessados pela temática, valerá a pena.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Albatroz publica A Reconexão

A Albatroz publica, a 8 de Junho, A Reconexão, do Dr. Eric Pearl. Este livro reúne as ideias do autor sobre uma nova forma de cura, que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, e explica por que razão o Dr. Eric Pearl Pearl chamou a atenção dos médicos e investigadores mais conceituados de todo o mundo.
Um dos aspectos que mais inquietava os cientistas – actualmente muito menos cépticos –, e que ainda deixará na dúvida os mais incrédulos, era o facto de estes não encontrarem explicação para as inúmeras experiências de cura de cancro, sida ou paralisia cerebral, por exemplo, relatadas pelos pacientes do Dr. Eric Pearl. Aliás, a generalidade das pessoas que interagem com o Dr. Pearl manifestam subitamente capacidades de cura para elas próprias e para os outros. Portanto, que fenómeno é este?
Ao ler A Reconexão deve estar-se preparado para colocar em causa tudo o que se leu sobre medicina convencional. As novas frequências de cura descritas pelo Dr. Pearl transcendem qualquer “técnica” e elevam-nos a níveis muito além dos acessíveis por todos.
Este livro conta a viagem do Dr. Pearl, desde a descoberta dos poderes extraordinários de cura à
merecida reputação que adquiriu por ser o precursor deste processo. E o mais importante de tudo: A Reconexão revela as técnicas, para que o leitor também as possa dominar.

O autor
O Dr. Eric Pearl deixou para trás uma importante carreira enquanto quiroprático, em Los Angeles, para correr mundo a dar seminários e a salvar pessoas, assim que se apercebeu das suas extraordinárias capacidades de cura. Desde essa altura que o seu objectivo é dar a conhecer o poder da Cura Reconectiva a toda a gente.

A Lua no teu Umbigo (Alberto Riogrande)

Mais que uma composição de erotismo, um hino à mulher. É essa a mensagem comum dos poemas que constituem este livro, onde a paixão é mais que carnal e a devoção fala mais alto, através de palavras que constroem toda uma imagem de amor.
Com uma composição fluída e livre, cada poema cria, ao sabor do pensamento e, mais que isso, do sentimento, todo um cenário que, na sua simplicidade, pretende reflectir emoções maiores. E qualquer objecto, qualquer pequeno gesto serve de baste para uma reflexão em grande parte emotiva sobre o papel dessa mulher, amada e sedutora, na vida e no coração do sujeito poético.
Num cenário em que falar em poesia é, muitas vezes, pretexto para que muitas portas se fechem, a publicação de livros como este é sempre uma boa notícia para os amantes da poesia. E este livro em particular, com a fluidez do ritmo e das palavras, a força do conteúdo e a uniformidade com que todos os poemas se unem para formar uma totalidade em louvor da mulher, justifica bem essa aposta.
Simples, de agradável leitura, muito tocante e com momentos de verdadeira maravilha espalhados ao longo dos seus poemas, este foi o livro ideal para matar saudades de um género literário por vezes esquecido, mas que tem muito para dar. Muito bom.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Novidade Civilização

256 d. C. O fantasma da traição paira como um presságio sobre o Império Romano. A chama do fervor cristão espalhou-se pelo Império como um incêndio e, nos círculos do poder, há intrigas de homens perigosos e poderosos.
Entretanto, as forças sassânidas pressionam sem tréguas a fronteira oriental. O destemido general Balista regressa à corte imperial da cidade arruinada de Arete… e descobre que há quem prefira vê-lo morto. De um momento para o outro, Balista vê-se envolvido numa rede de intriga e fanatismo religioso… e a sua coragem e lealdade a Roma e ao imperador serão postas à prova. O Guerreiro de Roma está de volta.

Voodoo Girl (Eva Dias Costa)

Não são alfinetes normais os que esta rapariga tem cravados no coração. São, sim, as marcas de uma vida onde tudo o que parece possível de se tornar positivo acaba por se revelar como nada mais como uma mágoa marcada no passado. E são estes momentos que, em estilo de fragmentos arrancados a um coração dorido, constituem a memória de uma protagonista que, perante o leitor, chega a ser demasiado real.
Gostei mesmo muito deste livro. Apesar de ser uma história pequena, com uma escrita simples e directa, a profundidade das memórias e dos acontecimentos que a autora evoca é vasta e até os mais pequenos momentos de luz parecem ganhar uma importância abissal perante tanta mágoa e tanta escuridão.
E é aí que reside o ponto forte deste livro: a autora fala de dor, de traição, de suicídio, com a simplicidade de quem sente, sem racionalizações, apenas emoção. Sem formatos definidos no rumo das palavras - apenas o que o coração parece ditar - a autora apresenta, em cada pequeno capítulo, um fragmento de uma história profundamente triste e demasiado real. E é isso que marca e que comove: cada um desses momentos poderia ter marcado a vida de qualquer um de nós.
Breve, mas intenso, marcante, ainda que de uma profunda tristeza, nunca esperei vir a gostar tanto deste pequeno livro. Mas a verdade é que, na directa intensidade das suas emoções, encontrei nestas páginas muito daquilo que procuro numa leitura: muito de emoção e algo com que me identificar.


Novidade Civilização

Veneza é o reino italiano do sal e das pérolas, do prosecco e das sereias, da bigola e da polenta. Tessa Kiros passeia por Veneza, deixa-se absorver pela atmosfera da cidade e permite que o passado glorioso e as ruelas escuras de Veneza alimentem a sua imaginação.
Por entre receitas e fotografias extraordinárias, podemos ler as notas do diário de Tessa sobre a vida e os petiscos de Veneza.
Tessa Kiros nasceu em Londres, filha de mãe finlandesa e pai cipriota grego. A família mudou-se para a África do Sul quando tinha 4 anos e, aos 18, Tessa partiu em viagem para aprender tudo sobre as culturas e tradições do mundo, e novas formas de viver e comer. Foi cozinheira no The Groucho Club, em Londres, em Sidney, Atenas e no México, sendo actualmente autora de livros de um enorme sucesso. Conheceu o marido, Giovanni, durante uma viagem à Itália para estudar a língua e a cozinha, e vive actualmente na Toscana.

Novidade Porto Editora

Seis braços enterrados. Seis crianças desaparecidas. Um serial killer brilhante e monstruoso, que instiga outros a matar por si.
O criminologista Goran Gavila e a sua equipa de investigação são chamados a intervir, procurando descobrir um assassino que parece pô-los constantemente à prova.
Mila Vasquez, investigadora especializada em encontrar pessoas desaparecidas, entra em cena e junta-se à caça do homicida. Mas cada passo que dá é, na verdade, controlado por uma mente genial e implacável. Tudo se passa como um diabólico jogo de dominó, como se o Mal trouxesse consigo uma mensagem…

Donato Carrisi nasceu em 1973 em Martina Franca (Itália).
Licenciado em Direito, especializou-se depois em Criminologia e Ciências do Comportamento, com uma tese sobre um dos mais terríveis serial killers italianos, o “Monstro de Foligno”.
Dedica-se desde 1999 à carreira de argumentista de cinema e televisão, tendo sido co-autor de algumas séries e filmes premiados. Sopro do Mal é o seu primeiro livro.

Novidades Bizâncio para Maio

Título: Cães de Gado
Autor: Paulo Caetano (textos) / Sílvia Ribeiro (textos) / Joaquim Pedro Ferreira (fotos)
ISBN: 978-972-53-0456-3 Código de Barras: 9 789 725 304 563
Págs.: 160
Preço:25,71 / 27,00
Álbum
Do lobo ao cão. E do cão ao cão de gado.
Foi longa e tortuosa a evolução. Difícil. Mas as características que, actualmente, estão fixadas nas raças nacionais de cães de gado constituem um património genético invejável. Que não se pode perder. Contribuir para a preservação dos cães de gado e para divulgar a exigente tarefa que constitui o árduo quotidiano destes cães é o desafio deste livro. Esta obra vive da imagem e dos testemunhos de pastores e investigadores – plena de cor, acção e dramatismo. Para o leitor constituirá o regresso a um universo que julga perdido: o mundo rural, com os cães em acção guardando rebanhos e manadas, defendendo-os dos lobos e realizando combates de vida ou morte. Os cenários são naturais: as grandes serranias a norte do Douro, os cumes de Castro Laboreiro, os alcantis da Peneda, as encostas do Alvão. Aí, nesses ambientes selvagens, veremos como se entrecruzam destinos: ovelhas e vacas das ameaçadas raças autóctones, velhos pastores armados com cães e cajados. E como sobrevivem os velhos costumes e saberes – ante o desaparecimento de tradições como a transumância.

Título: Os Pés do Cordeiro
Autor: Leonel Brim
Colecção: Autores Portugueses
ISBN: 978-972-53-0452-5 Código de Barras: 9 789 725 304 525
Preço: 15,24 / 16,00
Págs.: 528
Romance
Se, em Magistério e Desgosto, Leonel Brim nos deu uma obra recheada de perversas ironias, neste Os Pés do Cordeiro, o autor dá-nos uma gargalhada gritada, ou um grito gargalhado, que fica a ecoar muito para além do momento da leitura. Ri melhor aquele que ri de si próprio.
Portugal. Um novo regime político debate-se com uma velha nação. Uma nação cheia de vícios de funcionamento. Os cidadãos desta Pátria ressentida digladiam-se com frases feitas (anexins-ladros) vendidas a bom preço. Os ideais parecem ter-se esboroado com a passagem dos anos de juventude. Instalados na vida, os que antes falavam de mudança adaptaram-se à existência do disfarce: novas palavras para velhos negócios, velhos pensamentos e velhas cobardias. Aspirados pelo seu umbigo, a fatalidade do quotidiano fossiliza-os numa estufa onde só as obsessões pessoais são oxigénio essencial — comida e sexo, sexo e comida. E muita raiva pelo passado que não se torna a repetir, e pelo futuro que lhes parece cada vez mais finito.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um Instante ao Vento: uma novidade Camões e Companhia

Género: Literatura Contemporânea
Tradutor: Alberto Simões
Formato: 16 x 23 cm
Páginas: 272
PVP: 18,80 €
Data de Lançamento: 11 de Junho de 2010


Uma mulher branca e um homem negro perdidos na selva do interior sul-africano. Ela é uma mulher educada e totalmente indefesa no meio da selva; ele é um escravo foragido, o elemento mais baixo aos olhos da sociedade do século XVIII. Ambos se conhecem apenas a si mesmos… e vão percorrer um longo caminho de regresso à civilização.

“Os escritores e intelectuais da nossa sociedade foram elementos-chave para enfrentar e quebrar a tirania do silêncio. As suas obras continuaram a demonstrar, mesmo nos anos mais negros, que as vozes sul-africanas da justiça e razão não seriam silenciadas.”
NELSON MANDELA


A Próxima Vez (Marc Levy)

Jonathan, um conhecido perito, tem no trabalho de Vladimir Radskin, pintor russo do século XIX a sua grande paixão. Por isso, quando surge a oportunidade de analisar cinco quadros do pintor, sendo um deles a mítica obra prima desaparecida, Jonathan julga-se perante o sonho da sua vida. Mas ao conhecer Clara, a dona da galeria, deixa de ser apenas o trabalho do pintor o que interessa, mas a relação entre as suas vidas, presentes e passadas.
Com a escrita agradável característica dos seus livros, em A Próxima Vez, Marc Levy atinge um ponto de equilíbrio entre emoção e humor. Não tão profundamente sério como Os Filhos da Liberdade, mas menos descontraído que Sete Dias para a Eternidade, aqui o autor mistura romance e mistério, arte e misticismo, sonho e realidade, numa narrativa fluída e cativante, pautada pela emoção e marcada pelos pequenos momentos divertidos, pelas surpresas e revelações constantes e por situações de um impacto profundamente comovente.
Intrigante na sua abordagem à situação das vidas passadas e fascinante na descrição dos elementos ligados à pintura, o grande ponto forte deste livro é, contudo, o elo emocional que une não só as personagens entre si, mas as personagens ao leitor. A amizade entre Jonathan e Peter, os sonhos de vingança de Alice Walton, o amor entre Clara e Jonathan... e a ligação destas vidas com uma memória passada e com a história do próprio Vladimir Radskin tornam esta leitura não só agradável, mas muito marcante. E isto atinge-se pela forma ao mesmo tempo poderosa e surpreendentemente simples como a narrativa atinge o seu fim.
Romance e mistério na medida certa são ingredientes que fazem deste A Próxima Vez uma história que, ainda que não particularmente complexa, se torna especial pela força dos seus sentimentos e das memórias que contém. Leve, mas marcante, este é um livro que não posso deixar de recomendar. Muito bom.

Novidade Porto Editora

Ser jovem em todas as idades passou de presunção a livro e estará acessível a todas as portuguesas a partir do próximo dia 27 de Maio. Com formação em Ciências Ocidentais e em Medicina Tradicional Chinesa, a Dr.ª Nadia Volf reuniu neste guia prático o melhor de ambos os conhecimentos. Recorrendo a numerosos exemplos e a mais de cem ilustrações com exercícios e pontos de acupunctura, demonstra como é possível uma mulher, através de gestos simples, incluindo a digitopunctura (estimulação desses pontos com os dedos), e novos hábitos, cuidar do seu corpo, de modo a que cada idade melhore a seguinte... e o seu futuro.
Na China antiga, era prática usual pagar ao médico quando... se gozava de boa saúde; e, quando se adoecia, o tratamento tornava-se gratuito. Porquê? Porque um bom médico deveria ser capaz de prevenir as doenças.
Ao escrever este guia, quis explicar a cada mulher, de acordo com a sua idade, as características e as potencialidades do seu corpo, os problemas que porventura enfrentará e os meios que existem para os prevenir. Na verdade, aos 20, aos 50, ou aos 80 anos, a vida não exige os mesmos esforços nem carece da mesma energia. O meu objectivo, com este livro, é que cada mulher saiba como viver em plena forma, feliz e durante muito tempo.
Dra. Nadia Volf

A Autora
Autora de vários livros práticos inspirados na medicina chinesa, Nadia Volf é doutorada em Medicina e em Ciências, professora agregada de Neurofarmacologia da Universidade de Leninegrado e diplomada em Acupunctura pela Faculdade de Medicina de Montpellier.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Marca de Kushiel (Jacqueline Carey)

Longe ficou Terre d'Ange e é agora necessário que, escravizada pelo inimigo, Phèdre encontre uma forma de sobreviver e fugir. Mas a sua complicada situação nas terras skaldi, com a companhia apenas do fidelidade quase cega do seu guardião Cassiline, não passa de uma pequena parte da sua verdadeira missão. Porque para a eleita de Kushiel a estrada é longa e o Mais Amargo Inverno vai somente no seu início.
Depois de um primeiro volume soberbo e poderoso, em A Marca de Kushiel a autora surpreende pelo simples facto de fazer ainda melhor. Com um enredo complexo, mas envolvente, e personagens que, apesar da sua diversidade, são sempre muito bem caracterizadas, dando ao leitor uma facilidade incrível de criar ódios e afectos, este livro torna-se um verdadeiro vício. Apesar da vastidão e da complexidade do universo onde a acção decorre, repleto de diferente crenças e tradições, a leitura nunca se torna monótona e são os próprios acontecimentos que revelam, em cada nova revelação, todo o potencial do mito e da cultura deste imaginário.
Com um desenvolvimento muito mais extenso (comparativamente ao primeiro volume) do que é já o interveniente que mais me marcou ao longo desta leitura (Joscelin, evidentemente) os elos entre leitor e protagonista aprofundam-se. E a forma como a autora cria momentos de uma emotividade imensa, suavemente intercalados com pequenas situações de humor (e aqui o destaque vai para o hino dos Rapazes de Phèdre), todo este livro, página a página, é uma verdadeira delícia de se ler.
Fica apenas uma nota menos positiva e que já vem na sequência do volume anterior. Existem algumas opções de tradução que me fazem uma certa confusão: neste livro em concreto, para lá da utilização da palavra "cerca" em vez de perto, há também o termo "livraria" no que, segundo o contexto, parece ser biblioteca. E encontrei algumas pequenas expressões que, apesar de não prejudicarem assim tanto a leitura, não deixam de ser um ligeiro incómodo (sendo a mais flagrante "nós outros seguimo-los"). São pequenos aspectos que acabam por alterar um pouco a harmonia da leitura, mas que, apesar disso, a partir do momento em que se estabelece o hábito, não são assim tão prejudiciais.
Tal como o anterior O Dardo de Kushiel, este foi um livro que me envolveu por completo e que me fez sentir transportada para o imenso mundo que contém. Com uma escrita soberba, protagonistas marcantes e um enredo verdadeiramente cativante, esta saga está já, sem dúvida, entre as minhas preferidas.

Novidade Sextante

A Sextante Editora publica na próxima quinta-feira, 27 de Maio, o relato de Juanita Castro, irmã de Fidel e Raúl Castro, sobre alguns dos acontecimentos que mudaram para sempre a história de América Latina. Pela primeira vez, Juanita revela um segredo que escondia há mais de 50 anos e que os próprios irmãos desconheciam: que trabalhou, de facto, para a CIA, tendo sido recrutada pela embaixatriz brasileira em Havana. Mais do que um livro que conta a vida de uma família, Os meus irmãos Fidel e Raúl faz-nos mergulhar no mundo familiar dos Castro, desde a sua infância e juventude até às novas gerações, passando pela gesta contra Batista, a Revolução e o posterior desencanto de muitos.
Ao longo deste fascinante relato desfilam os míticos personagens da Revolução Cubana. Fidel e Raúl Castro, Camilo Cienfuegos, Ernesto «Che» Guevara e Celia Sánchez, entre outros, mostram aqui a sua faceta menos conhecida.
O livro foi escrito com o apoio da jornalista Maria Antonieta Collins.

As Autoras
Juana de la Caridad (Juanita) Castro Ruz nasceu em 1933, em Cuba. De uma família de sete irmãos, é irmã do ex-Presidente Fidel Castro e do actual Presidente Raúl Castro. Como todos os seus irmãos, foi activa durante a revolução cubana. Após a revolução, Juanita sentiu-se traída pela influência crescente dos comunistas cubanos sobre o governo e começou a colaborar com a CIA.
Deixou o país em 1964 e instalou-se nos Estados Unidos, onde vive até hoje. Eis o livro das suas memórias.
María Antonieta Collins nasceu em 1952, no México. Destacada jornalista e apresentadora de televisão, é autora de sete livros e foi premiada com quatro prémios Emmy e o prémio Edward Murrow.

Cassandra Clare em Portugal

Entre os dias 14 e 16 de Junho, a autora da série Caçadores de Sombras, bestseller do New York Times, estará em Portugal para apresentar o livro A Cidade de Vidro. Cassandra Clare é uma jovem autora de livros para "jovens adultos", um novo género que na América foi denominado por young adult literature.

A Cidade de Vidro corresponde ao terceiro volume da série Caçadores de Sombras, publicada em Portugal pela Planeta.
Neste livro, Clary tem de ir até à Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, para tentar salvar a mãe. Mesmo ciente de que não pode entrar sem autorização, e que infringir a lei pode significar a morte, Clary não hesita. Para piorar as coisas, Clary descobre que Jace não a quer lá e que Simon foi preso pelos Caçadores que, de resto, continuam bastante desconfiados do facto de um vampiro poder suportar a luz do dia.
Mas nem tudo é mau. À medida que descobre novidades acerca do passado da sua família, Clary encontra um aliado (Sebastian) no misterioso mundo das sombras. Conseguirão eles destruir os seus inimigos de sempre? Até onde está Jace disposto a arriscar? E Valentine, suportará abrir mão de todas as suas conquistas anteriores?

Novidade Civilização

Os Filhos do Nosso Bairro é um romance constituído por pequenas histórias sobre as vidas dos descendentes de um egípcio, Gabalawi, e dos seus filhos que vivem no bairro que vai crescendo e rodeando a sua mansão. Cada uma das cinco histórias se centra no surgimento de um “salvador” que vem remir os habitantes do bairro de governantes criminosos perversos, dando origem a uma época de paz e prosperidade. No entanto, após a morte de cada um destes notáveis salvadores, os habitantes do bairro regridem inevitavelmente para uma vida governada pela ganância e pela ânsia de poder que os conduz de novo à criminalidade.
Mahfouz tece uma narrativa encantadora que acompanha várias gerações através dos seus triunfos e sofrimentos, explorando a importância da esperança, da espiritualidade, da justiça e da noção de história de um povo face à opressão.

Naguib Mahfouz nasceu no Cairo em 1911. Modernizou a literatura árabe, sendo considerado um dos seus maiores vultos. Sendo considerado um dos principais autores de língua árabe de todos os tempos, Mahfouz era o único escritor árabe vencedor do Prémio Nobel aquando da sua morte. Publicou 34 romances, mais de 350 contos, dezenas de argumentos cinematográficos e cinco peças ao longo de uma carreira de mais de 70 anos. Viveu com a mulher e as duas filhas na sua cidade natal até falecer, em 2006.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Novidade Civilização

Neste romance cativante, Julia Glass descreve a vida e os amores da família McLeod durante três Verões cruciais, ao longo de uma década. Depois da morte da mulher, Paul McLeod, patriarca de uma família escocesa, e proprietário e editor reformado de um jornal, participa numa viagem guiada à Grécia. A sua partida da casa familiar, na Escócia, e aquele gesto tardio de libertação, abrem caminho à vida de Fenno, o filho mais velho. Fenno protege os seus sentimentos colocando-se em quarentena emocional durante toda a sua vida como jovem gay, em Manhattan. Quando regressa a casa para o funeral do pai, este isolamento emocional não pode ser mantido e ele é confrontado com uma escolha que o põe no centro da família e do seu futuro.
Três Verões é um romance sobre o modo como vivemos e sobre como os laços familiares – os que nós fazemos e os que já nascem connosco – podem oferecer redenção e alegria.

Julia Glass nasceu em 1956 em Massachusetts, onde vive actualmente com a família. Foi bolseira do Radcliffe Institute for Advanced Study no ano lectivo de 2004-2005. Obteve igualmente bolsas do National Endowment for the Arts e da New York Foundation for the Arts. Os seus contos receberam três prémios Nelson Algren e o prémio Tobias Wolff.

Doces Recordações (Ellen Greene)

Quando Ellen conheceu Marsh, a sua experiência em relações anteriores dizia-lhe que estivesse preparada para o pior e, por isso, decidiu manter uma lista das coisas más que acontecessem entre eles, para que não fosse dando desculpas na tentativa de prolongar a relação. O que aconteceu, contudo, foi que essa lista nunca chegou a ser necessária, sendo com o tempo substituída por uma lista das mais doces memórias de uma vida em comum com Marsh. E é a história dessa relação que este livro nos conta.
O que mais transparece ao longo de todo este livro é, sem margem para dúvidas, uma forte presença de amor e ternura. À medida que Ellen partilha as suas memórias mais queridas, quer com as entradas da lista de Doces Recordações, quer na forma como narra o seu percurso em comum com Marsh, é claramente notória na forma como a autora se expressa a força dos seus sentimentos pelo companheiro. Além disso, o próprio percurso do casal e todo ele interessante, reflectindo nas suas múltiplas viagens e aventuras um espírito jovem, ao mesmo tempo que dá também a conhecer pequenos aspectos das culturas que visitaram.
Sendo uma história de vida, mas acima de tudo de uma relação, há momentos em que a história se torna um pouco menos cativante, particularmente na descrição do percurso de barco. Ainda assim, o lado emocional deste livro está sempre presente e a forma terna como a autora fala de Marsh, principalmente nos capítulos onde as maiores dificuldades se revelam não deixa de ser muito comovente.
Talvez não seja uma leitura compulsiva ou uma obra literária muito elaborada. Mas, na sua simplicidade genuína e emotiva, este livro tem em si algo de muito especial. Recorda-nos a força do verdadeiro amor.

A 2 de Junho chega Angelologia

Desde o início dos tempos que os Nefilins, a raça que descende de anjos e humanos, procura dominar a humanidade semeando o medo, provocando guerras e infiltrando-se nas mais poderosas e influentes famílias da história. Apenas a sociedade secreta de angelologistas, com os seus conhecimentos ancestrais, tem conseguido detê-los. Agora, a Irmã Evangeline do Convento de Santa Rosa, no estado de Nova Iorque, está prestes a juntar-se a eles. Quando recebe uma misteriosa carta que a obriga a mergulhar nos arquivos da instituição e a descobrir factos até então ocultos, torna-se claro que o seu destino estava há muito traçado. Mas, à medida que os Nefilins ganham terreno, conseguirá ela resistir ao seu imenso poder e evitar o apocalipse? Uma narrativa vigorosa, complexa e inteligente que funde elementos bíblicos, míticos e históricos e envolve o leitor da primeira à última página.

A Autora
Danielle Trussoni é autora de um livro de memórias, Falling Through the Earth, que foi seleccionado como um dos dez melhores livros de 2006 pelo The New York Times Book Review. Este seu primeiro romance tem sido acolhido com grande entusiasmo e será publicado em cerca de 30 países.

NOTA: Este livro já se encontra em pré-venda no site da Editorial Presença, onde está também a decorrer um passatempo.

Novidade Porto Editora (27 de Maio)

Finalista do Costa Book Awards para primeiro romance, conseguiu a admiração da crítica literária. Nesta história inquietante, Poppy Adams recupera o passado e os segredos de duas irmãs que regressam à casa que as viu crescer.
Assomando à janela do primeiro andar da mansão degradada que em tempos fora a sua idílica casa de família, Ginny aguarda ansiosamente a chegada da irmã, que partiu há quarenta e sete anos e nunca mais voltou. Especialista em borboletas, Ginny leva uma vida de reclusão, com medo de se aventurar no mundo exterior.
Com o regresso de Vivien, os segredos que provocaram a separação das duas irmãs irão perturbar o quotidiano de Ginny muito para além das rotinas precisas que lhe definem os dias.
Das suas infâncias, apenas o sótão da casa permanece inalterado, com as suas paredes revestidas com mostruários de borboletas cuidadosamente preservadas ao longo de várias gerações.
Narrado pela da voz inesquecível de Ginny, este brilhante romance de estreia descreve-nos o que as famílias são capazes de fazer – especialmente em nome do amor.

Poppy Adams é licenciada em Ciências Naturais pela Universidade de Durham e colabora como realizadora de documentários com a BBC, o Channel 4 e o Discovery Channel. Este seu romance de estreia, A Dança das Borboletas, foi finalista do Costa Book Awards para primeiro romance e foi alvo de rasgados elogios da crítica literária, tendo a sua escrita sido comparada às de Patricia Highsmith e A.S. Byatt. Vive em Londres com o marido e os três filhos.

domingo, 23 de maio de 2010

Orgulho e Preconceito e Zombies (Jane Austen e Seth Grahame-Smith)

A história de Lizzy Bennett e do orgulhoso Mr. Darcy é tida por muitos como um clássico intemporal. Este livro pretende ser uma versão alargada, onde as artes mortíferas e a presença dos não mortos se misturam com os bailes e as visitas de cortesia.
Não tenho nada contra a reformulação dos clássicos. Aliás, julgo que há em muitas obras intemporais ambientes que poderiam dar origem, com a introdução dos elementos certos, a livros bastante interessantes. Nesta obra, contudo, o que se fez não foi escrever um novo livro inserindo zombies no ambiente de Orgulho e Preconceito, mas utilizar o texto de Jane Austen, acrescentando novas frases para criar o enredo desejado. E se a ideia de um Mr. Darcy exterminador de zombies não deixa de ser interessante, a concretização poderia ter sido melhor conseguida se o texto fosse escrito de raiz.
Tem os seus momentos bons, evidentemente, e há várias ideias interessantes no que toca aos zombies, particularmente a da aprendizagem com os mestres orientais. Há inclusive algumas situações bastante divertidas. O grande problema consiste mesmo no choque entre o texto correspondente a Jane Austen e o texto que lhe é acrescentado, que nunca parecem encaixar em pleno. Da mesma forma, os momentos de acção acabam por ser demasiado espaçados, de modo a seguir a linha temporal do texto base.
Uma última referência, esta positiva, para as ilustrações que, são no geral bastante interessantes e que, ainda que sejam escassas, não deixam de reflectir os momentos mais intrigantes desta versão zombie da obra de Jane Austen.
Uma ideia curiosa, portanto, com os seus momentos bem conseguidos, mas que, na sua opção de manter a ligação ao clássico original (ao invés de, por exemplo, reformular uma história na mesma época, e até com as mesmas personagens, mas escrita de raiz) acaba por não corresponder plenamente às expectativas.

sábado, 22 de maio de 2010

Se Acordar Antes de Morrer (João Barreiros)

Para os apreciadores da ficção científica e, em particular, para os que acompanham o que vai aparecendo do género escrito por autores portugueses, o nome de João Barreiros dificilmente será desconhecido. Nas 500 páginas deste livro reúne-se uma parte considerável dos seus contos.
Num livro como este, aliando um género por si só pouco explorado a um formato que é, também, muitas vezes esquecido (o conto), é imperativo começar por realçar a grande criatividade do autor e a sua escrita impressionante. Existem, ao longo destes contos, ideias de uma complexidade e de uma originalidade incríveis, o que, em combinação com uma escrita meticulosa e precisa, não deixam de surpreender e cativar o leitor com as suas visões de futuros possíveis... mas não necessariamente agradáveis (muito pelo contrário).
Há, contudo, um ponto que considero menos positivo: a profusão de termos mais técnicos em vários dos contos dificulta, por vezes, a leitura, tornando-a um pouco cansativa. Por vezes, a centralização nos elementos técnicos e científicos, no que resultará numa história fundamentalmente racional, acaba por afastar o elo de ligação que alguns leitores (eu incluída) procuram criar com as personagens.
Assim, o que aconteceu durante esta leitura foi que, apesar de ver todos os contos como magnificamente escritos e, de modo geral, interessantes, apenas alguns me cativaram. Dou por isso destaque aos contos Um homem e o seu gato, Por amor à prole e Disney no céu entre os Dumbos, sendo que foi com estes que me senti completamente fascinada e, ao mesmo tempo, ligada à história. Diria que Disney no céu entre os Dumbos foi mesmo o meu preferido, já que foi o que conseguiu mais plenamente criar um elo emocional e, inclusive, comover-me.
Uma última nota não tão positiva para o conto Fantascom. Com uma construção de enredo verdadeiramente impressionante, seria provavelmente um dos contos mais envolventes do livro, não fosse o aspecto satírico que, por vezes, cruza a ténue barreira do que se pode considerar insultuoso.
Balanço final da leitura: não posso dizer que se tenha tornado num dos meus livros preferidos. Ainda assim, os três contos que referi anteriormente despertaram por completo o meu interesse para o mundo da ficção científica (mundo que, confesso, não conheço tão bem quanto deveria). E, independentemente dos aspectos menos bons, há um elemento inegável ao longo de todo o livro: uma soberba qualidade de escrita.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Indomável (P.C. Cast e Kristin Cast)

Zoey está sozinha. Os amigos voltaram-lhe as costas devido a todos os segredos que ela lhes escondeu e, dos três rapazes em quem estava interessada, acabou por não ficar com nenhum. Agora, novos problemas surgem na Casa da Noite e, à medida que os objectivos de Neferet ganham contornos de uma maior imensidade, Zoey tem de fazer os possíveis para a impedir de cumprir com o seu plano, ao mesmo tempo que tenta estabilizar as suas relações com os amigos... e não só.
Desde o primeiro livro desta série há um grupo de características essenciais que se têm mantido ao longo de todos os volumes: a escrita acessível, por vezes demasiado centrada no público alvo (e acabando por soar um pouco forçada), mas no geral agradável; o enquadramento de elementos mitológicos num universo que, na sua totalidade, é mais vasto do que deixaria antever; e a inevitável componente amorosa das relações da protagonista.
Neste livro em concreto, esta última componente acaba por perder algum do destaque, deixando um pouco mais de espaço aos acontecimentos mais relevantes. Além disso, a apresentação de novas personagens e respectiva interferência na Casa da Noite acabam por despertar um novo interesse na história, atenuando os pontos mais repetitivos (que dizem respeito essencialmente à ligação de Zoey com os rapazes e aos comportamentos já muito familiares de alguns dos seus amigos).
Particularmente interessante a forma como as diferentes crenças são abordadas neste livro, desde as tolerantes freiras da Street Cats (por oposição ao padrasto de Zoey, cujas posições são apresentadas em livros anteriores) ao forte desenvolvimento das lendas Cherokee, que acabam por ter um papel muito importante neste livro em particular.
Uma leitura leve, portanto, bastante agradável na sua totalidade e que, mesmo nos momentos menos cativantes, não deixa de ter os seus pontos de interesse. E que encerra, como sempre, com um final onde o aumento na intensidade dos acontecimentos - e os enigmas que sempre são deixados por revelar - deixa a vontade de partir imediatamente para o volume seguinte. Gostei.

Novidades Aletheia

BEIJA-MIM
Jorge Araújo

Benjamim tem doze anos e a promessa do primeiro beijo. Aos poucos, descobre que beijar é uma arte. Aproxima-se o momento mais importante da sua vida e Benjamim está sozinho. O primeiro beijo é aquele que fica para a história, que se atrela à memória.
Beija-Mim é um livro para o público juvenil sobre a importância dos pequenos nadas. O instante mágico em que a excitação toca a angústia, num fogo-de-artifício de emoções difícil de esquecer. Ainda se lembra do seu primeiro beijo?

DEUS NÃO EXISTE
COMO O MAIS CÉLEBRE FILÓSOFO ATEU ENCONTROU DEUS
Antony Flew

O livro Deus Existe de Antony Flew (1923-2010) é um registo fascinante de como o ateu mais reputado foi levado à convicção de que Deus existe. A narrativa é um testemunho eloquente da abertura de espírito, justeza e integridade intelectuais de Flew. A sua obra foi recentemente tema central dos jornais portugueses com Nuno Crato e José Cutileiro a dedicarem as suas crónicas ao filósofo inglês.

DIÁRIO DOS VENCIDOS
O 5 DE OUTUBRO VISTO PELOS MONÁRQUICOS
Joaquim Leitão
Prefácio de Vasco Pulido Valente

No ano em que se comemora o centenário da instauração da República em Portugal, a Alêtheia Editores publica um importante documento histórico que revela a versão monárquica dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, escrita por um dos protagonistas do momento, Joaquim Leitão, escritor, historiógrafo e autor de vários volumes sobre os últimos anos da monarquia portuguesa.
O prefácio à edição é assinado por Vasco Pulido Valente, um dos maiores especialistas neste período.

Novidades Gailivro para Junho

Título: A Breve Segunda Vida de Bree Tanner
Autora: Stephenie Meyer
Págs.: 160
Preço: 13,90 euros

Ao contrário dos outros romances da série, narrados segundo a perspectiva de Bella, a “eterna” namorada do jovem vampiro Edward Cullen, A Breve Segunda Vida de Bree Tanner dá-nos uma outra visão da história, agora através da vampira recém-nascida Bree Tanner, que em Eclipse morre dez páginas após aparecer.
A autora confessa que o novo livro foi uma surpresa mesmo para ela. “Acabou por ser uma surpresa para toda a gente, porque eu nem sequer pretendia publicar esta história como um livro isolado. Comecei a escrevê-lo há já muito tempo, ainda antes do lançamento do filme do Crepúsculo. Nessa altura, Eclipse estava em fase de revisão e eu encontrava-me atolada, bem no cerne do meu mundo vampírico. Andava às voltas com o tema dos vampiros recém-nascidos, contemplando o seu ponto de vista, e uma coisa levou à outra. Comecei a escrever na perspectiva de Bree, da sua visão sobre aqueles últimos dias e de como se sentiria ela na sua recente condição.”
Crepúsculo foi considerado pela USA Today como o livro mais vendido da década.
A Saga Crepúsculo vendeu mais de 85 milhões de exemplares em todo o mundo. Os direitos de publicação foram vendidos para mais de 50 países.
O DVD de Crepúsculo vendeu mais de 3 milhões de exemplares em apenas 24h.
Apesar do livro só estar à venda em Junho já se encontra em 1º lugar no Top de Vendas da Amazon.
Nos Estados Unidos a primeira tiragem será de 1.500.000 exemplares.

Título: A Floresta de Mãos e Dentes
Autora: Carrie Ryan
Págs.: 368
Preço: 17,90 euros
Mary sabe pouco sobre o passado ou sobre o porquê de no mundo existirem dois tipos de pessoas: os que residem na sua vila e os mortos-vivos do lado de fora da cerca, que vivem de devorar a carne dos vivos. As Irmãs protegem a Vila e promovem a continuidade da raça Humana. Depois de a sua mãe ser mordida e se juntar aos amaldiçoados, Mary é enviada às Irmãs para se preparar para o Casamento com o seu amigo Harry. Mas as cercas são quebradas e o mundo que Mary conhece desaparece para sempre. Mary, Harry, Travis, que Mary ama mas que está prometido à sua melhor amiga, o irmão de Mary, a sua mulher e um pequeno órfão partem rumo ao desconhecido em busca de um lugar seguro, respostas às suas perguntas e uma razão para continuar a viver.
"...escrito de uma forma elegante desde o título à última linha."
—Scott Westerfeld

“Inovador e excitante."
—Publishers Weekly
“Viciante o suficiente para sugerir que os Zombies podem vir a ser os novos vampiros.”
—The Times
• Best-Seller Internacional
• Aclamado pela crítica
• Apontado como um dos possíveis sucessores da Saga Crepúsculo
•Presença na web: www.carrieryan.com


Título: O Labirinto de Ossos
Autor: Rick Riordan
Págs.: 184
Preço: 12,90 euros
Lê o livro.
Encontra as 39 Pistas.
E vive a maior aventura de todos os tempos!!!
O que aconteceria se descobrisses que a tua família é uma das mais poderosas da história da humanidade?
E se te dissessem que a chave para encontrar o segredo do poder da tua família está escondida algures no mundo, e que para lhe chegares terias de desvendar as 39 Pistas?
E se te dessem a escolher: ganhar um milhão de dólares e continuar com a tua vida ou receber a primeira pista?
Se fores a Amy ou o Dan Cahill, escolhes a pista e entras numa corrida verdadeiramente perigosa.
Rick Riordan é um autor habituado a frequentar os tops, a sua série Percy Jacson e os Ladrões do Olimpo é uma presença constante nos tops do The New York Times. Os seus livros têm uma legião de seguidores e já foram largamente premiados e reconhecidos pela crítica. Rick vive com a sua família em San Antonio, no Texas.
• Bestseller New York Times
• Autor da Série Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo.
• Uma narrativa cheia de aventura, na qual o jovem leitor se depara com uma série de informação geográfica e cultural de relevo; esta história decorre em Paris e todos os monumentos são apresentados com uma breve nota introdutória. Uma colecção com um forte potencial linguístico e cultural.
Série de livros completamente inovadora.

Vencedor do passatempo Safari de Sangue

Bom dia!

Terminado mais um passatempo, é altura de divulgar as respostas certas e o vencedor. Muito obrigada aos 90 participantes que tentaram a sua sorte.

As respostas às perguntas colocadas eram:

1.Em que colecção se encontra inserido este livro?
Minutos Contados
2. Como se chama o irmão de Emma Le Roux?
Jacobus
3. Em que cidade nasceu Deon Meyer?
Paarl

E o vencedor é...

14. João Couto (Espinho)

Parabéns!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Novidades ASA para Junho

Título: Divorciada aos 10 anos
Autor: Nojoud Ali
Págs.: 144
Documentos
Preço: 13 euros

Chamo-me Nojoud. Tenho dez anos. Os meus pais obrigaram-me a casar com um homem com o triplo da minha idade. Desde que me lembro, aprendi a dizer “sim” a tudo. Hoje, decidi dizer “não”.
A infância de Nojoud teve um final abrupto quando o pai lhe arranjou um casamento com um homem muito mais velho, que ignorou o compromisso de esperar que a menina alcançasse a puberdade para ter relações sexuais. O marido roubou-lhe a virgindade na noite de núpcias. Ela tinha apenas dez anos. A sua tenra idade não a impediu de fugir – não para casa, mas para o tribunal. Surpreendentemente, o juiz deu-lhe razão. Algo inédito num país onde mais de metade das raparigas casa antes dos dezoito anos. A sua coragem foi aplaudida pela imprensa internacional e comoveu o mundo inteiro. Nojoud conta agora a sua história. Para quebrar o silêncio e encorajar as outras meninas a lutar pelos seus direitos mais fundamentais.
Esta vitória legal sem precedentes conduziu a mudanças no Iémen e em outros países do Médio Oriente, onde as leis dos casamentos de menores estão a ser alteradas.
Nojoud Ali foi a primeira criança a conseguir um divórcio no Iémen. Distinguida como uma das Mulheres do Ano pela Glamour em 2008, a sua história captou a atenção dos media internacionais e levou a que o Iémen adoptasse uma lei que estabelece a idade legal para casar nos dezassete anos. Vive actualmente no Iémen. Nojoud foi recentemente distinguida ao lado de Hillary Clinton e Condoleezza Rice como uma das Mulheres do Ano.
Grande repórter, especialista no Médio Oriente, Delphine Minoui cobriu os principais acontecimentos que marcaram essa região do mundo nos últimos doze anos. Em 2006, foi galardoada com o Prémio Albert Londres por uma série de reportagens no Irão e no Iraque. Vive actualmente em Beirute.

Título: Diário a Rum
Autor: Hunter S. Thompson
Págs.: 208
Romance
Preço: 15 euros
Paul Kemp, um jovem jornalista, viajante incansável, bebedor de rum e alter ego do autor, abandona Nova Iorque com destino a Porto Rico, conseguindo emprego como redactor num jornal onde trabalha uma fauna colorida de misantropos e fracassados, mas também de jovens ambiciosos dispostos a refazer o mundo.
A paradisíaca tríade tropical de rum, sexo e calor rapidamente dará lugar a bebedeiras prolongadas, rixas, festas desinibidas e de uma sexualidade selvagem. Estamos na década de 1950 e, com a visão entorpecida pelo rum, Paul assiste à lenta agonia de uma ilha corrompida pelo dinheiro, pelas ambições dos Estados Unidos e o compromisso hipócrita dos jornalistas.
Diário a Rum é a crónica mordaz e sincera de uma desilusão. Iniciado em 1959, quando Hunter S. Thompson tinha vinte e dois anos, é o primeiro romance do criador do jornalismo gonzo e cabeça de cartaz da contracultura, ao lado de Jack Kerouac e William S. Burroughs.

Título: A noite é o dia todo
Autora: Preeta Samarasan
Págs.: 416
Romance
Preço: 16,50 euros
Quando Chellam, a jovem criada da família Rajasekharan, é inexplicavelmente despedida, a sua partida abala o frágil mundo de Aasha, de seis anos. Apenas algumas semanas antes, a sua avó faleceu em circunstâncias misteriosas, e a sua irmã adorada partiu para os Estados Unidos para não mais voltar, deixando-a sozinha com um pai ausente, uma mãe amargurada e um esquivo irmão mais velho. A família vive numa das mais imponentes mansões da Malásia mas, por detrás da elegante fachada, reinam fantasmas, mistérios e silêncio. Afinal, qual foi o crime imperdoável de Chellam? Que tragédia esconde o passado desta família?
Ao revelar os segredos e mentiras de uma família, Preeta Samarasan expõe as feridas que dilaceram um país misterioso e exótico, num romance de estreia que lhe valeu de imediato a aclamação internacional.

Título: Flor do Deserto
Autora: Waris Dirie
Págs.: 200
Documentos - reedição
Preço: 13,90 euros

Waris Dirie (nome que significa Flor do Deserto) tem uma vida dupla – durante o dia, é top-model internacional e porta-voz das Nações Unidas para os direitos das mulheres em África; à noite, os seus sonhos levam-na de volta a casa, na Somália.

Waris nasceu numa família tradicional de nómadas do deserto africano. A sua infância foi feliz e despreocupada… até ao dia em que chegou a sua vez de se submeter ao costume imposto à maioria das raparigas somalis: a mutilação genital. Waris sofreu esta tortura quando tinha apenas cinco anos de idade. Quando, já com doze anos, descobre que o seu pai pretende negociá-la com um desconhecido em troca de cinco camelos, Waris toma a decisão que vai mudar irreversivelmente a sua vida. Após uma extraordinária fuga pelo deserto, consegue chegar a Londres. Waris tinha poucos conhecimentos da língua inglesa e nenhum dinheiro. Acabará por trabalhar no MacDonald’s, onde um fotógrafo de moda a descobre. As portas da fama abriram-se então para esta jovem mulher cuja história é uma fonte de inspiração e cuja personalidade é tão arrebatadora como a sua beleza.