Este livro não é uma biografia – é uma reflexão brilhante sobre George Orwell, o homem e a sua circunstância, autor de «Mil novecentos e Oitenta e Quatro» e «A Quinta dos Animais». Escritor genial ou sofrível? Actual ou datado? Certo ou errado? Hitchens responde-nos da maneira que só outro escritor maiúsculo consegue fazer.
Christopher Eric Hitchens nasceu em Portsmouth, Inglaterra, em 1949. Depois de se ter formado em Oxford, tornou-se um dos mais adorados e odiados escritores mundiais. Iniciou a sua carreira na New Statesman e colaborou ao longo de quatro décadas com as mais prestigiadas publicações, onde foi repórter, cronista e crítico literário. Foi durante quase 20 anos contributing editor da Vanity Fair. Naturalizado americano, foi nos Estados Unidos que conheceu em 2007 a glória comercial com a publicação de «God Is Not Great – How Religion Poisons Everything» (editado em Portugal na Dom Quixote).
«Memórias de Adriano» tem a forma de uma longa carta dirigida pelo velho imperador, já minado pela doença, ao jovem Marco Aurélio, que deve suceder- lhe no trono de Roma (século II d.C.). Pouco a pouco, através desta serena confissão, ficamos a conhecer os episódios decisivos da vida deste homem notável. Vencedor do prémio Femina Varesco, este romance é seguramente um dos mais importantes de Marguerite Yourcenar, e uma das obras de referência da literatura contemporânea.
Pseudónimo da escritora francesa Marguerite de Crayencour (1903-1987), nascida em Bruxelas e que veio a naturalizar-se americana. As suas «Mémoires d'Hadrien» (Memórias de Adriano,1952) tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com «L'Öuvre au Noir» (A Obra ao Negro, 1968), uma biografia imaginária de um herói do século XVI atraído pelo hermetismo e a ciência. Publicou ainda poemas, ensaios (Sous bénéfice d'inventaire, 1978) e memórias (Archives du Nord, 1977), manifestando uma atracção pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como Mishima ou la vision du vide (1981) e Comme l'eau qui coule (1982). Foi a primeira mulher de Letras a ser eleita para a Academia Francesa.
Pessoa não foi alheio a praticamente nenhuma das grandes questões do seu tempo. Uma delas foi a "Questão ibérica", isto é, o futuro político dos dois países e das muitas regiões que constituem a península ibérica, quer através de uma união luso-espanhola, quer através de uma confederação de nações. Esta foi uma questão que ganhou novamente vigência na segunda metade da década de 1910 e na qual Pessoa quis intervir. Uma questão, aliás, afim ao projecto pessoano da «refundação mítica da existência», porque Pessoa queria que se formasse uma Ibéria una e múltipla em que Portugal, depois do aparecimento do Super-Camões (o próprio Pessoa), não perdesse protagonismo cultural. A questão ibérica é também uma questão identitária, e esta é uma questão que, quer no plano individual, quer no plano colectivo, está no centro da estética e da filosofia pessoanas. Mais do que político, o iberismo de Fernando Pessoa foi do tipo cultural e esteve intimamente ligado às ligado às suas preocupações com questões de identidade.
Fernando Pessoa - Lisboa, 13 de Junho de 1888 | Lisboa, 30 de Novembro de 1935. É considerado, a par de Camões, o maior poeta da língua portuguesa. Viveu na época do Modernismo e a sua principal característica é a heteronímia. Deixou-nos uma vasta obra que ainda não está totalmente explorada, dado que a única obra que publicou em vida foi a «Mensagem».
“Pessoa Existe? Existem múltiplos "Pessoas". Múltiplos personae. O Pessoa íntimo, o Pessoa político, o Pessoa esotérico, o Pessoa poeta inglês; o Pessoa menino da sua mãe, o Pessoa empregado de escritório, o Pessoa por conhecer, o Pessoa empresário, etc. E, antes mesmo desta multiplicação póstuma, existe o Pessoa que escrevia como Caeiro, como Campos e como Reis. A cisão da obra em ortónima e heterónima. A proliferação do autor: autor dos autores. // A maior parte dos editores e críticos apresentam apenas um Pessoa. Criam essa coordenada chamada "Pessoa", coordenada que o poeta teria articulado de uma outra maneira ou, simplesmente, não teria articulado. // O que está em jogo? Os diferentes modos de conceber e construir o autor.” in «Pessoa Existe».
Jerónimo Pizarro é Professor da Universidad de los Andes, Titular da Cátedra de Estudos Portugueses do Instituto Camões na Colômbia e Doutor pelas Universidades de Harvard (2008) e de Lisboa (2006), em Literaturas Hispânicas e Linguística Portuguesa. No âmbito da Edição Crítica das Obras de Fernando Pessoa, publicadas pela INCM, já contribuiu com oito volumes, sendo o último a primeira edição crítica de Livro do Desasocego. Actualmente, Pizarro é o Coordenador de duas novas séries da Ática (1. Fernando Pessoa | Obras; 2. Fernando Pessoa | Ensaística).
"Em paralelo com a edição das Obras Completas de Jorge de Sena, surge agora uma colecção dedicada à sua vasta e diversa Correspondência, cuja publicação é fulcral para o entendimento da sua obra, e da obra dos seus correspondentes, bem como para o conhecimento da vida cultural portuguesa da segunda metade do século XX. E não podia ser inaugurada da melhor forma, com a inteligência e o afecto de dois poetas: António Ramos Rosa e Jorge de Sena." - in Nota Editorial (Jorge Fazenda Lourenço)
Jorge de Sena nasceu em Lisboa, a 2 de Novembro de 1919 e faleceu em Santa Barbara, Califórnia, a 4 de Junho de 1978. Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta, crítico literário, teatral e de cinema, historiador da cultura, tradutor e cidadão do mundo, é uma das figuras centrais da nossa cultura e da literatura do século XX. A obra de Jorge de Sena é monumental em volume, em variedade e, frequentemente, de qualidade excepcional.
// António Ramos Rosa recebeu numerosos prémios nacionais e estrangeiros, entre os quais o Prémio Pessoa, em 1988. É geralmente tido como um dos grandes poetas portugueses contemporâneos. Um dos mais fecundos poetas portugueses da contemporaneidade, a sua produção reflecte uma evolução do subjectivismo, em relação à objectividade.
O elemento «luz», que atravessa a obra poética do autor, insere-se aqui na memória de infância, através da imagem das estrelas cadentes, enxertia das «noites mais escuras», levando, «por instantes às vezes», a iluminar «mesmo os mais descrentes» («décima segunda enxertia»). E a figura do avô transfigura-se na própria figura do poeta, que, enxertando as palavras, procura a luz na «oculta seiva» («décima quarta enxertia»).
Carlos Frias de Carvalho poeta e escritor, nasceu em 1945 em Seiça - Ourém. Acerca da sua obra literária escreveram, entre outros, Bernardo Santareno, Urbano Tavares Rodrigues, António Ramos Rosa, João Rui de Sousa, Paula Cristina Costa, António Cândido Franco, José Manuel de Vasconcelos e António Carlos Cortez. É autor de uma vintena de livros dos quais destacamos: «O comboio do tempo», «Antes da água», «Vinte e cinco pétalas para Débora», «Barco de papel», «Escrita da água poema a una diosa índia», «Ribatejo e além» e «Lugares do vento».
«O estudo que se segue procura ser a resposta a esta pergunta [nova visão histórica sobre a transição da 'Idade Média' para o Renascimento] no concernente ao sector político. Entendeu-se que o único caminho viável […] seria, em princípio, descobrir a solução atribuída pelas ideias com peso social ao que hoje chamamos questões fundamentais na teoria geral do Estado: origem, forma, transmissão, natureza e fim do poder, investidura neste, suas relações com a ética, e a ordem jurídica - inclusive o direito de resistência e a problemática da soberania.» - in Introdução, Martim de Albuquerque.
Biografia: Martim de Albuquerque é Professor Catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa, desde 1977 e Professor Jubilado desde 2006. Tem uma vastíssima obra tanto na área de História do Direito e do Pensamento Jurídico como na área estrita de Direito, constituída por cerca de 180 publicações, entre a qual se destacam: «Para Uma Distinção do Erro sobre o Facto e do Erro sobre a Ilicitude em Direito Penal», 1968; «Colecção de Tratados e Actos Públicos Internacionais Relativos a Portugal»; «Execução de Decisões Judiciais no Direito Português», 1986.Colaborou com a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e participou em vários colóquios e congressos nacionais e internacionais, quer de História, quer de Direito. Foi Director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.