A amizade é uma das coisas mais importantes da vida. Os amigos reconfortam-nos nos momentos de tristeza e partilham connosco a luz dos momentos de alegria. Fazem-nos companhia quando nos sentimos sós, partilham dos nossos interesses e particularidades e tornam a vida mais vasta - mesmo nas pequenas coisas. Este livro mostra-nos a amizade da forma mais concisa e simples possível. E é precisamente esta simplicidade inocente que o torna tão enternecedor.
Uma observação que é sempre inevitável quando se lê um livro infantil enquanto adulto é o contraste entre a extrema brevidade e simplicidade deste tipo de histórias e a maior complexidade a que estaremos talvez mais habituados. E é, por isso, também inevitável a repetição de uma ideia: a de que ler estes livros simples com um olhar adulto é um regresso à inocência e a uma certa nostalgia desses tempos mais inocentes. E, por isso, a experiência nunca deixa de evocar uma certa ternura.
Passando a este caso concreto, também é, naturalmente, a ternura que sobressai, tanto pela mensagem sempre importante como pelas ilustrações. É um livro simples em todos os aspetos, com um texto muito breve e em que a própria componente visual é muito simples. Mas tudo parece ter a medida certa para salientar a mensagem importante e que, apesar de muito simples na essência, parece nem sempre ser assim tão fácil de pôr em prática (principalmente entre os adultos, é certo).
Ainda um outro ponto a enfatizar neste livro é que esta já muito referida brevidade, associada à cadência muito fluida do texto, faz deste pequeno livrinho uma bela opção para ler em voz alta. E, sendo uma história de amizade e partilha, que melhor forma do que a conhecer do que lê-la com alguém ou para alguém?
Muito simples, muito breve, mas carregadinha de ternura e de inocência, trata-se de uma bonita história para falar de amizade aos mais novos. E para nos lembrar a todos de que ela existe - e é mais importante do que nunca.
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