Começou um novo ano lectivo e vem cheio de mudanças. Para começar, o oitavo ano traz uma nova directora de turma que, a associar ao seu visual de Morticia Adams, tem também uma atitude um tanto ou quanto intimidante. Além disso, a escola está a organizar umas olimpíadas de Outono, o que significa que as amigas do Clube dos Ténis Vermelhos vão ter de escolher uma modalidade em que competir. Mas todas juntas não chegam para formar uma equipa de vólei e, por isso, precisam de recrutar um novo elemento. E se Clara, a rapariga solitária que decidem convidar, parece, na verdade, ser um ás no vólei, já a sua capacidade de socializar é bastante limitada. Principalmente, tendo ela um motivo oculto para alinhar na equipa...
Sendo este já o quarto volume d'O Clube dos Ténis Vermelhos, não é difícil, para quem leu os anteriores, adivinhar as linhas base da história. Por um lado, as atribulações da vida escolar, com as rivalidades e os desafios que precisam de ser superar. Por outro, as amizades e os primeiros namoros das várias protagonistas. Mas, se a base da história não é nada de muito novo, a forma como a autora a desenvolve nunca deixa de ser cativante.
Ora, isto deve-se, em grande parte, à forma como o livro está escrito, num registo leve e bastante simples, mas em que as emoções e pensamentos das personagens estão sempre muito presentes. Há momentos de humor, momentos de emoção, situações tensas e aquele toque de mistério que faz com que haja sempre algo de interessante a acontecer. Além disso, a própria estrutura do livro é interessante, com as ilustrações a complementar o texto para formar um todo visualmente apelativo e que dá uma nova vida à história.
Também a história tem muito de interessante. Não, nem tudo é surpreendente - as discussões que parecem ser para sempre, mas em que tudo acaba por resolver, e a sucessão de preparativos para a competição são elementos relativamente previsíveis. Mas a forma como tudo isto é desenvolvido, com todo o drama (e subsequente recuperação) com que se vivem as pequenas tragédias da juventude, nunca deixa de cativar. Além disso, as relações entre as personagens, dentro do Clube e fora dele, proporcionam vários momentos interessantes.
Ficam algumas pontas soltas na fase final, principalmente no que diz respeito à situação de Clara. Mas a verdade é que a série não acaba aqui, por isso, e apesar de ser inevitável uma certa sensação de curiosidade insatisfeita, há ainda muitas possibilidades em aberto para o que se seguirá.
Cativante e divertido, trata-se, portanto, de mais uma leitura leve e agradável, em que os dramas e dilemas do crescimento surgem em toda a sua complexa... normalidade. Mas a vida é mesmo assim e é também essa semelhança que torna tão interessante acompanhar as aventuras deste grupo de amigas. Gostei.
Título: Somos o Máximo!
Autora: Ana Punset
Origem: Recebido para crítica
Sem comentários:
Enviar um comentário