Os Fulgores do Sol espalharam o caos, mas há quem tenha conseguido sobreviver. E, lutando a cada passo por mais um dia de vida, construiu-se uma relativa normalidade. É assim que vivem Mark e Trina, que, com o seu grupo de amigos, já sobreviveram a muito. Até que tudo muda, quando um ataque inesperado lança sobre a população um novo tipo de caos. Contaminados com um vírus altamente contagioso e altamente mortal, os primeiros atingidos morrem em poucas horas. Mas a evolução do vírus é rápida e terrível, e as consequências serão devastadoras.
Com novos protagonistas e relações que só aos poucos vão sendo desvendadas, este é um livro que, enquanto prequela da trilogia Maze Runner, cativa, em primeiro lugar, por apresentar algumas respostas sobre a forma como tudo começou. Tudo se passa treze anos antes dos acontecimentos na Clareira e, por isso, o cenário é em tudo diferente. Mas é precisamente por essas diferenças estarem na origem do que aconteceu depois que a história se torna tão interessante.
Apesar de haver um contexto bastante diferente e várias respostas importantes, principalmente no que diz respeito à doença, o elemento dominante é a acção. Trina, Mark e as restantes personagens podem ir encontrando respostas pelo caminho, mas o cerne do percurso é pura e simplesmente a luta pela sobrevivência. Talvez por isso, e apesar de algumas notáveis excepções, o aspecto emocional fique para segundo plano, deixando uma sensação de maior distância relativamente às personagens. Distância que se atenua aos poucos, culminando num final que, pelas suas implicações, não deixa de ter uma intensidade especial.
Continua a haver perguntas sem resposta, um espaço em branco entre a forma como este livro termina e o que viria a suceder no Labirinto. Ainda assim, há agora muitas coisas que são mais claras e muita informação nova a expandir o universo - ou as suas origens, melhor dizendo - onde se situa a trilogia.
E assim, a impressão que fica é a de um livro que talvez não tenha o mesmo impacto da trilogia, mas que, apesar disso, lhe acrescenta algo de novo e muito de interessante. Cativante, surpreendente e bastante intenso, um bom complemento à trilogia.
Título: Vírus Mortal
Autor: James Dashner
Origem: Recebido para crítica
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