quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Top de leituras de 2009

Fim de ano é sempre altura de balanços e, como não podia deixar de ser, aqui ficam as que considero como as minhas melhores leituras de 2009. Foi uma escolha difícil, já que este ano tive a oportunidade de ler muitos (175 no total) e bons livros. E provavelmente deixei de fora alguns que também mereciam estar numa lista de melhores livros. Aqui fica, pois, segundo a minha opinião, a minha lista:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Chave do Degredo (António Fortuna)

O soneto sempre foi uma das minhas formas poéticas preferidas. Foi, por isso, com grande expectativa que peguei neste pequeno livro. E devo dizer que não saí, de forma alguma, desapontada da leitura destes poemas.
Primeiro que tudo, há a emoção. Apesar das rígidas normas do soneto, nestes poemas não se perde, nem por momentos, o sentimento essencial e, através da diversidade de temas e momentos abordados, há uma unidade omnipresente: a do coração que sente abertamente aquilo que as palavras cantam.
Depois, há as imagens. Não só as ilustrações que percorrem as páginas deste livro (que, são também elas, uma harmonia completa com as palavras), mas as imagens que cada poema evoca na mente do leitor. Simples, mas quase palpáveis, as metáforas que dão voz a cada instante e a cada emoção, são sonho e melancolia, riso e lágrimas, pedra e vento. E, na sua totalidade, formam um conjunto de harmonias suaves e incontestavelmente belas.
Não esperem uma poesia complexa e rebuscada, se pegarem neste livro. Não é esse o seu ponto principal. Mas, em cada palavra de cada um destes sonetos, há uma presença que não pode ser negada e é isso que, para mim, tornou tão agradável esta leitura. Onde quer que se procure, o coração está lá.

Masters of the Confluence (Nduka Onwegbute)

Sem início, sem protagonista e sem fim. Uma história estranha? Provavelmente. Mas é precisamente assim este Masters of the Confluence onde, na Nigéria do século XIX, Onitsha dá início a uma longa missão para recuparer a liberdade e a honra da sua linhagem.
Não é propriamente um livro fácil de ler. Com uma história que contempla múltiplas gerações, esta não é uma acção linear, mas uma espécie de memória de múltiplos eventos. E é por isso que nunca podemos seguir uma só personagem, porque as coisas mudam e, quando damos por nós, já estamos a seguir os desenvolvimentos de uma nova geração.
Este é, pois, um livro de momentos. Momentos de luta, de dor, de violência e de tristeza, mas também de júbilo e de sonho. Tempos difíceis, mas de coragem. Guerras, escravidão... e amor. E depois chegamos aos últimos capítulos e, quando temos uma história mais completa, a de Alabo e de Anashi, conseguimos, enfim, criar uma ligação com a sua estranha forma de amor, ainda que nunca compreendamos em pleno como termina essa história.
Não seria, pois, um livro que recomendaria a todos os leitores. Com uma história tão vasta, é um livro difícil de acompanhar. Mas é, ainda assim, um livro com muito que ensinar sobre a cultura e as tradições de um povo em luta pelo seu lugar no mundo e, por isso, apreciei esta leitura.

O Crepúsculo de Avalon (Anna Elliott)

Rainha Suprema e viúva de Constantino, acabado de morrer, Isolda vê-se envolvida num mundo de conspirações. Espera-se do conselho do rei que um novo Rei Supremo seja escolhido para liderar as hostes na guerra contra os saxões. Mas só Isolda sabe, com o seu mundo de memórias e Visões reprimidas, que Marche, o favorito de todos, tem, afinal, outros planos para o poder.
O mito arturiano tem sido explorado por toda uma diversidade de autores, cada um com a sua própria forma de contar a lenda. Anna Elliott, num estilo que, inicialmente, faz recordar "As Brumas de Avalon" (principalmente devido à Visão de Isolda), retoma a história um pouco mais tarde, depois da morte de Artur e Mordred, para nos contar a história de Isolda e do seu lendário amor por Tristão. A escrita é fluída e envolvente, e o enredo, profundamente emotivo, mas também caracterizado por um constante suceder de eventos, quase sem momentos mortos, fazem deste livro uma leitura compulsiva.
Para mim, o ponto mais alto desta obra é a caracterização emocional e psicológica das personagens, tão forte que, desde cedo, é criado um laço entre o leitor e os protagonistas. Este aspecto atinge o seu auge na figura de Tristão, que passou a ser uma das minhas personagens preferidas, com o seu humor descontraído como máscara para uma vida de sombras, mas governada por princípios nobres e uma coragem inegável. Também de referir a forma imprevisível como os acontecimentos se sucedem. Não podendo confiar em ninguém, vemos as personagens que cruzam o caminho de Isolda como se sentíssemos os seus próprios receios, e as opiniões que ela acaba por formar acabam, por vezes, por se revelar erradas, impedindo o leitor de prever, antecipadamente, quem são os intervenientes de muitas das intrigas.
Por último, o final deste livro, sendo o primeiro volume de uma trilogia, deixa muito em aberto, principalmente no que à relação entre os protagonistas diz respeito. Ainda assim, as revelações dos últimos capítulos, juntamente com a insinuação de parte do que fica por dizer, completam este volume de uma forma magnífica.
Para os apreciadores do romance histórico (com laivos de fantasia), da mitologia celta e do romance arturiano, este é um livro a não perder. Pode não ser, em alguns aspectos, a mais original das abordagens ao tema, mas sem dúvida que a sua leitura vale a pena.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Novidades para 2010: Asa e Gailivro

Com a aproximação de um novo ano, chegam também as previsões de novos livros. E a ASA e a Gailivro já disponibilizaram informação acerca dos seus planos para o início de 2010.

No que à ASA diz respeito, temos já uma lista de obras para os primeiros meses:

Janeiro
DESAPARECIDA, Katy Gardner – Col. Romance
A MULHER DO SARI COR-DE-ROSA, Sampat Pal – Col. Documentos
PLEXUS, Henry Miller – Col. Vintage
JOGO DE ESPELHOS, Agatha Christie

Fevereiro
A CHUVA ANTES DE CAIR, Jonathan Coe – Col. Romance
O PERFUME DE ADÃO, Jean-Christophe Rufin – Col. Romance
A PAIXÃO DE EMA, Charlotte Bingham – Col. Romance
CASADA À FORÇA – Jean Sasson – Col. Documentos
AT BERTRAM’S HOTEL, Agatha Christie

Março
O SEGREDO DE CHRISTINE, Benjamin Black - Col. Romance
O REGRESSO DO HOOLIGAN, Norman Manea - Col. Romance
O TERCEIRO ANJO, Alice Hoffman - Col. Romance
CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA, Madeleine Hunter - Col. Romance
TODAY I’M ALICE

Abril
GROWING UP BIN LADEN
IN THE COUNTRY OF LAST THINGS, Paul Auster
A FAR COUNTRY, Daniel Mason
MÃE, Pearl S. Buck

Quanto à Gailivro, em 2010 pretende dar continuidade à aposta na área do fantástico. Nos planos está o lançamento de 3 livros sobre a temática dos zombies, a saber: Guerra Mundial Z, Orgulho e Preconceito e Zombies e Floresta de Mãos e Dentes. Planeia-se também o nascimento de uma nova colecção de romance paranormal, prometendo agradar às leitoras de Stephenie Meyer, P.C. Cast e Charlaine Harris. Finalmente, prevê-se também o lançamento do quarto (e último) volume do Ciclo da Herança, de Christopher Paolini.
Mas as apostas não ficam por aqui e, na área da literatura infanto-juvenil o ano verá o lançamento de três colecções. Matemática a Brincar, da autoria de Margarida Fonseca Santos, tem como objectivo estimular desde cedo o gosto pela matemática. O Mundo à Minha Volta, pretende uma colecção socialmente responsável, focando temas como o Racismo e a Obesidade. Por fim, será lançada a colecção 39 Pistas, uma colecção juvenil que tem sido um grande sucesso entre os mais novos.

A Tapeçaria: O Guardião de Rowan chega dia 12 às livrarias

Chega às livrarias no dia 12 de Janeiro. E eu estou muito curiosa quanto à história deste livro. E enquanto não há novidades sobre esta obra aqui no blogue (estejam atentos!), ficam algumas informações para despertar a curiosidade.

Título Original: The Hound of Rowan – Book 1 of the Tapestry
Autor: Henry H. Neff
Tradução: Jorge Freire
Páginas: 360
Colecção: Via Láctea Nº 81
PREÇO COM IVA: 17,90€
Data de Publicação: 12 Janeiro 2010

A vida sossegada de Max McDaniels está prestes a nunca mais voltar a ser como dantes. Durante uma visita com o pai ao Instituto de Arte de Chicago, uma velha tapeçaria celta ganha vida à sua frente e, pouco depois, Max recebe um enigmático convite para ingressar na Academia de Rowan. Aí aguardam-no criaturas fantásticas, um currículo exigente e colegas com capacidades extraordinárias, mas também uma batalha ancestral entre as forças da luz e das trevas. Neste romance de estreia, o autor e ilustrador Henry H. Neff combina elementos de fantasia, ficção científica e mitologia para criar uma história emocionante que nos conquista do início ao fim.

Henry H. Neff é um ex-consultor de gestão da zona de Chicago. Actualmente é professor de História e Belas-Artes num liceu de São Francisco. Este é o seu primeiro romance e será publicado em cerca de dez países.

«A inteligência de Max e o seu carácter bem-intencionado conferem à história uma base emocional sólida, ao mesmo tempo que as reviravoltas surpreendentes nos mantêm agarrados às páginas. O primeiro romance de Neff vai certamente cativar muitos novos fãs ansiosos por saber o que irá acontecer a seguir.»
VOYA

Traída (P.C. Cast e Kristin Cast)

Passou um mês desde que Zoey chegou à Casa da Noite e parece que, finalmente, a jovem está a enquadrar-se na sua nova vida. A tranquilidade em que parece ter mergulhado, contudo, vê-se subitamente perturbada quando um dos conhecidos da sua antiga vida aparece morto e tudo parece apontar para que a responsabilidade seja dos vampyros. Quem será, afinal, o responsável por essa morte?
Tenho de admitir que não gostei tanto deste livro como do volume anterior. E penso que isto se deve, em grande parte, a uma maior atenção aos acontecimentos menos relevantes e ao excessivo desenvolvimento dos aspectos mais superficiais da história. Temos uma grande quantidade de informação sobre os múltiplos interesses amorosos de Zoey e de outros aspectos mais superficiais, sendo que, durante uma boa parte da história, os elementos mais interessantes (a hierarquia e as regras dos vampyros, a magia e inclusive os aspectos que foram deixados em aberto no livro anterior) acabam por passar para segundo plano.
Apesar desse aspecto menos bom, quando as autoras se centram mais na história em si e menos nos aspectos da vida adolescente, o resultado é interessante e envolvente e continua a ser viciante seguir as aventuras de Zoey através da sua mudança, não só na passagem de humana a vampyra, mas na conquista de um lugar na história da Casa da Noite, através dos dons especiais da deusa Nyx.
Pontos altos deste livro são a forma viciante como a história se desenrola, apesar de uma escrita bastante simples e de alguma tendência para uma linguagem demasiado juvenil, e a forma como algumas personagens evoluem, não sendo estritamente tão boas ou más como pareciam quando as conhecemos pela primeira vez. Além disso, a forma como este segundo volume termina, com muitas questões em aberto, deixou-me com imensa vontade de ler o próximo volume, Escolhida.
Em suma: uma leitura leve, descontraída, vocacionada para um público juvenil, mas capaz de cativar alguns adultos com o seu mundo, desde que não se esteja à espera de nada particularmente transcendente. Eu gostei e espero continuar a seguir esta série.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Oscar Wilde e o Sorriso do Morto (Gyles Brandreth)

Mistério, decadência e teatro são os elementos primordiais deste policial em que o principal investigador é o excêntrico escritor Oscar Wilde. E, através de uma estranha trama que envolve o famoso actor Edmond La Grange e a sua companhia de teatro, as extraordinárias capacidades dedutivas de Oscar Wilde são exploradas a fundo para decifrar o mistério por detrás de uma série de crimes? Mas será apenas um assassino que se esconde nas páginas deste livro?
A fazer lembrar o Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle (que é, aliás, um dos intervenientes no enredo deste livro), esta é uma história de mistério onde a dedução metódica e a análise crítica fazem parte dos passos essenciais para desvendar o mistério. Mas há muito mais que um simples policial neste livro e a sua escrita clara e fluída, sem se tornar demasiado simples, são uma forma magnífica de caracterizar, de forma fundamentada, a carismática extravagância de Oscar Wilde.
Talvez não seja um livro em que se entra de imediato, dado que os primeiros capítulos servem, em grande parte, de contextualização, apresentando-nos a figura do mítico criador de Dorian Gray e o ambiente onde se desloca. Ainda assim, à medida que a história se desenvolve e os crimes se sucedem, o ritmo do mistério torna-se progressivamente mais viciante, e o mais fascinante desse desenvolvimento é que não se perde em nada a exploração cuidada da época, dos costumes e da própria personalidade das personagens. Também muito positivas as representações cuidadas da decadência, do preconceito e dos aspectos aceitáveis e insuportáveis da sociedade da época.
Um único aspecto a apontar será uma pequena incoerência na tradução. Ao longo de aproximadamente metade do livro, Liselotte La Grange é referida como "maman", mas a partir daí o termo passa a ser traduzido e todas as personagens passam a referir-se à senhora como a Mamã. Apesar deste pequeno aspecto, contudo, a leitura não é particularmente prejudicada, uma vez que é impossível confundir a personagem em causa.
Por último, e a não esquecer, o final completamente surpreendente. Depois de toda uma série de teorias descartadas, chegamos aos últimos capítulos julgando conhecer a resposta do mistério. Ainda assim, nem tudo é o que parece e se há questões que talvez possamos prever, nunca sabemos exactamente qual das teorias e dos suspeitos serão os verdadeiros.
Em suma, um livro que apreciei muito e que recomendo a todos os fãs da literatura policial. Fiquei também muito curiosa por ler os outros dois volumes deste série (Oscar Wilde e o Jogo da Morte; Oscar Wilde e os Crimes à Luz das Velas) publicados em Portugal e espero fazê-lo assim que possível. Até lá... fica esta recomendação. Para mim, valeu bem a pena a leitura.

sábado, 26 de dezembro de 2009

A Falha (Luís Carmelo)

Vinte e cinco anos após a conclusão do liceu, um grupo de ex-colegas decide juntar-se para um almoço em Elvas. Quando, contudo, depois da confraternização, acabam por visitar uma pedreira, uma falha leva a que, durante dois dias, fiquem soterrados, e o que parecia ser apenas um simples encontro tardio, acaba por se tornar numa luta pela sobrevivência.
Confesso que este livro não foi, de todo, o que estava à espera quando li a sinopse. Apesar da história que nos conta ser, por si só, muito interessante e bem construída, a escrita do autor, elaborada e metafórica, centra-se mais nos pensamentos, memórias e emoções das diversas personagens que na acção em si. E, se este aspecto pode, inicialmente, tornar esta obra num livro difícil de seguir, à medida que nos habituamos às constantes mudanças de ponto de vista e às oscilações entre o passado e o presente, torna-se claro o verdadeiro objectivo deste livro.
Enquanto retrato do passado, as memórias das personagens mostram-nos um Portugal bem diferente daquele que conhecemos, tão próximo em alguns aspectos, mas tão distante noutras circunstâncias. Através das emoções das personagens, quer quando reencontram pessoas que não viam há demasiados anos, quer quando a vida parece pender por um frágil fio, vemos a escassa distância que vai entre a sanidade e a loucura, entre o racional e o emocional. E quase podemos sentir o medo e a resignação, a vontade de lutar mas a certeza de nada poder fazer. E é nessa parte em concreto que é possível alcançar verdadeiramente a emoção que, em pequenas doses, se vai manifestando ao longo do livro.
Não recomendaria este livro a todos os leitores. É uma obra que, apesar do seu tamanho, se torna complexa nas suas reflexões e que, portanto, poderá não agradar a todos. Para mim, foi uma leitura que, ao princípio, foi difícil, mas que compensou largamente o esforço inicial com o desvendar das emoções através do enredo.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Livro de Horas, Obliquamente Iluminado (Vítor Oliveira Jorge)

Vinte e cinco poemas, acompanhados de belas ilustrações que, na sua harmónica simplicidade, transmitem bem o reflexo das palavras. São estes os que constituem este livro que, na sua fusão de palavra e imagem, transmite um retrato quase palpável dos temas e dos cenários abordados em cada um dos poemas que o constituem.
Simples na sua abordagem ao tema, mas criando imagens marcantes, cada poema aborda o seu assunto de uma forma muito própria, clara e directa, mas bela nas comparações que evoca no decorrer das suas palavras.
Um livro pequeno, de que pouco há a dizer sem revelar a essência do seu conteúdo. E, na diversidade dos seus temas, existem poemas capazes de agradar a diversos tipos de leitores. E, como tal, houve poemas que me marcaram em particular, enquanto que outros, apesar da inegável qualidade da sua escrita, não me tocaram de uma forma tão pessoal. Ainda assim, para os amantes da poesia, acredito que este será um bom livro e, como tal, recomendo que descubram este pequeno livro. Vale a pena.

Reunião Sangrenta (L. J. Smith)

Um poder desconhecido ameaça perturbar a paz de Fell's Church e essa presença distorce as visões e os sonhos de Bonnie, uma jovem de ascendência druida e consideráveis poderes psíquicos. Torna-se, pois, necessário que Stefan Salvatore regresse ao lugar onde tantos demónios deixou e, onde está Stefan, estará também Damon, o seu irmão. Mas desta vez a ameaça é muito superior. Será, afinal, possível enfrentá-la e sobreviver?
Neste quarto volume das Crónicas Vampíricas, a história toma um rumo algo diferente. Na sua já habitual escrita simples e acessível, a autora centra-se, desta vez, em Bonnie. Ainda assim, e em parte devido à familiaridade que já adquirimos com as personagens deste livro, o ritmo é bastante mais intenso e a acção é quase ininterrupta. Inicialmente, pode ser um pouco mais difícil regressar a este mundo dada a quase total ausência de Elena e a tardia introdução do que é, sem dúvida, a característica mais fascinante desta série: a eterna dualidade entre os dois irmãos vampiros.
E é mais uma vez essa mesma dualidade o ponto alto desta história. As tribulações da relação entre Stefan e Damon revelam, desta vez, um conflito interior muito mais intenso e, apesar das suas quase constantes divergências, é possível vislumbrar uma parte da verdadeira natureza de Damon, não tão obscura e cruel como nos poderia parecer nos livros anteriores. Há, aliás, várias acções do vampiro que apenas compreendemos plenamente no final deste livro.
Um único aspecto a apontar, que não me pareceu particularmente bem conseguido. Depois de um clímax poderosíssimo, a autora apresenta-nos um capítulo final que parece não se enquadrar completamente na acção, mas apenas abrir portas para uma futura continuação da série. Ainda assim, este é um aspecto menor face às sempre presentes reviravoltas dos acontecimentos e ao poder emocional que, neste livro, atinge o seu auge com o revelar das verdadeiras emoções de Damon face a Stefan.
Concluindo: gostei. Literariamente, não será nada de particularmente inovador e continua a ser evidente que estes livros são direccionados a um público mais jovem. Acredito, ainda assim, que quem acompanhou esta série não vai ficar desiludido. Afinal, às vezes é na simplicidade que se criam os momentos mais comoventes... e há alguns momentos deste livro que não vou esquecer tão cedo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O Mundo Invisível (Shamim Sarif)

Amina Harjan é a dona do Café Bazar. Na África do Sul e sob a segregação implementada pelo apartheid, uma jovem indiana, solteira, que decide abrir um negócio em parceria com um mestiço não é particularmente bem vista. O temperamento de Amina, contudo, é o de uma lutadora e, a partir do momento em que conhece Miriam, a sua coragem torna-se ainda maior e Amina não hesitará em lutar contra os preconceitos e as conveniências.
Gostei muito de ler este livro. Com uma escrita clara e envolvente e com um evidente conteúdo emocional, O Mundo Invisível é um livro que, mais do que explicar as dificuldades de viver no apartheid, transporta-nos directamente para esse mundo. A estranha ligação entre Amina e Miriam, o preconceito e a acção quase opressiva da família de Amina, a quase constante culpa inerente à luta contra as convenções, e a própria relação de Miriam com a sua família são apenas alguns dos aspectos que formam uma história muito completa e extremamente comovente. Mais que um simples retrato da segregação entre as raças, apresentada com exemplos claros e perturbadores, esta é uma história que obriga os leitores a pensar e a perguntar até que ponto é aceitável o silêncio ante certas situações e até que ponto aceitaríamos, se inseridos numa determinada cultura, situações que normalmente nos revoltam.
Por último, a forma como o ritmo da história de se desenvolve, com um início um pouco mais lento, mas que contextualiza perfeitamente o ambiente, sem se tornar maçador, e avançando progressivamente na história até se tornar simplesmente irresistível. O final, aliás, é fascinante, deixando algumas revelações, sem contudo tirar ao leitor a possibilidade de imaginar que futuro encontrarão as personagens que fomos acompanhando ao longo do enredo.
Para todos os que gostam de uma boa história, de aprender enquanto lêem, de se emocionar durante a leitura ou de sentir com as personagens aquele laço emocional que é, por vezes, tão difícil de encontrar, então este é o livro ideal. Recomendo sem reservas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O Reino dos Sonhos (Santiago García-Clairac)

Arturo Adrágon é um jovem de 14 anos com características muito especiais. Desde que nasceu que tem o rosto marcado por umas manchas negras que, nos momentos de preocupação, se movem para formar um estranho símbolo, constituído por um A com uma cabeça de dragão. Este problema peculiar torna-o alvo de troça na escola, mas não é esse o seu maior problema. Enquanto, na Fundação, os problemas ameaçam afastá-lo do lugar histórico que sempre foi a sua casa, nos seus sonhos é transportado para um mundo medieval onde é elemento integrante de uma luta entre alquimia e feitiçaria. E é esta dualidade de mundos que dá início à estranha história do Exército Negro.
Tenho de admitir que, apesar do ponto de partida deste livro ser muito interessante, não foi uma história que me cativou desde o início. E isto deve-se ao facto de termos um livro muito pouco descritivo e tão centrado na acção que, inicialmente, a história parece ser um pouco apressada. À medida que a história se sucede, contudo, o ritmo parece tornar-se mais uniforme e é possível mergulhar na cabeça neste livro que, apesar de destinado a um público mais juvenil, tem, nas suas mais de 600 páginas, uma história bastante complexa, mas agradável de se ler.
Pontos altos desta obra são a constante alternância entre o mundo medieval e o mundo actual, permitindo seguir duas histórias que, inicialmente, parecem ter muito pouco em comum, mas que se ligam numa rede complexa, e também a forma como a História e a arqueologia se interligam com a magia e a alquimia. Além disso, apesar da relativa linearidade das personagens (claramente divididas entre os bons e os maus), temos alguns momentos que nos fazem vislumbrar diferentes aspectos do seu carácter. Isto nota-se particularmente no caso de Demónicus, o Mago Tenebroso, que não hesita em demonstrar a sua preocupação face ao desaparecimento da filha Alexia. De referir ainda o final, completamente em aberto, que deixa o leitor bastante curioso quanto ao que acontecerá no próximo volume.
Aspectos menos bons... Apontaria, talvez, a instabilidade emocional de algumas personagens no que toca ao amor. Se a dualidade de Alexia entre o amor e o ódio é facilmente compreensível, tendo em conta a difícil escolha entre Arturo e Demónicus, já no caso de Metáfora, a oscilação entre a confiança total e a quase certeza de que Arturo enlouqueceu peca por ser ligeiramente incoerente. Ainda assim, são pequenos aspectos, e nada que prejudique particularmente a leitura.
Em suma, não é um livro particularmente inovador na área da fantasia heróica, mas tem alguns momentos muito bons e, tendo em conta o público que se destina (mas não só) é um livro envolvente, interessante e muito bom para uma leitura mais descontraída. Gostei.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Novidades Europa-América

Título: Escola de Futebol – Um Talento Promissor
Autor: Jefferies e Golfe
Colecção: Europa-América Juvenil
Preço: 12.36€
Pp.: 112

O Tiago está prestes a enfrentar o maior desafio de futebol de sempre.
O Tiago é a estrela da equipa de futebol da escola e sabe que vai fazer parte da equipa principal quando entrar para a escola secundária. Mas tudo está prestes a mudar. O Tiago é escolhido por um olheiro e convidado para as provas de selecção na melhor escola de futebol do país. E esta ideia não lhe sai da cabeça. Mas há muita competição na escola e o Tiago tem ainda de lidar com uma lesão. Será que ele vai conseguir entrar na Escola de Futebol?

Título: Escola de Futebol – Remate Certeiro
Autor: Jefferies e Golfe
Colecção: Europa-América Juvenil
Preço: 12.36€
Pp.: 112

O Tomás está em maré de azar.
O Tomás sabe que tem talento para entrar na equipa principal da Escola de Futebol. Pois a sua meia da sorte nunca o deixou ficar mal. E o Tomás é imbatível! Pelo menos até perder a sua meia da sorte. E como a selecção dos jogadores da equipa principal está à porta, o Tomás tem muitas dúvidas sobre o seu talento. Assim, em maré de azar, Tomás está disposto a tudo para recuperar a sua meia da sorte, até a ver um cartão vermelho…

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Os Jogos da Fome (Suzanne Collins)

Katniss Everdeen é uma adolescente do Distrito 12 e também a responsável pela subsistência da sua família. A época da Ceifa, contudo, aproxima-se e, mais uma vez, como castigo para a rebelião dos distritos, o Capitólio recolherá 2 tributos em cada distrito e juntá-los-á numa arena para que lutem até à morte. São os Jogos da Fome. E, para impedir a partida da sua irmã, será Katniss a enfrentar este desafio.
Com uma escrita que é acessível, mas não demasiado simples e um ritmo de acção quase constante, este é um livro que prende desde a primeira página. Apresenta-nos todo um novo mundo, preenchido com uma tecnologia superior e renascido das cinzas do que foi a América, mas também um lugar de contrastes: o fausto do Capitólio por oposição à pobreza do Distrito 12, o luxo e o delírio quase fanático dos que seguem os Jogos da Fome contra a terrível luta pela sobrevivência dos que neles participam. Os verdadeiros sentimentos de amizade e de companheirismo contra a manipulação necessária para persuadir o público que, de longe, assiste a todo o espectáculo.
Personagens bem construídas e uma forte componente de medo e de violência são também pontos muito evidentes deste livro. O mais fascinante, contudo, e o principal ponto positivo desta história, é a forma como a autora desenvolve as relações emocionais entre as personagens, provocando, ao mesmo tempo, com súbitas reviravoltas e pequenos momentos profundamente comoventes, uma intensa ligação entre o leitor e a história.
Concluindo... Este é um livro que, apesar de direccionado para um público mais juvenil, fará facilmente as delícias de muitos adultos. A forma como mistura tecnologia superior com violência injustificada, medo e paixão, esperança e desespero torna este Os Jogos da Fome num livro que se entranha na mente do leitor. Eu fico ansiosamente à espera do volume seguinte.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Jardins Suspensos (Joaquim de Barros Ferreira)

Pequeno no tamanho, mas inefavelmente belo nas palavras. É assim que me ocorre descrever este pequeno livro de poesia que, com a mesma ternura na descrição das paisagens que nas lendas das grandes batalhas, nos dá um reflexo do sonho e do quotidiano trasmontano. E se, na verdade, são poucas as páginas que constituem este livro, cada poema é de uma magia enternecedora, tão simples mas tão completa que é quase impossível não ficar com um sorriso nos lábios a pensar nas suas palavras.
Um Tempo Ido, Na Distância e Terra Prometida são as partes que constituem este livro, cada uma delas com o seu tema principal, mas que varia na diversidade das abordagens que cada poema apresenta. E, se todos eles têm a sua beleza, o meu preferido foi, sem dúvida, Companheiros de Combate, poema que, ao mesmo tempo que nos conta a história dos tempos da luta, nos faz sentir essa presença, a emoção desse mesmo tempo.
Jardins Suspensos foi o meu primeiro contacto com a obra deste autor, mas a simplicidade mágica da sua poesia, tão terna e, ainda assim, tão cheia de significado deixou-me, sem dúvida, com vontade de conhecer mais da obra do autor. Recomendo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Princesa de Gelo (Camilla Läckberg)

Erica Falck escreve biografias e regressa à sua terra natal para resolver assuntos relacionados com a casa dos pais, mortos em circunstâncias trágicas. O que parece ser, contudo, uma situação desagradável, mas sem nada de extraordinário, transforma-se em todo um problema quando, Alexandra, sua amiga de infância, é encontrada morta e, após alguma investigação, tudo sugere homicídio. Será, pois, esta situação a fazer com que não só Erica mas muitas outras pessoas se vejam obrigadas a mergulhar no passado e a recuperar segredos desagradáveis.
Sobre este livro, tenho que começar que dizer que é muito mais que aquilo que parece ser. Enquadrado no género policial, contém no seu enredo muito mais que a clássica procura de um assassino. Existe entre as personagens toda uma série de relações e comportamentos, tendo por base, muitas vezes, o elo entre o passado e o presente e este aspecto, por si só, cria uma profunda ligação entre a história e o leitor.
Um dos aspectos muito bem explorados nesta história é a importância das aparências, principalmente valorizadas nos lugares pequenos. O receio egoísta do que a sociedade irá pensar e o medo do escândalo são constantes ao longo deste livro e, na sua relação com as tentativas de esconder o lado vergonhoso do passado, são, na verdade, pontos essenciais no desenrolar dos acontecimentos. Não é, contudo, este o único aspecto das relações interpessoais que é abordado neste A Princesa de Gelo. As ligações familiares, a fragilidade das amizades e, acima de tudo, a terrível situação que se estabelece quando o amor permite um domínio e um controlo irracionais estão bem presentes nos desenvolvimentos deste livro.
Escrito de uma forma impecável, cuidada mas sem se exceder numa complexidade que se sente, principalmente, no conteúdo e não na forma, este é um livro envolvente, misterioso e que tem ainda o acréscimo de fazer o leitor pensar no que se esconde sob o socialmente aceitável e sobre a verdade (ou não) das relações. E foi este aspecto de retrato de uma realidade muitas vezes desconfortável que mais me cativou neste livro.
Foi, provavelmente, uma das minhas melhores leituras neste género e recomendo sem reservas, não só aos apreciadores de policiais, que encontrarão neste livro todo o mistério e envolvência do género, mas também aos que procuram entrar numa história e sentir-se parte dela, porque a imagem clara e assustadoramente real das relações humanas que este livro apresenta faz, por si só, com que a sua leitura valha a pena. Magnífico.

Novo livro de Isabel Allende chega hoje às livrarias

Para quem era uma escrava na Saint-Domingue dos finais do século xviii, Zarité tinha tido uma boa estrela: aos nove anos foi vendida a Toulouse Valmorain, um rico fazendeiro, mas não conheceu nem o esgotamento das plantações de cana, nem a asfixia e o sofrimento dos moinhos, porque foi sempre uma escrava doméstica. A sua bondade natural, força de espírito e noção de honra permitiram-lhe partilhar os segredos e a espiritualidade que ajudavam os seus, os escravos, a sobreviver, e a conhecer as misérias dos amos, os brancos.
Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do mundo da colónia: o amo Valmorain, a sua frágil esposa espanhola e o seu sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde… e outras personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e atirá-los para longe dela.
Quando foi levada pelo seu amo para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor, da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que tinha tido uma boa estrela.

Isabel Allende
Nasceu em Lima, no Peru, em 1942, tendo no entanto a nacionalidade chilena.
Trabalhou infatigavelmente como jornalista e escritora desde os 17 anos. Publicou o seu primeiro romance, o sucesso mundial A Casa dos Espíritos em 1982, já no exílio, depois do golpe militar de Augusto Pinochet. Os seus livros estão traduzidos em 27 idiomas e constituem um caso ímpar de sucesso conferindo-lhe uma brilhante trajectória literária que com os anos não deixou de aumentar o seu prestígio.
Todas as suas obras, A Casa dos Espíritos, Eva Luna, Contos de Eva Luna, De Amor e de Sombra, O Plano Infinito, Paula, Afrodite, A Filha da Fortuna e Retrato a Sépia, A Cidade dos Deuses Selvagens, O Reino do Dragão de Ouro, O Bosque dos Pigmeus, O Meu País Inventado, Inés da Minha Alma e A Soma dos Dias, estão publicadas em Portugal, já com mais de 1 milhão de livros vendidos.
Actualmente reside nos Estados Unidos, onde casou com um americano, e onde vivem também os seus filhos e netos.

Fonte: Medialivros

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Europa-América lança NO TEMPO EM QUE OUTROS HOMENS VIVIAM NA TERRA de Jean-Jacques Hublin e Bernard Seytre

Geneticamente, o Homem é um símio à semelhança do chimpanzé e do gorila. Mas quais são as suas origens? Como e quantas espécies houve até que ele se tenha transformado em ser humano?
Este livro informa o leitor das últimas descobertas feitas neste domínio, já que mais de metade dos fósseis humanos que hoje conhecemos foram descobertos nos últimos vinte anos. Entretanto, surgiram novas técnicas que nos permitem analisar a estrutura molecular do esqueleto dos nossos ancestrais, descodificar os seus genes, reconstituir a sua dieta alimentar, de forma a compreender melhor a sua evolução cultural.
O leitor ficará a saber que estudamos os chimpanzés para compreender melhor os comportamentos dos primeiros homens, que a nossa evolução não é linear, já que é uma amálgama de espécies, marcada pela coexistência de diferentes linhagens e por inúmeras extinções, que foi na África que os nossos antepassados deram início à conquista de novas terras para povoar, que os neandertais e os homens de Cro-Magnon se encontraram, ou se defrontaram, algures entre o mar Negro e o oceano Atlântico, ou ainda que grande parte das doenças de que os homens sofrem nos dias de hoje podem ser explicadas à luz do seu passado de caçadores e de recolectores.
Uma leitura que mudará completamente a sua visão sobre as origens do Homem e o lugar que ele ocupou na Natureza.

Jean-Jacques Hublin é um dos melhores especialistas da evolução dos homens. Depois de ter sido director de uma equipa de investigação no CNRS, ele ensinou Paleontologia na Universidade de Bordéus, bem como em outras universidades dos EUA. Em 2004 fundou, no Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planch de Leipzig (Alemanha), o departamento de Evolução dos Homens, do qual é director.
Bernard Seytre é director da agência Dire la Science, autor e jornalista científico. Ele também organizou exposições e realizou documentários no domínio da saúde e sobre o tema da evolução do Homem.

Marcada (P.C. Cast e Kristin Cast)

Zoey Redbird é uma adolescente com uma vida normal e uma necessidade intrínseca de integração. Um dia, contudo, a sua vida muda quando é marcada por um vampiro. Isto significa que, durante os anos seguintes, terá de se mudar para a Casa da Noite, uma espécie de escola onde aprenderá a lidar com as mudanças que o seu corpo sofrerá... se não rejeitar a mudança e morrer.
Este é o primeiro livro de uma série, claramente destinada a um público mais juvenil. Este facto nota-se claramente na simplicidade do estilo de escrita, bem como na forma como as personagens interagem, centrando-se, em vários momentos, no que parecem ser assuntos que pouco adiantam para a história, mas que fazem claramente parte do quotidiano adolescente.
Confesso que, há já algum tempo, quando li o excerto deste livro, não fiquei com a melhor das impressões e, apesar da curiosidade, as minhas expectativas não eram muito altas. E, de facto, este livro pode não ser nenhuma surpresa literária, mas tem uma história interessante o suficiente para se tornar viciante e alguns momentos que fazem com que a leitura valha a pena.
Como grandes pontos positivos, gosto da abordagem das autoras à magia, à exploração dos rituais e à ligação com a mitologia e com o mundo animal. São, na verdade, muito interessantes, as ligações que os vampyros (sim, com y) parecem ter com os gatos e com os cavalos. Um outro aspecto muito interessante deste livro foi que, a partir de um certo momento, os aspectos mais juvenis da história parecem passar para segundo plano, à medida que a história se centra mais nas situações estranhas que vão ocorrendo na Casa da Noite. Além disso, há um ou dois momentos que conseguem ser verdadeiramente intrigantes, como a forma como Zoey parece ser especial naquele novo mundo e os estranhos fenómenos que ela observa.
Ainda uma referência à vida de Zoey antes de ser marcada. A forma como a família dela nos é apresentada, problemática e como um mundo de onde Zoey sempre quis fugir cria, desde o início, uma espécie de solidariedade entre o leitor e a protagonista, permitindo entrar mais facilmente na história, mesmo nos momentos menos interessantes do enredo.
Em suma, não será provavelmente uma obra genial, mas a verdade é que gostei muito deste livro e dei por mim completamente viciada na leitura. É um bom livro para descontrair e será especialmente interessante para o público mais jovem. Por aqui, está para breve a leitura do próximo volume, Traída.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Que Cavalos são Aqueles que Fazem Sombra no Mar? (António Lobo Antunes)

São irmãos e a mãe está às portas da morte. Esta é a história deles, do passado e do presente, das memórias, das emoções, dos amores e dos ódios. Pequenas e grandes coisas, rasgos de emotividade e crueldade, silêncios e palavras. E, neste livro, cada um deles tem voz, desde o que pretende roubar tudo aos irmãos, à que tem um rosto estranho e, por isso, não tem ninguém.
Este foi o meu primeiro encontro com a escrita de António Lobo Antunes e devo confessar que também uma das opiniões mais difíceis de transmitir em palavras. A escrita do autor tem um estilo muito próprio, como se divagasse pelos sentimentos e memórias das personagens, transcrevendo-as à medida que surgem, por vezes aleatoriamente. O lado positivo deste aspecto é a visão clara e quase palpável do que se passa na mente das personagens. O negativo é que a história fica, a maior parte das vezes, perdida entre as divagações e reflexões, tornando este livro numa obra difícil de acompanhar.
Sabendo de antemão que a escrita deste autor é do género que desperta ódios e paixões, foi-me, contudo, difícil estabelecer uma opinião clara. Se, por um lado, a forma como a narrativa se desenrola, de forma fragmentária e envolvida pelas múltiplas camadas dos pensamentos dos protagonistas, torna difícil compreender em pleno o livro e acaba por se tornar, por vezes, um exercício de esforço, existem, ao longo do texto, vários momentos e metáforas de impacto, deixando a vaga sensação de que estamos perante uma imagem que perturba na sua soberba construção.
O que dizer, pois, deste livro? Num balanço final, foi uma leitura que apreciei, de que tirei momentos muito bons e que me deixou com suficiente curiosidade para ler outras obras do autor. Não o recomendaria, contudo, a todos os leitores, já que o seu estilo particular é, como parece ser a opinião geral, tão capaz de conquistar como de afastar de si o leitor.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Passatempo O Crepúsculo de Avalon - vencedores

Antes de mais, o meu muito obrigada aos 128 participantes neste passatempo e, claro, à editora Planeta, que cedeu os exemplares do livro para a realização deste passatempo.

As respostas correctas seriam as seguintes:

1. Como se chama a protagonista deste livro? Isolda.

2. Qual será o nome (em inglês) do próximo volume desta trilogia? Dark Moon of Avalon.

E agora os vencedores:

26.Joana Azevedo (Maia)
94. Cátia Oliveira (Águeda)
115.Silvana Simões (Coimbra)

Muitos parabéns aos vencedores. E a quem não teve sorte desta vez... outros passatempos virão!

Celebração dos 30 anos de carreira de Alice Vieira

Amigos e colegas que acompanharam a escritora ao longo de três décadas estarão presentes para uma homenagem cheia de surpresas.
ALICE VIEIRA COMEMORA 30 ANOS DE CARREIRA NO TEATRO SÃO LUIZ
16 DEZ 2009, 17h
O Jardim de Inverno do Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa, será o palco da comemoração dos 30 anos de carreira da escritora Alice Vieira. A festa, que terá apresentação de Manuel Luís Goucha, está marcada para o próximo dia 16 de Dezembro, às 17h, e é uma iniciativa do grupo Leya, no qual se integram as quatro editoras com as quais a Alice Vieira edita os seus livros – a Caminho, a Oficina do Livro, a Texto e a Dom Quixote. Em preparação para o evento está um conjunto de intervenções de dezenas de amigos, colegas, escritores e editores de Alice Vieira, muitos dos quais subirão ao palco para momentos de poesia, leitura ou apenas de partilha de alguns episódios vividos com a escritora. Ana Margarida Ramos e José Tolentino Mendonça abordarão a obra da autora, enquanto o actor João d'Ávila lerá alguns textos. Intervirão também diversas personalidades do universo literário e editorial como José Jorge Letria, José Oliveira, Leonor Riscado, Leonor Xavier, Luísa Beltrão ou Mário Zambujal, entre muitos outros. Não faltarão, ainda, as crianças e algumas surpresas para a autora. A entrada é livre.
30 anos já valeram livros para Timor
A campanha “Alice Vieira 30 Anos de Livros”, em curso desde Junho passado, já valeu algumas centenas de livros para as criança de Timor. A iniciativa teve como suporte um postal através do qual os leitores de Alice Vieira foram desafiados a enviar mensagens e desenhos de parabéns à autora (poderá ver alguns destes postais em formato digital no blog www.alicevieira.wordpress.pt). Por cada postal recebido pela autora, a Leya vai enviar um livro para uma biblioteca em Timor, país com o qual Alice Vieira tem uma relação especial. Os postais foram distribuídos em escolas e livrarias de todo o país.
Sobre os 30 Anos de Carreira
No ano em que se completam 30 anos desde que Alice Vieira escreveu “Rosa, Minha Irmã Rosa”, talvez o seu mais emblemático livro, contabilizam-se mais de 70 livros publicados, cerca de 2 milhões de livros vendidos e 10 dos mais significativos prémios literários ganhos em Portugal e no estrangeiro, dados que fazem de Alice Vieira uma escritora ímpar e incontornável no universo da literatura infantil e juvenil em Portugal.
Acompanhe os 30 anos de carreira de Alice Vieira no blog www.alicevieira.wordpress.com.

Fonte: Caminho

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Novidades Fronteira do Caos

Título: Sonhos Submersos
Autores: A. Pinto Correia
Editora: Fronteira do Caos Editores
Colecção: Ficção Contemporânea
PVP: 14.70 euros
Data de Publicação: Novembro de 2009
Número de Páginas: 156pp

"«Via-se ante um mar imenso e azul, sepultando fés, sacrificando homens, interpondo distâncias. “Sonhos Submersos” e não saberia por que lhe ocorrera semelhante frase.»

António Pinto Correia descreve como se fosse ficção a densa especificidade da experiência pessoal de uma mulher que conheceu a paixão e o desamor, acompanhando-a na dormência e nos despertares do sonho. Baseado numa história verídica, “Sonhos Submersos” é um romance invadido pelo oceano de memórias de Soledade, emigrante portuguesa na Venezuela que retorna ao seu país de origem e a uma vida de pobreza e solidão, pela mão do único homem que amou. … O sonho, a desolação, a busca de ânimo, a exaustão, a suspensão do tempo, a sensação intensa de fim, a sobrevivência e a morte, são-nos oferecidos através da expressão intensa da emoção de quem tem fé em Deus mas conclui que os homens são bichos da terra. Deus escreve direito por linhas tortas ou Deus algum cometeria esse pecado?
Um livro intenso e arrebatador.

Título: Clube de Leça, 125 Anos
Autores: António Ramalho de Almeida
Editora: Fronteira do Caos Editores
Colecção: Fora de Colecção
PVP: 35 euros
Data de Publicação: Novembro de 2009
Número de Páginas: 231pp

Como se retira da leitura deste livro, Leça da Palmeira já não tem hoje a importância que teve noutras épocas, seja como estância de veraneio, seja como local de refúgio de algumas figuras cimeiras da nossa cultura. É por isso natural que, ao longo destes 125 anos, o Clube de Leça tenha passado por muitas transformações. E se deixou de ser um sítio de acolhimento da comunidade de veraneantes, mantém-se felizmente como ponto de encontro de amigos e de famílias de várias gerações.
Este livro convida-nos, pois, a olhar para o passado. Mas o nosso desejo é o de que o Clube de Leça se consiga adaptar aos novos tempos e seja capaz de projectar a sua história no futuro, principalmente como factor de valorização das relações pessoais e familiares dos seus associados.

Novidades Dom Quixote para Janeiro

Assim se Esvai a Vida – Três Livros Num Só
Urbano Tavares Rodrigues
Autores Língua Portuguesa

Três livros num só: A novela Assim se Esvai a Vida é uma sequência um tanto arbitrária de incidentes da resistência à ditadura salazarista; O Cornetim Encarnado é um estimulante trabalho de metaliteratura em que o autor se expõe como nunca o tinha feito até hoje; Os Olhos do Demónio e Outros Contos, pelo insólito dos temas e até pelo aparecimento de micronarrativas, novas na sua obra, serão, porventura, os melhores de Urbano Tavares Rodrigues.

O Mundo Alucinante
Reinaldo Arenas
Ficção Universal

Biografia imaginária, conto picaresco, fábula filosófica, fresco histórico, simultaneamente sério e burlesco, alucinante de verdade e de invenção, fantasticamente realista e realisticamente fantástico, este livro que o autor classifica simplesmente como “romance de aventuras”, contém em si mil romances diferentes, sendo ao mesmo tempo muito mais do que um romance. Nova Edição.

A Gente de Smiley
John le Carré
Ficção Universal

George Smiley - anti-herói, confuso, frustrado, infiel ao sofisticado padrão James Bond - sai de sua aposentadoria para investigar um obscuro crime político, desmistificando o mundo dos agentes secretos.
Primeira edição na Dom Quixote.

Poemas de Amor
Pablo Neruda
Poesia

Edição bilingue com tradução de Nuno Júdice.














Estranho Quotidiano
J. L. Pio Abreu
Fora de Colecção

O psiquiatra que escreveu o best seller
Como Tornar-se Doente Mental edita agora um livro de crónicas.

O Mapa do Tempo (Félix J. Palma)

Quando, em pleno século XIX, uma empresa de viagens no tempo anuncia a possibilidade de viajar até ao ano 2000, com o fim de contemplar a grande batalha entre os homens e as máquinas, a curiosidade agita a sociedade. E é dessa agitação que nascem as três histórias que se fundem neste livro. Andrew, o homem que deseja viajar ao passado para salvar a amada de Jack, o Estripador. Claire, que sente que o seu lugar é no futuro, longe das estranhas conveniências protocolares da sua sociedade. E o escritor H. G. Wells, que precisa de viajar entre as épocas para escapar a um homem que pretende roubar o manuscrito do seu novo romance e pôr um término à sua vida. O tempo, contudo, é um estranho tecido de acontecimentos. Será, afinal, possível percorrê-lo livremente?
Muito se poderia dizer sobre este livro, mas, dizendo demasiado, correria o risco de estragar o prazer que é a leitura desta excelente obra. Centrar-me-ei, pois, no essencial. Em termos de enredo, o autor transporta-nos por completo para a época que nos pretende descrever, com os caprichos e curiosidades daquele tempo. Com uma escrita que, não sendo de leitura compulsiva, se entranha na mente do leitor, somos facilmente transportados para o interior da sua história. E se, inicialmente, a divisão deste livro em três partes, correspondentes às três histórias principais, parece não ter uma ligação suficientemente sólida, à medida que avançamos no enredo compreendemos que tudo tem a sua razão para estar ali.
Um grande ponto positivo deste livro é a forma como o autor manipula o real e o fraudulento, deixando constantemente a dúvida do que é possível e do que não é. Quando estamos convencidos de uma farsa, encontramos uma súbita realidade e acontecimentos que parecem ser inegavelmente factuais acabam por revelar explicações inimagináveis. Este desenvolver do enredo mantém constantemente a pergunta na mente do leitor. Quanto será real, no contexto da história, e quanto será uma ficção que nos será revelada como falsa antes do fim?
Além disso, a presença de uma série de personagens reais, desde o sinistro Jack, o Estripador, a escritores que marcaram a sua época, como Henry James, Bram Stoker e o próprio H. G. Wells conferem um novo fascínio à leitura. Afinal, são nomes intemporais a tomar parte de uma história sobre viagens no tempo e o fascínio que as suas figuras exercem não deixa de ser um aspecto marcante.
Ainda a referir a mistura impressionante de ciência e magia, lógica e imaginário, raciocínio e emoção. Momentos muito comoventes intercalam com explicações cuidadosamente racionais, e o impossível convive, lado a lado, com a ciência, num resultado que dificilmente poderia ser mais fascinante. E, por último, se os momentos em que se torna necessária uma explicação mais completa, parecem, por momento, quebrar o ritmo da história, devido ao sistema a que o autor parece recorrer, integrando pequenas histórias dentro da acção normal (na sua própria viagem entre passado, presente e futuro), quando voltamos a última página, compreendemos que mesmo essas explicações um pouco mais monótonas são necessárias para entender o estranho mundo por onde passámos.
Sem dúvida que recomendo este livro. A forma como mistura fantástico, histórico e real resulta num livro que, não sendo a mais viciante das leituras, se insinua na mente do leitor, levando-o a acompanhar a história e a perguntar-se, entre tantas reviravoltas, quanto será real no fim da história. E, mesmo depois do virar da última página, deixa aquela sensação de curiosidade, de vontade de conhecer. Como seria, afinal, o mundo se pudéssemos viajar pelo tecido do tempo?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Novidades Medialivros (Difel, Gótica, Inapa)

CORPO ADENTRO de Bernardo Coelho
DIFEL

A primeira grande investigação sobre a prostituição de luxo em Portugal.
Corpo Adentro é um olhar que desvenda o denso e oculto quotidiano destas mulheres, prostitutas e acompanhantes. Uma intensa e rigorosa pesquisa que permite compreender como as acompanhantes dão corpo a uma identidade sexualizada.
O autor está disponível para entrevistas.

A VERTIGEM DAS LISTAS de Umberto Eco
DIFEL

· Como este livro e a antologia que contém demonstram, a história da literatura de todos os tempos é infinitamente rica em listas, de Hesíodo a Joyce, de Ezequiel a Gadda. São, frequentemente, elencos redigidos pelo gosto da enumeração propriamente dita, pela musicalidade do elenco ou ainda pelo prazer vertiginoso de reunir elementos sem relações específicas entre os mesmos.
· Este livro demonstra como as artes figurativas são capazes de sugerir elencos infinitos, mesmo quando a representação parece severamente limitada pela moldura do quadro. O leitor irá encontrar nestas páginas uma lista de imagens que fazem sentir a vertigem do infinito. O ritmo, a diversidade das paisagens, e o texto literário, são os condimentos duma proposta verdadeiramente surpreendente.

A CIDADE PERDIDA de James Rollins
DIFEL
Nova aventura do Comandante Gray Pierce, numa corrida impiedosa, da qual só uma das partes pode sair vencedora.







PARA ALÉM DAS ASAS de Rita Tamagnini
DIFEL

Para Além das Asas – TAP 265 conta a história fascinante de um piloto que passou a vida a voar… E em mais do que uma direcção. Começou na Marinha e acabou na TAP, onde gastou a maior parte da vida profissional e ficou conhecido por “Almirante”.
Silva Soares foi, é e será sempre um dos nomes da História da companhia aérea nacional, onde, além de Comandante, desempenhou vários cargos de gestão e foi o primeiro Director de Operações de Voo.

TRAÇOS DE UNIÃO de José António Tenente
Ed. INAPA

Cria roupa como quem desenha o guarda-roupa das personagens do nosso dia-a-dia. Figuras que poderiam ter saído de uma tela, fugido a meio de um concerto de violoncelo ou, simplesmente, viajado numa qualquer dimensão onírica.
Os 23 anos de colecções de José António Tenente servem para fazer a monografia amplamente ilustrada de um trabalho individual e em concreto, que é interpretado segundo uma linguagem visual – para além da biografia de um homem que sonhou ser arquitecto antes de ser desenhador de moda.

Fonte: Medialivros

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Sacerdotisa dos Penhascos (Sandra Carvalho)

Kelda é a filha dos Guardiães das Lágrimas do Sol e da Lua. É também uma jovem aparentemente rebelde e irresponsável, por muitos vista como maldita, principalmente depois que Halvard, o seu irmão, caiu na posse dos mestres das trevas. Há, contudo, muito mais que isso em Kelda e, mais que entender a diferença do seu poder, Kelda só anseia por ser amada e compreendida sem o estigma das características que lhe foram atribuídas. A sua missão, contudo, é bem maior que a simples descoberta de si própria.
Sexto volume da Saga das Pedras Mágicas, este livro continua a apresentar-nos as características que, desde o início, cativaram nesta saga. À medida que as gerações se sucedem, a complexidade dos poderes mágicos cresce sucessivamente, bem como o desenvolvimento das personagens. Além disso, a escrita da autora, cuidada mas envolvente, transmite bem a forma como as emoções das personagens (ponto fundamental ao longo desta saga) se expressam nas relações entre si. Também a forma como, ao longo dos diferentes livros, a autora consegue conjugar momentos de uma magia luminosa, digna de um conto de fadas, com ocasiões de absoluta tragédia resulta numa realidade que não é completamente a preto e branco e onde todos podemos encontrar um pouco de nós.
Aspectos muito positivos deste livro em concreto são o rever de personagens que julgava terem já ficado para trás e a forte caracterização da personalidade de algumas personagens. Lysander, Kelda e outros já conhecidos aparecem-nos reflectidos com toda a sua humanidade. Além disso, a autora tem a capacidade, nesta história, de nos criar amores e ódios de estimação, acabando por, algures a meio do enredo, mudar a nossa opinião acerca de um deles (um dos casos mais evidentes é o de Trygve, o Sacerdote dos Penhascos). Também o final é devastador, deixando a acção num momento tão importante que é quase impossível não querer saber o que virá depois.
Quanto aos aspectos menos bons, que não me parece que diminuam a qualidade do livro, mas que poderão afastar alguns leitores, são a forte componente emotiva, que, neste volume, é muito explorada, havendo um ou outro momento em que o livro perde ritmo devido ao alongar de uma descrição acerca dos sentimentos das personagens, e também a sensação de que algumas relações que presenciámos são um pouco similares a situações já ocorridas nos volumes anteriores.
Este é já o sexto volume de uma saga que, até ao momento, tem valido a pena acompanhar. E, ainda que este livro tenha uma componente um pouco mais pesada (devido, em parte, aos acontecimentos que descreve), foi uma leitura cativante e dou por muito bem empregue o meu tempo. Recomendo a quem já acompanha a saga desde o princípio, com a ressalva de que há algumas mudanças importantes a nível de ritmo e de descrição. Ainda assim, gostei muito de ler.