quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mar de Sangue (Steve Mosby)

Alex deixou para trás o passado no dia em que a esposa se suicidou. Nesse dia, escolheu fugir da vida e percorrer um caminho de constante mudança, deixando para trás os amigos e a família que restavam. Agora, a sua melhor amiga desapareceu e, ainda que a polícia tenha descoberto sinais de um assassino que ataca mulheres, retirando-lhes o seu sangue, não há sinais de Sarah. Alex terá de regressar e de enfrentar o passado. Mas nada é o que parece e o desaparecimento de Sarah é apenas uma pequena parte de algo muito mais vasto.
No que a policiais diz respeito, Steve Mosby é já, sem margem para dúvidas, o meu autor preferido. Um Grito de Ajuda foi um dos melhores livros que li em 2009 e este Mar de Sangue excedeu em muito as minhas expectativas. Com uma capacidade incrível de descrever cenários e de criar um enredo complexo, o autor nunca perde de vista a linha que une todas as histórias que constituem o livro. E desde as descrições intrigantes e perturbadoras de locais e de situações à caracterização e desenvolvimento de personagens, tudo numa escrita envolvente e fluída, não há um elemento neste livro que se possa indicar como menos interessante.
Há, por outro lado, um grande ponto forte. Com passados intensos e tenebrosos e situações de limite, onde a escolha entre o certo e o errado nunca é fácil, Steve Mosby mostra neste livro todo um domínio dos jogos de culpa e controlo, criando, em redor do desaparecimento e do tardio regresso de Alex, toda uma série de possibilidades e responsabilidades. Os amigos têm dificuldade em aceitar um regresso sem explicações. O irmão acusa-o directamente, ainda que ele próprio não esteja isento de culpas. E a própria consciência de Alex vacila ante o rumo dos acontecimentos. Este intenso elemento de emoção resulta particularmente bem ao fazer com que, neste livro onde tudo é perturbador e algumas situações são realmente sinistras, também algo de emoção e muito de tristeza se reflicta, criando entre leitor e protagonista uma certa ligação.
Um livro intenso, perturbador e, por vezes, assustador, onde as ligações pessoais não se perdem, e onde o enredo é incrivelmente complexo, mas muito bem construído. Muito, muito bom.

4 comentários:

  1. Olá Carla.
    Depois da tua opinião fiquei com bastante curiosidade de ler obras deste autor.
    Eu tenho na estante o Assassino 50/50. Já leste?

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  2. Olá!

    Falta-me ler esse! Ainda não tive oportunidade de o comprar, mas está na wishlist. Se for tão bom como os dois que já li, vai ser uma excelente leitura. :)

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  3. N~ºao conhecia, mas depois de ler esta tua empolgante opinião, quero muito ler o livro e o autor.
    Já agora, Carla, vais estar na Feira do Livro do Porto este sábado?

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  4. Boa pergunta. Não sei... Tenho de ir à minha terrinha tratar de umas coisas, mas queria ver se conseguia voltar a tempo. Vai depender da sorte.

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