segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Irène (Pierre Lemaitre)

Casado com a mulher que ama e prestes a ser pai, o comandante Camille Verhoeven tem, em todos os aspectos, uma vida feliz. Mas a sua tranquilidade - ou a tranquilidade possível a um membro das forças policiais - está prestes a ser abalada com a descoberta de um crime invulgarmente brutal. Sem pistas, excepto as deliberadamente deixadas pelo assassino, Verhoeven vê-se perante uma hipótese improvável: o assassino está a recriar crimes de romances policiais. E se, de pista em pista, a polícia começa a conhecer o criminoso, também é certo que este está sempre um passo à frente. E, assim sendo, quantas mais mortes serão necessárias até que ele seja detido?
De tudo o que este livro tem de fascinante - e diga-se que, basicamente, tudo é fascinante - o primeiro aspecto a sobressair-se é a forma como o autor constrói a sua história, numa íntima relação com os clássicos da literatura policial em que partes deles são transpostos para a realidade. Basta isto para criar algo de diferente, estabelecendo uma aura de mistério que torna praticamente impossível não querer saber mais. E, como se não bastasse esta peculiaridade, o autor leva a dualidade entre a realidade e a ficção a um nível mais alto, percorrendo uma sequência de viragens que faz com que tudo o que se julgava saber ganhe uma perspectiva diferente. O resultado é uma história em que tudo é inesperado. Tudo é surpreendente. E, claro, tudo impressiona.
Também especialmente interessante é a forma como o autor constrói as personagens, realçando as suas características mais por acções do que por palavras, para depois - numa nova reviravolta - revelar que o que se julgava claro não é, de todo, assim tão simples. Camille, em particular, é-nos apresentado como uma personagem de traços sólidos, mas a perspectiva que no-los descreve nem sempre é completamente fiável. E, assim, a fronteira entre o real e o imaginado torna-se mais vaga, abrindo caminho a novas interpretações.
Quanto aos crimes propriamente ditos e ao cérebro por detrás da sua execução, sobressai, mais uma vez, a tal perspectiva pouco fiável que abre caminho a interpretações falíveis, mas também o conjunto de peculiaridades que caracteriza as acções do criminoso. Meticuloso, fiel até ao mais ínfimo detalhe às obras que pretende retratar, o assassino é igualmente uma personagem complexa, cujas acções são moldadas de forma a influenciar tudo o que se lhe segue. Disto resulta, além de uma maior complexidade no caso, que entre Camille e o criminoso se cria uma espécie de duelo de inteligência. Duelo que culmina num final muitíssimo impressionante, em que tudo - ou quase - se torna incrivelmente pessoal.
E tudo isto é contado num registo incrivelmente envolvente, em que tudo - acção, emoção, contextualização, mistério - é conjugado precisamente nas medidas certas, conferindo a cada momento a melhor voz possível para o que está a suceder. É fácil acompanhar as personagens a cada passo que dão, o que, numa história com tantas reviravoltas e tantos factores passíveis de manipulação, não é tão simples como parece.
Viciante desde as primeiras páginas e surpreendente em inúmeros aspectos, trata-se, portanto, de um livro que, tendo no seu cerne as bases da literatura policial, consegue, a partir delas, fazer algo de único e de impressionante. O resultado resume-se numa única palavra: brilhante. 

Título: Irène
Autor: Pierre Lemaitre
Origem: Recebido para crítica

domingo, 29 de novembro de 2015

The Grownup (Gillian Flynn)

No seu trabalho como médium, com alguns serviços adicionais a outro tipo de clientes, uma mulher recebe uma cliente invulgar. Não sabe explicar porquê, mas sente que Susan é diferente de todas as outras mulheres nervosas que ajudou - ou fingiu ajudar. Mas, ao ver-se perante a casa que Susan julga ser a fonte dos seus problemas, também ela sente algo de maligno ali presente. E, ao começar a sua busca por respostas, encontra-se perante uma situação de vida ou morte. Ou será que não?
Sendo esta uma história bastante breve, tendo sido, aliás, publicada com outro título na antologia Rogues (editada por George R.R. Martin e Gardner Dozois), não é, à partida, de esperar uma grande complexidade em termos de desenvolvimento de personagens. Mas é precisamente aqui que começam as surpresas. Desde a protagonista à sua cliente, passando pelo adolescente problemático que parece estar na base de toda a situação, a autora constrói para cada personagem uma base que, não sendo particularmente elaborada, torna as suas personagens perfeitamente definidas. E isto sobressai porque, tendo em conta o rumo da história, é impressionante a forma como as versões de cada personagem, a cada momento, parecem perfeitamente credíveis.
Ora, tendo isto em conta, o outro aspecto a destacar-se é precisamente a sucessão de reviravoltas a surgir numa história tão curta. Desde o possível elemento sobrenatural às explicações mais mundanas para o que está a acontecer, a autora passa de possibilidade em possibilidade com uma naturalidade impressionante. E, assim, conduz o leitor de surpresa em surpresa até um ponto em que praticamente tudo parece possível.
Tudo se encaminha, portanto, para um turbilhão de surpresas, num enredo em que, narrado num tom que se adapta perfeitamente à aura de mistério da história, tudo é intenso e tudo é surpreendente, culminando num final também ele inesperado. É que não é que a autora deixe muitas perguntas em aberto. Fica quase tudo em aberto, não por haver falta de respostas, mas por haver várias respostas possíveis. O resto fica à imaginação do leitor, o que, apesar de uma certa curiosidade insatisfeita, acaba por resultar numa conclusão estranhamente adequada.
Breve, mas intenso, com um enredo muitíssimo bem construído e uma escrita que facilmente transporta o leitor para dentro dos acontecimentos, trata-se, pois, de um livro que, apesar das relativamente poucas páginas, contém em si todos os elementos necessários para proporcionar uma leitura memorável. Muito bom.

Título: The Grownup
Autora: Gillian Flynn
Origem: Aquisição pessoal

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Mulher da Lama (Joyce Carol Oates)

Abandonada pela mãe para morrer no meio da lama, uma criança é salva pelo Rei dos Corvos. Encontrada ainda com vida, é recebida por uma família de acolhimento e mais tarde adoptada por um casal sem filhos. O tempo passa e a rapariga da lama transforma-se em M.R. Neukirchen, a primeira mulher presidente de uma universidade da Ivy League. Mas, entre um presente esgotante e um passado que, de forma nem sempre clara, insiste em infiltrar-se-lhe na memória, M.R. dá por si a lidar com mais demónios do que os que pode gerir. E talvez só a verdade a possa libertar.
De tudo o que este livro tem de fascinante, e tem muito, o primeiro aspecto a chamar a atenção é a aura de mistério que paira sobre toda a narrativa. M.R. é um enigma, tal como as suas origens. E há no seu percurso entre o presente e o passado algo de ominoso, como que uma sensação de uma mudança sombria prestes a suceder, que desde logo desperta a vontade de saber o que se seguirá. Além disso, a forma como a autora molda a história, não só entre diferentes momentos do tempo, mas também entre o real e os momentos de delírio, faz com que esse mistério se adense, insinuando possibilidades e, assim, abrindo caminho a vários momentos surpreendentes.
Também especialmente cativante é o equilíbrio entre o percurso pessoal e profissional da protagonista, bem como o seu enquadramento num contexto mais vasto. Situado num mundo pós 11 de Setembro, aborda diferenças políticas, perspectivas sobre a guerra, posições que se extremam. E, ao mesmo tempo, apresenta uma mulher de ideais bem definidos, mas também com inseguranças claras, a ter de lidar com um contexto complicado e, em simultâneo, com a sua própria realidade.
O que me leva ao que é, talvez, o traço mais peculiar deste livro: a forma como, num registo que oscila entre a introspecção e a análise do mundo exterior, a autora esbate a fronteira entre o real e o imaginário, pondo a sua personagem perante situações tão impressionantes que só podem ser reais, e depois desconstruindo-as. A partir desse ponto, tudo pode ser questionado. E, assim sendo, tudo ganha uma nova dimensão.
Claro que todas estas oscilações - entre presente e passado, real e imaginário, antes e depois da mudança - implicam um ritmo mais pausado, já que são inúmeros os aspectos a considerar e vastíssimas as suas implicações no desenrolar da narrativa. Mas há algo de tão intrigante na forma como a autora constrói a história e uma tal fluidez na escrita que a vontade de saber mais, de entender as raízes do mistério, de ver o que se segue para M.R. Neukirchen, compensa amplamente este abrandamento no ritmo.
A soma de tudo isto é um livro fascinante. Enigmático e sombrio, mas muitíssimo interessante, parte de um percurso pessoal atribulado e acrescenta-lhe as mais relevantes questões globais. E, entre o delírio e a lucidez, constrói uma narrativa equilibrada, surpreendente e que, no seu estranho equilíbrio entre o normal e o peculiar, nunca poderá ser menos que memorável. Recomendo.

Título: A Mulher da Lama
Autora: Joyce Carol Oates
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Presença

Harry Potter e a Pedra Filosofal – Edição Cartonada
J.K. Rowling
Título Original: Harry Potter and the Philosopher Stone
Ilustração: Jim Kay
Tradução: Isabel Nunes
Páginas: 248
Coleção: Diversos Infantis e Juvenis Nº 334
PREÇO SEM IVA: 32,92€ / PREÇO COM IVA: 34,90€
ISBN: 978-972-23-5682-4

O primeiro volume do clássico escrito por J.K. Rowling, é publicado numa edição de capa dura, com 100 incríveis ilustrações, da autoria do inglês Jim Kay, vencedor da Kate Greenway Medal. A Portugal chega a 15 de Dezembro 2015, disponível em todas as livrarias do país.  
A vida de Harry Potter muda para sempre no dia do seu décimo primeiro aniversário, quando o gigante Rubeus Hagrid lhe entrega uma carta e lhe dá algumas notícias surpreendentes. Harry Potter não é um rapaz vulgar: é um feiticeiro. E uma aventura extraordinária está prestes a começar.

«As ilustrações criadas por Jim Kay tocam-me profundamente. Adoro a sua interpretação do mundo de Harry Potter. Sinto-me grata e honrada por ele lhe ter emprestado o seu talento.» - J.K. Rowling

Jim Kay, trabalha como ilustrador há sete anos. Trabalhou na Tate Gallery e no Royal Botanic Gardens Kew. Criador de inúmeras ilustrações para diversas editoras, a sua vida mudou quando ilustrou o livro de Patrick Ness, intitulado Sete Minutos Depois da Meia-Noite (já publicado em Portugal pela Presença). Considera que a concepção de ilustrações para livros é extremamente difícil, o trabalho mais complexo que já teve, sendo esse talvez o motivo pelo qual se dedicou a esta carreira.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Divulgação: Novidade Planeta

É uma noite igual às outras a bordo da Ícaro, os passageiros divertem-se. Tarver convida Lilac para ver as estrelas. 
Então, a catástrofe abate-se sobre a enorme nave de luxo: de súbito é puxada para fora do hiperespaço e despenha-se no planeta mais próximo. Lilac Laroux e Tarver Merendsen sobrevivem. E estão sozinhos. 
Lilac é a filha do homem mais rico do universo. Tarver é de origens humildes, um jovem herói de guerra que aprendeu há muito tempo que as jovens como Lilac só dão grandes problemas. 
Mas sozinhos têm de confiar um no outro e trabalhar juntos, encetando uma jornada tortuosa pelo misterioso e lúgubre planeta para procurar ajuda. 
Enquanto lutam para salvar as vidas no meio do enigmático planeta descobrem que, apesar das diferenças, as estrelas começam a iluminar os seus corações com a luz do amor.

Amie Kaufman e Meagan Spooner são amigas há muitos anos e viajaram pelo mundo (mas ainda não pela galáxia), incluindo todos os continentes. Têm a certeza que viajar no espaço é apenas uma questão de tempo. 
Megan vive em Asheville e Amie em Melbourne, apesar da distância estão unidas pelo amor mútuo pelo espaço.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Divulgação: Novidade Vogais

A história de Nanette Blitz Konig confunde-se com a História dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1938, Nanette era uma menina feliz que vivia com os pais, Martijn e Helene, em Amesterdão. Com o avanço das forças nazis pela Europa e a invasão da Holanda em 1940, Nanette e a sua família sentiram, pouco a pouco, o seu mundo a encolher. Vítimas de xenofobia, seriam excluídos da sociedade holandesa em apenas três anos.
Em Setembro de 1944, a menina, que fora colega de Anne Frank no Liceu Judaico de Amesterdão, foi enviada com o pai e a mãe para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Foi aqui que reencontrou Anne Frank no local onde ambas perderam cedo demais a sua juventude e inocência.
O acaso permitiu que Nanette sobrevivesse. Quando os ingleses libertaram Bergen-Belsen, em abril de 1945, ela tinha 16 anos e pesava 31 quilos. Estava viva - e sozinha no mundo. Agora, quase 70 anos depois de ter visto os seus pais e Anne Frank pela última vez, Nanette relata com emoção os encontros com a amiga, contando de forma detalhada o caminho percorrido pela sua família e o seu fim trágico.
A história de Nanette, real e simultaneamente sensível e chocante, narra a luta diária pela sobrevivência, em que teve de vencer o insuportável para conseguir manter-se viva. 

Butcher's Crossing (John Williams)

À chegada a Butcher's Crossing, Will Andrews traz consigo uma ânsia, a de encontrar, longe de tudo o que conhece, a sua verdadeira identidade. Como o fará, não sabe ao certo, mas, naquela terra de caçadores, espera encontrar um caminho. Orientado, com alguma relutância, por um conhecido do seu pai, Andrews encontra-se com Miller, possivelmente o melhor dos caçadores da zona. E o que Miller lhe promete é, talvez, precisamente a aventura que buscava. Seduzido pela promessa de uma caçada inimitável, Will aceita financiar a expedição prometida. Mas o que, no momento da partida, era uma aventura promissora não tarda a esbarrar com os obstáculos da realidade. E as consequências serão terríveis.
História de uma viagem pelo oeste selvagem, mas bem longe do previsível registo de uma aventura heróica, este livro surpreende, em primeiro lugar, por ser precisamente o oposto daquilo que se espera de um western. Sim, é uma história de homens fortes, de aventuras perigosas, de viagens por cenários desolados e de ambientes onde a civilização é um conceito relativo. Mas não é um duelo entre homens, mas antes um confronto entre homem e natureza, e isso faz toda a diferença.
Tendo isto em vista, nunca será uma leitura fácil. Primeiro, porque a componente descritiva domina grande parte do enredo, apresentando até os mais pequenos pormenores dos preparativos e das circunstâncias das personagens, bem como todas as características do cenário. Ora, isto faz com que o ritmo da narrativa se torne mais lento, é certo. Mas contribui também para que, a cada passo da viagem dos protagonistas, seja incrivelmente fácil visualizar aquilo que vêem, sentem e fazem.
Também o próprio percurso das personagens contribui para tornar a leitura mais exigente, não só pelas muito detalhadas descrições e explicações daquilo que estão a fazer, mas pela dureza das mudanças que nelas são operadas. Andrews, Miller, Schneider e Charley Hoge são pessoas diferentes no início e no fim da viagem, e o percurso de um ponto ao outro é duro e repleto de mudanças. E, porque essas mudanças nem sempre são óbvias, mas as consequências conseguem ser terríveis, não há nenhum pormenor, por mais ínfimo que seja, que não seja relevante.
Nem sempre é fácil compreender as personagens. Na verdade, e tendo em conta a vastíssima componente descritiva, surpreende a relativa distância que, por vezes, se sente para com as suas circunstâncias. Ainda assim, e tendo em conta o que move os protagonistas, acaba por fazer sentido que a história não se faça de grandes emoções. Além disso, esta relativa distância faz com que, quando surgem os episódios mais intensos, o seu impacto acabe por ser muito maior.
Denso e exigente, mas muitíssimo interessante na forma como apresenta o percurso das suas personagens, este é, pois, um livro que, mesmo nem sempre sendo fácil de seguir, cativa e surpreende em todos os aspectos relevantes. E isso é mais do que o suficiente para fazer com que a leitura valha a pena.

Título: Butcher's Crossing
Autor: John Williams
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidades Presença

Filipe Faria
Páginas: 176
Coleção: Via Láctea Nº 129
ISBN: 978-972-23-5706-7

No inverno de 1477, Berardo de Varatojo, padre franciscano estigmatizado, viaja para a distante Thule (Islândia) em busca de respostas para a sua crise de fé. Contudo, acaba raptado por desconhecidos antes de as conseguir encontrar, e os seus captores afirmam ser deuses, os sete destinados a sobreviver a um Crepúsculo dos Deuses de que nunca ouvira falar. 
Aqueles que Berardo toma por feiticeiros pagãos confessam-se numa encruzilhada, culpando o Deus cristão pelo seu dilema, e, segundo eles, o franciscano é precisamente a chave para a sua salvação, embora ele não consiga sequer conceber como.

Filipe Faria nasceu em 1982, em Lisboa. Concluiu a sua educação na Escola Alemã de Lisboa, onde o contacto e o convívio com a cultura germânica lhe possibilitaram a abertura de novos horizontes. Impulsionado por um forte interesse pela Idade Média e pela descoberta fortuita, na biblioteca escolar, de um livro acerca daquela história sobre senhores e anéis, cultivou, desde cedo, a paixão pela literatura. Estreou-se no mundo literário com a série Crónicas de Allaryia, que lhe granjeou o Prémio Branquinho da Fonseca, atribuído conjuntamente pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Expresso, em 2001, bem como o Prémio Matilde Rosa Araújo  ̶  Revelação na Literatura Infantil e Juvenil, em 2002.

Nick Bryant
Título Original: 1001 Cool Freaky Facts
Ilustração: Glen Singleton
Tradução: Tiago Marques
Páginas: 208
Coleção: Factos Fixes Nº 1
ISBN: 978-972-23-5386-1

Apresentamos-te aqui 1001 factos fixes, bizarros, engraçados, fabulosos, assustadores, curiosos, certeiros, fascinantes, fenomenais, fantásticos e de primeira categoria!
Muitas vezes, a verdade é mais estranha do que a ficção. 
Precisas de provas?
Em Inglaterra, na década de 1880, «calças» era considerada uma palavra obscena.
Estatisticamente, é mais provável que sejas atacado por uma vaca do que por um tubarão.
O Sol perde cerca de mil milhões de quilogramas por segundo.
Uma secretária de escritório tem 400 vezes mais bactérias do que uma casa de banho.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Segundo a Lei da Arma (José Casado Alberto)

Um fora da lei, um ranger e um caçador de recompensas. Todos convergem para um mesmo destino, onde o confronto lhes poderá ser fatal. Move-os um objectivo bem definido e a certeza quase absoluta de que o mundo pertence aos mais fortes. Mas, numa terra sem lei - ou onde a lei pode ser contornada - e em que as armas são o mais eficaz dos métodos de persuasão, não há lugar para escrúpulos, e muito menos para hesitações. Só a missão, e a necessidade de a levar até ao fim...
Típica história do velho oeste, envolvendo índios, bandidos e caçadores de recompensas, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela aproximação bem clara ao cinema do género. É fácil visualizar o percurso dos protagonistas e antecipar o inevitável confronto que se seguirá e, contudo, é quase inevitável a vontade de saber mais. E é esta capacidade de cativar o primeiro elemento a sobressair desta estreia onde se conjugam vários pontos fortes e algumas fraquezas.
Começando pelas vulnerabilidades, estas prendem-se essencialmente com dois aspectos. O primeiro tem a ver com a escrita, na qual, apesar da relativa fluidez, surgem uns quantos erros que uma revisão atenta facilmente poderia ter detectado. Não sendo frequentes ao ponto de quebrar por completo o ritmo da leitura, criam, ainda assim uma distracção evitável. A outra fragilidade prende-se com a relativa brevidade do enredo, que leva a que, principalmente na caracterização das personagens, fiquem alguns pontos por explorar. Principalmente no que diz respeito ao passado de Texas Red, mas também a algumas personagens mais secundárias, fica a curiosidade em saber mais, curiosidade essa que, mesmo não faltando nada de essencial ao rumo do enredo, acaba por ficar insatisfeita. 
Os pontos fortes são, além da tal capacidade de cativar, também outros dois. A construção das personagens, desde logo, surpreende pelo facto de não haver ninguém perfeito, nem sequer remotamente bom. Pode haver boas intenções nalguns gestos, e chega a haver inclusive, um momento quase emotivo, mas não se pode dizer que haja heróis, o que acaba por ser bastante surpreendente. Mas há também algo de particularmente cativante na estrutura do texto, já que, ao acompanhar a perspectiva dos três protagonistas, o autor abre caminho a uma visão mais ampla daquilo que está para acontecer. E, se é verdade que o final não é propriamente inesperado, a forma como o caminho é construído acaba por lhe conferir uma maior intensidade.
Da soma de tudo isto, fica a impressão de um livro que, apesar dos seus pontos fracos, consegue contar uma boa história e, através dela, proporcionar bons momentos de leitura. Uma estreia interessante, portanto.

Título: Segundo a Lei da Arma
Autor: José Casado Alberto 
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Topseller

Trevor é um jovem de 19 anos com distrofia muscular, limitado a uma cadeira de rodas. Ben, um homem que perdeu tudo, é o seu auxiliar de apoio domiciliário, e aos 39 anos já sabe bem onde começa e acaba a vontade de viver. Juntos irão descobrir as suas verdadeiras essências, numa viagem de autodescoberta capaz de mudar para sempre a forma como hão de viver o passado e o presente, e perspetivar o futuro.
Com uma escrita muito própria, dotada de energia, graça inteligente e momentos de absoluta beleza, Jonathan Evison conta-nos uma história inspiradora sobre encontros e desencontros, mágoa e superação, e sobre as surpresas da vida e suas incomensuráveis recompensas.
Um livro cativante, comovente e com sentido de humor agridoce, que vai ser adaptado ao cinema pela CBS Films em 2016.

Durante a adolescência, Jonathan Evison dedicou-se à música e foi vocalista da banda punk March of Crimes, oriunda de Seattle, que incluía futuros membros de grupos de êxito mundial, como os Pearl Jam e os Soundgarden.Autor bestseller de três romances premiados, Jonathan Evison é comparado pela crítica internacional a escritores como J. D. Salinger, Charles Dickens e John Irving pela sua escrita emocional e humor inusitado.
Escreveu para o New York Times, Wall Street Journal, Washington Post, entre outros meios. Este é o seu terceiro livro, obra que recebeu nomeações importantes como: Amazon Best Books of the Year e Washington Post Notable Fiction Book of the Year. Saiba mais sobre o autor: jonathanevison.net

domingo, 22 de novembro de 2015

Demónios de uma Mansão (Francisco Meneses Pereira)

À chegada à sua nova casa, uma mansão que esteve abandonada durante décadas, Gabriel, Raphael e Michael não conseguem conter o entusiasmo ante tudo o que têm para explorar. Mas a curiosidade pode ser perigosa, principalmente quando há lendas antigas associadas ao espaço que é agora o seu lar. Movidos pela vontade de conhecer, os três irmãos divertem-se a percorrer a casa, descobrindo objectos e recantos fascinantes. Até que, um dia, que se vêem frente a frente com o segredo da casa. E desencadeiam uma mudança de consequências avassaladoras...
Intrigante e surpreendente nos momentos certos, ainda que, noutros, um pouco ambíguo, este é um livro que, tal como muitas outras estreias, tem as suas forças e as suas fraquezas. Forças e fraquezas que se compensam mutuamente, dando forma a um livro que, não sendo perfeito, apresenta, ainda assim, bastante potencial e mais que o suficiente para proporcionar uma leitura agradável e cativante. Mas vamos por partes.
Um dos primeiros aspectos a destacar-se ao longo da leitura é a forte componente descritiva, principalmente na fase inicial. Ora, isto confere ao livro um ritmo mais pausado, já que as personagens e as suas experiências passam, a princípio, para um segundo plano face às descrições do espaço. Claro que estas descrições acabam por ser necessárias, atendendo à importância do lugar para o desenvolvimento da história. Ainda assim, o ritmo torna-se mais lento por causa delas.
Felizmente, este ritmo vai ganhando intensidade com o progredir da história. Para isso, contribui em muito o elemento sobrenatural que, revelado de forma gradual, cria, primeiro, uma aura de mistério, para depois cativar pelas suas peculiaridades. Ficam algumas perguntas em aberto, é verdade, sobre o porquê das coisas. Mas o equilíbrio entre as facetas mais conhecidas dos "demónios" e aquilo que os diferencia torna as coisas bastante mais interessantes.
Em termos de escrita, perde-se um pouco pelo excesso descritivo da fase inicial, mas nota-se também uma evolução em termos de ritmo ao longo do enredo, abrindo caminho a um final que, apesar de um pouco brusco, consegue, ainda assim, surpreender pela intensidade. Além disso, e apesar de alguns erros presentes no texto, começa a definir-se uma voz mais segura na forma de contar a história.
De tudo isto, resulta uma história intrigante, que, apesar de algumas fragilidades, consegue não perder a envolvência e a capacidade de surpreender. Um início promissor, portanto, e uma leitura agradável. Gostei.

Título: Demónios de uma Mansão
Autor: Francisco Meneses Pereira
Origem: Recebido para crítica

sábado, 21 de novembro de 2015

Caminhos para Deus (Helena Sacadura Cabral)

Preces, conversas, pensamentos. Uma viagem de momentos a caminho do encontro com Deus, no que é uma vivência espiritual muito pessoal da parte da autora. É este o cerne deste livro, que junta algumas orações e textos essenciais às preces e pensamentos da própria autora. O resultado é uma experiência pessoal - mas com a qual, na sua tão genuína simplicidade, será fácil que outros leitores se identifiquem.
Sendo este essencialmente um livro de orações, ainda que não das orações mil vezes repetidas e sim das que nascem do pensamento da autora, é inevitável que seja necessária alguma medida de crença para apreciar devidamente este livro. Deus é uma constante. E se é certo que a escrita vale por si e que, acreditando ou não, é possível valorizar a fluidez e a harmonia simples da escrita, quando todos e cada um dos textos se dirigem ao divino, serão, sem dúvida alguma, os que acreditam quem mais se conseguirá identificar com estes textos.
Por outro lado, e ainda que o registo seja bastante íntimo e pessoal - mas talvez devam ser precisamente assim as orações - , os temas na base de cada uma delas são familiares a todo. As dificuldades da vida, a forma de estar no quotidiano, a vivência da espiritualidade e da religião e todas as esperanças e provações da vida estão, de alguma forma, presentes, neste conjunto de textos. Torna-se, aliás, evidente alguma repetição de ideias, se se ler o livro de ponta a ponta em pouco tempo. Mas, e mais uma vez, tendo em conta a estrutura do livro, talvez não seja bem esse o objectivo.
Há, em tudo isto, um aspecto que sobressai. É que não há dúvidas de que a voz da autora reflecte nitidamente a sua fé, conferindo às palavras um tom tão genuíno, tão directo, que, acreditando-se ou não, é possível reconhecer o impacto da crença na voz que deu forma às orações. E isso torna a leitura mais interessante, pois, independentemente da vivência espiritual de quem lê, é possível reconhecer a do outro nas suas palavras. E há nesse reconhecimento uma beleza estranhamente cativante.
Trata-se, portanto, de um livro que apelará essencialmente aos crentes. Mas no qual, independentemente da fé de cada um, é possível reconhecer um conjunto de qualidades - na fluidez da escrita, no registo intimista, na própria beleza da edição - que o tornam interessante. E isso basta para fazer com que a leitura valha a pena. Gostei.

Título: Caminhos para Deus
Autora: Helena Sacadura Cabral
Origem: Recebido para crítica

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Khadija - A Mulher de Maomé (Marek Halter)

Khadija bint Khowaylid encontra-se numa situação delicada. Por um lado, a sua riqueza continua a sustentar o seu poder. Por outro, o facto de ser mulher e viúva torna-a um alvo fácil para os seus inimigos. E aqueles que atacam nas sombras estão a ficar cada vez mais ousados. A solução mais óbvia passa pelo casamento - mas não com um homem qualquer. Khadija precisa de um esposo que respeite a sua voz, em vez de lhe exigir a submissão. E o homem que procura não podia estar mais perto. Muhammad é jovem, pobre e pertence a uma família sem grande influência. Mas o rapaz que Khadija conheceu como servo acaba de regressar como homem de força. E a união das forças de ambos pode muito bem ser o início de algo grandioso.
Primeiro volume de uma trilogia sobre as mulheres do Islão, este é um livro que, centrado mais na figura de Khadija do que na de Muhammad, se prende mais com história do que propriamente com as bases de uma futura religião. Aliás, durante grande parte do enredo, os deuses são outros e a sua influência sobre os homens ambígua. Mas é precisamente isto que torna a leitura interessante, pois os deuses podem estar presentes, mas são os humanos a essência da história.
Passando, pois, à história e aos acontecimentos, o primeiro ponto forte a destacar-se é, sem dúvida, a caracterização de Khadija. Mulher forte, capaz de defender o seu lugar, mas vulnerável à dúvida e ao orgulho, revela-se gradualmente como a grande personagem que é. E se, numa fase inicial, há uma certa impressão de distância (devida, em grande parte, ao predomínio da intriga sobre as facetas mais pessoais da vida da protagonista), a evolução dos acontecimentos revela outros aspectos. Aspectos que mostram personagens mais complexas, mais capazes de gerar empatia, mas sempre imperfeitas, o que as torna também mais reais.
Fica a sensação de que, ao centrar a história na figura de Khadija, o autor deixa outros aspectos por explorar. Principalmente na fase final, com as visitas de Muhammad à gruta e todas as mudanças que daí advêm, a perspectiva de Khadija acaba por impor algumas limitações, pois fica a sensação de que mais haveria a dizer sobre aquilo que é vivido por Muhammad. Mas a história é a de Khadija e, tendo isso em conta, não há nada de essencial que fique por dizer. Excepto é, claro, o que se seguirá, em tempos que serão já os de outras personagens.
De ritmo pausado, mas sempre envolvente, com personagens fortes e cativantes e uma perspectiva bastante ampla do tempo em que se movimentam, eis, portanto, um livro que facilmente cativa e que, sem dar todas as respostas, desperta muita curiosidade para o que virá a seguir. Interessante e surpreendente, uma boa leitura.

Título: Khadija - A Mulher de Maomé
Autor: Marek Halter
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Bertrand

No escarpado noroeste do Pacífico, situa-se a Olympic National Forest: centenas de milhares de hectares de sombras impenetráveis e extraordinária beleza. Do coração desta floresta antiga surge uma menina de seis anos. 
Sozinha e sem dizer uma palavra, não deixa transparecer nada acerca da sua identidade, do seu passado.
A pedopsiquiatra Julia Cates regressa à sua terra natal na sequência de um escândalo que lhe arruinou a carreira. A médica está decidida a libertar aquela extraordinária menina, a quem chama Alice, da prisão de um medo e isolamento inimagináveis. Para tentar chegar a ela, Julia tem de descobrir a verdade acerca do passado da criança, embora para isso precise da ajuda da sua irmã, uma agente da polícia de quem ela se afastou.
Os factos chocantes da vida de Alice vão pôr à prova a fé e a força de Julia, que tenta a todo o custo dar um lar a Alice... e a si própria.
Em A Hora Mágica, Kristin Hannah cria uma das suas personagens mais adoradas e uma história flamejante que fala da capacidade de resistência do espírito humano, do triunfo do amor e daquilo que significa ter um lar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pura Coincidência (Renée Knight)

Catherine Ravenscroft não tem motivos para se preocupar. Bem-sucedida no emprego e com um bom casamento, não espera grandes mudanças na sua vida. Mas a descoberta de um livro na sua nova casa abala as fundações da sua tranquilidade. É que o que começa por ser apenas uma leitura empolgante cedo se revela assustadoramente real. A história que está a ler é a sua. Ainda que não seja inteiramente igual, Catherine reconhece-a. E essa história é um segredo que guardou para si durante décadas - e que devia estar seguro, pois o único outro participante está morto. Como foi, então, que o passado voltou para a atormentar?
Com uma premissa intrigante e uma escrita que cativa desde o início, este é um livro que, diferente em muitos aspectos da fórmula habitual dos thrillers, consegue, ainda assim, causar todas as impressões desejadas. Intrigante, desde logo, vai crescendo em intensidade à medida que o mistério ganha novos contornos, ao mesmo tempo que transmite ao leitor impressões que, sem serem inteiramente falsas, acabam por apontar para uma verdade diferente da que está subentendida. Este é, aliás, o grande ponto forte deste livro: a forma como a autora avança de revelação em revelação, acrescentando novos factos e novas perspectivas, sem nunca deixar de surpreender.
Para o prolongar do mistério contribui também a forma como o livro está construído, alternando entre diferentes pontos de vista e percorrendo um conjunto de revelações que parecem ser descobertas, em simultâneo, pelo leitor e pelas próprias personagens. Além de aumentar a sensação de proximidade e de empatia - ou de aversão, dependendo do caso - , esta alternância de perspectivas permite também as tais insinuações que, apontando para uma explicação que nem sempre é verdadeira, sustentam o delicado equilíbrio entre aquilo que se sabe e o que se julga saber.
E depois há outro aspecto marcante, nas diferenças entre a história vivida e a história contada e na forma como estas reflectem limites e capacidades de compreensão. É que há uma vida construída para lá do segredo de Catherine, e a sua revelação vem pôr muito em causa. E, na forma como as personagens reagem, nas conclusões que tiram e nas escolhas que fazem a partir daí, há todo um conjunto de questões interessantes a ponderar.
Intenso e viciante, com um enredo cheio de surpresas e em que aquilo que se sabe e o que se julga saber são coisas completamente diferentes, este é, pois, um livro surpreendente em todos os aspectos. Intrigante desde as primeiras páginas e marcado por uma sucessão de reviravoltas e de descobertas inesperadas, uma leitura que facilmente se entranha na memória. Muito bom. 

Título: Pura Coincidência
Autora: Renée Knight
Origem: Recebido para crítica

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Divulgação: Novidades Bertrand

Valerie Wyatt é a rainha da elegância. Desde que se divorciou, há já bastante tempo, criou um programa de televisão com muito êxito e chegou ao auge da carreira. Vive numa penthouse da Quinta Avenida e tem uma vida cheia de estilo. 
Então, porque se sente tão deprimida? Porque todas aquelas horas que passa com o seu treinador pessoal, os cabeleireiros e cirurgiões plásticos não conseguem camuflar a verdade: Valerie vai fazer sessenta anos.
A sua filha, April, gasta todas as suas energias no restaurante original e bem-sucedido que gere em Nova Iorque. Não tem vida amorosa nem perspectivas para tal. Mas a sua vida está prestes a mudar numa manhã em que tem consciência do seguinte: tem trinta anos. e o que fez da sua vida?
Jack Adams é o crítico desportivo mais carismático da televisão. Doze anos depois da reforma, continua a sair com jovens de vinte e tal anos mãos bonitas. Mas Jack acorda no dia em que faz cinquenta anos cheio de dores nas costas, a sentir todo o peso da sua idade.

No dia 16 de Dezembro de 1944, Hitler deu início à sua «última jogada» nas florestas e desfiladeiros cobertos de neve das Ardenas. Estava convicto de que seria capaz de dividir os Aliados se os empurrasse até Antuérpia, obrigando os canadianos e os britânicos a saírem da guerra. Embora os seus generais tivessem dúvidas sobre o êxito da ofensiva, os oficiais mais jovens e menos graduados estavam desesperados por acreditar que as suas casas e as suas famílias podiam ser salvas do Exército Vermelho, que se aproximava, vingador, de leste. Muitos exultavam perante a expectativa de contra-atacar. A ofensiva nas Ardenas, que envolveu mais de um milhão de homens, tornou-se a maior batalha da guerra na Europa Ocidental. As tropas americanas, apanhadas de surpresa, deram por si a lutar contra dois exércitos de Panzers. Os civis belgas fugiram, justificadamente com receio da vingança alemã. O pânico espalhou-se até Paris. Muitos americanos desertaram ou renderam-se, mas muitos outros mantiveram-se heroicamente firmes, atrasando o avanço alemão. O inverno rigoroso e a selvajaria da batalha tornaram-se comparáveis aos da frente ocidental. E depois dos massacres da Waffen-SS, até os generais americanos deram a sua aprovação quando os seus homens mataram alemães que se rendiam. A Batalha das Ardenas quebrou finalmente a Wehrmacht.

Uma estação de pesquisa militar envia uma mensagem angustiante, que termina pedindo que matem todos os que se encontram lá dentro.
O pessoal da base militar mais próxima acorre ao local e encontra todos os elementos da equipa mortos, não só os cientistas, mas também todos os seres vivos numa área de oitenta metros quadrados: todos os animais, plantas e insectos, incluindo as bactérias. A terra tornou-se inteiramente estéril, e o fenómeno está a espalhar-se.
Com o intuito de travar o inevitável, o comandante Gray Pierce e a Força Sigma têm de descobrir uma ameaça que tem origem em tempos remotos, quando a Antárctida era verde e toda a vida na Terra se equilibrava no fio da navalha.
Seguindo as pistas de um mapa ancestral resgatado da Biblioteca de Alexandria, a Força Sigma descobrirá a verdade acerca de um velho continente e uma nova forma de morte enterrada debaixo de quilómetros e quilómetros de gelo. De segredos milenares saídos de um passado glacial até mistérios enterrados bem fundo nas selvas mais escuras dos nossos dias, a Força Sigma enfrentará o seu maior desafio de sempre: parar a iminente destruição da humanidade.
Mas será já tarde demais?

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Eu Fui a Espia que Amou o Comandante (Marita Lorenz)

Dos campos de concentração a um mundo de aventuras no mar, passando por Cuba, com a sua primeira paixão, e a entrada num mundo de missões confidenciais. Uma vida que, desde cedo e durante longos anos, se fez de aventuras e de perigos, de dificuldades e medos e de paixões não muito claras. E de um papel discreto, mas talvez relevante, na história do mundo. Assim se define a história de Marita Lorenz, contada pela sua própria voz.
Relato autobiográfico de um percurso com pontos de contacto com várias figuras importantes, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pelo facto de ser escrito pela própria protagonista. Ao ser a história de Marita contada por ela própria, traça, acima de tudo, o seu percurso individual, e fá-lo dando voz aos seus pensamentos, emoções e receios a cada passo do caminho. E, ao fazê-lo, reflecte também mudanças de perspectiva e de forma de pensar, causadas pelos acontecimentos que vão sendo narrados. 
Claro que, sendo um relato pessoal, há contrapartidas. Em primeiro, as percepções que reflecte são as da autora e, assim sendo, fica a possibilidade de haver outros pontos de vista sobre o mesmo assunto. Além disso, sendo, acima de tudo, a história de Marita, fica a faltar alguma base do contexto associado às acções em que esteve envolvida que, não sendo essencial à compreensão dos acontecimentos, poderia, ainda assim, transmitir uma perspectiva mais ampla dos momentos vividos pela protagonista.
Mas é, de facto, a vida de Marita o centro deste livro. E, tendo isso em vista, a verdade é que há, em tudo aquilo que é narrado, a percepção do que terá sido, verdadeiramente, uma vida de filme. Intrigas, reviravoltas inesperadas, perigos e ameaças, relacionamentos complicados, traições e enganos vindos de onde menos se esperava... Um sem fim de situações complexas e intrigantes que fazem da história da autora algo de bastante impressionante. Tudo num registo que, cativante no seu tom quase que de confissão, torna a leitura fluída e envolvente.
Surpreendente no que revela do percurso da autora, mas também do contexto histórico desse percurso, este é, pois, um livro que, sendo, acima de tudo, um registo pessoal da vida de Marita Lorenz, cativa principalmente pela perspectiva pessoal que confere às coisas. Mas também pelo longo e tortuoso percurso que torna a leitura tão interessante. 

Título: Eu Fui a Espia que Amou o Comandante
Autora: Marita Lorenz
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Bertrand

Carolina do Norte, 1973. Na esperança de conseguir esquecer a namorada que lhe despedaçou o coração, Devin Jones, um estudante universitário, vai trabalhar na Joyland, um parque de diversões. Contudo, acaba por se ver confrontado com algo muito mais terrível: uma rapariga, Linda Gray, vítima de um perverso homicídio, cujo espírito assombra o comboio-fantasma. O assassino ainda está à solta e Devin decide encontrá-lo.
O mestre do terror mistura na mesma história um policial, uma história de terror e um romance agridoce que agarra o leitor até ao fim.

Stephen King é um dos mais populares autores contemporâneos. Escreveu mais de quarenta livros, incluindo Carrie, A História de Lisey e Cell, Chamada para a Morte. 
Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Bram Stoker Award, o World Fantasy Award, o Nebula Award e o prestigiado National Book Award. Conta hoje com mais de trezentos milhões de exemplares vendidos em cerca de trinta e cinco países. Números e um currículo impressionantes a fazerem jus ao seu estatuto de escritor mais bem pago do mundo.

domingo, 15 de novembro de 2015

A Vida Aqui e Agora (Cynthia Swanson)

Kitty Miller está feliz com a vida que tem. Dona de uma livraria, a meias com a melhor amiga, tem um trabalho que a satisfaz, ainda que o negócio já tenha visto melhores dias, uns pais que a amam e toda a liberdade de uma mulher solteira. Mas, nos seus sonhos, torna-se noutra pessoa e entra na vida de Katharyn Andersson. Casada, mãe de três filhos, Katharyn parece ter a vida perfeita. Mas, de cada vez que regressa a essa outra vida, as coisas parecem tornar-se mais reais - e menos perfeitas. Dividida entre dois mundos, Kitty começa a duvidar de qual deles será o verdadeiro. E, quando souber a resposta, só lhe restará um deles em que viver.
Situado num passado não muito distante, mas centrado, em grande parte, nos dramas e dificuldades da vida pessoal da protagonista, este livro cativa, em primeiro lugar, pela forma como conjuga um olhar ao passado com situações que bem poderiam decorrer na actualidade. E, ao fazê-lo, permite um vislumbre de como as mentalidades mudaram, mas também do que permanece igual. Isto é, desde logo, um ponto de partida cativante. E é-o ainda mais pelo facto de a dualidade de Kitty (mulher solteira e trabalhadora) e Katharyn (mãe e dona-de-casa) realçar tanto os contrastes entre os dois lados.
Também muito interessante é o mistério em torno das duas vidas da protagonista, pois, tal como ela, o leitor é levado a questionar: primeiro o porquê dos sonhos, depois os motivos para serem tão reais. E, a seguir, qual dos dois mundos é, afinal, o verdadeiro. Este mistério torna mais próximas as dúvidas e os dilemas de Kitty, o que contribui também para tornar tudo mais interessante. Mesmo quando as escolhas e pensamentos da protagonista - principalmente enquanto Katharyn - criam alguma distância, a vontade de saber mais compensa essa menor empatia.
Para tornar mais nítidas as impressões e as dúvidas de Kitty contribui também o facto de a história ser narrada na primeira pessoa, permitindo uma visão mais próxima dos seus pensamentos. E se é verdade que as opiniões da protagonista sobre alguns assuntos nem sempre são agradáveis, também é certo que isto realça a sua humanidade. Nem Kitty nem Katharyn são perfeitas, o que acaba por tornar a sua história mais interessante. Até porque, se há uma mensagem a retirar deste livro, é precisamente essa: não há vidas perfeitas.
História de vidas alternativas, ou da aceitação da realidade, trata-se, em suma, de um livro que, misturando as dificuldades do quotidiano com uma viagem a um passado onde nem tudo era diferente, apresenta uma história que é, ao mesmo tempo, de força e de vulnerabilidade. Interessante, envolvente e surpreendente, uma boa leitura. 

Título: A Vida Aqui e Agora
Autora: Cynthia Swanson
Origem: Recebido para crítica

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Lembras-te Disto? (Pedro Marta Santos e Luís Alegre)

Viver - e principalmente crescer - nos anos 70 e 80 foi como uma passagem entre mundos, de um mundo com muito pouco a um outro cheio de coisas para descobrir. E é a partir de todas essas coisas - brinquedos, roupa, música, alimentos - que, neste livro, se constrói uma autêntica viagem ao passado. Para os que viveram esse tempo, ou parte dele, é um regresso a muitas boas memórias. Para quem veio depois, é um sem fim de descobertas. E, para todos, mais novos, mais velhos, nostálgicos ou curiosos, é, sem dúvida alguma, um caminho muito interessante.
Um dos primeiros factores a chamar a atenção para este livro é o aspecto. Cheio de cor, repleto de imagens dos objectos e marcas que definiram toda uma época, começa, desde logo, por ser uma viagem visual. E isto cativa tanto pelas coisas facilmente reconhecíveis como pelas que, de tão diferentes, quase que podiam ser de outro mundo. Ora, basta isto para evocar aquele misto de nostalgia e de descoberta - pelo menos para aqueles que, como eu, conhecem algumas coisas e outras não - que retrata todo um tempo através das coisas mais simples.
A este leque de imagens junta-se uma estrutura organizada que, percorrendo as diferentes facetas da vida - e da juventude - naquele tempo, agrupa pontos comuns ao mesmo tempo que, da soma das partes, permite ver um todo maior. E depois o texto, que, num registo pessoal e intransmissível, mas com pensamentos facilmente reconhecíveis para todos os que recordam como eram bons os tempos da inocência, reforça o tal apelo à nostalgia que vem das memórias reunidas neste livro.
Há ainda uma outra faceta a destacar nesta viagem ao passado: a diversão. Porque, afinal, recordar as coisas boas da infância e da juventude - sejam elas objectos, experiências ou simplesmente slogans que ficaram - tem de ser uma aventura especial. E a forma leve e cativante como os autores constroem este percurso é também parte do que torna esta viagem tão memorável.
Visualmente apelativo, cativante e bem estruturado, este é, portanto, um livro que se aproxima em muito do ideal. Para relembrar o passado ou para o descobrir, nas coisas, nos momentos e nas memórias. Recomendo.

Título: Lembras-te Disto?
Autores: Pedro Marta Santos e Luís Alegre
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidades Planeta

As férias de Verão de Callum Hunt não são como as dos outros miúdos. O companheiro de todos os dias é Ruína, um lobo Refém do Caos. O pai desconfia que ele é secretamente mau. E, no Outono, Call vai regressar ao mundo mágico do Magisterium, cuja existência a maior parte das crianças desconhece. 
A vida não é fácil para Call... e torna-se ainda mais difícil no dia em que decide ir à cave de casa e descobre que o pai poderá estar a tentar destruí-lo a ele e a Ruína. 
Call foge para o Magisterium, mas as coisas só se agravam. O Alcaeste – uma manopla de cobre capaz de espoliar certos magos da sua magia – foi roubado. E, na sua demanda em busca do culpado, Call e os amigos, Aaron e Tamara, chamam a atenção de perigosos inimigos, tropeçando numa verdade inquietante.

Mandalas e Outros Desenhos de Natal para Colorir contém frases inspiradoras e belíssimas ilustrações com motivos natalícios que acabarão por se transformar em verdadeiras obras de arte. 
Colorir é uma terapia extremamente eficaz no combate à tristeza, à apatia ou ao stress. 
E permite equilibrar a mente, aumentar a concentração e favorecer o relaxamento. 
Atreva-se a explorar a dimensão de cor e atenção que lhe proporcionará uma sensação de serenidade incomparável.

Um livro necessário para conhecer o candidato menos conhecido pelos portugueses, mas muito reconhecido.
António Sampaio da Nóvoa foi reitor da Universidade Clássica de Lisboa entre 2006 e 2013, tendo sido o grande obreiro da fusão entre esta universidade e a Universidade Técnica de Lisboa. 
A capacidade de dar uma dimensão maior aos cargos que ocupa fez dele uma voz contra a austeridade e a falta de alternativas, que teve o momento alto no discurso oficial do Dia de Portugal, das Comunidades e de Camões a 10 de Junho de 2012 em Lisboa. 
Nesse mesmo dia nasceu um candidato à Presidência da República. 
Era um candidato improvável, que se tornou incontornável no jogo político e que quer ser um presidente presente.
A família, a infância, a juventude, a academia e a candidatura – tudo sobre este candidato improvável, que, não sendo político, ganhou uma dimensão política inegável na sequência dos seus discursos, onde arrisca sempre falar alto sobre o estado do País.

O autor e nutricionista Alexandre Fernandes, um dos convidados nas celebrações dos 70 anos da UNESCO/Dia Mundial da Ciência, propõe neste livro poupar dinheiro e energia, aproveitando cascas, talos e folhas dos alimentos, reaproveitando sobras de forma imaginativa e evitando ao máximo o desperdício. 
Mais de 60 receitas saborosas e nutritivas para aproveitar integralmente os alimentos e ter desperdício zero na cozinha, no Ano Internacional dos Solos. 
Desperdício Zero tem como objectivo apresentar algumas das muitíssimas receitas que previnem o desperdício alimentar, de forma a ajudar a erradicar a fome, a poupar algum dinheiro e a proteger o meio ambiente. 
Diz-se que a mudança passa por comportamentos e atitudes cultivadas no dia-a-dia e que as boas acções começam em casa. Logo, essa mudança pode ser feita por si, já hoje. 
Garanta a todos nós um futuro risonho preservando desde já o meio ambiente.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Faz-te Homem (Luís Coelho)

Das regras do cavalheirismo às possíveis - e impossíveis! - complicações da vida a dois, passando pelas características e hábitos que o definem, este conjunto de crónicas é todo um guia para o que se deve ter e fazer para se ser homem. Ou então... não. Situações caricatas, direitos e deveres invulgares, o que pensam - e o que não deviam pensar... todos os temas são válidos, desde que haja humor.
Uma das primeiras questões a surgir num livro destes, e vendo-o, naturalmente, pelos olhos de uma mulher, é onde poderá acabar o humor e começar a misoginia. É que, por vezes, a linha que separa estes dois elementos consegue ser bastante ténue. E este é também um dos primeiros pontos a surpreender neste livro, pois, tirando uma ou outra observação que talvez possam ferir susceptibilidades, o autor mantém-se de forma bastante sólida no âmbito do humor. E, tendo em conta as inevitáveis referências a discussões, falta de espaço nos armários, ciúmes e outras mais ou menos estranhas facetas do mundo das relações, isso está longe de ser tão fácil como parece.
O que me leva a outro ponto forte, e esse diz respeito à forma como, apesar dos inevitáveis lugares comuns que abundam sobre este tema, há uma perspectiva muito própria na forma de escrever do autor. São textos leves, divertidos, centrados numa - hipotética - experiência que serve de base a todo um conjunto de  - também hipotéticas - orientações. O que é interessante também na medida em que se evitam umas quantas generalizações.
Voltando ainda à questão da misoginia, importa ainda referir um outro aspecto. Se, no geral, o autor consegue evitar bastante bem cair em comentários sexistas, há um texto em particular em que vai um bocadinho mais longe, realçando, num estranho derby desportivo, as principais qualidades dos dois géneros. Texto esse que acaba com muitas dúvidas sobre as possíveis intenções de algumas observações feitas no livro.
Claro que, sendo este um livro em que todas as crónicas têm, basicamente, uma base comum, há um efeito secundário. Pode chegar-se a um ponto em que se fica com a impressão de alguma repetição de ideias. Ainda assim, o tom descontraído - e divertido - dos textos compensa amplamente estes laivos de previsibilidade.
Divertido e cativante, este é, pois, um livro que, apresentando-se como um suposto guia para - ou sobre - o que faz um homem a sério, consegue, a partir de tudo o que de complexo e de caricato há nas relações, proporcionar uma leitura leve e descontraída. E interessante para leitores de ambos os géneros. 

Título: Faz-te Homem
Autor: Luís Coelho
Origem: Recebido para crítica

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A Escolha (Kiera Cass)

Restam apenas quatro candidatas na Selecção. E, ainda que America seja a favorita, pelo menos no coração de Maxon, os obstáculos são mais que muitos. Para começar, o rei não a suporta e só precisa de um pretexto para se livrar dela de vez. E, para piorar as coisas, as acções dos rebeldes têm-se vindo a revelar cada vez mais destruidoras. No meio do caos, do perigo e da intriga, America tem de pôr de parte as suas dúvidas e assumir, de uma vez por todas, aquilo que quer. Mas, com tantos segredos guardados e a desconfiança a crescer, será que o amor é suficiente?
Dando continuidade à história dos volumes anteriores, e encaminhando-a para a sua conclusão, este é um livro que mantém, em grande medida, as características dos anteriores. Mas, dividido entre o romance dos protagonistas, as intrigas e obstáculos inerentes à Selecção e a situação perigosa do reino, A Escolha sobressai, em primeiro lugar, por uma grande evolução em termos de equilíbrio. Claro que o cerne da história continua a ser a relação de America com Maxon. Mas há mais desenvolvimento a nível de sistema, novas perspectivas sobre as vidas das personagens e, no geral, um maior equilíbrio entre as diversas partes que compõem a história.
Além disso, e tendo em conta que este é o volume final - pelo menos, no que à Seleção de America e Maxon diz respeito - , há situações que é preciso fechar e pontas soltas que precisam de ser atadas. Este é, talvez, o grande ponto forte deste livro, já que, tanto nas relações pessoais como na intriga política (ainda que, nesta, fique ainda bastante em aberto), há grandes mudanças a acontecer. Isto torna a história mais intensa, proporciona vários momentos marcantes e abre caminho a um final particularmente forte.
Continua a ficar a impressão de que, nalguns aspectos, haveria mais a explorar, nomeadamente no que respeita a Gregory Illéa e aos rebeldes. Ainda assim, as inevitáveis limitações de uma história contada na primeira pessoa são amplamente compensadas pela maior proximidade que daí resulta. E, tendo em conta os acontecimentos deste livro, acompanhar o enredo do ponto de vista de America torna tudo muito mais emocionante. 
A soma de tudo isto é uma leitura leve e cativante, mas com vários momentos especialmente marcantes e um conjunto de personagens que, crescendo de livro para livro, acabam por revelar aqui o seu melhor lado. Uma boa história, portanto, e uma boa leitura.

Título: A Escolha
Autora: Kiera Cass
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: O Jornalista Americano, de André Ferreira

William Davis Jameson é um jornalista americano de férias por Lisboa, para recuperar de um atentando de que fora vítima, em Sharm El­ Sheikh. Mas as visões que o jornalista enfrenta nesta cidade, mostram-­lhe que afinal esta no meio de um conflito protagonizado por seres de um outro plano, que viajam no tempo e no espaço para o perseguirem. Contando apenas com a ajuda de Isabel, William tem de enfrentar esta horda de desconhecidos, enquanto reaprende a sua própria história e a paixão que o une a essa mulher.
“Nenhum homem é banal ou insignificante e o papel que cada um desempenha na sua jornada depende sempre de uma decisão como aquela que tu agora deves tomar".

Divulgação: Novidade Clube do Autor

Quando a mais malévola colunista de escândalos de Nova Iorque, Cassidy Towne, é encontrada morta, Nikki Heat descobre toda a uma galeria de possíveis suspeitos. A investigação de Heat complica-se com o seu reencontro ‒ totalmente inesperado ‒ com o famoso jornalista e colaborador de uma revista Jameson Rook. O ar enche-se de tensão sexual à medida que Heat e Rook procuram um assassino entre celebridades e mafiosos, cantores e prostitutas, atletas profissionais e políticos caídos em desgraça. 
Nesta sequela do bestseller ONDAS DE CALOR, o novo thriller de Richard Castle prossegue a história de Nikki Heat, detective de Homicídios do Departamento de Polícia de Nova Iorque. Dura, sexy, profissional, Nikki Heat, que chefia umas das mais importantes brigadas de homicídios da Cidade de Nova Iorque, tem dentro de si a paixão pela justiça. No que será sem dúvida mais uma palpitante vaga de sensações imaginada por Richard Castle, autor de sucesso, os leitores vão mais uma vez acompanhar Nikki Heat e o audacioso repórter Jameson Rook, que trocam comentários azedos e insinuações ao mesmo tempo que seguem a pista de um assassino!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Rosalía de Castro (J. Perre Viana)

Três mulheres, várias viagens e o que pode muito bem ser a procura do sentido da vida. São estas as bases da história de José Costa Terra, um homem que, aos trinta e três anos, se vê diante de tudo o que foi e perdido na busca do que poderá ser. Consigo, leva a memória de um amor inacabado - e um sem fim de dúvidas sobre o que deve fazer. E, de paragem em paragem, vai encontrando algo de novo... até ao dia em que se encontra face às consequências das escolhas que fez. 
Complexo na forma como percorre a história individual das suas quatro personagens mais relevantes, e apesar disso centrado, em grande medida, na figura de José, este é um livro que nem sempre é fácil de acompanhar. Talvez seja por isso que, em certos aspectos, deixa sentimentos ambíguos, como que de uma história com um potencial vastíssimo - e que nunca deixa de cativar - mas em que, por vezes, se sentem quebras de ritmo.
E, começando precisamente pelo ritmo, há, desde logo, uma dualidade interessante. Os capítulos curtos, acompanhando momentos - e personagens diferentes - despertam a curiosidade em saber mais sobre as vidas e as personalidades das várias personagens. Além disso, ao percorrer diferentes locais, cria-se também uma impressão de viagem constante, como que em paralelismo com a vida do protagonista, também ela sempre em mudança. Por outro lado, a abundância de notas de rodapé, escritas em diferentes idiomas e, nalguns casos, transmitindo informação que é do conhecimento geral, quebra um pouco esse ritmo, já que afasta a atenção do leitor da história. Neste aspecto, fica, portanto, a impressão de que estas quebras nem sempre se justificam, ainda que a envolvência do enredo propriamente dito consiga, em grande parte, compensá-las.
Um outro aspecto interessante é a vastidão de referências que povoa a narrativa. Claro que nem todas são facilmente reconhecíveis, o que acaba também, de certa forma, por abrandar o ritmo. Mas, neste caso, há um outro aspecto que sobressai e tem a ver com a forma como estas referências - principalmente musicais, mas não só - se ajustam ao percurso do protagonista. O que leva, aliás, a um outro conjunto de paralelismos. A viagem exterior ante a do crescimento pessoal, a introspecção ao encontro da descoberta de novos lugares e de novas emoções, as aventuras amorosas face ao amor nunca esquecido. Tudo isto contribui para aumentar a complexidade do enredo. E se é certo que também isso lhe confere um ritmo mais pausado, contribui também para tornar o todo bem mais interessante.
Ficam algumas questões em aberto, uma vez que, com a evolução do percurso de José, o futuro de algumas das outras personagens não fica completamente definido. Mas, tendo em conta a forma como tudo termina para o próprio José, essa relativa ambiguidade acaba por ser a conclusão mais adequada, mesmo ficando alguma curiosidade insatisfeita com o que ficou por dizer.
O que fica de tudo isto é, no fundo, a impressão de uma longa viagem - através do mundo e através de um ser em constante evolução. Nem sempre fácil, mas sempre interessante, a história de José - e daqueles que cruzaram o seu caminho - pode não dar todas as respostas, mas cativa e surpreende em todos os momentos certos. E isso basta para fazer com que a leitura valha a pena. 

Título: Rosalía de Castro
Autor: J. Perre Viana
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Sextante

Uma criança é abandonada pela mãe no leito lamacento do Black Snake River. Contra todas as expectativas, «a menina da lama» sobrevive e é adoptada por um casal de classe média que tentará esconder para sempre essa terrível história. Mas o presente vai tornar-se surpreendentemente vulnerável aos agentes do passado.
Meredith «M. R.» Neukirchen será a primeira mulher a presidir a uma universidade da Ivy League. Imersa numa carreira absorvente, num amor secreto por um homem que não define os seus sentimentos, e preocupada com o ambiente político dos Estados Unidos em vésperas da Guerra do Iraque, M. R. depara-se subitamente com inúmeros desafios. Para além de ver a sua carreira em jogo, as duras marcas do passado e o confronto com «a menina da lama» ameaçam fazer ruir todas as suas convicções.

Joyce Carol Oates nasceu em 1938 nos Estados Unidos. Publicou o seu primeiro romance em 1963 e ganhou o National Book Award em 1970 com o romance Eles. É professora na Universidade de Princeton e já publicou uma obra vasta com cerca de trinta romances, mas também ensaios, contos, peças de teatro, poesia. A sua obra foi traduzida em várias línguas e elogiada pela crítica internacional. 
Joyce Carol Oates é, desde 1978, membro da Academia Americana de Artes e Letras.

Divulgação: Novidades Topseller

O corpo de uma jovem é desenterrado numa praia remota, mas o seu desaparecimento nunca tinha sido denunciado.
Alguém a mantivera «viva» ao longo do tempo, enviando à família, regularmente, mensagens em seu nome.
Para a detetive Helen Grace, todas as provas apontam para um assassino em série, um monstro distorcido mas engenhoso e hábil — um predador que já matou antes.
À medida que Helen se esforça por destrinçar as motivações do assassino, ela compreende que se trata de uma verdadeira corrida contra o tempo. Uma única falha pode significar a perda de mais uma vida.

Lady Philippa Marbury, ou Pippa, é... estranha. É jovem, bela e filha de um marquês respeitado da sociedade, mas interessa-se por livros em vez de rapazes, por ciência em vez de passeios, e por laboratórios em vez de amor. O seu plano é casar-se em breve com o seu noivo, um homem simples, e viver o resto dos dias em sossego com os seus cães e as suas experiências científicas. Mas antes do casamento, Pippa tem duas semanas para experimentar tudo o resto. Quinze dias para fazer pesquisa sobre as partes excitantes da vida. Não é muito tempo e, para o fazer, precisa de um guia que esteja familiarizado com os recantos mais obscuros de Londres.
Ela precisa de Cross: o sócio da casa de jogo mais exclusiva da cidade, e que tem fama de ser o maior conhecedor do mundo do vício e dos prazeres. Mas a fama muitas vezes esconde segredos negros, e quando a nada convencional Pippa lhe pede que lhe arruíne a reputação, isso vai ameaçar tudo o que ele sempre se esforçou por proteger.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Divulgação: Novidades Planeta

Elevado nos bosques da Transilvânia, no castelo Piscul Draculi, vivem cinco irmãs e o pai. É uma vida idílica para Jena, a segunda filha, que adora explorar a floresta misteriosa com o melhor amigo, um sapo fora do normal. 
Mas o mais precioso de tudo é o Portal escondido do castelo, conhecido apenas pelas irmãs. A cada lua cheia, atravessam-no para o mundo encantado do Outro Reino, onde dançam toda a noite com as criaturas feéricas deste reino mágico. 
Mas a paz acaba quando o pai adoece com gravidade e é forçado a partir para o Sul para se restabelecer e, então, chega Cezar. Embora na teoria seja para as ajudar no Inverno rigoroso, Jena suspeita que ele tem motivos mais obscuros. Para agudizar a situação, a irmã mais velha apaixona-se por uma criatura perigosa do Outro Mundo.
Com tudo em jogo, Jena terá de lutar por tudo o que ama: a casa, a família e a protecção do Outro Mundo. Será testada de formas que não poderia imaginar: confiança, força e amor verdadeiro.

Um livro muito divertido sobre as agruras do dia-a-dia da mulher de hoje. 
É um «hino» à boa disposição e superação dos contratempos diários de uma mulher. 
O tom pessoal e bem-disposto, as ilustrações certeiras e modernas, os conselhos sábios, a cor e o grafismo fazem deste livro um objecto único. 
Os conselhos e ideias aqui contidos vão mudar a sua forma de ver a vida. 
Aqui encontrará: 
- O novo «eu – a Imperfeita. 
- A psicóloga: a amiga que nos dá conselhos positivos, que nos propõe testes e exercícios para a nossa auto-análise; e ideias práticas para melhorar a nossa auto-estima. 
- O neurocientista: o perito que disponibiliza informação científica sobre os benefícios do pensamento positivo. 
- O personal trainer: propõe-nos exercícios que nos ajudam a ser mais positivas. 
- A malévola: recorda-nos essa voz interior que tantas vezes nos tenta sabotar. 
Há ainda um plano de 21 dias para deixar de se amargurar, onde se incluem: 
- Pensamentos positivos para começar o dia, 
- Exercícios de reflexão pessoal, 
- Técnicas como o yoga e a meditação, 
- Conselhos superpráticos e histórias inspiradoras.

Numa misteriosa casa na costa atlântica, longe de Londres e ameaçado pela guerra, Max vai descobrir que os desafios do presente, têm amiúde a sua razão de ser em pactos selados há muito tempo, onde habitam seres como O Príncipe da Neblina. 
Em Calcutá de 1932, um comboio em chamas atravessa a cidade e o círculo de amigos de Ben e Sheere enfrentará o mais terrível e mortífero enigma da cidade dos palácios, uma aventura em O Palácio da Meia-Noite, que mudará as suas vidas. 
Entre Paris e um estranho farol da Normandia desenrola-se As Luzes de Setembro, onde Irene e Ismael se adentram no mistério de um fabricante de brinquedos que vive entre seres mecânicos e sombras do passado, entre os dois irão crescer laços que os vão unir para sempre.

Neste livro de contos, são narradas diversas aventuras do feiticeiro imortal Magnus Bane, das séries best-seller de Cassandra Clare.
Para Magnus Bane seria impossível contar todas as suas aventuras. 
Ninguém acreditaria... 
Onze histórias que revelam alguns dos seus segredos que de certeza não gostaria que fossem divulgados. 
Entre o misterioso Peru e resgates na Revolução Francesa, os fãs terão oportunidade de saber pormenores da vida do enigmático feiticeiro. 
Passado em diversos países e períodos históricos, Magnus Bane com a sua personalidade sedutora, estilo exuberante e inteligência resolve problemas e interage com Clary, Tessa, Will e Alec, de Caçadores de Sombras e As Origens.

Divulgação: Novidade Suma de Letras

Numa majestosa casa de campo inglesa um miúdo desaparece sem deixar rasto durante a festa do solstício de Verão. Apesar da exaustiva investigação policial não se encontra rasto algum. A família do miúdo, desfeita e desesperada, faz as malas, fecha as portas e regressa a Londres para nunca mais voltar.
Setenta anos depois a inspectora de polícia londiniense Sadie Sparrow, de visita na casa de seu avô em Cornualha, saí a correr pelo bosque e encontra uma mansão abandonada. Espreita através de uma janela e sente que alguma coisa terrível aconteceu nessa casa. Agora, cheia de curiosidade, esta decidida a descobrir que é o que aconteceu.

Kate Morton, a mais velha de três irmãs, cresceu nas montanhas do Nordeste da Austrália, em Queensland. Formou-se em Arte Dramática e Literatura Inglesa e está a fazer o doutoramento na Universidade de Queensland. Vive entre Londres e Brisbane com a família.
É uma das autoras mais reconhecidas mundialmente: todos os seus romances alcançaram as listas de livros mais vendidos, estão publicados em 38 línguas e já venderam mais de 8 milhões de exemplares.

domingo, 8 de novembro de 2015

Os Planos Bilderberg para Portugal (Rui Pedro Antunes)

Para alguns, Bilderberg, enquanto reunião secreta, é onde se planeiam as bases de um governo mundial. Outros dizem que é uma simples conferência, invulgar apenas pelo nível dos seus participantes. Mas, entre um ponto e o outro, entre defensores e detractores, existem os factos. E, ainda que aquilo que realmente se sabe possa ser muito menos do que fica por dizer, é dos factos, acima de tudo, que trata este livro.
O primeiro aspecto a chamar a atenção neste livro é a posição com que o autor se propõe abordar o tema, nem do lado dos defensores nem do dos detractores, mas antes pretendendo transmitir uma visão tão imparcial quanto possível. Sem por isso deixar de expor a sua opinião, é certo, mas centrando-se nos factos, o autor constrói um retrato global de como funciona o Bilderberg e, em particular, dos participantes que desempenham ou desempenharam um papel de relevo em Portugal. E fá-lo de forma clara e acessível, ainda que, dado o secretismo de Bilderberg, fiquem, inevitavelmente, muitas perguntas sem resposta.
Outro aspecto interessante é, claro, a informação em si, que, sendo apresentada de forma clara e organizada, se torna fácil de assimilar (ainda que, mais uma vez, fiquem sempre perguntas em aberto). Para isso contribui também a estrutura do livro que, dividindo-se entre as bases, as personalidades centrais e as possíveis influências no mundo, torna mais claras as associações e os acontecimentos apresentados ao longo do livro.
Fica, é claro, a vontade de saber mais. E é tendo isto em conta que um outro aspecto sobressai. O autor vai referindo, ao longo do texto, vários autores, o que acaba por apontar para outro material de leitura sobre o assunto. E, por fim, na conclusão, expõe a sua própria opinião, que, num livro absolutamente centrado em factos, acaba por acrescentar um interessante traço pessoal.
A soma de tudo isto é um livro que, apesar da relativa brevidade e das muitas perguntas que, inevitavelmente, ficam em aberto, permite uma boa compreensão do que é o Bilderberg e de como a sua influência gera acontecimentos - e teorias da conspiração. Uma leitura interessante, portanto. 

Título: Os Planos Bilderberg para Portugal
Autor: Rui Pedro Antunes
Origem: Recebido para crítica