Infecção (Scott Sigler)

Uma estranha doença alastra por toda a América. Após o aparecimento de estranhas tumefacções no corpo dos infectados, estes tornam-se progressivamente paranóicos e agressivos. Perry Dawsey é um deles. Mas o que poderá acontecer quando a vítima da infecção tem já uma propensão para a paranóia e para a violência? Entretanto, Margaret Montoya, epidemiologista, e Dew Phillips, agente da CIA, procuram uma solução para o problema da infecção. Mas o que será? Uma arma biológica? Uma espécie de parasita? Ou algo mais?

Com uma escrita directa e surpreendentemente descontraída, este é um livro impróprio para os mais sensíveis. Auto-mutilação, violência e muito, muito sangue são uma parte essencial deste thriller de horror. Para quem aprecia o género, contudo, este livro tem toda uma série de pontos que o tornam simplesmente imperdível.

Primeiro, o aspecto científico. A fonte da infecção, que progressivamente vamos conhecendo, quer pelos desenvolvimentos na investigação de Margaret, quer pela evolução dos sintomas de Dawsey, é-nos apresentada com uma precisão surpreendente. A forma como a ciência se mistura com o horror neste livro é fascinante, apresentando-nos possibilidades que parecem ser plausíveis, mas sem perder o ritmo viciante do enredo.

Além disso, e apesar de o livro se centrar (como seria de esperar) na acção, temos um desenvolvimento bastante interessante das personagens, quer no que toca ao passado de Dawsey, quer na própria evolução da infecção ao longo do tempo (antes de ter chamado a atenção dos investigadores).

Por último, e também de referir, a forma como o autor descreve cenas extraordinariamente gráficas, sem cair em cenários demasiado repetidos. Violência, sangue e auto-mutilação estão muito presentes nesta história, mas cada vítima reage de uma forma própria e diferente à infecção.

Em suma, um livro que gostei muito de ler e que, acredito, não desapontará os fãs do género. Por aqui, espera-se com muita curiosidade pela sequela deste livro, Contagious.