sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Conspiração do Silêncio (David Baldacci)

Reggie Campion é um dos elementos mais importantes de uma organização determinada a eliminar da face do planeta os responsáveis pelas maiores atrocidades. Mas Fedir Kuchin, o seu novo alvo, mudou de identidade e tornou-se num homem poderoso o suficiente para se tornar também no alvo de uma outra agência. Assim, os caminhos de Reggie acabam por se cruzar com os do misterioso agente A. Shaw, um homem marcado pelo passado mas extremamente eficaz nas suas missões. E os planos de ambos vão cruzar-se, colocando-os numa situação complicada.
Viciante é uma boa palavra para definir este livro. Com capítulos curtos, uma escrita directa fluída e uma história que ganha complexidade a um ritmo crescente, permitindo que o leitor se envolva progressivamente com as personagens e as suas histórias, há algo que cativa desde a primeira página e que se torna mais intrigante à medida que o enredo evolui. E se há, de facto, uns quantos elementos comuns que são familiares de outros livros neste género (acção constante, soluções improváveis, uma certa medida de sorte), é na forma como o autor conjuga estes elementos com outros que são imprevisíveis que se encontra um dos pontos fortes deste livro.
Outra grande força é a construção das personagens. Se é, de facto, a acção a predominar durante uma boa parte da narrativa, há, ainda assim, espaço para uma construção gradual das personagens e do que representam para lá do seu papel no enredo. Shaw tem as perdas do passado como explicação (bastante sólida) para a sua necessidade de manter uma certa distância. Ao entrar no ponto de vista de Waller, o alvo, o autor cria, apesar de tudo, uma proximidade que mostra ao leitor a humanidade existente, apesar de tudo, num homem culpado de actos desumanos. E Reggie tem os seus segredos de família para dar ainda uma maior força às suas dúvidas sobre aquilo que é a sua missão de vida. Missão que serve também de base à interessante reflexão sobre a natureza humana que se vai insinuando entre acontecimentos.
Importa ainda referir um final que, ainda que encerre sem margem para dúvidas a história principal deste livro, deixa em aberto algumas perguntas e possibilidades no que toca ao futuro dos seus protagonistas.
Rápido de se ler, apesar das suas 500 páginas, este é um livro de leitura compulsiva, com uma boa história e as medidas certas de emoção e reflexão a surgir por entre o intenso ritmo de acção. Fica, sem dúvida, a vontade de ler mais deste autor.

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